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21 de agosto de 2018

Aprendendo...





Essa cena me ensinou muito sobre gerenciamento de projetos, gerenciamento de crise e resolução de problemas

Osni Passos

2 de dezembro de 2012

Simplicidade capciosa


 Se em nome do desenvolvimento e do progresso, se apresenta para a sociedade o modelo de planejamento urbano e não se inclui também o impacto que cada uma das propostas terá sobre o tecido urbano, seja no transito ou na instalação de atividades industriais junto a áreas residenciais, ou a redução da permeabilidade e do verde urbano, por citar só alguns dos pontos convenientemente esquecidos, a sociedade receberá uma proposta superficial e simplista.  Há uma tendência em querer simplificar coisas complexas, com a alegação que assim ficará mais fácil a sua compreensão e se simplificarão muito os tramites burocráticos e a concessão de licenças, por isso os técnicos municipais defendem a atual proposta da LOT saída dos seus gabinetes e com traços de ter sido aprimorada em outros.

Há uma simplicidade capciosa, tanto no discurso, como principalmente na proposta, parte da simplicidade se origina na estultice dos seus mentores, ainda que é evidente em alguns casos a completa incapacidade da atual estrutura para lidar com abordagens mais complexas de planejamento. Os projetos de rotatórias, binários e de ciclo faixas parecem ter levado a capacidade da equipe além do seu limite.

Planejamento urbano exige muito mais que distribuir índices, eixos viários e coeficientes de forma alegre e multicolorida sobre a planta da cidade.
Para alguns leigos a imagem resultante parece mais uma colcha de retalhos resultado da habilidade de uma artesã criativa, que uma proposta concreta para a Joinville das próximas décadas.

O verde tem sido a cor escolhida para dar uma impressão menos agressiva na planta divulgada pelo IPPUJ, Se a cor escolhida tivesse sido o cinza concreto, teríamos uma imagem muito mais mais próxima da Joinville real. A planta em questão permite visualizar de forma simples o que deveria ser o resultado de aprofundado estudo, que deveria considerar toda a complexidade do planejamento urbano de uma cidade que hoje já tem mais de 500.000 habitantes e anos de ma gestão ou simplifica artificialmente algo que realmente deveria ser complexo? Fico com a segunda opção.


Quanto mais gente passa a tomar conhecimento do que implicaria a aprovação da LOT na sua versão original, é maior numero de vozes se somam aos questionamentos feitos. Fica também mais evidente que não estamos frente a um modelo de desenvolvimento urbano e sim uma proposta muito concreta de ocupação urbana norteada pela ganância e a cobiça de uma minoria.

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

19 de março de 2012

Para pensar acordado


"Aquele que não prevê as coisas longínquas expõe-se a desgraças próximas."

Confúcio

Adequado para transito, educação, enchentes, planejamento urbano, cultura, saúde, sustentabilidade, etc...

13 de março de 2012

Minha Casa Minha arrozeira




Minha casa, minha vida... sem ônibus, sem lazer, sem escolas.



No bairro Boehmverwald, uma plantação de arroz foi transformada no maior projeto do programa MCMV (Minha Casa Minha Vida) do Estado. O conjunto Trentino será formado por 496 apartamentos, no Trentino 1, e outros 288, no Trentino 2. O projeto prevê que 784 famílias se beneficiem do programa do Governo Federal. Numa conta rápida, estamos falando de mais de 3.000 pessoas morando no que até poucos dias atrás era uma arrozeira. Algum problema? Aparentemente não. Agora com os apartamentos praticamente prontos - só faltando marcar a data para o foguetório, os discursos e a politicagem - é que começam as cobranças.

O bairro Boehmerwald carece da infraestrutura adequada para receber, de uma só vez, uma demanda tão grande e pontual. A oferta de vagas nas escolas próximas ao conjunto Trentino deverá ser reforçada e novas vagas criadas. A saúde deverá também prever o crescimento da demanda que estes novos moradores do bairro, com toda razão, vão exigir. Até as linhas de ônibus precisarão aumentar suas frequências para atender a uma demanda que inicialmente não estava prevista.


DOIS ANOS DE ATRASO - O poder público, mesmo tendo conhecimento há mais de dois anos, de que esta nova demanda se produziria na região, não se preparou, não agiu preventivamente. Agora começará a pressão - sobre as mesmas autoridades que deram o aval à construção de um pombal numa arrozeira - para que as novas necessidades sejam atendidas de forma rápida.

