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5 de outubro de 2013

Formando uma boa equipe


Para administrar um país, um estado, uma cidade ou uma empresa é imprescindível saber formar uma boa equipe. Não é mais possível gerenciar tudo nos menores detalhes, o modelo centralizador há sido superado pela complexidade da administração e saber escolher as pessoas certas é um dos maiores desafios que deve ser enfrentado.

Warren Buffett, na hora de contratar pessoas para formar a sua equipe, procura três características: Inteligência, energia e integridade e acha que se não tiver a ultima, não há que se preocupar em verificar se tem as outras duas. Como é difícil que encontremos candidatos que reúnam as três, acabamos escolhendo diversas combinações entre todas as possíveis. Em quanto a maioria considera que os estúpidos são o maior problema, estou convencido que os inteligentes sem integridade são muito piores. Com ou sem integridade é mais fácil ser liderado por uma pessoa pouco inteligente que por uma inteligente.

Erich Von Manstein, um dos maiores estrategistas militares da Alemanha de Hitler, considerava a Kurt Von Hammerstein-Equord ex- comandante em chefe do Ministério da defensa do Reich, um dos homens mais inteligentes que tinha conhecido. Ambos desenvolveram um interessante conceito de seleção de pessoal que já é amplamente seguido na iniciativa privada e poderia ser aplicado na administração pública, se o componente político partidário não tivesse um peso desproporcional no preenchimento dos cargos.


Eles dividiam os seus generais em quatro grupos. Há os inteligentes, os diligentes, os estúpidos e os preguiçosos. Em geral é possível encontrar indivíduos com duas características ao mesmo tempo. Alguns são inteligentes e diligentes, seus lugar é no gabinete do alto estado maior. Outro grupo é o dos estúpidos e preguiçosos, que formam aproximadamente 90% de cada exercito e são dirigidos para os trabalhos administrativos e de rotina. Qualquer um que seja ao mesmo tempo inteligente e preguiçoso é selecionado para os mais importantes postos de liderança, porque tem a capacidade para essa difícil tarefa. Os mais perigosos são os estúpidos e diligentes porque são esses os que sempre causam os maiores problemas.

Publicado no jornal A Notícia de Joinville SC

14 de julho de 2013

As desapropriações (*)

Não há como não ficar irritado com a cantilena da falta de recursos para desapropriar. Importantes obras se alastram por anos ou nem chegam a ser construídas pela dificuldade em desapropriar. O tema das desapropriações seria até engraçado se não fosse triste. É o resultado de uma equação simples que soma a falta de planejamento, acrescenta a ausência de previsão e multiplica pela nossa predisposição natural para a enjambração e a gambiarra.

Nem faz tanto tempo assim o IPPUJ propôs construir um teatro no estacionamento do Centreventos, os visionários de plantão compararam o nosso futuro teatro com o Palais Garnier sede da Opera de Paris,  alegando que o famoso teatro parisino tampouco tinha estacionamento. Provavelmente esqueceram que o principal motivo de não ter estacionamento, tenha sido que foi inaugurado em 1875, dez anos antes que fosse produzido por Carl Benz o primeiro motor de combustão interna e o inicio da produção comercial do automóvel., O mais prudente seria que comparassem também a infraestrutura  e a oferta de mobilidade da capital francesa com a joinvilense.

Tampouco havia outro lugar melhor para a ampliação do Hospital São José que avançando sobre o estacionamento e cortando as arvores existentes. Assim o hospital aumenta a sua oferta de serviços  e sua capacidade o resultado é que os veículos de médicos, enfermeiras, pacientes e familiares se espalham cada dia por mais ruas em volta do hospital.

Ao nao prever no custo das obras os recursos para  as desapropriações necessárias o resultado é que as obras quando finalmente são construídas, se acaba escolhendo locais inadequados e ainda se compromete o funcionamento das infraestruras urbanas existentes. A essas gambiarras urbanas há que acrescentar o papelão do poder publico pedindo a proprietários que façam doação das áreas previstas para desapropriar  para que as obras possam ser executadas. Uma situação de penúria municipal que envergonha a qualquer contribuinte.

Os municípios tem e podem usar um conjunto poderoso e variado de alternativas para obter recursos para desapropriar as áreas que precise, pode ainda oferecer a troca de vantagens que compensem a desapropriação e ainda obter recursos para as obras publicas projetadas.
Porque não o faz? Esse é um daqueles mistérios que rondam o poder publico. Mas é provável que a resposta este no principio de Hanlon. Que tão útil é para ajudar a entender a vida e o funcionamento das organizações. Não devemos atribuir a maldade o que pode ser facilmente explicado pela estupidez.


