8 de maio de 2011

O caminho mais curto



Aonde vai a nossa política paroquial?


A mudança de partido, como quem troca de camisa é uma pratica comum num pais em que ideologia é um mero acessório. A aparição de partidos de ocasião, como barrigas de aluguel, prontas a parir casamentos de interesse, são tão comuns, que não surpreendem mais. A rigor nem deveriam ser noticia.


A fundação ou a refundação dos partidos de sempre é só uma estratégia para tentar apresentar a sociedade como algo novo, o mesmo modelo do ano passado, ou pior ainda da década passada. Boa parte do eleitorado gosta de se iludir com os discursos vazios e com a emoção forjada de palanques e comícios.


Depois que nossa paróquia foi invadida por tribos de pigmeus morais, as mudanças de partido de uns e outros não têm servido para que surjam novas lideranças, são as mesmas de sempre agora com camisas limpas e recém passadas, mas com as estampas de sempre. A nossa política local tem poucas novidades e as que tem não empolgam ao eleitorado, que fica cada vez mais forçado a escolher entre, o menos ruim e o menos pior. Sem poder escolher entre o bom e o melhor.


Triste sina de uma cidade que vai ficando inchada, balofa, uma cidade grande só de aparência e não mais de conteúdo. Sem lideranças que a tirem do marasmo em que vive submergida desde já faz mais de uma década.


O novo partido não é mais que uma cortina de fumaça para que surjam novas amizades, para que inimigos ferozes de ontem apareçam de braços dados, sorridentes, mofando-se de um eleitorado ignaro, que quer acreditar no sonho de uma cidade melhor. Imaginando que o milagre será possível sem esforço, sem trabalho e sem sacrifício.


A política tem se convertido também aqui em espaço para arrivistas, trambiqueiros e todo tipo de embaucadores e trapaceiros, que vendem a alma ao diabo das urnas, na busca de poder, dinheiro e fama. Sem que a parte ética da sociedade não faça a sua parte e assuma a sua responsabilidade, continuaremos reféns destes modernos bucaneiros e corsários que tem se apossado das arcas publicas com o único objetivo de se locupletar. O fato é que hoje nenhuma outra atividade licita permite enriquecer e confere uma pátina de honestidade, conhecimento e ilibado proceder, tão rapidamente, como a política. O que tem afugentado a pouca gente seria que poderia ainda mudar as coisas.

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

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