O curioso é que o planejamento urbano serve - ou melhor dizendo, deveria servir - para evitar que se coloque o carro na frente dos bois. Autorizar projetos habitacionais em áreas anteriormente destinadas à agricultura, e que careciam da infraestrutura adequada para atender este tipo de empreendimentos, significa que agora, depois dos apartamentos entregues aos seus proprietários, será preciso fazer o que deveria ter sido feito antes. Simples assim. 

É um caso isolado? Nada disso. No bairro Vila Nova, outro empreendimento semelhante do Minha Casa Minha Vida, também implantado numa antiga arrozeira, receberá aproximadamente 600 novas famílias, que representarão mais de 2.000 novos moradores. Gente que passará a exigir novos espaços de lazer, vagas nas escolas próximas, mais médicos, mais remédios nos PAs do bairro e mais e melhores ônibus. Tudo isso sem falar nas demandas de educação, saúde, lazer e mobilidade, por citar só algumas.

E assim cresce esta Joinville que não planeja, que avança sobre a sua área rural, que paga o preço da improvisação e da falta de planejamento e que aumenta, de forma mascarada, o seu perímetro urbano, convertendo arrozeiras e campos de cultivo em futuros focos de problemas. 


P.S.
Não tenho e nada poderia ter contra o programa Minha Casa, Minha Vida, que oferece una oportunidade de moradia digna para milhares de brasileiros. Porém, continuo firme na minha cruzada contra a ausência de planejamento.

9 de novembro de 2011

Quanto custa o mau planejamento? (*)



Dia destes li que planejamento era um processo de longo prazo, que não há que esperar resultados em curto prazo. Foi só ler isto e lembrar a implantação do binário do Guanabara. Acredito que não deve ter faltado planejamento, tem mais de 100 técnicos dedicados a ele na nossa prefeitura. Pois é que as coisas não funcionaram como estavam previstas. As faixas que já tinham sido pintadas agora terão que ser repintadas de forma descontinua, vai tocar pagar duas vezes. Os tempos dos sinaleiros precisam ser reprogramados, será que não foi previsto? Custa acreditar.

Na Rua Visconde de Taunay os blocos de concreto colocados para proteger a ciclo faixa da calçada do batalhão insistem em não querer ficar lá e quem tinha a responsabilidade de repor-los desistiu de vez, hoje não sobrou nenhum. A duvida é se não eram precisos e foram colocados a toa, pouco provável, porque os técnicos afirmaram que os blocos aumentariam a segurança dos ciclistas, ou são necessários e agora o risco de atropelamento aumentou pela sua ausência. O fato é que se gastou dinheiro publico para construir uma ciclo faixa que hoje é insegura.

O novo projeto de paisagismo da Avenida JK, entre outras intervenções contemplou a instalação de uma cerca metálica, o projeto deve ter considerado que lá existem palmeiras imperiais de grande porte, porque são facilmente visíveis a olho nu. As palmeiras por conta do seu desenvolvimento deixam cair periodicamente as suas folhas, coisa de uma 5 a 7 por ano. O impacto das folhas sobre a frágil cerquinha parece não ter sido planejada e o resultado em poucos dias já esta a vista. Será preciso reparar constantemente a cerca ou inclusive trocá-la em alguns pontos. Na mesma obra, as novas palmeiras que substituíram as três que ao longo do tempo tinham se perdido por acidentes automobilísticos não resistiram aos primeiros 60 dias e precisam ser substituídas, perder 3 de 3 é uma media alta, foi falta de planejamento?

As mudanças no transito em volta dos acessos do Parque da Cidade, incluem a pintura de sinalização horizontal, a Rua Aubé é um caso curioso, as duas pistas de rolamento para veículos têm larguras diferentes, o que sobra num lado, falta no outro. No lado bairro - centro é praticamente impossível que um ônibus ou um veiculo de maior porte não avance sobre a ciclo faixa, colocando em risco os ciclistas, que por lá se atrevam a circular. Faltou planejamento para prever que num dos lados estava prevista uma ciclo faixa.

Definitivamente o planejamento é um processo de longo prazo, mas os seus erros aparecem no curto e sabe quem paga por fazer, desfazer e refazer de novo? 

