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22 de junho de 2013

4,5,6 Milhões de habitantes em Joinville?

No A Notícia de hoje

AINDA HÁ MUITO ESPAÇO

A volta do debate sobre a Lei de Ordenamento Territorial (LOT) vai retomar a discussão sobre os limites de crescimento de Joinville. Espaço tem, desafio é ter infraestrutura para todos. Nos mapas e explicações sobre a LOT, disponíveis no site do Ippuj após decisão judicial, há um dado sobre o potencial construtivo em Joinville, isto é, quais os limites de metragem que podem ser construídos na cidade. Hoje, seria possível construir 444 milhões de m2. É o máximo do máximo: seria como se todo o Centro de Joinville tivesse somente prédios de 18 andares, com exceção dos imóveis públicos e tombados, por exemplo. Com a LOT, o máximo de área construída seriam 256 milhões de m2. A informação está lá, provavelmente, para tentar responder a críticos que acusam a LOT de “liberar quase tudo”. Mas mesmo com esse potencial construtivo menor, ainda é muito espaço. E depois da LOT, vem o IPTU progressivo, o que pode estimular a ocupação, embora os impactos só venham a ser sentidos na próxima década.


Já construído
Em 2008, o Ippuj apontou Joinville com área construída de 27,7 milhões de m2. Pega-se a metragem liberada pela Seinfra nos últimos anos e atualiza-se para 32 milhões de m2. A média anual tem sido 1 milhão de m2, desde casas até indústrias.

Uma fração
Portanto, mesmo levando em conta a LOT, só 12,5% do potencial são aproveitados. Claro que não dá para transformar toda Joinville em Copacabana ou Balneário Camboriú, dois dos locais mais adensados. Mas há muito para expandir.

Nas faixas
O potencial construtivo será concentrado, se a LOT passar, nas faixas viárias. E reduzido nas chamadas áreas internas dos bairros, aqueles miolos onde não passam vias de maior tráfego. Os críticos da LOT se queixam de que nem todas as faixas viárias têm estrutura para receber o adensamento.

Para 5 mi
Pelas contas do Ippuj, pelas regras atuais de ocupação, caberiam 9 milhões de pessoas (isso mesmo, nove) em Joinville. Mas teria de ter a construção máxima permitida em todos os lotes, quase uma impossibilidade. Com a LOT, vai ficar algo entre 4 milhões e 5 milhões – também no improvável limite do limite.


31 de agosto de 2012

Sem controle da sociedade a especulação avança


Grafitti criativo mostra como em nome do desenvolvimento econômico a especulação imobiliária avança sobre o verde, acaba com a qualidade de vida e destrói a historia e a cultura de uma cidade.

2 de junho de 2012

Caderno de viagem


Banco Aliado - Cidade do Panama

O novo ícone da cidade 

Cidade do Panamá a nova Miami


O céu é o limite

No outro lado da baia o casco antigo esta preservado e em pleno processo de reconstrução mantendo os padrões originais de construção, recuperando velhas técnicas construtivas e preservando a historia.
Porque não se faz desenvolvimento a qualquer custo.

Casco Antigo - Cidade do Panamá



1 de abril de 2012

Cidades mais compactas e aumento do perímetro urbano


Da Folha de São Paulo

Urbanistas defendem 'compactar' metrópole
Ideia de adensamento é rejeitada por moradores


A chegada de prédios em um bairro de casinhas é percebida como invasão pela maioria dos moradores.

Por outro lado, a corrente mais forte do urbanismo contemporâneo defende o ideal chamado de "cidade compacta". Uma grande concentração de prédios e pessoas em uma mesma área, além de opções de comércio, serviços e lazer, tudo ali por perto.

Acreditam que isso tornaria as cidades mais interessantes, porque quem vive nelas tem tudo à mão. Com tanta gente morando junto, as ruas se tornam, de quebra, mais vivas e seguras. Mas, para funcionar, é fundamental que exista uma excelente rede de transporte público e ótimo planejamento -não é o caso de uma metrópole como São Paulo, dizem urbanistas.

