30 de novembro de 2011

A filosofia dos lamas do Tibet

“Tudo aquilo que algum lazarento diz que é “URGENTE”, 
sempre é algo que um outro imbecil deixou de fazer em tempo hábil
 e quer que você se foda, para faze-lo em tempo recorde”

Para pensar acordado

· A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa.


 Jô Soares

29 de novembro de 2011

Grafite é arte

Sem reeleição


Vereadores, por Anselmo Fabio de Moraes*

Para as próximas eleições, as câmaras municipais das cidades brasileiras já terão votado suas leis para aumentar ou não o número de vagas para vereadores. Em Joinville, os defensores do aumento alegam que a cidade passa a ter mais representatividade, que dificultaria a ação espúria do Executivo, pois terá mais gente para fiscalizar.

Os contra se atêm aos custos decorrentes deste aumento e alegam que não existe trabalho para tanta gente. Que se for para ficar dando medalha de honra ao mérito, título de cidadão, nome de rua, fazer assistência social com o dinheiro dos outros ao invés de legislar e fiscalizar, que permaneça como está.

Todos os dias escutamos e lemos sobre pretendentes a candidato, tanto para prefeito como para vereador. Como prefeito não tem jeito, tem que ter mesmo, temos que discutir a ampliação do número de vereadores.

Outro dia meu camarada Gordurinha, que já estava, como se dizia no Bucarein antigo, com a “bucica” (cadela feia ou mau humor), pois tinha que cortar a grama da casa, afinal o Natal está chegando e esta tem que ficar “tinindo”, me falava: “Já que a gente tem que votar para vereador, decidi: vou votar em quem nunca se elegeu. Vou escolher um marreco qualquer, porque acredito que a renovação pode dar nova feição ao que está posto. Se esta turma que está aí não resolveu, vou mudar”. “Mas os caras novos entram sem saber nada”, disse eu. “Que bom”, respondeu. “Eles aprendem logo e sem os vícios dos velhos e, se forem sérios, farão diferente.”

Continuou: “Digo mais: agora está na hora de fazer caixa para a campanha do ano que vem. Imagina o prato cheio que é definir plano diretor, alteração de zoneamento, passagem de ônibus e zona azul. E tem mais, se eu fosse um bruxo e tivesse uma varinha de condão, daria um click na cabeça dos empresários, de todos os tipos, para que eles negassem todo e qualquer dinheiro para financiar campanha. Afinal eles financiam para quê? Com qual interesse?

“Deveriam deixar a galera se espremer. Cada um por si. Pelo que vale. Pelo que fez pela sua comunidade. Gente mais engajada e com vontade de ajudar a cidade e não de se locupletar. Não precisamos de mais quantidade e, sim, de mais qualidade.”

Falou, Gordura, vou na tua! Abaixo a reeleição!

*MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL

Contra o aumento do numero de vereadores


Pelo bem-estar de seu povo, por Francesc Boehm*

“Prometo cumprir a Constituição da República Federativa do Brasil, a Constituição do Estado de Santa Catarina e a Lei Orgânica do Município de Joinville, desempenhando, leal e sinceramente, o mandato a mim conferido, observando as leis e trabalhando pelo engrandecimento do município e pelo bem-estar de seu povo.” Este é o compromisso, disposto no artigo 8° parágrafo 6°, do Regimento Interno da Câmara de Vereadores de Joinville, que os vereadores assumem no início da legislatura. Na posse, cada vereador declara: “Assim o prometo”.

Aos vereadores, é entregue um mandato, fruto da vontade expressa no dia da eleição. Essa genuína procuração para atuar em nome do povo é conferida temporariamente por quatro anos, para que diuturnamente os vereadores atuem em busca do que é melhor para a nossa cidade, para sua gente, para o nosso futuro. A sociedade tem, além da representação dos vereadores, outras instâncias onde expressa suas demandas. Assim, é representada também pelas entidades de classe, pelos conselhos comunitários, nas plenárias do orçamento participativo, nas associações de moradores, nos clubes de serviço, nas igrejas e na imprensa, entre outros. A comunidade, quando ouvida e consultada, deixa claro que temas têm relevância e quais rumos têm apoio ou não.

Em alguns, existem divisões de opiniões flagrantes e dificilmente vislumbra-se o ponto de vista relevante, qual tem apoio majoritário. Mas este certamente não é o caso do aumento do número de vereadores. Pesquisas indicam que perto de 80% da população não quer e rejeita a ideia do aumento. Quando um percentual dessa magnitude é alcançado, ele é facilmente comprovado. Simplesmente, consulte as pessoas ao seu redor. Fale com seus vizinhos, seus funcionários, colegas de escola, companheiros de trabalho.