3 de setembro de 2011

30 Andares


Já imaginou todos estes carros na sua rua de um dia para outro? Como vai ficar o transito? E todas estas pessoas? Já pensou numa cidade que permitisse construir prédios de 30 andares em ruas em que não cabem nem dois carros? Pois este é o modelo que Joinville esta propondo. Faça as contas.

E veja o impacto que um prédio destes pode ter na sua rua, no seu bairro, perto da sua casa.

Colaboração de Sérgio G Gollnick

18 de junho de 2011

Para pensar acordado

Os africanos tem um bom conselho para os planejadores locais, que mostram não ter muita certeza do que estão fazendo

Quando não souber para onde ir, olhe de onde vem.

Provérbio africano

21 de maio de 2011

Se você é dos que culpam a chuva



Este hotel de 15 andares foi construído em 6 dias,
planejamento e boa administração fazem a diferença

27 de abril de 2011

Ignorantes, Falidos e Felizes (2)

Ignorantes, Falidos e Felizes


Lamento concluir que a cidade é toda feita nas coxas. O termo, chulo e grosseiro, em nada se refere às nossas belas mulheres.

Infelizmente me refiro à nossa convivência coletiva.

Nosso transito é planejado nas coxas – nada é projetado para 30/40 anos. Se durar até a próxima eleição já será um milagre. Li que o Rio de Janeiro prevê 1 carro para cada dois habitantes em 2020. Nós somos 500.000 e temos 270.000 veículos licenciados – é 1 veículo para cada 1,8 habitantes. Estamos 10 anos à frente do Rio.

Nossa malha viária festeja 160 anos. Dirigimos (todos nós cidadãos) como se morássemos em Pomerode. A administração não peita os condutores para acabar com a circulação nas vias vicinais do centro. As ruas de mão dupla entre os binários retardam o fluxo dos que querem entrar e dos que querem sair da via principal. Estas mesmas mãos duplas fazem dos cruzamentos uma loteria, tamanho o numero de combinações possíveis.

Mas quem se interessa?
Quem vai ser o antipático a mudar as regras?
Quem vai obrigar o morador a dar a volta na quadra?

E o ciclista atropelado? E a moto caída?
Dizem que cada acidente de moto custa aos cofres públicos algo em torno de R$ 40.000.
E aquela ambulância que colidiu no cruzamento?
E os bombeiros desviados?
E o atraso da produtividade de todos que ficaram presos no transito?

Nosso transito é planejado ... nas coxas.

E a policia que pede para fechar as lojas porque não consegue dar segurança? Nas coxas.
E os bancos que retiram os caixas eletrônicos ?!

E as escolas pintadas na brocha, tinta de terceira, as cadeiras enferrujadas, lâmpadas queimadas, janelas quebradas ... tudo nas coxas.
A quadra em construção desabou. Desabou !!!!
E a merenda escolar ..... nas coxas.
É público. P Ù B L I C O – do povo. Putz! Tudo deveria ser de primeira. Durar dezenas de anos. Receber uma manutenção primorosa e ser foco de zelo e respeito do cidadão. E que o rigor da lei recaísse sobre aquele que o profanasse.

E o salário do professor. Aquele que deveria ser o cidadão mais respeitado da comunidade.
Aquele que deveria ser o orgulho da família. Aquele que deveria ter seus rendimentos triplicados e que fosse servido por todo o suporte e toda a tecnologia disponível incondicionalmente. ... tratado nas coxas.

E nossos hospitais? Nas coxas.
E nossa rodoviária? Nas coxas.
E nosso aeroporto? Hahahahaha ....... nas coxas.
E nosso estádio de futebol? E o teatro municipal? E o centro de exposições?
E os parques? Patakaparau .... só nas coxas.


18 de outubro de 2010

Para pensar acordado

Sem informações confiáveis as possibilidades de consecução de qualquer planejamento é mero exercício de futurologia.

Celso Santos

Quando se toma conhecimento da forma como são elaborados os estudos e projetos para planejar e definir o futuro de Joinville, a frase de Celso Santos ganha uma força e uma atualidade, que alguns podem considerar assustadora.

A falta de informações e pesquisas adequadas e confiáveis, levam a tomar decisões equivocadas que acabamos pagando todos.