"Estamos verticalizando sem qualidade urbana", critica o urbanista Carlos Leite, professor do Mackenzie e consultor para cidades sustentáveis. "Não se vê gente na rua, e sim os mesmos condomínios murados e fechados", continua ele.

A ideia da cidade compacta é a base de projetos urbanos como o Nova Luz e o adensamento da Barra Funda. Aparece também num plano para a cidade em 2040, em fase de finalização.
Para Lucila Lacreta, urbanista e diretora do Movimento Defenda São Paulo (espécie de federação dos movimentos de bairro), a cidade compacta pode ser boa, mas em São Paulo é uma "falácia" usada pelo poder público para promover a verticalização. "Ainda não há infraestrutura de transporte para isso."

O arquiteto Fernando Serapião, editor da revista "Monolito", diz que a resistência à verticalização tem a ver com uma ideia romântica da vida no campo. E aponta uma contradição. Na verdade, é a cidade compacta que tem qualidade de vida mais parecida com a do interior, já que comércio, serviço e trabalho estão muito próximos.

Mesmo assim, reconhece, os movimentos de bairro são legítimos e contam muito da história do urbanismo dos últimos 40 anos. Cita o exemplo de Jane Jacobs, moradora do Village, em Nova York.

Ela organizou um movimento contra as grandes obras de renovação urbana que aconteciam na cidade nos anos 1950. Nos 1960, Jane escreveu um livro que é referência para urbanistas até os dias de hoje: "Morte e Vida de Grandes Cidades".

Nele, já aparecem algumas das bases do conceito de cidades compactas de hoje.

14 de janeiro de 2012

Aonde foi o verde urbano? (*)






 









Morro da Viuva – Rio de Janeiro.

Fui intimado a escrever sobre o verde urbano. Não vou aqui discorrer sobre dados e estatísticas para dizer que temos pouco verde. Mas vou me socorrer de dados apresentados pelo engenheiro agrônomo Gilberto P. Gayer, leitor assidou deste blog, para quem os indicativos de referência de área verdes existentes são questionáveis.


Para o IBAMA/FATMA seria de 8 m² por habitante (indicativo usado para calcular as áreas verdes previstas nos licenciamentos ambientais de loteamentos e condomínios).Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) indica um mínimo de 12m² por habitante, mesmo sem ser clara a metodologia aplicada para chegar a este número.


“De qualquer forma, adotando o que a OMS define, em Joinville deveríamos ter um mínimo de 6 milhões de m² de área verde. Há quem diga que temos algo próximo de 80 m² por habitante, o que seria espantoso.Porém, se considerarmos os mangues, rios, margens de baías e lagoas, cumes de morros e encostas mais íngremes, todos estes já são garantidos por lei federal (por enquanto).Acrescenta-se os vazios urbanos que são privados e podem sumir a qualquer instante.E sobra muito pouco. As cotas 40 são espalhadas e privadas.Por isto há a necessidade de políticas de criação de Unidades de Conservação (como a ARIE do Boa Vista e Iririú), e principalmente de arborização urbana”, diz Gayer.




A EMOÇÃO DO VERDE - Não tem como não se emocionar ao chegar a Joinville pela primeira vez. Eu continuo me emocionando quando a chegada é por avião. Sobrevoar a Baia da Babitonga, a Lagoa de Saguaçu e as áreas de mangue é um espetáculo. As áreas remanescentes de verde nos morros do Boa Vista e do Iririú e a vista do verde intenso da Serra do Mar não podem deixar a ninguém indiferente.


Se a chegada é por carro, seja pela BR- 376 ou pela SC- 301, descendo de Curitiba ou de Campo Alegre, a impressão não é menos intensa. Esta impressão nos deixa com a percepção que Joinville é – ou deve ser – a capital internacional do verde e que contamos com percentuais de verde invejáveis para cada cidadão.


Mas estes dados, como tantos outros que nos são apresentados a cada dia, para nos convencer disto ou de aquilo, podem ser incluídos numa teoria científica bem consolidada, a “Teoria do Frango”. O estudo prova que se eu comi dois frangos e você nenhum, na média cada um de nos comeu um frango.


