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4 de fevereiro de 2011

Grandes logros do planejamento (*)



Pode parecer que a equipe que tem sob sua responsabilidade o planejamento de Joinville, reúne condições especiais que faz que suas propostas e intervenções sejam menos brilhantes que outras do passado. Nada mais longe da verdade, Joinville teve ao longo dos anos uma boa tradição de planejamento. Ainda que não todos os projetos tenham saído do papel, como foram concebidos é bom lembrar de alguns destes projetos.


O projeto do corte do morro do Boa Vista e a utilização do barro para terraplenagem dos manguezais, permitiria, se implantado, grandes objetivos, entre eles o de melhorar as condições de insolação e de ventilação da cidade, ao remover o obstáculo que o morro representa, a cidade passaria a receber a brisa do mar. Alem de criar um enorme área plana e urbanizavel, no que hoje é só um morro ocupado por mato, com pouco valor imobiliário. O projeto permitiria também a ocupação, depois de convenientemente aterrado, de uma área hoje tomada por mangue e caranguejos. Parte deste projeto foi implantado em gestões passadas, com o aproveitamento de material dragado do próprio manguezal e permitiu a formação de algumas fortunas e a eleição de vários políticos.


Outro projeto menos conhecido, porem não menos brilhante, era aquele que tinha como objetivo, converter o mangue numa gigantesca lagoa de decantação, a genialidade do projeto, estava alicerçado na função que o manguezal realiza de purificação e filtragem dos resíduos vegetais que arrastados pela natureza, sedimentam nas suas raízes e são convertidos em fértil solo orgânico. O projeto desenvolvido na secretaria de planejamento, precursora do IPPUJ, não foi adiante, mesmo representando custos muito baixos e economizando a construção de custosas lagoas de estabilização. A idéia de converter os manguezais numa lagoa de estabilização do esgoto domestico não tratado, esta sendo implantada desde faz algumas décadas, sem praticamente nenhum investimento publico. O projeto ainda traz como vantagem adicional que os caranguejos de Joinville, sejam maiores e mais saborosos que os de outras cidades litorâneas.


Não devemos duvidar da enorme capacidade de planejar o futuro que Joinville tem, que alguns projetos não tenham tido sucesso, não deve nos desanimar outros virão para substituí-los.


A imagem deste post é de propriedade do Eng Agro Gert Fischer e forma parte de seu acervo pessoal.

23 de março de 2010

Reconhecimento

Reconhecemos que este blog tem dedicado um espaço e um numero de posts significativo a comentar o planejamento urbano de Joinville. Tem também veiculado textos de outros autores, com opiniões as vezes divergentes, buscando a pluralidade que surge do contraditório.

O objetivo é e continuará sendo o de promover o debate, permitir que a sociedade possa participar de maneira construtiva, que o futuro da cidade deixe de ser patrimônio exclusivo de um pequeno grupo de técnicos, convertidos por desígnio divino em donos absolutos da verdade.


O objetivo do debate e estimular a democratização da participação é servir de lente para permitir que o míope possa enxergar melhor. Porque a cidade se constrói e se projeta olhando o horizonte e procurando vislumbrar alem dele.


Mas da mesma maneira que não melhora a visão de um cego, se colocamos uma lanterna na sua mão, tampouco podemos esperar que os senhores da razão, os donos da verdade, os sábios que tem todas as respostas, vejam alguma utilidade num debate que só servirá para escutar as respostas que já conhecem.


Este blog continuara promovendo o debate sobre o planejamento de Joinville, como mais um dos espaços abertos e democráticos em que o dialogo e o confronto de idéias permite trazer mais luz a uma cidade que anda na escuridão.

21 de março de 2010

Moto - Taxi


Com a chegada ao Brasil das primeiras motos chinesas com a configuração que permite a opção de moto-táxi e a tradicional omissão das autoridades locais, não vai levar muito tempo para que uma nova praga apareça nas nossas ruas, os moto-táxis com o perfil que parece nas imagens anexas.

Com espaço para até três passageiros, protegidos, mesmo que precariamente da chuva, os moto-táxis avançam de forma caótica por ruas e avenidas, sem respeitar ao transito, amparados na falta de fiscalização fora das áreas centrais.

A favelização das cidades é um processo constante irreversível, resultado da mistura simultânea de vários elementos:

- A falta de planejamento, que sempre corre atrás do crescimento e que reage, em geral mal e tarde a pressão ou aos fatos consumados.

- A ausência de fiscalização e a leviandade no cumprimento de leis e normas.

- O abuso de setores da sociedade que priorizam o lucro individual e transferem o ónus a toda a sociedade.

Exemplos claros são os próprios moto-táxis já existentes em Joinville, que existiam de forma ilegal durante anos e que foram legalizados pela impossibilidade de reverter um quadro já instalado. Agora a maioria dos acidentes com feridos e mortes são de motociclistas, o que onera ainda mais o custo da saúde que é pago por todos nós.

Do mesmo modo a extensão do perímetro urbano em direção a áreas agrícolas de baixo valor urbano porem com grande possibilidade de valorização, originara um transporte coletivo mais caro, porque os ónibus deveram fazer viagens mais longos, para que uns ganhem na valorização imobiliária, o custo maior para a sociedade é rateado entre todos os usuários do transporte coletivo.