6 de março de 2013

A Dor (*)



A Dor

A natureza, com toda a sua sabedoria, proporcionou a humanos e animais a dor, alguns especialistas defendem que também as plantas sentem dor. O objetivo da dor é o de nos proteger. Evitar que cheguemos a situações mais graves. Ao aproximar uma parte do corpo de uma chama, antes mesmo que o efeito do calor possa nos produzir uma ferida, o sentimento da dor age como um alerta, e ao retirar rapidamente a parte do corpo dolorida da fonte de calor evitamos uma ferida que poderia ser grave.

Alem da dor física, também estamos dotados da capacidade de sentir outros tipos de dores, em principio esta característica, parece destinada exclusivamente aos humanos, a dor emocional. Reagimos a perda de seres queridos, a traições de amigos, a decepções, a criticas. As dores que estas situações nos produzem nos permitem reagir, a dor também neste caso nos protege. Em casos excepcionais, pessoas sofrem de uma doença, pouco conhecida, chamada analgesia, que produz a perda de sensibilidade a dor. Ao perder a proteção da dor, ficamos expostos a nos machucar, em alguns casos inclusive, gravemente.

Do mesmo modo, na vida publica, a dor nos protege. Quando a sociedade de forma majoritária faz criticas a gestão que fazemos, e esta critica, nos causa desconforto o inclusive dor emocional tem a oportunidade de reagir, de mudar o que estamos fazendo ou passar a fazer as coisas de uma forma diferente, para buscar resultados melhores. As criticas devem ser vistas, como a chama de uma vela, quando isoladas e pontuais, o seu efeito é mínimo. Quando generalizadas e unânimes, podem se converter numa fogueira, que consome tudo ao seu redor.

Não reagir a dor, ou o que seria pior, mesmo sentindo a dor das criticas, teimar em permanecer perto do fogo ou de elementos cortantes, alem de evidenciar idiotia, produzirá com certeza feridas, que podem chegar a ser graves. A menos que os gestores públicos estejam afetados por uma rara epidemia de analgesia coletiva, seria recomendável esboçar uma reação, que mostre claramente, que não estamos sendo governados por um bando de masoquistas aparvalhados ou que a insensibilidade, a surdez e a cegueira se apossaram, de quem teria que prioritariamente estar voltado a escutar, ver e sentir os anseios da sociedade.

4 de novembro de 2012

Sem esperar milagres



A eleição colocou em pauta a maioria dos temas que preocupam a sociedade. é verdade que nem sempre as respostas foram concretas e precisas. Os marqueteiros por um lado, os debates com a sua rigidez por outro e a redação às vezes dúbia dos planos de governo geraram muitas duvidas que devem permanecer por um longo tempo martelando a cabeça dos eleitores.

Concluído o segundo turno a sensação do eleitor no primeiro momento foi de alivio. Acabou já temos um novo prefeito e quase que simultaneamente uma onda de otimismo se espalhou pela cidade. Esta euforia que com tanta facilidade nos faz acreditar que tudo se resolverá facilmente e que só com a torcida os problemas desaparecerão como num filme da Disney, esta torcida é ao mesmo tempo nossa força e nossa perdição. Parte dos joinvilenses acredita de forma quase infantil que a partir do dia primeiro de janeiro tudo melhorará que não haverá mais buracos nas ruas, que diminuirão as filas na saúde, que um novo parque será inaugurado no próximo mês e que todos os prédios públicos estarão reformados e nenhuma escola estará interditada. A verdade nua e crua é que nada disso sucederá num abrir e fechar de olhos.

É bom lembrar que a maioria dos 12.000 funcionários municipais são concursados e formam parte do quadro efetivo. Fora a troca natural dos cargos de primeiro escalão e da maioria dos cargos de confiança a estrutura publica permanecerá a mesma. O novo prefeito não tem uma varinha de condão para mudar os processos, para fechar estruturas obsoletas, para cancelar funções que não existem mais. Fazer com que esta estrutura passe a ser mais eficiente não é um problema só local, em todo o pais a estrutura pública aumenta, fica menos ágil, mais burocrática e mais custosa.