A maioria das áreas verdes que um turista poderia observar ao sobrevoar Joinville, na metade da década de 90, já não existe mais. As áreas foram desmatadas, ocupadas, urbanizadas e continuam a ser com intensidade e velocidade cada vez maior. O avanço da urbanificação sobre as áreas rurais tem o estímulo descarado do poder público em nome do desenvolvimento.


Gosto de citar, um caso emblemático do Rio de Janeiro, o Morro da Viúva as margens da enseada de Botafogo.





 Além da imagem que ilustra este post, e que mostra o Morro da Viúva rodeado por uma muralha de prédios. Duas imagens uma anterior a construção do aterro do Flamengo e a outra bem atual, servem para evidenciar a ameaça real que os nossos morros sofrem, com bandos de aloprados gananciosos estimulando o adensamento e a verticalização em volta dos morros do Boa Vista e Iririu.



ECOCHATOS E DESOCUPADOS - O verde preservado pela legislação federal, como os topos de morro, os manguezais e as margens de rios e lagoas, são espaços de preservação permanente e não podem ser considerados espaços para o lazer urbano, não atendem a estas necessidades. No caso de Joinville o avanço criminoso feito sobre os rios, as suas margens e os fundos de vale exigirá pesados investimentos públicos. Segundo os números apresentados pelo poder público, pouco mais de R$ 1 bilhão. Desnecessário dizer que estes recursos não existem e não devem aparecer facilmente.

O verde por habitante deve ser considerado pelo conjunto de praças e parques, por um lado, e pela soma do patrimônio que representa a arborização urbana do outro. Joinville tem perdido, de acordo com os dados do próprio poder público, mais de 40% das árvores que existiam nas vias públicas na década de 90. E além de não terem sido repostas as perdas, tampouco tem continuado o plantio.


O problema principal pode ser a percepção muito forte de que há um enorme estoque de verde urbano. De que esta é uma das cidades que mais perto está do paraíso. E também de os defensores da preservação da qualidade de vida representada pelo verde são uma minoria absoluta de ecochatos e desocupados.




O discurso desenvolvimentista dos talibãs do tijolo aproveita bem esta percepção da maioria. E é por isto que o verde que você já viu, hoje não vê mais. Como por arte mágica, ele está desaparecendo. Mas, ao contrário, das apresentações de mágicos e ilusionistas, ele não reaparece em outra parte do cenário.

13 de julho de 2011

Naum Santana - Entrevista

Vale a pena dedicar uns minutos a entrevista que o Portal Joinville fez com Naum Santana, um dos bons técnicos de carreira da administração municipal. Com longa experiência e posições ponderadas e inteligentes.

2 de julho de 2011

Do jornalista Jefferson Saavedra

Os grandes vazios

Joinville tem também as áreas vazias dentro do perímetro urbano, divulgadas no ano passado. São 51,4 km2, equivalentes a cinco mil campos de futebol. Mesmo com o desconto das áreas que não dá para ocupar (entraves ambientais, declividades etc.), ainda sobram muitos terrenos.


Como este blog já tinha comentado, a insistente "vontade" por verticalizar e adensar, com tantos vazios urbanos é no mínimo, estranha.

As contas sempre as contas

Os vazios urbanos


17 de junho de 2011

31 de maio de 2011

145 assinaturas


145 é mais que 20


As contas são sempre as contas, excluindo aqueles que gostam de espremer os números para que confessem verdades diferentes, os números mostram as suas verdades com crueza. Desprovidos das empulhações a que estão tentando nos habituar, os números, como os aprendemos na escola, dizem que um e mais que dois e que três é mais que quatro.


A esdrúxula iniciativa de um pequeno grupo de proprietários da rua Aquidaban, que sem ser moradores, na sua maioria, apresentaram um abaixo assinado contendo 20 assinaturas, solicitando a mudança do zoneamento para que deixasse de ser residencial unifamiliar e passasse a permitir prédios de até 12 pavimentos, teve surpreendentemente boa acolhida na comissão de urbanismo da Câmara de Vereadores de Joinville, que inclusive assinou o projeto de lei em bloco, situação estranha de paternidade compartilhada.