6 de junho de 2010

Uma Joinville bem diferente

A matéria sobre os planos diretores de Joinville é muito oportuna, mostra o que foi planejado e que não foi executado.

O problema das enchentes é mais grave, porque de forma irresponsável foi autorizada a ocupação de areas sabidamente alagáveis

O problema do transito agravou porque os eixos previstos nunca sairam do papel

O problema dos parques, permanece porque dos parques previstos nada foi feito.

As diferenças com Curitiba que tanto procuramos copiar, são de gestão e não de planejamento.

Em Joinville sobre planejamento e falta fazejamento. Só que cada administração quer fazer o que quer e não o que esta planejado. Joinville só avança por espasmos, sem sequencia e sem ordem, o resultado é o que o A Noticia evidenciou.

Parabens ainda ao jornalista João Kamradt pela qualidade do trabalho, preciso, cuidadoso, detalhado e isento

13 de março de 2010

Politica

Groucho Marx definia a política como sendo a arte de buscar problemas, encontra-los, fazer um diagnostico errado e aplicar as soluções equivocadas.

A definição pode se aplicar também a outros setores e não parece ser exclusivo para política, podemos aplicá-lo também para planejamento, urbanismo, mudança climática e tantos outros.

27 de fevereiro de 2010

Zoneamento do Morro do Boa Vista (*)


Zoneamento do Morro do Boa Vista


A oficina convocada pela Fundema permitiu definir os critérios para o zoneamento da Unidade de Conservação do Morro do Boa Vista. O trabalho que teve uma boa participação e uma excelente organização serviu para que a sociedade se manifestasse e disse sem meias palavras o que quer e o que não quer. De novo a participação cidadã deu um banho.


O que chamou a atenção, foi o nível e a qualidade das propostas e a participação de todos, como destaque a unanimidade da sociedade em exigir que a ferida aberta resultado do projeto amalucado de um ginásio em área de preservação, seja recuperada e revegetada. Não permitir que a prefeitura tome parte da área verde para implantar um estacionamento e a proposta de desenvolver um modelo de ocupação sustentável para as 20 famílias que ocupam ilegalmente uma área desde faz mais de 30 anos. A idéia de implantar um projeto eco-sustentavel, que busque em alternativas inovadoras a sua viabilidade, com energia renovável, com esgoto tratado por zona de raízes, com construções feitas com materiais recicláveis, que possa servir de modelo e de referencia, são alguns dos pontos a destacar positivamente.


Entre os pontos negativos, a flagrante e corriqueira dissintonia entre os diversos órgão da Prefeitura, que falam idiomas distintos, alguns membros do segundo andar do paço municipal falariam de linguajares divergentes. Em quanto o morro precisa de uma Zona de Amortecimento (ZA) para evitar ou minimizar a pressão sobre a unidade de conservação, o projeto de macro-zoneamento encaminhado a Câmara de Vereadores, propõe para a região em volta do morro o critério de adensamento prioritário. Em português para leigo, verticalizar, adensar e acabar ocultando o morro para a cidade.


Que a prefeitura tem inchado muito não é de hoje, mas que esta parecendo uma torre de babel, com muita gente falando e se achando no direito de mandar e pouca gente escutando é preocupante, porque evidencia desorganização e falta de coordenação, imprescindível em quaisquer organização com mais de três funcionários.

2 de fevereiro de 2010

De Anselmo Fabio de Moraes


O jornal A Noticia publica hoje um texto inteligente do Eng Anselmo Fábio de Moraes, o texto de Hans Moraes se soma aos vários que identificam na histórica falta de planejamento boa parte dos problemas da cidade, que fica agindo pontualmente, resolvendo pequenas coisas, buscando o imediatismo e deixando de resolver os graves problemas resultado da falta de planejamento.

Como na musica infantil que diz "Um elefante incomoda, incomoda muita gente, dois elefantes incomodam muito mais..." podemos dizer que em Joinville "Um grilo falante incomoda muita gente, dois grilos falantes incomodam muito mais, três grilos falantes...."

O texto completo da Cronica "Planos" esta disponível no link.

4 de janeiro de 2010

Faltando menos de 3 meses...

Escrever sobre falta de planejamento, sobre imprevidência ou simplesmente sobre desorganização, equivale hoje a chover no molhado. Podemos dizer que tem se convertido em algo tão habitual que ninguém mais se surpreende e menos ainda se impressiona. A novidade seria que fosse possível planejar e executar no prazo, com as especificações e no preço orçado e previsto.