Os princípios básicos da administração qualificada são planejar, organizar,dirigir e controlar e o que devemos esperar de um prefeito eleito pelo seu perfil de administrador é que faça exatamente isso. Para alguns eleitores pode parecer pouco emocionante que as coisas sejam planejadas. O ideal é que sejam bem planejadas. Que a administração funcione de forma organizada pode, em alguns casos parecer coisa de magia, mas é possível. Há inclusive exemplos. Dirigir deve ser a ação em que o novo prefeito mostre maior habilidade e experiência. Controlar uma estrutura complexa, que segue ritos e legislações próprias, e que ao longo dos anos tem desenvolvido mazelas e manhas particulares, será o maior desafio para que a administração seja de fato limpa e honesta.

 Bom seria não esperar nenhum milagre em curto prazo. Seria recomendável nem esperar tampouco milagres em médio prazo. O que podemos e devemos esperar é que se faça o que deve ser feito e da forma que deve ser feito. Nem mais nem menos.  

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

21 de outubro de 2012

Tem solução?


Uma das seções do jornal A Noticia que nunca deixo de ler é a “Tem solução?” A estrutura da seção é simples, os leitores enviam ao jornal fotografias de situações do quotidiano urbano em que é necessária uma solução. O jornal depois de recebidas as imagens faz contato com o responsável ou responsáveis pela situação na administração municipal e publica a imagem, o questionamento e a resposta do órgão público.

Se vistas uma a uma as imagens não tem um peso significativo, nada que possa abalar a imagem de nenhum governo ou de nenhum administrador, mas o seu impacto um dia após outro é devastador. Hoje é uma boca de lobo, uma lixeira quebrada, um ponto de ônibus quebrado, um canteiro sem flores, uma arvore morta. um banco quebrado ou um parquinho que oferece perigo. São imagens do nosso quotidiano urbano. Vistas e retratadas pelo olhar do cidadão, do contribuinte, nesta época é bom lembrar também do olhar do eleitor.

O “Tem solução?” permite que o cidadão se manifeste. Na maioria dos casos o leitor informa que já procurou os órgão competentes, que já fez a denuncia na prefeitura, na secretaria regional, na Fundema, na Conurb, em qualquer um dos órgãos que tem a responsabilidade de zelar pela cidade e de atender ao munícipe. A sensação é que sem ter sido atendidos ou sem ter recebido uma resposta convincente e principalmente sem ter o problema resolvido o “Tem solução?” é a sua ultima esperança. Já não há mais a preocupação com que se resolva o problema e sim com que os outros saibam que o problema existe e permanece sem resposta.

Na outra ponta as respostas dos administradores que parecem responder a um roteiro pré-estabelecido. Em geral alegam que não tinham conhecimento do problema, enviarão alguém para poder se informar. Outras vezes a resposta é que a obra, o reparo, o conserto já esta na programação. Faltam materiais, será feita uma licitação, exige a ação coordenada de outros órgão municipais e outras respostas do gênero. Em alguns casos a resposta é precisa o problema será resolvido nos próximos dias, ou até final do mês. Nem dizer que passados 30, 60 ou 90 dias tudo continua igual e nada foi feito.

Um estudo de cada um dos casos do “Tem solução?” mostra muito mais que a inoperância e a incompetência da administração pública para resolver problemas menores que são comuns no quotidiano de qualquer cidade. O jornal ao dar voz e vez ao munícipe expõe com crueza o descaso com que o cidadão é tratado pela administração pública. A sensação é que há por parte do poder público uma ação deliberada para fazer que o cidadão se canse, desista de reclamar e deixe de importunar. O “Tem solução?” é a prova diária que o leitor / Eleitor / Cidadão tem vez e deve ser ouvido e respeitado.  

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

8 de setembro de 2012

Neo-bobagens de campanha


Surge uma nova bobagem na campanha eleitoral. O novo alvo a abater é quem aparece primeiro nas pesquisas, antes o tema era a sujeira ou a limpeza da ficha dos candidatos. Agora o tema é a capacidade ou não para administrar e sobre o diferente que é administrar uma empresa privada ou uma empresa pública. O debate é estéril, porque não considera a administração uma ciência, baseada em conhecimentos aprendidos, em técnicas conhecidas e na utilização de ferramentas de planejamento, controle e gestão adequadas. Inclusive é estranho que o Conselho Federal de Administração, o CRA, não tenha se manifestado e permita que uma profissão tão importante seja tão maltratada.