Afortunadamente a sociedade uma vez mais se mobilizou, e numa iniciativa que cada vez é mais freqüente, um grupo significativo de moradores, não só da rua Aquidaban, como também das ruas vizinhas, incluídas na área de influencia da desastrada proposta verticalizadora, participou de forma organizada da audiência publica promovida pela Câmara de Vereadores e se engajou em recolher assinaturas para contrapor ao abaixo assinado que deu inicio ao processo. Com rigor e seriedade só foram aceitas as assinaturas dos diretamente afetados, e 145 eleitores assinaram, manifestando-se abertamente contrários a mudança do zoneamento.


Ninguém pode ainda acreditar que a guerra esta ganha e o inimigo vencido, mas o coro dos que se empenham em defender um modelo de cidade, um conceito de qualidade de vida, aumenta a cada dia, quanto mais fica evidente o impacto negativo que o adensamento desordenado e o custo adicional que a gestão venal do planejamento urbano de Joinville representa para todos, maior o numero de cidadãos que tomam consciência e se posicionam abertamente.


Frente ao movimento que em nome do desenvolvimento, defende o adensamento desordenado e a verticalização até o infinito, outro movimento surge com vitalidade inusitada, para defender o pouco que ainda queda, do avance das tribos bárbaras que aqui querem aportar, utilizando como cavalo de tróia a cobiça de alguns proprietários locais, com o objetivo do lucro fácil, a custa de destruir um modelo de cidade mais verde e com maior qualidade de vida. Por isto é bom lembrar que 145 assinaturas são mais que 20 assinaturas.

Publicado no Jornal A Noticia de Joinville SC

3 de maio de 2011

Planejamento urbano

O galo do João

Outro dia, li que “os vazios urbanos de Joinville devem render capítulos interessantes na discussão sobre a nova Lei de Uso e Ocupação do Solo”. Ao ler isto me lembrei do poema de João Cabral de Melo Neto, “Tecendo a Manhã”, que em parte diz: “Um galo sozinho não tece a manhã/ ele precisará sempre de outros galos”.

Leva-me o poema a pensar nas muitas discussões ásperas e míopes, sobre urbanismo, que se têm visto em Joinville. Pouco estudo e muito achismo, chegando-se ao cúmulo de se fomentar guerras entre as diferentes classes sociais, como se isto fosse o fulcro principal e não a desigualdade que impera na cidade como um todo.

Edificar a cidade baseado em dados e estudos profundos será muito mais saudável (uso do solo, ventilação, insolação, bem-estar da população) do que apenas ficar discutindo e disputando como se fosse um “cabo de guerra”, se deveremos verticalizá-la ou não ou mudando “rua a rua” o tipo de ocupação.

A impressão que se tem é que os galos não estão tecendo a manhã, mas, sim, concorrendo entre si: quem canta mais alto, quem é o mais bonito, quem empola mais o peito, e que se dane a cidade.

Pelo contrário, se o objetivo de quem a planeja é o bem comum, vislumbro que, para tê-lo, o trabalho deverá ser coletivo e solidário, utilizando-se da beleza do simbolismo do poema.

É imprescindível escutar todos os “galos” para traçar novos rumos para a cidade. É hora de definir objetivos e arregaçar as mangas, empenhando-se e caminhando na mesma direção. Mas só se conseguirá isto se os planejadores estiverem ávidos por ampliar saberes, compartilhar experiências e, acima de tudo, baixando o tom, desempolando o peito e voltando a atenção para o que está acontecendo ao derredor.

“Tecendo a Manhã” deve iluminar o pensamento dos que têm a obrigação de planejar a cidade e deixar claro que um galo sozinho não tece uma manhã”, muito menos o amanhã. E ainda não temos a cidade que desejamos, só tecendo juntos é que teremos a possibilidade de construí-la. Entendo que esta construção deve ser feita em coro, com harmonização das diferentes vozes e, principalmente, com a humildade dos gestores, que também têm a tarefa de cantar com os demais e sem desafinar.

hans.moraes@gmail.com

ANSELMO FÁBIO DE MORAES, MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL

21 de abril de 2011

30 andares


Visualizando o impacto de um prédio de 30 andares. Quantos carros, quantas pessoas, quanto lixo, quanta agua, quanto esgoto, quanta sombra.


