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4 de abril de 2014

A falta que faz um pouco de oposição


Em nome da governabilidade a política tem se convertido numa geleia real que reúne em torno do poder e principalmente das suas benesses a inimigos até ontem irreconciliáveis.

Tudo vale para alcançar o poder e neste quesito a falta de princípios morais e éticos é o melhor aliado dos políticos que fazem do assalto sistemático aos recursos públicos, a ocupação de cargos e o preenchimento de espaços políticos a sua pratica quotidiana.

O resultado mais evidente é o aumento da arrogância e da prepotência dos ocupantes de cargos públicos, que se consideram acima do bem e do mal, e se acham no direito de tratar o eleitor e a sociedade como um tudo, com total falta de respeito. Projetos de lei são encaminhados a Camara de Vereadores sem os estudos e as justificativas necessários e suficientes e esta pratica cada vez mais habitual é o resultado da pressa por um lado e da certeza que a ampla maioria do executivo no legislativo, permitirá que os projetos sejam aprovados no grito, sem maior debate, sem que possa ser adequadamente avaliado o seu impacto sobre a sociedade.

O caso da chamada “Reforma administrativa” encaminhada pelo executivo e aprovada com inacreditável celeridade pelo legislativo é um bom exemplo de como podem ser extintos fundações e institutos, remanejados cargos, funções e responsabilidades e tudo isso possa ser feito sem maior discussão e transparência. A pressa tem se convertido na conselheira do governante autocrático e quando acrescida com a arrogância permite que se cometam atropelos que comprometem e ameaçam a própria democracia.


Episódios como este e outros recentes, mostram a importância e a necessidade de contar com uma oposição no legislativo, que seja atuante, critica e combativa. Surpreende a incompetência e torpeza da maioria que desde a sua arrogância e superioridade acha que tudo pode e comete erros e descumprindo procedimentos de forma repetitiva. Da mesma forma como fica evidente a capacidade da minoria opositora que tem conseguido obter importantes resultados para impedir abusos e autoritarismos. Uma sociedade mais democrática se constrói desde o dialogo, o respeito às minorias e a pluralidade. A imposição de um modelo político em que 51% podem impor sua vontade aos outros 49% da sociedade é a deformação da democracia.

16 de fevereiro de 2014

O paradoxo do navio de Teseu


A reforma administrativa anunciada desde o ultimo trimestre de 2013, foi, aos poucos vazando, de forma deliberada e gradativa pela imprensa ou por canais informais. “Fulano vai sair da presidência e assumira um cargo na Camara”. “Zicrano, é o nome de confiança do prefeito para dirigir o Instituto”. “O instituto tal será extinto e as suas funções e competências serão distribuídas entre varias secretarias e fundações”. Uma vez divulgada com fanfarra e foguetório o mais provável é que nada mude muito. E tudo não passe de um factoide efêmero.

Viveremos novamente o paradoxo do navio de Teseu, na sua versão sambaquiana. O que um filosofo local poderia denominar: O paradoxo da batera do Udo. O paradoxo de Teseu propõe uma situação interessante: a tripulação do navio, ao longo do tempo tem ido substituindo todas as tabuas podres ou estragadas e as substituiu por madeiras e aparelhagem novas. De forma que pouco quede do navio original que saiu do porto. Tudo no navio é novo. Mas continua sendo o mesmo navio de Teseu. Assim, mesmo que todo o navio tenha sido substituído, o navio mantém o rumo, a velocidade e o capitão. Nada por tanto mudou.

As mudanças anunciadas projetam um novo paradoxo, o de que tudo mude, para que tudo permaneça como esta. No estilo de Giuseppe Tomasi di Lampedusa na sua novela Il Gattopardo. Alias quanto mais o tempo passa, mais este governo municipal fica parecendo com o anterior e ganhará quem aposte em que não se diferenciará nada do próximo.  Joinville vive uma situação paradoxal. Entra governo, sai governo, assume este ou aquele administrador e os nomes que ocupam cargos comissionados e tem poder de decisão no mudam, permanecem firmemente grudados e mamando nos úberes fartos do poder público. Mesmo com a alternância do poder, a maioria dos cargos é ocupada pelos mesmos nomes de sempre, num caso de mimetismo partidário e de sobrevivência política que merece estudos mais aprofundados.


A conclusão é a de que a reforma administrativa não conseguirá, tampouco esta vez, remover a craca, que presa ao casco do navio municipal, atrapalha a navegação, até o ponto de impedir que o navio singre livremente o Cachoeira e reduz a velocidade até que fique atolado no cais lamacento. 

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

31 de agosto de 2011

Entendendo as mudanças

As trocas na administração pública
De novo a administração municipal faz ajustes e trocas para acomodar a equipe e melhorar a sua eficiência, a ultima foi em Maio e já temos novos ajustes em andamento. Uma fabula serve para mostrar como as mudanças se realizam nestes casos.
O Almirante Nelson voltando de uma longa expedição que tinha durado vários meses, ao se aproximar da costa inglesa e já quase se preparando para as operações de atraque, foi alertado que a tripulação fedia muito, é bom lembrar da precariedade e insalubridade das condições abordo, e que seria oportuno que trocassem de roupa, para amenizar o problema.
Imediatamente o Almirante solicitou ao imediato que tomasse as providencias que a situação requeria e as ordens foram dadas e acatadas com celeridade.
- Marinheiro Thompson troque as suas roupas com o marinheiro Smith.
- Smith troque as suas com o marinheiro Blight, Blight troque com Adams, Adams com Mc Cormick, Mc Cormick com Steven, e assim sucessivamente ate que toda a tripulação tinha trocado as vestimentas. O navio e toda a tripulação continuava fedendo igual.

Dança das cadeiras, segunda versão

Que tudo mude, para que tudo fique como está.


A famosa frase de Il Gatopardo continua mais presente que nunca na nossa sambaquilandia, o Prefeito Carlito, perde por segunda vez a oportunidade de mudar de verdade alguma coisa, a troca de cadeiras que esta conduzindo, parece aquele baile de dois passos para frente e outros dois para trás.


O resultado é evidente, nada vai mudar nos pouco mais de 400 dias que quedam para que conclua este governo. Uma nova oportunidade perdida. Ainda que em honor a verdade, temos que convir que dificilmente alguém se proporia a embarcar num navio que vaga sem rumo, fazendo águas por todos os lados e com uma tripulação inexperiente que só agora, depois de transcorridos quase três quartos da viagem, começa a distinguir a proa da popa do navio.

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