30 de julho de 2008

A militarização da sociedade


A militarização da sociedade

Não me refiro aqui ao fato do exercito ser usado para garantir a segurança de empreiteiras privadas nas favelas do Rio. Estou me referindo ao avanço das corporações militares sobre atividades de defesa civil, que na maioria de paises, são desempenhadas por instituições civis.

Que paramedicos, bombeiros e guarda-vidas recebam formação militar, incluindo ordem-unida, uso de armas de fogo e técnicas de defesa pessoal, é antes que nada uma perigosa distorção. A sociedade civil deve ser capaz de se defender dos desastres naturais, enchentes, dos incêndios provocados ou não, de atender as vitimas dos acidentes de transito e tantas outras atividades que estão incluídas no que se chama defesa civil.

Hoje soldados e oficiais das policias militares, depois de anos de formação especifica, passam a se dedicar a funções que não deveriam ser da sua competência. O que é pior ocupam espaços tradicionalmente atendidos pela sociedade civil organizada, em geral com custos maiores e menos eficiência. De forma corporativista esta se impondo uma militarização da sociedade e ainda gerando desatendimento as que são as que devem ser as suas principais obrigações constitucionais, por não dispor de efetivos e orçamento adequados para desempenhar todas as missões em que tem se envolvido.

É perigoso, enfraquece a sociedade civil e transfere para esta sociedade militarizada papeis e responsabilidades que a afasta das suas obrigações responsabilidades especificas.

A ninguém escapa, que para a Policia Militar é mais interessante, em todos os sentidos, apagar fogo, atender feridos de acidentes de transito ou salvar vidas nas nossas costas e praias, que realizar funciones de vigilância ostensiva em ruas, praças e locais públicos. Perseguir marginais e contribuir para a redução da violência urbana.

Na maioria dos paises mais desenvolvidos que o nosso e em muitos outros que não tem o mesmo grau de desenvolvimento, a Cruz Vermelha, Crescente Vermelho ou Estrela Vermelha, dependendo dos paises e das religiões, a Defesa Civil e os Bombeiros Voluntários, são não só instituições civis, voluntárias ou profissionalizadas, de acordo com os casos. Reconhecidas e respeitadas pela sociedade e que contam com importante apoio do estado. São os principais responsáveis pela defesa civil, sem que se estabeleça uma situação de subserviência, com relação às unidades de policia militar.

Este perigoso desequilíbrio, esta começando a custar caro ao estado e representara cada vez mais um fardo mais e mais pesado para a nossa sociedade.

4 %

Até o momento, 4 % dos leitores deste blog, avaliam a gestão municipal como otima.
os leitores que a consideram boa, representam 6 % ,
10 %, consideram a gestão do prefeito Tebaldi como Otima ou Boa.
E Você que opina? como avalia esta gestão?

29 de julho de 2008

Lei de Lavoisier

"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
Cana dá álcool, álcool dá cana."

28 de julho de 2008

A nossa Assembleia Legislativa


A partir dos dados fornecidos pelo site Transparencia Brasil, veja o link aqui no nosso blog, é possivel tomar conhecimento que a Assembléia Legislativa de Santa Catarina tem 40 deputados. A Casa não publica na Internet informações sobre a atividade parlamentar de seus integrantes, desconhecendo-se se comparecem às sessões do Plenário e das Comissões, como gastam suas verbas de gabinete etc, o que não ajuda muito na transparencia das suas contas.

O Orçamento para 2008 da Assembléia Legislativa de Santa Catarina é de R$ 286.879.399,00. Dividindo-se esse número pela quantidade de deputados estaduais (40), atinge-se o montante de R$ 7.171.984,98. Isso é o que o mandato de cada deputado custa aos cofres estaduais catarinenses. É o mais alto da região Sul e o quarto maior do país. Por outro lado, dividindo-se o total dos gastos com a Assembléia pela população do estado, o número resulta em R$ 48,90. Esse é o montante com que cada cidadão catarinense arca anualmente para manter a sua Assembléia Legislativa.

Na Austria os bombeiros tambem são voluntarios


Esta equipe de bombeiros voluntários de Áustria, é responsável pela defesa civil da sua pequena cidade.
Sem precisar de uma estrutura militar de apoio, a sociedade civil organizada, assume a responsabilidade da sua Defesa Civil.

Calçadas socialistas


Uma das melhores leituras dominicais que existem na imprensa do mundo é a entrevista curta e certeira, seca, sempre muito bem editada por Deborah Solomon na revista do New York Times.

A entrevista do dia 9 de junho de 2008, traz Enrique Peñalosa, o ex-prefeito que reinventou Bogotá. Claro que Joinville não é Bogota, mas que os nossos candidatos poderiam considerar alguns dos trechos desta entrevista.

Qual a primeira coisa que você diz para prefeitos fazerem? Nos países em desenvolvimento, a maioria das pessoas não têm carros. Então digo: quando você faz uma boa calçada, está construindo democracia. Calçadas são símbolos de igualdade.

Calçadas não me parecem prioridades nos países em desenvolvimento. São a última coisa que fazem. A prioridade é fazer estradas e avenidas. Fazemos cidades para carros, carros, carros, carros. Não para pessoas. Carros foram inventados muito recentemente. O século 20 fez um desvio horrível na evolução qualitativa do habitat humano. Construímos, hoje, pensando mais na mobilidade de carros do que na felicidade das crianças.

Mesmo em países nos quais a maioria não tem como comprar carros? As pessoas de maior renda nos países em desenvolvimento nunca andam. Elas vêem a cidade como um espaço ameaçador. Passam meses sem andar uma única quadra.

Isso também não é verdade para os EUA? Não em Manhattan, mas há muitos subúrbios em que não há calçadas, o que é sinal de falta de respeito para com a dignidade humana. As pessoas sequer questionam isso. É como a França pré-revolucionária. As pessoas achavam que a sociedade estava normal, assim como as pessoas acham normal, hoje, que o acesso à praia em Long Island seja particular.

Você está comparando pessoas com casa com vista para o mar em Long Island com aristocratas franceses corruptos? Se a democracia prevalecer, o bem comum deve vencer interesses privados. A pergunta é: a maioria das pessoas seria beneficiada com acesso à praia em Long Island? Todas as crianças deveriam ter acesso à praia sem precisar freqüentar um country club. […]

Onde você estudou? Duke University. Me formei em economia e história.

Você devia ser o único socialista em Duke. Acabei percebendo que o socialismo era um fracasso como sistema econômico. Mas a igualdade não morreu. O socialismo morreu. Mas o desejo de igualdade não está morto.

27 de julho de 2008

O resgate tambem é feito por voluntarios


Na Europa o resgate marítimo, mesmo em condições extremas é feito pelos voluntários da cruz vermelha.
A sociedade civil cuida da defesa civil.

26 de julho de 2008

Estes são voluntarios

Na Republica Checa os bombeiros são voluntarios, a sociedade civil cuida da sua segurança

Uma pequena reflexão urbana

O cidadão defende-se de um sistema de saúde ruim pagando, se puder, um plano de saúde privado, senão corre sério o risco de morrer na fila;

O cidadão defende-se de um ensino de segundo grau ruim indo desqualificadamente para o mercado de trabalho ou então pagando uma pequena fortuna por uma escola particular;

O cidadão defende-se de um sistema de segurança pública ruim se enquartelando em sua casa, comprando pitbull, contratando segurança privada ou eletrificando seu muro;

O cidadão defende-se da falta de áreas públicas de lazer comprando TV de plasma 42";

O cidadão defende-se da falta de condições de acesso a rica história, arquitetura e ao comércio variado das áreas centrais confinando-se nos shopping centers.