Implicitamente o objetivo deste debate, neste momento, é o de desacreditar ou desqualificar aqueles que tem experiência em administração ou tenham a formação para atuar como administradores, insinuando que este conhecimento não servira ou não é o adequado para administrar as complexas e “sui generis” estruturas publicas que se regem e seguem estranhos padrões e normas, que dificilmente chegarão a ser dominadas por administradores oriundos da iniciativa privada e curtidos nas leis do mercado, que para nada são seguidas na administração pública brasileira. O melhor exemplo é o malfadado turno único, o estranho principio que rege aqui é que é melhor trabalhar menos que trabalhar mais, trabalhando menos horas o custeio se reduz e o custo da maquina passa a ser menor. Algo que com certeza será incompreensível para qualquer um que tenha se formado num curso de administração.

Analisando os princípios e bases que segue a administração não há conceitualmente diferença entre uma administração publica e outra privada. O que muda são os objetivos que cada organização tem como meta. A menos que o que se faça no serviço público não seja administração e recebe algum outro nome.

Se consideramos que administrar é dirigir uma organização utilizando técnicas de gestão de e para as pessoas para que alcance seus objetivos de forma eficiente, eficaz e com responsabilidade social e ambiental. Não há nada aqui que esteja em desacordo com o que se espera de um administrador público. O que se pode discutir e quais são os objetivos e metas de cada organização, que podem ser até diferentes, mas os princípios de eficiência, eficácia, economicidade e tantos outros são basilares neste campo e se aplicam, ou deveriam aplicar-se a todas as organizações.

O risco é alguem confundir administrar BEM e faze-lo MAL. Quem nunca administrou uma quitanda ou uma pequena loja dificilmente conseguira administrar com eficiência uma empresa publica, uma fundação e menos ainda uma prefeitura ou uma cidade do porte de Joinville.

3 de julho de 2012

60 Medidas para a modernização da gestão pública


Não é segredo para os seguidores deste espaço que o blog não compactua com mitômanos e políticos que reiteradamente falam uma coisa e fazem outra. Neste quesito a administração municipal de Joinville, ganha 10 de cada 9 prêmios em disputa.

Quando com charanga e foguetório o governo municipal elaborou um conjunto de 60 medidas para melhorar a eficiência e reduzir custos. Este blog já se posicionou pela duvida que as medidas se levassem adiante, tivessem êxito e fossem aplicadas. Algumas não foram aprovadas pela Camara de Vereadores, como a relativa a redução das secretarias regionais. Mas mesmo as que dependem exclusivamente do próprio poder municipal tampouco são levadas adiante ou cumpridas. Quer uma mostra?

Vai no documento publicado no dia 28 de abril de 2011 é busque entre as 60 medidas, para inglês ver, ou para espanhol ver, aquela que tem o numero 31.

31. Implantação do programa "led" de substituição da iluminação pública e redução programada no consumo de energia elétrica; Objetivo: meta de redução de 10% do consumo

Você viu que a tal medida seja aplicada? Com certeza que não. A iluminação publica de Joinville tem sido trocada por lâmpadas de maior consumo, nenhuma das novas luminárias é equipada com LEDs, ao contrario utilizam lampadas de vapor metálico, que são menos eficientes que as atuais, com o correspondente aumento da conta de energia pública. A conclusão é que se mentem para eles mesmos, não merecem nenhuma credibilidade para o eleitor.

20 de maio de 2012

O guru politico

Identificado o guru politico da administração municipal, além dos omnipresentes e todo-poderosos marqueteiros políticos, quem pauta o discurso das nossas autoridades locais é o conhecido Homer Simpson, a sua frase: "A culpa é minha é eu a coloco em quem eu quiser" explica a facilidade com que a culpa por tudo o que acontece é transferida para uns ou outros de acordo com o momento, o público e o objetivo politico do momento

9 de maio de 2012

Hoje não, mas amanhã sim


 “Hoje não, mas amanhã sim” é o moto que melhor se adapta ao momento que vivemos. Quando confrontados com uma realidade de insucesso, de obras inconclusas ou feitas com uma qualidade que envergonharia ao mestre da gambiarra, há quem tenha a desfaçatez de dizer que hoje não, mas que amanha sim.

Há quem insista em querer nos convencer que os quase quatro anos de governo não são suficientes, mas que nos próximos quatro tudo será melhor e os problemas, que de fato existem serão todos resolvidos. Mas que para isso é necessário votar na reeleição da atual equipe. O problema é que não é possível identificar nenhuma melhora significativa. Até agora só houve mais do mesmo, a diferença, se houve, entre este governo e os imediatamente anteriores desapareceu, hoje a administração municipal incorporou os erros e mazelas das anteriores e nenhuma das suas virtudes. Mas insiste em querer nos convencer que nos próximos quatro anos será diferente, porque agora sabem como resolver os problemas. Será que o eleitor vai acreditar?

