5 de janeiro de 2011

Os analfabetos com PhD (*)

Os analfabetos com PhD


A aparição cada vez com maior freqüência de analfabetos com PhD faz que seja aconselhável que a sociedade saiba identifica-los, tanto a eles como os seus textos e discursos, para que possa desta forma proteger-se das suas sandices e petulâncias.


Os erros que cometem não são erros grosseiros de ortografia, são os erros resultado do excesso de escolaridade e da deformação originada pela gíria acadêmica, a influencia de outros idiomas e ainda a transferência de termos de outras gírias técnicas. Normalmente os seus textos pagam o preço do afastamento da linguagem singela e clara das pessoas simples, e ficam confusos até o ponto de ficar ininteligíveis.A solução não precisaria chegar ao extremo de escrever ou se expressar em linguagem infantil e sim, adequar a sua verborragia ao nível do leitor o do ouvinte.


O discurso acadêmico se apresenta em oposição ao falar quotidiano e vulgar. O objetivo desta pretensiosa complexidade é o de produzir uma autoridade que é o resultado do afastamento do sentido comum e da intuição, tão forte nas pessoas comuns. Isto acaba gerando uma nova língua, uma nova forma de comunicação que tem como objetivo exclusivamente confundir e afastar os ouvintes e leitores. A comunicação a partir destas premissas dificulta o entendimento e busca criar uma áurea de sabedoria e conhecimento, que não é mais que ocultação e dissimulo.


O resultado é que as idéias simples se apresentam envolvidas em grandes palavras. O objetivo é confundir la profundidade das reflexões e idéias apresentadas, com a dificuldade que representa decifrá-las. Esta é uma tendência perversa que faz que nas mãos destes autores, a hábil utilização desta pseudo-linguagem cientifica ou erudita, carregada de termos complexos, citações e elevadas doses de escuridão lingüística, habilita a muitos a escrever documentos extensos, sem que eles aportem absolutamente nada de novo. E os leva a ganhar uma autoridade e credibilidade desmerecida. Nestes casos a linguagem serve só para conferir “cientificidade” a um discurso vazio e recheado de obviedades.


Porque o importante é que não tudo o que se entende de imediato é superficial, nem tudo o que parece complexo e profundo, sobrevive a uma analise detalhada.

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