O cidadão defende-se de um sistema de transporte público ruim indo para a van, depois comprando uma moto e finalmente um carro. E isto nos leva aos insensatos congestionamentos;

É um pequeno resumo do viver nas cidades sem qualidade de vida.

Com isto, cada vez mais estamos nos segregando, nos tornamos menos sociáveis e, ao final das contas, menos cidadãos.

Será que isto não pode ser modificado?

Sérgio Gollnick

arquiteto e urbanista

25 de julho de 2008

Local global

Na medida em que o mundo fica menor, que as distancias desaparecem e que a tecnologia nos permite realizar atividades nunca antes sonhadas. Uma nova revolução muda as nossas vidas e a forma como enxergamos o nosso entorno.

Do mesmo modo que podemos acompanhar um evento mundial, no mesmo momento em que acontece e vivemos com a mesma intensidade o drama do Tibete ou o aumento do preço do petróleo no mercado de Londres, queremos saber mais do que acontece na nossa rua, no nosso bairro, na nossa cidade.

Brasília aparece ao mesmo tempo perto e distante, a capital do estado, se confunde as vezes com um bairro próximo ou com uma remota cidade fora da nossa realidade quotidiana.

Queremos saber o que acontece aqui, que novos comércios se estabelecem no bairro, qual sera o impacto dos corredores de ônibus no nosso quotidiano. Quais serão os novos cursos que a universidade oferecerá. O nosso filho precisará fazer o vestibular aqui em Joinville ou terá que estudar fora. O dinheiro dos nossos impostos esta sendo bem administrado, o asfaltamento da minha rua esta previsto para este ano. Aumentou o policiamento. Pegaram os assaltantes do Bairro Gloria. Teremos finalmente um parque.

Estes temas que podem parecer banais pela sua paroquialidade, cada vez mais ganham importância, na medida em que o mundo vai ficando menor misturamos de uma forma desordenada as noticias e as informações confundimos o que esta perto e o que esta longe. Deixamos de diferenciar entre o local e o global.

É cada vez mais evidente que a nossa vida acontece aqui. Que o impacto das decisões que aqui se tomam, nos afecta de uma forma mais direta, que aquelas decisões que são tomadas mais longe e sem a nossa participação. De quais sejam os nossos interesses e as nossas atitudes hoje dependerá o nosso futuro amanha.

Por isto cada vez é mais importante o foco local. Para poder ter opiniões fundamentadas, precisamos de informações isentas, transparentes e principalmente voltadas aos temas que nos interessam.

O meu vizinho, a minha rua, o meu bairro, ganham desta forma uma nova dimensão. A nossa vida é local e a nossa aldeia é global

Crise de confiança

É impressionante, como num curto espaço de tempo a credibilidade de poder municipal se esvai, a ultima de uma serie de muitas situações, foi resultado da denuncia do Deputado Estadual Kennedy Nunes, candidato a prefeito Municipal, que afirmou que a folha com cargos comissionados chegava a 30 % dos 19 milhões e meio de reais que representou a folha da prefeitura no mês de Junho. Dados da própria Secretaria de Gestão de Pessoas, e referentes aos valores sem os encargos.

A falta de transparência que tem caracterizado esta administração faz que seja necessária uma maior claridade na apresentação dos dados e das informações, o fato que estes tenham estado ausentes na maioria das decisões tomadas pelo poder publico municipal, sugerem que seria recomendável, mesmo que seja só no final do mandato, mostrar os dados com a clareza e a transparência de quem não tem nada a esconder.

Em pleno período eleitoral, seria importante que a prefeitura, divulgasse a relação e os cargos e salários de todos os comissionados.

Serviria para provar de uma forma fidedigna e inquestionável a veracidade da informação, como diz o ditado popular, quem não deve, não teme. Nenhum sigilo ou segredo estaria sendo quebrado, porque já é hoje obrigatório à divulgação no Jornal do Município destas informações. Porem como a sua publicação é fracionada e parcial ao longo de semanas e meses, fica difícil o seu acompanhamento pela sociedade.

Só a divulgação destas informações serviram para dirimir a duvida, de quem esta com a razão, se o Deputado Candidato, que afirma que 30 % da folha é só de comissionados e de cargos de confiança, ou a prefeitura que informa que os salários dos cargos de confiança representam pouco mais de 10 %.

A diferença entre uma e outra versão é de perto de 48 milhões de reais ao ano, dinheiro demais para que a duvida permaneça no ar.

A prefeitura tem a obrigação moral de informar, sem que fique nenhuma duvida. Porque a sociedade tem o direito de saber se a afirmação do deputado é verdadeira ou se é irresponsavel pirotecnia eleitoral.

24 de julho de 2008

Uma mensagem esclarecedora

"NEM TODO MUNDO tem senso de humor. É como inteligência natural. Nem todo mundo é esperto. De fato, algumas pessoas são naturalmente obtusas.

Não significa que elas sejam de alguma maneira inferiores ou menos charmosas, bonitas, fortes ou bem sucedidas. Mas o fato é que os seres humanos têm diferentes talentos e diferentes capacidades. Essa é uma descoberta da vida, especialmente para os professores. Eu sei que mães relutam em aceitar esse fato com relação aos seus filhos, mas ainda assim é verdade."

(Kenneth Maxwell)


Finalmente uma luz. Dei muitas voltas e finalmente Kenneth Maxwell, me da uma luz. Pode ser verdade que de fato aquilo que atribuimos a má vontade, a falta de seriedade, a arrogancia e a cobiça, tenha uma explicação logica, mais racional e muito mais simples. É pura estupidez mesmo, em outras palavras burricie mesmo, só isto para poder explicar o inexplicavel. Só isto poderia explicar porque a nossa administração municipal faz as coisas que faz, do jeito que as faz. E como Deus não colocou limite a burricie, isto pode explicar tudo. O resto só Freud explica.

Voce ja votou nas pesquisas do blog?

Esperamos o seu voto, queremos saber como você avalia a gestão do prefeito Marco Tebaldi e que é o seu candidato a prefeito para os próximos 4 anos.

Para que tanto misterio?

O Jornal A Noticia do dia 23 de Julho publicou a informação anexada neste texto, que levanta mais duvidas, que apresenta respostas. Preocupa uma vez mais a forma pouco transparente como esta administração trata temas de interese da população.
Porque tanto sigilo?????
Os laudos e documentos custeados com recursos públicos, podem e devem ser considerados documentos públicos. Que a Prefeitura Municipal de Joinville, não tenha dado ampla divulgação de um tema que a todos interessa e que ainda tenha submetido um laudo técnico a sua procuradoria jurídica. Só serve para colocar na sombra o que deveria estar na luz.
quem nada deve, nada tem a temer.
Seria importante que a versão original do laudo técnico fosse divulgada na integra, assim como a versão que possa surgir da procuradoria, para que seja possível rastrear as mudanças, se as houver.
Tanto mistério, estimula cada vez mais as duvidas, a preocupação e o alerta da sociedade.
Não só sobre as próprias Figueiras, mas também e muito especialmente sobre o próprio estado da rua, da pavimentação e das responsabilidades que possam caber aos responsáveis pela execução.
Esta certo o Eng Edgar Odebrecht, ao afirmar que é a prefeitura é quem deve se manifestar, o erro é imaginar que a prefeitura possa ser alguém distinto de você ou de mim, porque o laudo foi pago, com recursos públicos, os seus e os meus, e a transparência deve ser total e obrigatória.
O laudo técnico deve ser divulgado imediatamente

Meio Ambiente

Sigilo no laudo das figueiras

Prefeitura não abre conteúdo de estudo que pode ajudar a definir destino de árvores

O estudo técnico que deve ajudar a decidir o destino das figueiras às margens do rio Cachoeira está pronto. A Geoforma, empresa contratada pela Prefeitura de Joinville, entregou o laudo no começo do mês. Mas até agora o assunto é tratado em sigilo na Secretaria Municipal de Infra-estrutura (Seinfra). Ninguém revela as conclusões do laudo que pode reacender a polêmica aberta em janeiro com a decisão do prefeito Marco Tebaldi de cortar 46 árvores porque estariam estragando o asfalto na avenida Hermann August Lepper e oferecendo riscos ao trânsito.