Colaboração de Sérgio G Gollnick

20 de abril de 2011

Fazendo as contas da verticalização


Sérgio Gollnick mostra como avaliar o impacto que um prédio representa para uma rua, bairro, cidade...


Fazendo algumas contas:


Prédio Residencial

Terreno: 2.000 m2

Área Pavto Tipo: 750 m2 (37,5% de ocupação da torre)

Total Construído: 6.500 m2 (garagens e térreo


– 86% de ocupação do terreno) + 19.500 m2 (pavimentos tipo) = 26.000 m2 (25% de área para permeabilidade)

Unidades por Pvto. 6 UH (+ 125 m2 área total por unidade)


Unidades Totais: 156 (para 26 pavtos + 4 patvos garagem)


Pessoas Habitando: 600 pessoas

Numero de vagas de garagem: 312 vagas = 6.240 m2

Efluentes gerados: 72.000 lts/dia

Água consumida: 72.000 lts/dia

Resíduos sólidos: 360 kg/dia

Tráfego gerado veicular: 811 viagens/dia


Agora multiplique esta quantidade por vários prédios na mesma rua.

19 de abril de 2011

Para pensar acordado




Falar de 18 andares numa cidade que não tem infraestrutura, nem ruas adequadas, já era uma maluquice, agora falar de 30 andares é coisa de doido mesmo.

26 de janeiro de 2011

Predios altos reduzem a insolação


Prédios altos "roubam" até 6 horas de sol em SC

Sombra começa às 14h em praias de Balneário Camboriú


Secretário diz que não adiantaria colocar um limite agora, já que restam poucos terrenos disponíveis na orla

LUIZA BANDEIRA
ENVIADA ESPECIAL A BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC)

São 15h e o comerciante Vanderlei Knerek, 41, recolhe barracas e cadeiras que aluga na praia Central, em Balneário Camboriú.


Instalado em frente ao recém-construído edifício Metropolis, de 44 andares, ele vê uma grande sombra se formar no seu ponto, fazendo com que os banhistas deixem a praia ou procurem trechos ainda ensolarados.


Os prédios altos da orla se tornaram os vilões do verão em um dos destinos turísticos mais procurados do litoral de Santa Catarina.


Os edifícios fazem sombra na praia a partir das 14h. "Roubam" até seis horas de sol dos turistas -no horário de verão, as praias costumam ficar cheias até as 20h.


Segundo Carlos Haacke, presidente do sindicato da construção civil do município, os espigões começaram a surgir na década de 80.
A preocupação foi não construir um prédio "colado" ao outro, acabando com a ventilação na orla.


Para compensar perdas com trechos vazios, investiu-se em prédios altos, com mais apartamentos.


Nos últimos anos, disse Haacke, houve uma explosão de prédios altos. O preço dos apartamentos pode chegar a até R$ 7 milhões.

INCÔMODO
Na quinta-feira, a única barraca que ainda restava na sombra do Metropolis era a do motorista Jorge Moreira, 39. Ele havia aproveitado pouco mais de uma hora de sol. "Todos os dias a gente dá o azar de ficar em um lugar com sombra", reclamava.


A argentina Julieta Carradori, 25, disse que tem procurado outras praias.
Já o professor Paulo Fraga, 45, aproveitou a sombra para levar a mãe, que não pode pegar sol forte, à praia.


Não há limite de altura para os prédios na orla, segundo a prefeitura. O secretário de Planejamento do município, Auri Pavoni, disse que não adiantaria colocar um limite agora, já que restam poucos terrenos disponíveis.
Apesar de não ter sido motivado pelo problema da sombra, um projeto para ampliar a faixa de areia na praia -que diminuiu devido ao avanço do mar- é apontado como a única solução.


"Derrubar os prédios é impossível", disse Pavoni.
O problema também atinge outras praias brasileiras, como a de Guarujá, em SP.