A menos de 3 meses da inauguração do novo shopping, a imprensa local informa que não existe ainda um projeto definido, nem um orçamento, menos ainda uma definição clara de quem vai pagar a conta das mudanças no transito, para poder fazer frente ao impacto que a inauguração do novo shopping gerará. O objetivo deveria ser o de minimizar o desconforto que o novo pólo gerador de trafego trará para os usuários da rotatória das universidades, para os que trafegam pela Rua Santos Dumont, pela Avda. Edgard Meister, ou que precisem se dirigir a Univille ou a Udesc. Parece porem que o foco das diversas alternativas consideradas é o de facilitar o acesso ao Shopping.


Mesmo depois de transcorrido um ano da aprovação da obra do shopping, parece que o tempo no foi suficiente para poder analisar com tempo e propor as melhores alternativas para resolver um problema, que alem de antecipado por todos, estava previsto desde antes do inicio das obras. Deixar tudo para o ultimo momento, ainda mais conhecendo a tradicional lerdeza do serviço publico para executar quaisquer serviço evidencia uma terrível falta de planejamento e um amadorismo que em outros setores da sociedade poderia ser considerado incompetência.

2 de agosto de 2009

O futuro de Joinville (*)

Faz mais de 15 anos, que um grupo se reunia para debater e pensar Joinville, como muitos outros o fizeram antes de nos e espero que o façam tambem depois. Naquele tempo éramos mais jovens e não tínhamos consciência que algumas coisas não poderiam ser feitas. Com o entusiasmo de uma época e de uma idade fizemos o que não deveríamos ter feito. Ousamos pensar uma Joinville diferente. Uma outra Joinville. Em lugar de pensar ou debater uma cidade possível, imaginamos uma Joinville impossível.


Dos debates e da troca de idéias, nasceu uma forma de pensar, que baseada numa acracia participativa e democratica, típica de idade e da imaturidade, se dedicou a sonhar uma outra Joinville. Sem estar atrelados, naquele tempo, a partidos ou grupos determinados, éramos livres para pensar, debater e propor. Sem ter que preocuparmos com o que seria ou não possível, ou caberia dentro de um orçamento, participativo ou não, ou de um plano de governo, aqueles livrinhos cheios de objetivos, que são distribuídos até a saciedade, em época eleitoral e permitem ver ao cabo de quatro anos, tudo que não foi feito. Depois o tempo cuidou que as ideais fossem absorvidas e descaracterizadas pelo “status quo”. E o sonho, não de construir uma cidade impossível, o sonho de sonhar uma cidade melhor, foi esvaindo se aos poucos.


A prefeitura contratou um Planejamento Estratégico, que coubesse no próximo plano de governo, gente boa inclusive, se empenhou em propor uma Joinville viável, o que seria possível, e as obviedades e platitudes ocuparam o lugar das idéias, a falta de visão foi ocupada por uma sucessão ordenada de objetivos, que conduzem com passo firme a mais do mesmo. O que poderia ter sido a “Primavera de Praga” acabou do mesmo modo que a original, com os tanques soviéticos ocupando as ruas, os grupos dispersando se e alguns próceres da nossa sociedade aparecendo na foto. Com o mesmo olhar que o caçador utiliza ao se fazer fotografar com o ultimo elefante abatido.


Existiu sim um tempo em que se pensou outra cidade, uma cidade melhor, não maior, nem inchada, uma cidade em que a qualidade de vida ocupasse um espaço maior, os valores fossem mantidos e a cidade fosse mais competitiva, mais justa e plural. Evidentemente faltou ao grupo compreender que este modelo de cidade, poderia enfrentar oposição, naqueles que durante décadas tem sido e continuam sendo os donos do pedaço. Vocacionados para a preservação do modelo atual. Com uma visão que dificilmente supera o horizonte dos 4 anos do mandato do prefeito. Que se concentra no que é possível, no que pode ser feito.


Faltou a aquele grupo, saber que não poderia ser alcançado, e como não sabíamos, fizemos. Sonhamos uma outra Joinville,hoje estamos de volta a esta realidade, tão diferente daquele sonho platônico. “O futuro tem muitas formas. Para os incapazes é o inalcançável. Para os criativos é uma oportunidade.”
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