O secretário de Infra-estrutura, Roberto Winter, avisa que o estudo não será divulgado antes de ser repassado ao setor jurídico da Prefeitura. De acordo com o engenheiro da divisão de obras da Seinfra, Fabiano Lopes, o material não foi discutido por todos os técnicos. Segundo ele, a situação das figueiras é apenas um dos tópicos da avaliação, que tem como principal preocupação oferecer um panorama sobre as condições do talude (plano inclinado de terra) às margens do rio Cachoeira.

"As figueiras são apenas um dos itens de avaliação. O estudo engloba situações maiores e avalia os problemas da pavimentação", garante. Lopes adianta que fez uma leitura preliminar do relatório, mas que ainda não emite conclusões a respeito do documento. Segundo ele, uma equipe da Seinfra deverá fazê-lo conjuntamente, sem prazo definido. Até lá, explica, nada será feito com as árvores. "Vão continuar como estão até que se discuta o que fazer."

O engenheiro Edgar Odebrecht, um dos donos da Geoforma, também evita adiantar informações. "O estudo pertence à Prefeitura e só ela pode falar a respeito." A Seinfra anunciou, em março, a contratação de um laudo técnico para a Geoforma para definir o que seria feito com as árvores. Na época, uma das figueiras deslizou devido as chuvas, deixando meia-pista da avenida interditada. Cenário que permanece até hoje.

Moradores e especialistas divergiram quanto ao que poderia ser feito para aumentar a segurança no local. O corte e a poda foram soluções propostas, mas a Prefeitura não fez nada até agora.

23 de julho de 2008

Qualidade sob fogo


A qualidade de vida de uma cidade não se constroi de hoje para amanha, por isto a sua destruição não poderia ser alcançada com uma única ação isolada. A perda da qualidade de vida das pessoas é lenta, gradual e irreversível.
Em Joinville, estamos degradando os nossos valores. Quase nada resta daquela cidade que foi tão elogiada pelo presidente Afonso Pena, quando chamou Joinville de Jardim do Brasil, as residências dos joinvilenses estavam adornadas com lindos canteiros floridos, gramados manicurados e nos quintais pomares de frutas variadas que adoçavam o gosto e o espírito. Nada sobrevive da Joinville que não precisava fechar as portas, e delimitava os espaços com cercas de madeira, que não impediam que os vizinhos se conhecessem e se cumprimentassem. Quase nada queda nem daquela Joinville, nem muito menos daquelas gentes que nela moravam, dos seus valores e das suas costumes.
O crescimento desordenado, a perda dos valores e a falta de princípios éticos e morais, permeia hoje a nossa cidade e a nossa vida.
O bairro América representa hoje um dos melhores exemplos, de como o trabalho orquestrado e levado a cabo, com precisão de magarefe, com a tosca rusticidade daquele que não conhecendo o belo, não valoriza o resultado do trabalho e da ordem, que avesso a probidade, se sente mais a vontade no lodo e na caótica desordem, em que seus referenciais prosperam e crescem.
As constantes ameaças e as agressões que o bairro sofre, com maior impetu nos últimos anos, tem como objetivo acabar com o modelo que as suas ruas arborizadas representam, com o espaço que os seus jardins oferecem para o lazer e solaz de toda uma comunidade que tem sido tão duramente privada deles. Irrita o Bairro America, irritam as suas ruas largas, as suas calçadas, as suas casas e as suas gentes. Irritam porque são uma lembrança evidente e constante, que o destino desta cidade poderia ter sido outro.
As constantes alterações da lei, a soturnidade e o silencio dos agressores, evidencia as suas intenções e deve servir de alerta a sociedade.

22 de julho de 2008

Texto de Jorge Wilheim

Mão escondida projeta arquitetura medíocre

Jorge Wilheim

Ao examinar os projetos imobiliários que abundam em nossos jornais, noto que ultimamente a cor verde predomina: oferece-se à venda a paisagem vista da janela - um parque longínquo ou o jardim, por vezes bem elaborado, que constituirá o verde privativo de quem pode. Recentemente até se oferece um simulacro de vida urbana, ao propor-se - imaginem! - uma rua, como aquelas de verdade - lembram? - em que as crianças se conheciam e brincavam; agora, porém, rua privativa, também para quem pode. Em alguns casos se oferece um centro esportivo ou um spa, de diminutas proporções, só para mencionar.

Simulacro de paisagem urbana, simulacro da sociedade reduzida a condôminos, simulacro de cidade. Parece que o mercado, mesmo usando sua mão escondida - diferente da mão invisível de Adam Smith (1723-1790), segundo o qual ela transformaria interesses individuais em bens sociais -, ainda não conseguiu apagar a lembrança de que a propriedade a ser vendida se situa numa cidade real, gerando um simulacro, exclusivo e excludente. Não nego a demanda por segurança que está na sua origem, mas questiono a falta de criatividade das soluções.

Quando plantas dos apartamentos são publicadas, espanta-me a similitude dos programas e dimensionamentos: parece que há um único protagonista a desenhar com sua "mão escondida" todas as plantas, com iguais dimensões dos quartos, denominações sempre que possível em inglês e a presença inevitável, esta brasileira, da churrasqueira.

O que não se publica é o nome do arquiteto autor desses projetos! A "mão escondida" o apagou, seja por não considerá-lo importante a ponto de figurar ao lado do decorador, do paisagista e dos realizadores do empreendimento; seja porque o próprio arquiteto não se sinta à vontade com o resultado. Se arquiteto existe, como entender, tiradas poucas exceções, o descaso com a estrutura e com a fachada, geralmente um aplique colado, muitas vezes imitando um paupérrimo estilo neoclássico?

Ao percorrer a cidade, vejo, com espanto, o resultado disso: um descalabro arquitetônico, na profusão grotesca e gigantesca de fachadas sem caráter, uma acúmulo de mediocridade preenchendo a paisagem urbana, num completo descaso com a rua em que cada prédio se localiza, ao atulhá-la com trânsito que não pode suportar e uma seqüência de grades, muros, muralhas com guarita, por vezes parecendo-se com presídios. Expressão voraz e predatória do privado não-urbano, recusa da cidade e da vida societária, exclusão ostensiva de tudo o que é público, de todos.

Onde estão os arquitetos herdeiros de mestres da arquitetura residencial? Não mais se encontram, e perdoem a generalização, pois exceções certamente existem, projetos que emulem os esplêndidos edifícios Esther (Vital Brasil), Prudência (Rino Levi), Louveira (Artigas), General Jardim (O. Bratke), Mena Barreto (Aflalo e Gasperini), Guaimbé (Mendes da Rocha), Higienópolis (Heep), Sto. André (Pilon), Copan e Eiffel (Niemeyer) - todos exemplos de boa arquitetura, forte identidade, criatividade, bom ambiente para os seus moradores, enriquecendo a paisagem de suas ruas. E, na ocasião, bem vendidos, com lucro para seus empreendedores...