23 de janeiro de 2011

Tem mais gente achando que o modelo esta errado

Verticalização

De grande lucidez e bom senso o comentário “Chuvas denunciam modelo de crescimento”, do jornalista Claudio Loetz (coluna “Livre Mercado”, 21/1), ao destacar que as chuvas estão denunciando nosso falho modelo de crescimento. Como especialista em direito ambiental, sempre me posicionei contrário à aplicação dos recuos previstos no Código Florestal dentro da cidade.

Mas estas enchentes diárias me fizeram repensar. Se a verticalização fosse positiva para evitar nossos graves problemas de inundações, São Paulo, uma das cidades mais verticalizadas do mundo, seria um verdadeiro paraíso.

A preservação parcial do verde nos morros de Joinville se deu ao preço da ocupação desenfreada dos mangues, mas os morros correm sério risco diante da pressão imobiliária, como se observa nas gigantescas muralhas de concreto sobre o morro atrás do antigo Anthurium Parque Hotel.

As cercanias das ruas Jacob Eisenhut e Otto Boehm também estão sendo impermeabilizadas pelo concreto dos prédios, da via ao topo dos morros. Parafraseando Loetz, é hora de agir pensando no bem-estar coletivo e não nas vantagens imediatas.

Estamos destruindo Joinville. A continuarmos nesta marcha, nossos netos vão querer se mudar daqui, como 51% dos paulistas sonham abandonar sua antes bela capital.

Carlos Adauto Virmond Vieira
Joinville

21 de janeiro de 2011

Enchentes - Causa e Efeito


A Coluna Livre Mercado do jornalista Claudio Loetz publica duas notas que reproduzimos em azul

  • CHUVAS DENUNCIAM MODELO DE CRESCIMENTO

As chuvas na noite de quarta-feira e de ontem causaram estragos pessoais e econômicos raramente antes percebidos em Joinville. Em novembro de 2008, demorou quatro dias para ocorrer enchente de gigantescas proporções. Desta vez, foram suficientes só quatro horas para a água atingir espaços que nunca tinham sido atingidos.

Há duas constatações: na região central e em outras áreas, trocou-se o verde de jardins e quintais por cimento e construções. Impermeabilizou-se o solo para se ganhar dinheiro. Uma cidade é um ente vivo, dinâmico, que reage ao que dela querem fazer.

Há algo errado. Joinville mudou de patamar sob aspecto geológico nos últimos cinco anos. É preciso repensar o modelo de desenvolvimento desejado para a Joinville de nossa e de futuras gerações. Cuidar de garantir qualidade de vida para todos implica viabilizar a expansão econômica subordinada a projetos de efetiva sustentabilidade ambiental. Se isto não for feito de forma consciente e rapidamente, o custo econômico de morar e investir em Joinville tornará o município não mais tão atrativo, como ainda é. A hora é de agir pensando no bem-estar coletivo. E não nas vantagens imediatas. Parece retórico, mas colhemos o que semeamos. Então, que sejamos prudentes e sensatos.

Hoje, Joinville é cidade receptiva a migrantes. E está mudando: está em transformação urbanística rápida a exigir criatividade, inteligência, ausência de preconceitos e rigor técnico-científico das autoridades e agentes econômicos.

Em São Paulo, 51% dos moradores sairiam da capital paulista para viver em outra cidade se pudessem. É o que mostra a segunda edição dos Indicadores de Referência de Bem-estar no Município (Irbem), divulgada pela Rede Nossa São Paulo. Claro que este é o caso extremo. Guardadas as devidas proporções, é este caminho que queremos para Joinville daqui a dez, 15 anos?


  • Controle do uso do solo

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) de Joinville, Luiz Carlos Presente, entende que “a elevada taxa de ocupação de uma cidade, em determinados locais, influencia, sim, como um dos fatores importantes para provocar áreas de inundações”. Argumenta que a verticalização é positiva, porque “teremos menos área de terrenos e coberturas da edificação por m² de ocupação”.

