Lembra das piramides? Não, não estamos falando nem das maias, nem das egípcias e sim das piramides financeiras que acabam promovendo a quebra dos que entram tarde e só servem para enriquecer os espertalhões que as criaram e que delas se beneficiam.
Lembrou? Vou ajudar a lembrar de uma que corrói o Brasil e que você conhece muito bem.
Para entender como funciona o esquema das pirâmides, como a de Bernard Madoff, evidentemente a partir de um determinado ponto seria preciso que toda a população do mundo participasse, para garantir o retorno dos que começaram antes. O que é evidentemente impossível. A partir do 7 nível, é preciso o envolvimento de 46.656 para manter o esquema funcionando, a partir do 11 nível, seria preciso contar com toda a população do Reino Unido, para o 12 nível, deveríamos contar com toda a população dos Estados Unidos, para que a pirâmide se sustentasse. Na improbabilidade de chegar ao 14 nível, seria preciso contar com uma quantidade de participantes superior a toda a população mundial.
A vida nos mostra que, quanto mais conhecemos os homens, mais nos damos conta de quanto são parecidos.
Alguns dos seus valores e virtudes e dos seus vícios e defeitos, parecem distribuídos equitativamente entre ricos e pobres, entre dispensadores e parcos e entre espertos e estultos.
O recente escândalo financeiro arquitetado por Bernard Madoff é uma prova de que as mesmas pirâmides que recentemente levaram a Colômbia a quase entrar numa crise institucional e que tinham recentemente gerado revolta na Albânia, são as mesmas,com outros nomes e valores. As mesmas que vez por outra aparecem por estes lados, com menos estardalhaço e sem envolver nomes tão famosos, nem valores tão significativos. As pirâmides não ficam restritas a ignaros e pobres, também ricos e famosos, alguns inclusive destas terras, tem se visto envolvidos na estafa, que o ontem todo-poderoso presidente da NASDAQ, promoveu entre seus amigos e mais chegados.
O que tem igualado a uns e outros têm sido a cobiça e a ganância descabida. Que os tem levado a esquecer o bom senso e o comedimento. Os tem feito também desconsiderar o trabalho e o esforço como valores e princípios a ser seguidos. O lucro rápido e fácil faz que como afirme Warren Buffet “É quando a maré baixa, que é possível ver quem estava tomando banho desnudo”
Estafadores devem o seu sucesso aos cobiçosos, sem eles, nenhum destes logros prosperaria. Que se repitam com a mesma freqüência que os cometas se deixam ver. Desde Richard Whitney, ou Charles Ponzi, campeão dos campeões e pioneiro deste tipo de empreitadas, a Bernard Madoff, não devem faltar candidatos, que na busca do ganho fácil, engrossem as fileiras dos enganados.
Também aqui, entre nós tem muito brilho que não é ouro e muito enganador que sobrevive da cobiça dos outros, sem que precisemos ir muito alem do nosso Cachoeira.
9 de novembro de 2007
Para se livrar das múmias empresariais, você tem de se livrar primeiro das pirâmides.