Enquanto os edifícios residenciais de hoje se apresentam uniformes e medíocres, de autoria anônima, a cidade apresenta bons projetos comerciais e institucionais, revelando a existência de empreendedores mais generosos e o trabalho sério de excelentes arquitetos; entre eles, Botti e Rubin, Aflalo e Gasperini, Carlos Bratke, Isay Weinfeld, Rui Ohtake, Paulo Mendes da Rocha e um bom grupo de jovens arquitetos cujas obras se destacaram na última Bienal de Arquitetura.

Há, portanto, salvação possível. Os empreendimentos poderão produzir lucro mesmo com projetos bons, livres da mão escondida que impõe programas, dimensões, estilos. Para fugir da mediocridade haveria alguns passos a dar.

Do lado dos empreendedores - embora a lógica do sistema os leve a não se preocuparem com a cidade, e sim apenas com o lote -, tomar consciência de que o campo de ação de seu negócio ficará mais restrito e mais caro à medida em que, por sua ação predadora, ruas e bairros forem sendo destruídos. Por outro lado, se o corretor de vendas ou quem contabiliza o investimento substituir os arquitetos nos momentos cruciais de elaboração de projetos, põe-se a perder a principal contribuição desses profissionais.

Do lado dos arquitetos, estranho o silêncio obstinado das entidades de classe, dos críticos de arquitetura, da imprensa especializada. A Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (Asbea) - de cuja criação participei - limita-se a se alinhar ao lado da associação de seus clientes, o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis (Secovi), sem respeitar a natural diferença de enfoques e de interesses a defender. Pois nem sequer exigem que o nome do autor de projeto seja obrigatoriamente enunciado...

Compreende-se que o Sindicato dos Arquitetos permaneça silencioso nesta questão, pois a precariedade de contratação e o elevado número de profissionais concorrentes não estimula o debate, arriscando o emprego. Mas não compreendo o silêncio do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), veneranda instituição presente em momentos decisivos de nosso desenvolvimento, que tergiversou na discussão do Plano Diretor Estratégico e agora silencia no momento em que este é ameaçado de desfiguração, deixando a tarefa a outras organizações da sociedade civil. Seu papel tradicional em defesa da arquitetura e da cidade, papel cultural e social, deveria levá-lo a levantar os problemas que aponto neste artigo, liberando-me, aliás, do constrangimento de escrevê-lo...

Jorge Wilheim é arquiteto e urbanista

21 de julho de 2008

O debate

Os leitores deste blog, foram informados, da ausência do editor, o que não impede que graças a tecnologia que a internet nos proporciona, seja possível acompanhar, mesmo de longe os acontecimentos de Joinville.

Para estimular o debate e a troca de opiniões um comentário sobre o debate, que não pude acompanhar.


PRIMEIRAS IMPRESSÕES

O debate ocorrido na TVBV com os candidatos para prefeito de Joinville, embora um tanto estéril de idéias e proposições, permitiu-me colher algumas impressões iniciais. Mauro Mariani mostrou que está tentando se “enturmar” na cidade, pois é o pára-quedista da hora. Tem um bom discurso e pouco citou seu padrinho e cabo eleitoral Luiz Henrique. Apresentou boas propostas como o parque do batalhão e a ampliação do PSF. Exagerou em propor um túnel ligando o centro ao Boa Vista, pois o custo desta obra a torna dispensável e supérflua diante de tantas outras prioridades. Rodrigo fez a pose do bom moço e um tanto ambíguo quando se declara independente, pois não perdeu oportunidades para citar sua participação no atual governo, seja como prefeito interino ou como presidente da Fundação Cultural. Pareceu-me certa incoerência. Acertou nas propostas de inclusão social para o combate às origens da insegurança pública, assim como acertou na implantação do corredor de transporte na Beira Rio ou ainda no resgate dos trilhos para o trem de passageiros. A proposta da mega-secretaria soou um tanto eleitoreira. Carlito não parecia veterano em campanhas para prefeito. Pareceu nervoso no início do debate e melhorou no final. Citou muitas conquistas mas passou do limite na apropriação de todas as boas ações para os problemas da cidade. Seria mais honesto se não desmerecesse outros atores. Destaque para propostas de inclusão social, o orçamento participativo e seu grande trunfo que é ter o Governo Lula como aliado. Darci de Matos foi o candidato de Shangrilá, ignorando os problemas que a cidade deseja resolver. Sisudo, deu a impressão que algo o incomodava. Carrega o fardo de ser o candidato do continuísmo. Afirmar que irá manter os mais de 500 cargos de nomeação política existentes na Prefeitura passou a ser uma temeridade. Sem propostas objetivas protegeu-se utilizando superlativos à cidade como se tudo estivesse resolvido. Faltou-lhe personalidade. Rogério Novaes foi a grande surpresa pela postura tranqüila e com boa capacidade de articulação nas respostas. Foi o mais claro e objetivo na apresentação de propostas. Destacaram-se a ampliação de leitos hospitalares públicos e o anel viário que se faz necessário e é factível. Se tivesse a idéia do custo de manutenção de um hospital talvez não fizesse a promessa de construir dois. Não perdeu a oportunidade para apresentar-se como um candidato técnico e sem vínculos. Kennedy, dentre os atuais favoritos, foi o mais tranqüilo e razoável. Ainda tem ar de apresentador na postura, mas isto lhe rende a facilidade de articulação verbal frente às câmeras. Mais realista, demonstrou ter uma boa noção dos problemas da cidade. Fez críticas certeiras ao atual governo, diferentemente da apatia dos demais. Dentre as propostas, a que mais chamou atenção foi o compromisso em dialogar com a sociedade nos grandes projetos. A implantação de policlínicas, projetos voltados à inclusão social, qualificação profissional e redução da máquina pública também foram destaques. Poderia ter evitado a história do viciado em crack.

Enfim, ainda falta muito conteúdo para uma avaliação mais profunda. Por isto mesmo prefiro os debates ao vivo que são oportunidades ímpares para que o eleitor compreenda as proposta dos candidatos, seu caráter, sua capacidade de lidar com questionamentos diretos e as adversidades do improviso. Bons debates são mais importantes do que a enlatada propaganda eleitoral obrigatória ou ainda os comícios chatos regados à musica sertaneja.


Sérgio Gollnick
Arquiteto e urbanista

SOBRE TEMPO E JABUTICABAS



SOBRE TEMPO E JABUTICABAS

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicentemente, mas percebendo que faltam poucas, rói até o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes. Nunca será perda de tempo.

O essencial faz a vida valer a pena.
Basta o essencial !

(Autor desconhecido)

20 de julho de 2008

Para os leitores que solicitaram


Esta é a imagem do Imperador Marco Antonio, é possível ainda ler de novo o texto Vem aí um capitulo interesante da historia de Roma... ajuda a entender melhor como funciona a vontade imperial.
Como os imperadores a partir de assumir um poder que chegou a ser absoluto, perderam os referenciais e passaram a agir como ditadores.
Sem que o Senado exercesse as suas obrigações republicanas e constitucionais.
Aqui em Joinville, não devemos nós preocupar, porque existe um equilíbrio entre cada um dos poderes constituídos, Executivo, Legislativo e Judiciário, que garantem ao cidadão a defesa dos seus direitos e o cumprimento da lei.
A historia da Roma imperial, esta muito distante no tempo e na distancia do nosso sistema democrático e participativo.