Diz que o Sinduscon tem orientado a incorporar nos projetos “a maior quantidade possível de áreas permeáveis”. E reforça: “Políticas públicas, com planejamento, construções de novas obras, manutenções do sistema e, principalmente, o controle do uso e ocupação do solo são fatores determinantes para evitar acontecimentos desagradáveis e manter o bem-estar da comunidade”.

SEM COMENTARIOS

27 de dezembro de 2010

Comentando a entrevista do Presidente do IPPUJ (1)

A densidade da entrevista concedida ao jornalista Claudio Loetz, pelo presidente do IPPUJ, aconselha que o tema seja tomado com parcimônia. A quantidade de afirmações proferidas e o caminho que propõe para Joinville, exigem uma analise cuidadosa.


Existe uma diferença sensível entre a realidade de Blumenau e a de Joinville, que o presidente de Joinville ainda não tem percebido, os muitos anos longe de Joinville, morando as margens do rio Itajaí, podem telo feito esquecer que a topografia das duas cidades é diferente, que o tamanho é diferente e que principalmente os prédios e a verticalização que em Blumenau fazem a diferença entre sofrer ou não com as enchentes. Não tem em Joinville os mesmos defensores como ele mesmo reconhece.


A sua cruzada pessoal em prol da verticalização, tem cada dia mais a imagem de uma luta quixotesca para defender um modelo que não forma parte do modelo de desenvolvimento urbano de Joinville. A frase “Os nossos filhos terão outra compreensão do espaço urbano. E vão naturalmente morar em prédios. Diferente da concepção de muitos da nossa geração, que preferem casa.Parece mais própria da Mãe Dinah que do presidente do Instituto de Planejamento de Joinville e do Conselho da Cidade e reconhece que a pesar de que a maioria da população de Joinville preferir morar em casas, o modelo que ele defende e se empenha em promover é o da verticalização em forte desencontro aos desejos da população.

16 de dezembro de 2010

Verticalização ?


Com o título Verticalização o jornal A Noticia publica a carta de Carlos Adauto Virmond Vieira que reproduzimos na integra pela sua contundencia e clareza.

· Verticalização?

A verticalização, acima de dez andares, em decorrência do adensamento de pessoas, tem sido apresentada como paliativo aos problemas de mobilidade urbana. Não concordo. O adensamento de pessoas traz os automóveis, o lixo, o esgoto, o barulho etc. Ao contrário do que se propaga, onde se permite a construção de prédios muito altos não se atinge grande densidade populacional, porque prédio alto tem custos de construção e manutenção elevados e só atende ao mercado de alto poder aquisitivo.

Acompanhamos a verticalização de cidades como Curitiba, Florianópolis e Balneário Camboriú, e ela só piorou a qualidade de vida por lá. Nos debates, não se fala sobre a paisagem, a insolação, o regime de ventos, que sofrerão com a verticalização. Muralhas de concreto, de até 24 andares, são uma insanidade. Os primeiros exemplos desta insanidade estão ficando prontos, e assustam. Em uma cidade como Joinville, marcada por umidade e calor, privar as propriedades da luz solar e do regime de ventos é condená-las ao mofo e à insalubridade.

O grande diferencial paisagístico de Joinville são seus (ainda) verdejantes morros. Mas aos poucos a pressão imobiliária está cercando e cobrindo os morros pelo concreto. Nosso espetáculo natural mais belo é o pôr-do-Sol na serra Dona Francisca, que marca o perfil geológico de Joinville. Mas os prédios acima de dez andares cobrem o desenho da serra, nos privando desta paisagem maravilhosa. Em países mais desenvolvidos, como a França e a Alemanha, é direito de todo cidadão usufruir da paisagem. Lá o planejamento urbano proíbe prédios que limitem a vista dos Alpes, da Torre Eiffel ou da Catedral de Colônia. O que nos falta é coragem para tentar um novo modelo de desenvolvimento. A proposta da verticalização tem mais de 50 anos e não apresentou resultado positivo em lugar nenhum. Por uma razão muito simples; ela é contra a natureza do ser humano.

Carlos Adauto Virmond Vieira
Joinville

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