2 de maio de 2012

A culpa é sempre dos outros (*)

A extraordinária facilidade com que transferimos para outros a culpa de nossos erros deveria ser motivo de estudo. O jornal A Noticia publicou, em primeira mão, como funciona com total liberdade em nossos presídios e cadeias um sistema de comunicação que permite que os presos mantenham contatos, façam "negócios" e em definitiva atuem com total impunidade. As provas apresentadas são graves e consistentes e evidenciam que há muitas coisas para melhorar na segurança pública. O aumento do controle do acesso dos visitantes, as revistas periódicas e constantes que não permitam que os presos tenham celulares e a instalação de sistemas eletrônicos bloqueadores do sinal telefônico, entre outras muitas ações que permitam melhorar a segurança da sociedade e promovam a resocialização dos presos. A solução proposta é a de transferir a responsabilidade as operadoras. É verdade que a idéia não é ruim, algumas operadoras oferecem um serviço tão ruim e lento que os presos podem ser levados a desistir de manter o sistema de comunicação denunciado pelo jornal.

Por estes lados do Cachoeira o habito é o mesmo, tanto o prefeito, como seus acólitos mais próximos tem o costume de colocar sempre nos outros a culpa de todos os males de Joinville. Quando isto não é possível, se culpam os elementos, inclusive, os primeiros colonizadores já foram responsabilizados pela  escolha que fizeram do local em que a cidade foi fundada. Se as promessas de campanha não foram cumpridas é possível até responsabilizar os eleitores que não entenderam direito, há sempre nuanças que permitem evadir da responsabilidade. Eu nunca falei que faria. Eu falei que apoiaria, me empenharia ou no pior dos casos que procuraria nas portas abertas de Brasilia os recursos que lamentavelmente não chegaram porque os projetos não estavam detalhados, ou faltou uma assinatura.

Achar sempre a quem culpar é uma forma de evadir as nossas responsabilidades. É o melhor caminho para não precisar agir. Representa elevar a terceirização da culpa e da responsabilidade ao seu máximo nível, em outras palavras é alcançar a perfeição. Se a cidade esta estagnada não há outro motivo que os "outros", os críticos, as associações de moradores, as "viuvas" deste ou daquele político, o BNDES, o Governo do Estado, a lei de licitação, os vereadores, os partidos que estão fora do poder, os que estão no poder e praticam o fogo amigo. Todos são responsáveis e culpados. Todos menos eu.

31 de março de 2012

Pobre cidade rica


Pobre cidade rica

De tanto escutar que a prefeitura não tem dinheiro para nada. Que nenhuma obra pública importante pode ser levada adiante pela falta de recursos para fazer as desapropriações necessárias. Que a capacidade de endividamento da nossa cidade esta comprometida, que é preciso arrecadar ainda mais, confesso que quase acreditei.

Cada vez que o prefeito começa com a cantilena a minha primeira iniciativa era por a mão no bolso e ver se tinha uns trocados para oferecer. Porque o discurso é quase um discurso de pedinte. Daquele que já não tem mais credito e ficou sem dinheiro até para comprar o pão e o leite. Situação constrangedora para a cidade que insiste em se apresentar como a maior de Santa Catarina, a terceira maior economia do sul do Brasil, a Manchester Catarinense e por aí afora. Bater no peito e estar quebrado é uma situação para envergonhar a quaisquer um. Se não morasse aqui, diria que me produz vergonha aleia esta situação de extrema penúria.

Mas surgem dados que mostram que Joinville é sim uma cidade rica, que o seu orçamento é maior que o de muitas cidades de porte e população semelhante, que o que aqui se arrecada graças à pujança da nossa economia é significativo e deveria nos permitir estar numa situação mais confortável. O jornalista Jefferson Saavedra do jornal A Noticia informa que: “A receita de R$ 1 bilhão apurada em 2011 fica acima da media de municípios do mesmo porte. Londrina fechou com R$ 840 milhões e Juiz de Fora, também com 520 mil habitantes como Joinville, teve receita de R$ 830 milhões. Com população um pouco menor, Caxias do Sul teve R$ 962 milhões à disposição no ano passado. Uberlândia atingiu R$ 1,1 bilhão, mas têm 90 mil moradores a mais do que Joinville. As cidades com receitas bilionárias no interior paulista, na faixa do R$ 1,3 bilhão registrado no ano passado, como Sorocaba e Ribeirão Preto, já passaram dos 600 mil habitantes.”