19 de julho de 2008

Olhe bem, este é o projeto


Aqui esta a imagem da reforma do projeto da praça Lauro Muller, menos arvores, mais piso, menos area verde, mais espaço para os carros, menos espaço para as pessoas. Toda uma filosofia de trabalho. Todo um conceito de cidade.
Fica cada vez mais longe a cidade das flores, de seguir por este caminho continuaremos perdendo qualidade de vida.

Acorda Joinville!!!

17 de julho de 2008

Para não esquecer


A Reforma da praça Lauro Muller, representa menos árvores, porque a maioria das árvores (Dillenia indica) que hoje estão na praça serão cortadas e representa uma maior impermeabilização do solo urbano.
Desde todos os aspectos representa um claro retrocesso. Representa a perda de área verde no centro da cidade, representa também aumentar o espaço para veículos em detrimento dos pedestres. Principalmente representa perda de qualidade de vida.
É triste que as intervenções que a prefeitura esta iniciando no centro da cidade, tenham como objetivo reduzir também a área verde de praça Dario Salles, para dar mais espaço para os veículos em detrimento dos pedestres.
Alem de não fazer os parques que a população tanto precisa a administração do prefeito Tebaldi, esta recortando as poucas áreas verdes que ainda permanecem.
A população e principalmente os comerciantes e os moradores do centro da cidade, deverão se manifestar.
Parte dos problemas que a prefeitura vem enfrentando, se originam na dificuldade que esta administração tem para dialogar com a população, ao não apresentar os projetos para um debate aberto e não realizar os estudos técnicos necessários a população passa a se opor as iniciativas da prefeitura.
Por outro lado, surpreende que a prefeitura esteja demonstrando tão pouca sensibilidade, num momento politico delicado. Ou o prefeito acredita muito no seu candidato e na sua avaliação, todo este desgaste não afectará o seu desempenho, ou o prefeito desistiu de eleger o seu candidato. quaisquer das duas alternativas parece pouco provável, o desgaste é claro.
Veja a pesquisa aqui no blog, como você avalia a gestão do prefeito Marco Tebaldi? Qual é o seu candidato a prefeito nas próximas eleições?

15 de julho de 2008

A moral de cada um.....

Ao ver Lula defendendo seu filho que recebeu R$ 15 milhões de reais da TELEMAR para tocar sua empresa, Élio Gáspari publicou essa história buscada no fundo do baú:
Em 1966 o presidente Castello Branco leu nos jornais que seu irmão, funcionário com cargo na Receita Federal, ganhara um carro Aero-Willys, como agradecimento dos colegas funcionários pela ajuda que dera na lei que organizava a carreira. O presidente telefonou ao irmao, mandando-o devolver o carro. O irmão argumentou que se devolvesse o carro, ficaria desmoralizado em seu cargo. O presidente Castelo Branco interrompeu-o dizendo:
- "Meu irmão, afastado do cargo você já está. Estou decidindo agora se você vai preso ou não".
E o Lula ainda sonha que não existe ninguém nesse país com mais moral e ética que ele.

Cada povo tem o governo que merece.

Vamos Cuidar de Joinville

Cada dia mais e mais carros circulam na cidade, com esta mensagem em fundo amarelo e letras em vermelho, pode ate ser que seja já uma mensagem de algum candidato que tenha começado a fazer campanha antes do prazo.
Como não tem nenhum nome, nenhum numero, deve ser a mensagem de um grupo de voluntários altruístas e destemidos, que acreditam, como eu, que Joinville precisa de alguém que a cuide melhor.
Pode ate ser que tenha alguém que cuide de Joinville, no sentido metafórico, que a cuide como se a cidade fosse dele, e só dele.
Joinville precisa, sim, ser cuidada, a cidade precisa de um cafuné. De um, não de muitos, porque faz tempo que a cidade não estava tão descuidada.
Agora claro, com o período eleitoral, as coisas mudam, a cidade esta recebendo aquela faxina , para inglês ver. Aquela pintura que se coloca sobre a sujeira, aquela nova camada de asfalto, para dar o ar de novo, mesmo que a gente saiba que não vai durar. Aquelas florzinhas mixurucas plantadas as presas, a preço de rosas importadas é o mundo do faz de conta.
Eu estou com a turma, dos que querem cuidar de Joinville, mas dos que querem de verdade, com balde, agua e sabão, para esfregar a sujeira.
Mas para cuidar de Joinville tem que estar disposto a abrir as janelas e deixar a luz do sol entrar, a esfregar com agua sanitária, porque se não, o cheiro de sujo não sai.
Vamos aderir a campanha e vamos cuidar de Joinville, cada um começando em casa, depois na sua calçada, na sua rua, no seu bairro.
Porque do jeito que esta, não esta dando. Quem deveria cuidar tirou ferias.

A reforma das novas praças ja começou

Lembrem que o objectivo principal é só para fazer de conta ate 3 de Outubro.

Errei feio


Imagina que fiquei super feliz com a noticia que o prefeito Marco António Tebaldi, assumiria a secretaria da saúde, com a sua reconhecida capacidade gerencial, em pouco tempo conseguiria por ordem na saúde de Joinville e isto alem de ser bom para os joinvilenses, deveria ser melhor para o seu candidato oficial. Inclusive escrevi um texto sobre isto A Saúde em boas mãos .
Agora recebo a informação que como o cargo de Secretario da saúde, tem muito trabalho, é muito documento para assinar, precisa alguém com dedicação exclusiva.
Ora bolas, será que o prefeito não sabia? Antes de se auto proclamar secretario, não teria sido melhor se inteirar melhor das responsabilidades e dos compromissos? Ou pensou que gerenciar a saúde era igual que administrar o JEC? Ou sera que o prefeito esta com tempo sobrando?
Será que o prefeito Tebaldi, não tem assessores? e se os tem, porque não lhes faz um pouco de caso? De verdade que não da para entender.
Quaisquer pessoa, inclusive as menos esclarecidas, sabem que a Secretaria de Saúde é uma das mais importantes e complexas do município, que precisa de dedicação exclusiva e especialmente de um gestor competente e conhecedor do tema. Nada que pudesse ser acumulado pelo prefeito.

14 de julho de 2008

Com relação ao problema do transito


Em Joinville, numa recente reunião, na sede da CDL, alguem lembrou da frase de Chesterton:







"Não é que eles não possam ver a solução. è que eles não conseguem ver o problema."


Gilbert Keith Chesterton

Da forma como tem sido abordados os problemas referentes a desenvolvimento urbano, transito e planejamento, a frase de Chesterton poderia ser adaptada a nossa realidade, e ficaria com a redação seguinte: " Não é que eles ( IPPUJ - PMJ) não tenham ideia da solução. É que eles não tem a menor ideia de qual é o problema. Imaginam que os corredores podem resolver."

Por isto que as propostas continuam na linha da tentativa e o erro, ou do Vamo vendo. em todo caso e bom lembrar que atuar sem pensar, é como atirar sem apontar.

Comentando a posição da ACIJ

Em azul o texto da ACIJ, em vermelho os comentários.

