31 de maio de 2011

145 assinaturas


145 é mais que 20


As contas são sempre as contas, excluindo aqueles que gostam de espremer os números para que confessem verdades diferentes, os números mostram as suas verdades com crueza. Desprovidos das empulhações a que estão tentando nos habituar, os números, como os aprendemos na escola, dizem que um e mais que dois e que três é mais que quatro.


A esdrúxula iniciativa de um pequeno grupo de proprietários da rua Aquidaban, que sem ser moradores, na sua maioria, apresentaram um abaixo assinado contendo 20 assinaturas, solicitando a mudança do zoneamento para que deixasse de ser residencial unifamiliar e passasse a permitir prédios de até 12 pavimentos, teve surpreendentemente boa acolhida na comissão de urbanismo da Câmara de Vereadores de Joinville, que inclusive assinou o projeto de lei em bloco, situação estranha de paternidade compartilhada.


Afortunadamente a sociedade uma vez mais se mobilizou, e numa iniciativa que cada vez é mais freqüente, um grupo significativo de moradores, não só da rua Aquidaban, como também das ruas vizinhas, incluídas na área de influencia da desastrada proposta verticalizadora, participou de forma organizada da audiência publica promovida pela Câmara de Vereadores e se engajou em recolher assinaturas para contrapor ao abaixo assinado que deu inicio ao processo. Com rigor e seriedade só foram aceitas as assinaturas dos diretamente afetados, e 145 eleitores assinaram, manifestando-se abertamente contrários a mudança do zoneamento.


Ninguém pode ainda acreditar que a guerra esta ganha e o inimigo vencido, mas o coro dos que se empenham em defender um modelo de cidade, um conceito de qualidade de vida, aumenta a cada dia, quanto mais fica evidente o impacto negativo que o adensamento desordenado e o custo adicional que a gestão venal do planejamento urbano de Joinville representa para todos, maior o numero de cidadãos que tomam consciência e se posicionam abertamente.


Frente ao movimento que em nome do desenvolvimento, defende o adensamento desordenado e a verticalização até o infinito, outro movimento surge com vitalidade inusitada, para defender o pouco que ainda queda, do avance das tribos bárbaras que aqui querem aportar, utilizando como cavalo de tróia a cobiça de alguns proprietários locais, com o objetivo do lucro fácil, a custa de destruir um modelo de cidade mais verde e com maior qualidade de vida. Por isto é bom lembrar que 145 assinaturas são mais que 20 assinaturas.

Publicado no Jornal A Noticia de Joinville SC

Um comentário:

  1. Parabéns Jordi. Excelente artigo, muito oportuno, perspicaz, apropirado e
    adequadamente provocativo. Contra fatos (números) não há argumentos.

    Oscar J. Hildebrand
    www.hildebrand-adv.com

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