O problema deverá neste caso ser encarado desde outra perspectiva. A da própria administração que se faz dos recursos públicos. O prefeito Carlito Merss divulgou nestes dias que o gasto em saúde aumentou dos 15% exigidos por lei para os atuais 32%, bem mais que os 26% da gestão anterior. Se gastar muito é um indicador bom, eu fico mais preocupado, pode ser que esta forma de avaliação tenha nos trazido até a situação atual. Os administradores defendem que se gaste bem e não que se gaste muito. Se a saúde municipal não estivesse vivendo uma situação de crise permanente até poderíamos encontrar quem concordasse com que o aumento é um bom indicador. O próprio peso da folha, do pagamento de juros e do principal da divida representa um peso significativo no orçamento do município e drena os recursos necessários, não só para a manutenção e recuperação do deteriorado patrimônio público, também para novos investimentos. Hoje é provável que uma analise mais criteriosa destes dados mostre indicadores elevados de desperdício, gasto excessivo e má administração. 

Vivemos numa pobre cidade rica e pagamos o preço por isso.


Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

2 de janeiro de 2012

Falta menos de 1 ano


Entendendo melhor o sentimento que a sociedade joinvilense expressa em conversas particulares, em mesas de bar, em cartas a jornais e cada vez mais com menos inibição.

Quanto maiores as esperanças depositadas no mandatário, seja ele, municipal ou global, maior o risco da frustração. Ao esperar demais, na maioria das vezes nos desencantemos, não porque os eleitos façam pouco, e sim porque esperamos demais.
As campanhas políticas contribuem a criar, ainda mais esta imagem, as pesquisas buscam identificar quais são os sonhos, quais as esperanças e oferecem de uma forma mais ou menos velada, a imagem de um candidato que depois de eleito, atenderá os nossos desejos mais íntimos.

Como resultado elegemos, não governantes e sim aspirantes a super heróis ou a candidatos a compor o nosso santoral. As crianças com a sua sabedoria e experiência podem melhor que ninguém nós falar das suas frustrações ao descobrir que os seus super heróis reais ou imaginários, não podem realizar no mundo real, tudo aquilo que desejam. 

Em outras palavras quanto maior a esperança que colocamos em algo ou em alguem, maior será a nossa frustração. O erro não está em ter esperança, o erro está em confundir o que desejamos e queremos, com aquilo que é possível. A impressão que esta se consolidando é a de que o Carlito não é um mal prefeito a frustração reside em ter depositado nele e na sua administração uma esperança desproporcional a sua real capacidade de gestão e de execução.

30 de dezembro de 2011

Frases curiosas


Frases curiosas

De Írio Côrrea “ ‘descontrolado e irresponsável’ é aquele que não sabe conviver com a diferença”. A frase colocada na boca de quem a disse não deixa de ter um duplo sentido que faz que seja preciso lê-la com atenção. A impressão que fica é que o roto esta falando do esfarrapado.

Nem o PT, partido em que Írio Côrrea milita como o PSDB de Marco Tebaldi, que foi quem iniciou o debate, acusando a administração municipal de ser descontrolada e irresponsável, parece que possam se apresentar como sendo o melhor exemplo de controle e responsabilidade. Em tempo o PT definitivamente tampouco é um bom exemplo de “saber conviver com a diferença”, esta mais próximo da truculência do que do respeito as divergências.

7 de agosto de 2011

As cascas de banana


As cascas de banana


Quando alguém tem ou desenvolve uma capacidade especial para identificar problemas e resolve-los com competência, décimos que sabe encontrar as cascas de banana e recolhe-las, ou que as vê a tempo e evita pisar nelas.


No caso da administração municipal, a equipe do prefeito Carlito Merss desenvolveu uma nova técnica, a capacidade ilimitada de achar cascas de banana para escorregar nelas. Em alguns casos a sensação que alguém de outro planeta teria é que existe uma habilidade inata em trocar de calçada para ir buscar cascas, que nem estavam no seu caminho, pelo puro prazer de escorregar nelas e cair estrepitosamente no meio da rua. Servindo o seu rodopio espalhafatoso de alegria para uns e de tristeza para a maioria.

20 de junho de 2011

Para pensar acordado

De Stephen Kanitz no twitter.

15 de maio de 2011

Eleições 2012


Candidatos para 2012


Com antecedência inusitada já tem meia dúzia de nomes se apresentando ou sendo apresentados como pré-candidatos a prefeito de Joinville em 2012, o que faz que a campanha eleitoral comece muito antes. Esta pressa pode ser muito positiva para o eleitor que terá mais tempo para conhecer os candidatos, para decidir o seu voto com maior parcimônia, sem se deixar influenciar tanto por marqueteiros, jingles e efeitos especiais.