Inicialmente parabenizar a entidade empresarial, por posicionar se, a sociedade e especialmente os seus associados, tem agradecido, quando os posicionamentos da ACIJ, são públicos, claros e transparentes. Quando é o resultado de acordos e conversas entre quatro paredes, a entidade tem perdido força e representatividade. O documento é muito sucinto e simplório para o momento atual, excesivamente superficial e generico. Confesso que esperava mais de uma entidade tão poderosa. Não se faz enérgico, como poderia, e exclui fatores importantes que deveriam fazer parte de uma agenda obrigatória da entidade para com a sociedade. Traz a tona um modelo de privilégios quando sugere o fortalecimento do Desenville, que não representa a toda a sociedade, apenas a classe empresarial, esta mesma classe que se postou omissa das grandes decisões ou debates nos últimos anos. Um texto com excessos semânticos e carentes de conteúdo prático. O texto contém um posicionamento muito conservador, quase óbvio, sem surpresas, pouco arrojado e corajoso. Confesso que esperava bem mais. Ainda que avaliando melhor, não sei porque poderia esperar muito mais. A ACIJ cumpriu o seu papel e fez o que se espera dela, nem um atimo a mais.

ELEIÇÕES 2008: PROPOSTA DE ATUAÇÃO
AOS CANDIDATOS A PREFEITO DE JOINVILLE

1. De Natureza Institucional -

1.1. Comprometer-se a adotar métodos modernos de administração pública, inclusive profissionalizando-a segundo recomendações de órgãos especializados (Gespública) com vistas a desburocratizar os procedimentos, tornar os dados transparentes, otimizar os recursos públicos e fixar metas de longo prazo para melhorar a qualidade de vida em nossa cidade e reduzir a despesa pública para que seja possível amenizar a carga tributária.

Parabéns! Mesmo que seja elementar e que se estaja dizendo o basicão, a proposta deve ser aplaudida, só falta dizer como a ACIJ fará para acompanhar, quais os indicadores que utilizara como referencia e porque não tem se manifestado ate agora de uma forma enfática, como já fez no passado, quando da implantação da meia jornada, ou pela decretação de feriados e pontos facultativos sem mesura. O silencio da ACIJ, com relação ao inchaço escandaloso do numero de funcionários públicos municipais e a ineficiencia da gestão da maquina publica, tem causado dor aos ouvidos mais atentos.

1.2. Adotar posturas que restabeleçam e institucionalizem a independência real e efetiva entre o Poder Executivo Municipal e o Poder Legislativo.

Lindo; como discurso é perfeito. Mesmo que a ACIJ, tenha sabido utilizar a sua conveniência o patrulhamento do prefeito, sobre a Câmara de Vereadores, quando tem sido da sua conveniência. Parte desta cobrança deve ser feita sobre os candidatos a vereador, para que não troquem o cargo de vereador por uma secretaria ou por um cargo no primeiro escalão da prefeitura. Se os vereadores não aceitassem os convites à promiscuidade seria muito menor. ACIJ fazendo um discurso republicano é muito bom. Falar do equilíbrio entre os poderes é perfeito.

1.3. Propiciar a participação da sociedade na estruturação de propostas para a solução de grandes problemas do interesse do Município. Instituir no Regulamento do Desenville que, nas reuniões mensais, a pauta seja preparada, alternadamente, pelo Gabinete do Prefeito e pelos representantes da sociedade civil que dele participam.

A lei prevê estruturas democráticas e participativas, que o prefeito tem evitado implantá-las, como o Conselho da Cidade, que mesmo previsto em lei, tem sido negaceado pela própria ACIJ. É importante e digno de elogio que a entidade empresarial, reconheça os seus erros do passado e peça uma maior transparência e uma maior participação da sociedade organizada. O melhor de tudo é ainda o reconhecimento publico da ACIJ, que o Desenville, não tem servido para propiciar o debate, na forma que a entidade espera. Não faz muito do estilo da entidade participar de reuniões e conselhos dos quais não tenha participado da elaboração da pauta. O Desenville carece da representatividade que o Conselho da Cidade tem e perdeu o seu objetivo original.


2. De Natureza Administrativa -

2.1. Atuar firmemente na área da educação fundamental (que já é destaque em nosso
Estado
) levando-a a uma posição de referência nacional e bem assim atuar também na gestão da educação como um todo, como facilitador.

Irretocável, a educação é o único caminho para desenvolver este pais e esta cidade. Para quem pense que investir em educação é caro, deve lembrar do preço da ignorância.

2.2. Tornar efetiva a implantação das obras de saneamento, com a instalação da rede de esgoto e abastecimento de água, já que os principais óbices foram finalmente eliminados, e melhorar a qualidade dos serviços de saúde.

É vergonhoso que depois da municipalização do serviço de água e esgoto, o saneamento básico, não tenha sido o foco principal de pressão da sociedade, especialmente das entidades empresariais. Ótima proposta, mesmo que chegue tarde. Seria importante definir metas e fazer o seguimento da implantação. O executivo municipal nesta gestão tem tido enormes dificuldades em planejar, mesmo que o secretario da pasta, fosse uma indicação da própria ACIJ, e tem tido maiores dificuldades em implantar e executar o que tem sido planejado, mudando e postergando metas e ações ao seu bel prazer. Uma cobrança forte da ACIJ, neste sentido é importante.

2.3. Concluir os estudos e editar a legislação adequada para criar os marcos necessários para a instalação e desenvolvimento da área de transição, no entorno do futuro campus da UFSC, na Zona Sul, inclusive com espaços (a serem adquiridos pelo Município) para a alocação de plantas industriais e outras atividades econômicas.

A falta destes estudos prévios a aquisição do imóvel, e a correspondente falta de definições estratégicas a nível municipal, têm contribuído a fazer escolhas erradas, na identificação do imóvel e agora é preciso elaborar projetos para tentar corrigir os erros de uma decisão mal tomada. Por ter errado no planejamento anterior e que hoje estamos correndo atrás do prejuízo.

2.4. Estudar e executar dentro do novo Plano Diretor, projetos voltados a adaptar a malha viária urbana com vistas a melhorar as condições de mobilidade além de ampliar e criar áreas de recreação.

Como o Plano Diretor sofreu fortes alterações por parte do poder publico que descaracterizaram as suas linhas mestres. Em nome do desenvolvimento e do crescimento futuro. Hoje estamos aperfeiçoando a técnica e implantando as medidas necessárias para fazer de uma forma eficiente o que nem deveria ser feito. O Nosso transito é resultado de uma soma de erros históricos e recentes, a implantação de pólos geradores de trafego sem os estudos de Impacto de vizinhança correspondentes, as alterações da legislação para atender a interesses pontuais, inclusive dos associados da ACIJ, tem nos levado a situação caótica em que estamos. Parafraseando Peter Drucker “Planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mas com o futuro das decisões presentes." Faltou a ACIJ, lembrar do Instituto Joinville, se fosse prestigiado e valorizado pela própria entidade que o impulsionou, o desenvolvimento da cidade seria outro e as linhas estratégicas estariam traçadas.

2.5. Atuar, fortemente, como facilitador na gestão da segurança pública.

O termo facilitador é um termo ambíguo, que isenta a prefeitura de assumir responsabilidades, se a prefeitura fizesse o que tem como obrigação fazer, recuperando os espaços públicos, fazendo a manutenção de sinalização e iluminação publica, combatendo a corrupção, recuperando os valores éticos e morais e principalmente predicando com o exemplo, viveríamos uma outra realidade, tambem na area de segurança publica.


Uma dica para o presidente da CDL

Com relação aos corredores de ónibus, uma dica para o presidente da CDL;

"Nunca discuta com um idiota,

pois você fica no mesmo nível e,

aí, ele ganha pela experiência".