O resultado é uma cidade mais ineficiente e mais cara para todos.

2 de junho de 2009

O Instituto Joinville


Interessante e digna de apoio à iniciativa de retomar as atividades do Instituto Joinville. Se o Instituto consegue singrar o caminho complexo de não ser um instrumento partidário, de uns ou de outros. De uns para atingir outros. Ou daqueles que quando foram governo o ignoraram e agora vem nele uma oportunidade política.


Este tipo de empreitadas, historicamente tem pouco sucesso, ou porque se convertem em instituições chapa branca e perdem com isto a credibilidade da sociedade, que deveria ser o seu maior patrimônio. Ou porque optam por um caminho de oposição permanente, transvertida de propostas para melhorar a cidade. O que origina conflitos desnecessários.


Esta é uma equação, que não tem solução fácil, se busca, como já o fez no passado o apoio do poder publico, perde a isenção e a liberdade necessárias para que o seu trabalho prospere. Passa a ser um instrumento de um partido e de um momento político. Se a escolha for a de se manter a margem do “status quo”, será vista sempre como uma instituição sem compromisso com a governabilidade e com a Joinville possível. As suas propostas dificilmente serão consideradas e provavelmente nunca sejam implantadas. A liberdade tem um preço alto, não só o da eterna vigilância, como o de um elevado custo econômico, para manter viva e atuante uma instituição que se propõe objetivos tão altos e tão meritórios.


A sinuca do instituto não é fácil de resolver e os parcos resultados obtidos até agora, só aumentam o desafio do grupo que esta assumindo a responsabilidade de dirigi-lo neste momento. Parece interessante, aproveitar o entusiasmo da nova diretoria, para fazer uma analise dos objetivos e metas. Olhando para os erros e acertos do passado e avaliando o risco para a cidade de partidarizar uma instituição que deveria ter na sua isenção e na sua independência do poder publico a sua força e o seu esteio.


Um foro aberto, para debater uma cidade desenvolvida e moderna, competitiva e justa. Uma cidade impossível. Não é um desafio fácil de ser alcançado. Desejemos sorte, sabedoria e temperança aos que assumem.

31 de maio de 2009

O Futuro foi ontem



O instigante texto de José Antonio Baço, publicado no Anexo D, do jornal A Noticia, com o titulo 2020 é logo ali...” me faz lembrar do Pensando Joinville e do Instituto Joinville que o sucedeu.


Faz mais de 15 anos que um grupo se reunia para debater Joinville, naquele tempo éramos mais jovens e não tínhamos consciência que algumas coisas não poderiam ser feitas. Com o entusiasmo de uma época e de uma idade fizemos o que não deveríamos ter feito. Ousamos pensar uma Joinville diferente. Uma outra Joinville. Em lugar de pensar ou debater uma cidade possível, imaginamos uma Joinville impossível.


Dos debates e da troca de idéias, nasceu uma forma de pensar, que baseada numa acracia participativa e democratica, típica de idade e da imaturidade, se dedicou a sonhar uma outra Joinville. Sem estar atrelados, naquele tempo, a partidos ou grupos determinados, éramos livres para pensar, debater e propor. Sem ter que preocuparmos com o que seria ou não possível, ou caberia dentro de um orçamento, ou de um plano de governo, aqueles livrinhos cheios de objetivos, que foram distribuídos até a saciedade, em época eleitoral e permitem ver tudo ou que não foi feito. Depois o tempo cuidou que as ideais fossem absorvidas e descaracterizadas pelo “status quo”. E o sonho, não de construir uma cidade impossível, o sonho de sonhar uma cidade melhor, foi esvaindo se aos poucos.


A prefeitura contratou um Planejamento Estratégico, que coubesse no próximo plano de governo, gente boa inclusive, se empenhou em propor a Joinville viável, o que seria possível, e as obviedades e platitudes ocuparam o lugar das idéias, a falta de visão foi ocupada por uma sucessão ordenada de objetivos, que conduzem com passo firme a mais do mesmo. O que poderia ter sido a “Primavera de Praga” acabou do mesmo modo que a original, com os tanques soviéticos ocupando as ruas, os grupos dispersando se e alguns próceres da nossa sociedade apareceram na foto. Com o mesmo olhar que o caçador utiliza ao se fazer fotografar com o ultimo elefante abatido.


Existiu sim um tempo em que se pensou outra cidade, uma cidade melhor, não maior, nem inchada, uma cidade em que a qualidade de vida ocupasse um espaço maior, os valores fossem recuperados e a cidade fosse mais competitiva, mais justa e plural. Evidentemente faltou ao grupo compreender que este modelo de cidade, poderia enfrentar oposição, naqueles que durante décadas tem sido e continuam sendo os donos do pedaço. Vocacionados para a preservação do modelo atual. Com uma visão que dificilmente supera o horizonte dos 4 anos do mandato do prefeito. Que se concentra no que é possível, no que pode ser feito.


Faltou a aquele grupo, saber que não poderia ser alcançado, e como não sabíamos, fizemos. Sonhamos uma outra Joinville,hoje estamos de volta a esta realidade, tão diferente daquele sonho platônico. “O futuro tem muitas formas. Para os incapazes é o inalcançável. Para os criativos é uma oportunidade.”

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