Também mais tempo de preparação será bom para os candidatos que poderão se debruçar sobre a situação econômica da prefeitura, analisar os balanços, entender a diferença entre as contas publicas e a contabilidade que rege a iniciativa privada. Um melhor conhecimento servirá para que sejam feitas menos promessas, que não serão cumpridas e para que não seja possível ficar culpando durante toda a próxima gestão os erros criados pela gestão atual ou pelas anteriores.


Cresce entre o eleitorado a convicção que o próximo prefeito deve ter experiência pratica em administração, de fato seria desejável que o próximo prefeito tivesse administrado no mínimo uma quitanda e ainda deverá agregar pontos se tivesse exercido como síndico de prédio, mesmo que por um período curto. Se ainda ao final da sua gestão como síndico o caixa do condomínio ficou com saldo positivo e não foi preciso cobrar nenhuma taxa extra, as possibilidades aumentam sensivelmente. Contudo o ideal seria ter experiência em administrar empresas falidas ou pré-falimentares. Administradores que só tenham experiência em administrar empresas privadas com contas saneadas e com bom saldo em caixa, melhor que se abstenham da candidatura.

13 de maio de 2011

Balonismo político

O balonismo é um esporte praticado em muitos países, consiste em voar deixando se levar pelas correntes de ar, em profundo contato com a natureza. Num silencio que nos aproxima do vôo dos pássaros. Os balonistas contam ainda com a ajuda de aquecedores e de contrapesos, para poder regular a altura e com isto poder aproveitar as diferentes correntes de ar para o seu deslocamento.




O interessante do esporte é que nos permite ao mesmo tempo pairar ao bel prazer, sem um rumo definido, permitindo que o vento nos conduza e destinos distintos daquele previsto e ao mesmo tempo nos da uma visão geral da paisagem que se descortina frente aos nossos olhos. Propicia a falsa ilusão que controlamos o nosso destino ao mesmo tempo em que sobrevoar nós permite manter uma distancia entre o que vemos e a realidade. Ajudando a construir ilusões e fantasias, não sempre acordes com a realidade.




É nesta distancia, que reside o encanto do balonismo, em passar pelas coisas sem tocá-las, sem nos envolver, só sobrevoando as. O que nos leva a construir a ilusão de ser profundos conhecedores de tudo aquilo que temos visto desde o alto. Na realidade o conhecimento que desde esta perspectiva se constrói é o de um vasto oceano, porem que não supera um centímetro de profundidade.




Temos também aqui os nossos aficionados ao balonismo, Os gestores públicos, adquirem da noite para o dia, conhecimentos de dimensões continentais sobre temas técnicos complexos, sobre os que vertem pareceres e dão opiniões equiparáveis em precisão e conhecimento, as que poderiam expressar crianças de primeiro grau. Estes balonistas políticos são gente perigosa, porque com suas decisões afetam a vida e o dia a dia das pessoas e o funcionamento das coisas ocasionando estragos de dimensões inimagináveis.




Com facilidade podem presidir um banco publico, assumir a responsabilidade pela promoção turística da cidade, a administração de um hospital ou responder pelo apoio as Micro e Pequenas empresas. Discursam com amplo conhecimento sobre saúde,ensino, pontes, estradas, portos, ou sobre as doenças do gado e as pragas da soja. Sobrevoam sem se aprofundar, afirmando platitudes com a segurança e a empáfia que só os ignaros dominam. Deixando-se levar ao prazer dos ventos. Perigosos balonistas de salão que administram a cidade ao sabor do vento e da brisa.



Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

19 de março de 2011

Administração básica para iniciantes.


Administração básica para iniciantes.


Administrar uma casa, uma família, inclusive uma pequena empresa é mais complexo do que pode parecer, os recursos são limitados e é difícil atender todos interesses a contento.


Administrar uma cidade, um estado ou um país é muito mais complexo. A estrutura necessária para superar este desafio muda caso a caso. No Japão, por exemplo, o primeiro ministro Naoto Kan consegue reunir todo o gabinete formado por 8 ministros em quaisquer sala do palácio de governo. O presidente Barack Obama, precisaria convocar só a 15 secretários de estado, equivalente norteaméricano ao cargo de ministro. A Chanceller alemã Ângela Merkel precisa de 16 ministros para governar o país. No Brasil são necessários 38 ministros para poder acomodar todos os partidos aliados e atender todos os acordos feitos durante a campanha eleitoral, alguns ministérios são tão exóticos como o da Pesca, a igualdade racial, das cidades, do esporte ou os dois ministerios um da agricultura e outro do desenvolvimento agrario.