Não é momento para nivelar por baixo, é o momento de apresentar propostas e alternativas, porque de atitudes intempestivas e arrogantes a população começa a ficar cansada. A CDL deve fazer um esforço para manter o nível do debate no patamar inicial e não cair em armadilhas com objectivo de desqualificar o debate.

Decente, indecente

Quando se discute do novo a possibilidade de alterar a lei para beneficiar a um único empreendimento, um novo shopping Center, volta um texto que já publicamos anteriormente neste espaço, mas que continua raivosamente atual.

Um texto curto, mas, creio, revelador na sua síntese.

Qual a diferença entre um país decente e um indecente? No primeiro, os negócios são feitos de acordo com as leis; no segundo, as leis são feitas de acordo com os negócios.

Por Reinaldo Azevedo

Lembra Joinville? Lembra esta administração?

13 de julho de 2008

Os rebeldes da Visconde

Podemos dormir tranquilos, seguros que o nosso sono esta a salvo e que a nossa Joinville será amanha uma cidade melhor.

Finalmente os cidadãos de bem estão decididos a tomar uma atitude, a enfrentar de peito aberto os problemas que afetam a nossa cidade, alguns estão inclusive dispostos a colocar o seu nome num abaixo assinado na internet e outros pensam seriamente em escrever uma carta algum jornal.

Claro que não será hoje, ocupados que estão em bebericar um chopp a mais, em falar mal do emprego que a penas permite chegar a fim de mês, porem sem coragem de pedir a conta e buscar o emprego dos sonhos que pague aquilo que eles pensam que merecem.

Estes rebeldes de boteco, são os que estão fazendo dia a dia uma revolução, com a sua inércia e os seus cochichos, tem a certeza que mudarão o mundo.

O transito esta ficando cada dia pior, e cada um deles teve trabalho para encontrar um espaço para estacionar o seu veiculo. Como é fácil resolver os problemas da cidade aqui, depois de um outro chopp e umas batatinhas fritas. Como é terrível a corrupção, esquecendo que dei R$ 5 para o flanelinha.

O dinheiro esta curto, e a nova televisão de 42 polegadas, me come uma boa parte do salário, mas eu não deixo de reclamar, entre um chopp e um frango a passarinho, de como a cidade esta ficando pior, como a insegurança esta aumentando.

Aos poucos os rebeldes da Visconde, fazem a sua rebelião, na medida que o numero de chopps aumenta, a coragem dos nossos aguerridos combatentes vai crescendo, amanha será um novo dia e tudo terá mudado.

Pelo teor dos discursos, pela força das convicções e pela firmeza das asseverações, podemos imaginar que uma nova Joinville surgirá, construída com o esforço destes heróis, ainda que antes precisamos pensar em trocar de carro. Quem sabe se não seria melhor deixar esta revolução para a próxima semana.

Combinado, na próxima terça a mesma hora, no mesmo lugar, voltaremos a falar. A tomar um chopp e a mostrar nossa revolta com a forma como nossa cidade é administrada. Protestaremos pelo aumento de salário dos vereadores e especialmente do novo imposto e da nova taxa que será criada. quem sabe se desta mesa não elegemos um vereador, na próxima eleição?

Publicado no Jornal A Noticia

Nova frase no blog

Para despertar nos nossos leitores o desejo da reflexão, escolhemos frases, para incluir no blog.
a que acompanhará este blog nos proximos meses é de Darcy Ribeiro.

"Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca"

é sintetiza como nenhuma outra a forma de ser e de pensar deste blog.

48 horas


48 horas, foi o tempo necessário para desmontar telha por telha e tijolo por tijolo, uma residência construída na década de 20, do século passado, quase 90 anos de historia, que de forma meticulosa foram desmontados e desapareceram para sempre.

Imagino que a ausência do prefeito municipal, na hora de entregar o alvará de demolição, deveu se principalmente a outros compromissos mais importantes, agendados com anterioridade.

De todos modos o fato que a demolição se realizasse a menos de 30 metros da sua residência e praticamente na mesma quadra, não deve ter passado despercebido ao nosso alcaide. Paladino do desenvolvimento, Atila da cultura e da preservação.

O fato que a prefeitura só trabalhe pela manha e que os serviços de fiscalização permaneçam desmobilizados nos finais de semana e nos numerosos feriados, que o nosso calendário local nos brinda, faz que Joinville tenha optado por crescer mais nos finais de semana e as tardes.

Este crescimento tem duas vertentes, o das construções ilegais, que depois precisarão de lei especifica para regularizar o irregularizavel, como tem evidenciado as três edições da lei Cardozinho, que tomou o nome do vereador que a propôs. A outra vertente mais perversa, é a que terraplena a nossa historia e os nossos referenciais nos finais de semana, como já aconteceu na residência que ocupava a esquina das ruas 9 de Março e Henrique Meyer. Nenhuma sentença judicial a poderá trazer de volta.

Não tem a menor importância neste texto se a casa em questão localizada na Rua Marechal Deodoro tinha ou não valor histórico, se estava ou não tombada ou em processo de tombamento. Nada disto servira para trazer de volta o que ela representa, as historias que abrigou e a parte de cada um de nós que se perdeu junto com ela.

Na medida em que não seja importante a preservação dos referenciais históricos desta cidade, e que em nome do desenvolvimento possamos destruir todos e cada um dos elementos que formaram a identidade de Joinville e dos que nela moram, veremos ser arrasado o nosso passado.

Nós seremos o resultado das escolhas que fazemos hoje.

O eleitor


Pela frenética atividade destes dias e a que se pode prever, até o dia, em que poderemos saber definitivamente quem será o nosso próximo prefeito, a campanha eleitoral deste ano, será tudo, menos morna.
Alguns dos seus protagonistas, acreditam ainda que o eleitor, pode ser iludido, com uma operação cosmética, sobre a cidade, uma remoção aqui, uma placa la, uma ordem de serviço mais longe, tudo com o único objetivo, de permanecer no poder, de eleger o candidato da continuidade, do continuismo.
A verdade é que o eleitor de hoje, é mais esclarecido, conhece melhor as artimanhas e as estratégias, que tradicionalmente tem sido utilizadas, para eleger ou reeleger os candidatos alinhados com o poder.
A intervenção cosmética e superficial que esta sendo proposta para Joinville, é um exemplo claro disto, recursos públicos estão sendo direcionados, menos a melhorar a cidade e mais a criar uma cortina de fumaça, que leve aos cidadões a esquecer a ineficencia do tempo que antecedeu ao período eleitoral.
O objetivo é fazer esquecer, criar uma cortina de fumaça que leve a pensar que toda esta gestão, tem sido uma gestão atuante, com obras e intervenções importantes na cidade e que a partir dela tem sido traçadas as linhas estratégicas do seu desenvolvimento futuro. Nada mais longe da verdade.
Joinville, tem perdido qualidade de vida, nos últimos anos, o referencial mais claro é o da mediocridade, do que em português coloquial tem se denominado "meia boca". Um trabalho que fica aquém do que o cidadão espera e deseja, do que é necessário para desenvolver de uma forma harmónica e estruturada e alem do que seriam os custos adequados e praticados na iniciativa privada.

Ruas arborizadas

Se Joinville tivesse um mínimo de manutenção das árvores das suas ruas e em lugar de cortar as árvores e impermeabilizar cada vez mais as nossas ruas e espaços públicos.
Com uma poda mínima, para controlar o desenvolvimento das árvores e mantendo o que já temos, Joinville poderia ser uma cidade com ruas arborizadas, calçadas nas que fosse possível passear e uma cidade com mais qualidade de vida.

