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1 de março de 2017

A velha e boa classe média

VELHA E EFICIENTE RECEITA....

Vejam este diálogo de quase 400 anos.
O diálogo, da peça teatral
"Le Diable Rouge", de Antoine Rault, entre os personagens Colbert e Mazarino,
durante o reinado de Luís XIV, século XVIII que, apesar do tempo decorrido, é bem atual.

Atentem principalmente ao último trecho:

Colbert:
Para arranjar dinheiro, há um momento em que
enganar o contribuinte já não é possível.
Eu gostaria, Senhor Superintendente,
que me explicasse como é possível continuar a gastar
quando já se está endividado até o pescoço.

Mazarino:
Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas
e não consegue honra-las, vai parar na prisão.
Mas o Estado é diferente!
Não se pode mandar o Estado para a prisão.
Então, ele continua a endividar-se.
Todos os Estados o fazem!

Colbert:
Ah, sim? Mas como faremos isso,
se já criamos todos os impostos imagináveis?

Mazarino:

Criando outros.

Colbert:
Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.

Mazarino:
Sim, é impossível.

Colbert:
E sobre os ricos?

Mazarino:
E os ricos também não.
Eles parariam de gastar.
E um rico que gasta, faz viver centenas de pobres.

Colbert:
Então, como faremos?

Mazarino:

Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente!
Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer.
É sobre essas que devemos lançar mais impostos,
cada vez mais, sempre mais!
Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos.
Formam um reservatório inesgotável...
É a classe média

14 de dezembro de 2011

Os dois cardeais


Qual dos dois cardeais?

A historia é uma fonte constante de conhecimento, aprendemos a partir do estudo do passado e podemos nos desenvolver mais e deixar de cometer os mesmos erros que outros cometeram, se entendemos o porquê das coisas. Solon dizia que envelhecia aprendendo sempre.

Ao citar de memória fatos que não vivemos, nomes que não chegamos a conhecer ou historias que não lembramos com exatidão, corremos um risco exagerado de cometer erros. Na França, dois cardeais que desempenharam um papel importantíssimo na sua historia, um o mais citado foi o Cardeal Richelieu, popularizado pela obra de Alexandre Dumas, Os Três mosqueteiros. O Cardeal Richelieu estigmatizado pela novela foi o artífice do desenvolvimento Frances, teceu alianças com os protestantes contra os reis católicos dos países vizinhos, perseguiu os Huguenotes, declarou guerra com o apoio do rei aos inimigos da França. Aumentou os impostos, dos nobres e das classes menos favorecidas, para custear os conflitos que tinha iniciado. Enfrentou a mãe e o irmão do rei, para defender os interesses do seu senhor. Conseguiu a inimizade dos católicos que não apoiavam as suas alianças com os protestantes para obter seus objetivos. Criador do absolutismo real esteve na linha de combate na tomada de La Rochelle. Seu papel na historia foi de protagonista. Seu poder foi absoluto. Mas foi superado pelo seu sucessor.

Outro Cardeal, italiano de nascimento e com um perfil bem diferente do seu antecessor. Um dos homens mais poderosos de seu tempo, o Cardeal Jules Mazarin , foi o chefe de Governo da França, quando Luiz XIV ainda era menor de idade. Nesse longo período de poder, teve a França e boa parte da Europa em suas mãos. Mandou e desmandou, torturou inimigos, mentiu sem pudor e criou um clima de terror tal que os franceses não ousavam pensar diante dele, com medo de que o poderoso Cardeal lesse suas mentes. O temor não era infundado. O Cardeal era tão diabolicamente astuto que, muitas vezes, parecia realmente saber o que todos estavam pensando. Era considerado mais maquiavélico do que o próprio Maquiavél.

 O Cardeal Mazarin foi o mestre da manipulação pura e simples do consenso. Agradando ou fingindo agradar, na verdade amigos e inimigos, adulando àqueles que lhe interessavam, apenas para conseguir seus intuitos raramente nobres. Logrou  por meio de artifícios ser um dos mais poderosos e odiados governantes. A filosofia do Cardeal Mazarin difere, em muito, daquela de seu antecessor, o também Cardeal Richelieu, ministro de Luis XIII. Se o Cardeal Richelieu, apesar de sua idêntica mesquinhez e amor pelo poder, parecia mais dissimulado. O Cardeal Mazarin não se preocupa em esconder nada. Ainda por cima, era partidário do que se chamava de " guerra de todos contra todos". Ou seja, de jogar uns contra os outros para que ele sempre se sobressaísse.
Ele é o herói desta classe política que não mede esforços para conquistar seus objetivos. Que não tem escrúpulos e que é capaz de mentir, dissimular, trair e sorrir com a mesma facilidade

29 de abril de 2011

Dialogos reais

Diálogo entre Colbert e Mazarin durante o reinado de Luís XIV:

Jean Baptiste Colbert – ministro de estado de Luis XIV - (Reims, 29 de Agosto de 1619 – Paris, 06 de Setembro de 1683);
Jules Mazarin – nascido na Itália foi cardeal e primeiro ministro da França - (Pescina, 14 de julho de 1602 — 9 de março de 1661).

Colbert:

Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar (o contribuinte) já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar, quando já se está endividado até ao pescoço...

Mazarin:
Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado...o Estado, esse, é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se...Todos os Estados o fazem!

Colbert:
Ah sim? O Senhor acha isso mesmo? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de obtê-lo se já criámos todos os impostos imagináveis?

Mazarin:
Criam-se outros.

Colbert:
Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.

Mazarin:
Sim, é impossível.

Colbert:
E então os ricos?

Mazarin:
Os ricos também não. Eles não gastariam mais. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.

Colbert:
Então como havemos de fazer?

Mazarin:
Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente situada entre os ricos e os pobres: os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres. É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Esses, quanto mais lhes tirarmos mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tiramos. É um reservatório inesgotável!

Com a colaboração de Arno Kumlehn
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