Em Joinville, o prefeito Carlito Merss, conta com uma equipe de 11 secretários centrais, 14 secretários regionais, 10 presidentes de fundações. Sem contar miriades de auxiliares e achegados, uma equipe de 35 homens e mulheres comprometidos com um único objetivo. Fazer o melhor por Joinville.

16 de novembro de 2010

Lei 8.666

Lei 8.666


A lei 8.666 é a que regulamenta as licitações publicas, as compras de produtos e serviços por parte de órgão públicos, deve seguir a risca os critérios e procedimentos estabelecidos na lei. 99% dos administradores públicos responsabilizam a lei pelas dificuldades que diariamente enfrentam na hora de adquirir produtos e serviços. Vem na lei uma camisa de força que dificulta e em alguns casos inviabiliza a própria administração publica.


Na verdade a lei 8.666 nem é tão ruim assim. É muito rígida em alguns pontos e tão frouxa em outros que continuam ganhando as concorrências muitas das velhas conhecidas de sempre. O que alem de não ser especialmente bom, prova que os administradores públicos têm sabido adequar os seus processos licitatórios a legislação.


Se a famigerada lei 8.666 rege a administração publica nos três níveis, federal, estadual e municipal e em alguns casos a lei funciona, porque em outros não? Na maioria destes casos as licitações não têm o embasamento técnico necessário, faltam especificações, os projetos estão incompletos e o nível de detalhamento é inadequado. Como o comprador neste caso somos todos, acabamos pagando caro, por um serviço que não atende ao solicitado.


Alguns exemplos para ilustrar, se o objetivo é adquirir um determinado veiculo, só precisa identificar alguma característica especifica como o tamanho do bagageiro, ou o volume do tanque de combustível. Estas especificidades permitem que no processo licitatório só um veiculo reúna as especificações. Ou ao contrario, se a licitação deixa as especificações bem laxas será muito fácil permitir que produtos com baixa qualidade as atendam. Um caso amplamente divulgado na imprensa foi o do fornecedor de merenda infantil que precisava entregar cenouras e ervilhas, na mesma lata, não sendo permitido fornecer as ervilhas e as cenouras em latas separadas.


Especificar com precisão, detalhando as medidas, o modelo, o prazo, os materiais, ou exigindo certificação que ateste a qualidade, são obrigações que toda licitação deve cumprir e que o comprador deve exigir. Projetos executivos detalhados, com orçamentos justos e ajustados aos valores de mercado evitariam a pratica de aditar contratos, que de tão comuns já nem surpreendem. Finalmente e não menos importante fiscalizar de forma eficiente, exigindo que seja executado exatamente o que foi licitado, no prazo. Se isto fosse seguido, provavelmente Joinville já teria algum parque inaugurado faz anos.

6 de outubro de 2010

Lógica bizarra.

Lógica bizarra.


O tema da qualidade da gestão publica, é uma verdadeira caixinha de surpresas. No caso de Joinville por exemplo, as empresas concessionárias do transporte coletivo são certificadas pela ISO 9000 e são fiscalizadas pela SEINFRA e pelo IPPUJ, nenhuma das duas tem nenhum tipo de certificação que possa garantir a qualidade dos seus procedimentos.


A FUNDEMA é outro dos órgão municipais que sem ser certificada, nem pela ISO 9000 nem pela ISO 14.000, tem sob sua responsabilidade a fiscalização e o monitoramento das empresas que potencialmente sejam poluidoras, muitas delas certificadas e re-certificadas pelas mais exigentes certificadoras internacionais. Nem a nossa companhia de água e esgoto esta certificada.


A CONURB é a responsável entre outras obrigações legais pela administração da Rodoviária e principalmente pelo gerenciamento do transito de Joinville. Parece lógico que uma empresa que tenha tantas e tão importantes responsabilidades tenha que oferecer a sociedade alguma garantia de que seus procedimentos de fiscalização e gestão cumprem as normas mais elementares de qualidade.


Algum dia poderemos sonhar com uma administração publica de qualidade certificada, que atenda a padrões adequados de atendimento ao publico. Só a partir do cumprimento de normas mínimas e com o estabelecimento de indicadores de desempenho e de cumprimento que nos permitam olhar o serviço publico e os seus servidores como o que eles realmente são: servidores da sociedade e não o contrario, como parece ser hoje.

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