Uma denuncia que deve ser investigada

Do leitor e colaborador deste blog Gert Roland Fischer, recebo esta denuncia.

O projeto parque bontanico Raulino Raitz no Floresta com 40.000 metros quadrados imovel que pertenceu aos contribuintes de ICMS foi doado pelo Imperador a um grande amigo. Privatizou-se o imprivatizável.
Gert Roland Fischer

Se aceitam colaborações, aonde é o local? Quando foi publicado no Jornal do Municipio ou no Diario Oficial do estado a transferencia do imovel? Quaisquer informação serve de inicio, para poder confirmar a denuncia.

Para mais informações sobre o imovel de 40.000 m2 no Floresta, basta pedir ao Registro de Imoveis de Hercilio da Conceição - uma transcrição das matriculas ns. 9.422 e 9.423.
Uma estoria interessante, digna dos registros universitarios da região.

Em 1992 a APREMA-SC elaborou um projeto para esta área, protolando copias do projeto arquitetonico e de usos da área para as seguintes entidades e pessoas: FUNDEMA, FATMA, Administração Regional com Manoel Mendonça, Copia entregue em mãos do Governador Esperidião Amim, copia entregue para o Dep. Eni Voltolini, copia para o Ministerio publico Federal e Estadual - Dra. Thais Scheffer, copias para o prefeito de Joinville, LHS, copia para o Seinfra, etc. etc.
Sempre fora dito para os diretores da APREMA-SC que este imovel teria um novo dono.
E teve.
O imovel hoje hostenta uma grande placa de propriedade particular.
Muito interessante esse caso de um terreno tão valioso que deixou de ter um PROJETO DE UM JARDIM BOTANICO - RAULINO RAITZ em homenagem ao mais importante botanico deSanta Catarina.

12 de julho de 2008

O melhor possivel...


"Não adianta dizer: "Estamos fazendo o melhor que podemos". Temos que conseguir o que quer que seja necessário."
W. S. Churchill

Quando somos confrontados, com a mediocridade, que se empenha em querer nos convencer, que devemos, não só aceitar, o que é pior, nos satisfazer com o melhor possível.
Uma frase golpeia com força os nossos ouvidos e as nossas mentes, devemos exigir o que é necessário.
Porque Joinville merece. Merece muito mais que o que recebemos em nome do "melhor possível”.
Sem exceções, querem nos acostumar a aceitar soluções tacanhas, remendos, as vezes simples empulhação.
E precisamos aprender a dizer, Basta!. Chega de ruas esburacadas, de filas nos postos de saúde, de alunos que ainda precisam do turno intermediário, de reformas intermináveis, de obras inacabadas, de recursos públicos mal administrados.
De nada servem as fortunas gastas em campanhas publicitárias, para querer nos convencer que Joinville é a melhor, é verdade que já foi melhor e que cidade e os seus cidadãos desejam uma cidade melhor que a atual. Reconhecer as nossas deficiências e querer superá-las deve ser o inicio de uma longa recuperação.
Porque é o momento de fazer mais que o possível, chegou a hora de buscar entre todos, aqueles que querem fazer o que seja necessário, aqueles que estão dispostos a ir alem do possível.
A inércia, a inépcia e a desídia, tem nos conduzido a um beco sem saída. Estamos hoje frente a uma situação que só poderemos superar, com outras atitudes que as que nós trouxeram até aqui.
Com outra forma, com outro estilo de administrar a cidade. Não necessariamente nova, mas com certeza muito diferente que a atual.
Não precisamos um caminho novo. Temos que construir um novo jeito de caminhar.


Maior ou Melhor


Em vários dos nossos posts, temos abordado a diferença entre ser maior e ser melhor, entre crescer e desenvolver, ou como Arno Kumlehn escreve, entre crescer e prosperar.
Crescer pelo gosto de crescer parece ideologia de célula cancerígena, não parece que seja muito inteligente e o que é pior não tem nós garantido bons resultados.
Este tema, com outras abordagens tem sido postado aqui no blog, recomendo dar uma lida nos textos: A desambição e o desenvolvimento, Quantidade vs Qualidade

MAIOR OU MELHOR ?

Constantemente nos bate a porta através de vários meios, um processo de ufanar (vangloriar-se) a cidade de Joinville como a maior cidade do estado, a terceira maior do sul do Brasil, entre outros predicados. Quantitativamente alguns números não mentem: maior colégio eleitoral e maior arrecadador de tributos de Santa Catarina. Isso gera certo orgulho bairrista no cidadão do lugar (o que é esse lugar?), porém, quais as vantagens que nós moradores usufruímos destes dados quantitativos?

O processo de crescer é quantitativo e inerente à palavra cidade, portanto “comparáveis a organismos vivos. Estruturas que sofrerão doenças, traumas..., mas que etapa a etapa, tal qual um corpo humano, precisarão de cuidados e intervenções para que se adaptem à nova situação de forma rápida, preferencialmente de maneira preventiva.”¹

Como faremos essa transformação, de trocar o verbo crescer para “prosperar”¹, em suma qualificar? Neste ponto surge o primeiro problema, pois “qualidade tem muitos significados, pessoas diferentes dão importância a coisas diferentes”². Poderíamos agora sugerir inúmeros exemplos de qualidades requeridas pelo usuário da cidade para eventos do cotidiano, porém, manterei o discurso conceitual. Voltemos então ao lugar, ao espaço geográfico ou natural que cuja presença do homem transformou e que sofreu transformações pelos processos de produção. Nesse lugar se dão todas as relações, onde somos afetados por fenômenos: ambientais (quente/frio/sol/chuva) e ecológicos, funcionais, econômicos e estruturais, visuais, inter-pessoais, psicológicos, simbólicos e culturais. É nesse lugar ³ que queremos prosperar, no sentido amplo da palavra riqueza e não apenas quantitativa. Um prosperar sustentável que responda as necessidades do presente sem comprometer as capacidades futuras.

Nós devemos procurar formas para essa qualificação, estabelecer alguma forma coletiva de cobrar as dimensões do prosperar, que no meu entendimento devem passar pelo prosperar ambiental na sustentação dos ecossistemas, o prosperar social com a melhoria nos processos e acessibilidade a educação e saúde, prosperar politicamente na construção da cidadania que visa à incorporação dos indivíduos ao processo de desenvolvimento, prosperar econômico na gestão prioritária e eficiente de recursos, prosperar demográfico quanto aos limites do lugar em relação aos seus recursos, prosperar cultural e o prosperar institucional no que tange a criar um processo de relação na sociedade para garantia de suas vontades. Esse exercício conceitual de pensar o prosperar, o qualificar pode agora sugerir individualmente inúmeros requisitos desejáveis para a maior cidade, porém “em primeiro lugar, é mister nos igualarmos , pelo saber, a essa visão, tomar posse dela, dizer o que é nós e o que é ver, fazer, pois como se nada soubéssemos, como se a esse respeito tivéssemos que aprender tudo.”4 Algum dia então um poderemos realmente nos orgulhar não de sermos os melhores, mas sim de termos apreendido com nossos erros.

Arno Kumlehn
Arquiteto e Urbanista


Bibliografia
1. Mandelli, Pedro, Gestão das Mudanças , Campus 2003
2. Kotler, Philip, Marketing Para o Século XXI, Futura 2000
3. Queiroz, Luiz Augusto de , A Teoria do Lugar Central, USP,19824. Merleau-Ponty, M. , O Visível e o Invisível, Perspectiva 1973

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