Acompanhe a imprensa. Levante o tema em conversas e escute. Você vai chegar à conclusão que a grande maioria chegou e, então, diga a quem você apoiou na última eleição que este tema é importante para você, fale o que pensa e qual a sua posição. A maioria entende que não há motivo nem clima para este aumento das vagas. Faça a diferença aqui em Joinville. Lembre-se, eles disseram: “Assim o prometo”.

francesc.joi@terra.com.br


*ENGENHEIRO MECÂNICO, ADVOGADO, EMPRESÁRIO

Placas de transito


As placas de transito

Nem faz tanto que as placas de transito foram noticia em Joinville, ganhou inclusive destaque na imprensa pela ação do Sr. Odair Pavesi que acreditando na cidade acessível insiste em, a pesar da sua cegueira, caminhar pelo centro da cidade. Depois que uma placa de transito colocada de forma irregular lhe presenteou com vários pontos na testa, que obrigaram a um atendimento medico e a receber medicação. Com o objetivo de chamar a atenção sobre o fato, tomou a iniciativa de retirar duas placas que também estavam colocadas abaixo da altura determinada pelo Código Brasileiro de Transito e ofereciam perigo aos pedestres. Fez entrega delas na Conurb, a empresa municipal que tem por atribuição e responsabilidade gerenciar o transito de Joinville, incluindo alem de multar a sinalização horizontal e vertical.

O presidente da empresa explicou, em Janeiro deste ano, que o serviço de colocação das placas de transito é um serviço terceirizado e que imediatamente determinaria que a empresa contratada e responsável pela colocação das placas corrigisse o erro. Erro este que afetava e segue afetando a maioria das placas verificadas pelo jornalista Roelton Maciel. Na avaliação feita de uma forma aleatória 100% das placas estavam irregulares. Esqueceu de explicar porque a Conurb não fiscalizou se as placas foram colocadas corretamente, é bom lembrar que é obrigação da Conurb a fiscalização das empresas contratadas. É evidente que a fiscalização não é feita e se fosse feita deveria ser considerada deficiente.

Agora alem de não ter arrumado as placas que oferecem perigo para os pedestres, continuam sem fiscalizar a colocação das novas placas, um percorrido rápido pelas ruas Helmuth Fallgater, Papa João XXIII mostra que todas as placas novas estão em desacordo com o Codigo Brasileiro de Transito, o problema não só permanece, como se agrava, com a instalação de novas placas de forma irregular.

Mudou o presidente da empresa, permanece a forma soberba de tratar o cidadão a quem deveriam servir. Nenhuma placa foi recolocada na altura certa, o perigo para pedestres continua e tem quem aposte em que o tema caia no esquecimento. Nada é feito e parece que nada será feito sem que haja uma forte mobilização da sociedade ou o ministério publico, verdadeiro azote da incompetência e da sem-vergonhice, atue. Uma ação do ministério público seria uma boa iniciativa, para defender os cidadãos da prepotência e do descaso de funcionários que se acham pequenos sátrapas escondidos detrás dos seus cargos públicos.

28 de novembro de 2011

Tem gente demais ou competência de menos (*)


Tem gente demais ou competência de menos

Administrar uma casa, uma família, inclusive uma pequena empresa é mais complexo do que pode parecer, os recursos são limitados e é difícil atender todos interesses a contento.

Administrar uma cidade, um estado ou um país é muito mais complexo. A estrutura necessária para superar este desafio muda caso a caso. No Japão, por exemplo, o primeiro ministro Naoto Kan consegue reunir todo o gabinete formado por 8 ministros em quaisquer sala do palácio de governo. O presidente Barack Obama, precisaria convocar só a 15 secretários de estado, equivalente norte-americano ao cargo de ministro. A Chanceller alemã Ângela Merkel precisa de 16 ministros para governar o país.

No Brasil são necessários 38 ministros para poder acomodar todos os partidos aliados e atender todos os acordos feitos durante a campanha eleitoral, alguns ministérios são tão exóticos como o da Pesca, a igualdade racial, das cidades, do esporte ou os dois ministérios um da agricultura e outro do desenvolvimento agrário. O presidente da Câmara de Gestão, criada pelo Planalto, o empresário Jorge Gerdau, acha que não se pode trabalhar com 23,5 mil assessores de confiança na estrutura política e tem razão. Se cada um dos 38 ministros fizesse um breve relato da sua pasta, coisa de 15 minutos, tempo improvável em se tratando de gente em geral bastante loquaz e prolixa, seria preciso uma reunião ministerial de no mínimo 9 horas e meia.

Em Joinville, o prefeito Carlito Merss, conta com uma equipe de 11 secretários centrais, 14 secretários regionais, 10 presidentes de fundações e companhias. Sem contar miríades de auxiliares e achegados, uma equipe de 35 homens e mulheres comprometidos com um único objetivo fazer o melhor por Joinville. Caso tomasse a iniciativa de promover uma reunião de trabalho do primeiro escalão, não conseguiria que reunião durasse menos de 8 horas se cada um fizesse um relato bem sintético do que anda ou não fazendo.

Reduzir o numero de secretarias, de cargos comissionados para passar a contar com uma equipe mais enxuta e capaz envolveria um enorme custo político e consumiria um patrimônio politico que o prefeito já não tem. Por outro lado a resistência que os próprios vereadores, tanto os de oposição como inclusive os de situação tem para reduzir o numero de cargos, no executivo, escancara uma atitude irresponsável na busca e preservação de mais vagas para afilhados políticos e apaniguados próximos, no que deve ser visto como uma atitude estranha e a todas luzes prejudicial aos interesses maiores da cidade a que também eles deveriam servir.

Para pensar acordado

"O cérebro humano começa a trabalhar no momento em que o sujeito nasce e não pára até o momento em que ele sobe num palanque para fazer um comício." 


G. Jessel

26 de novembro de 2011

Para pensar acordado

Se para aprovar a simples CONSOLIDAÇÃO das leis referentes as mudanças feitas no zoneamento da cidade a Câmara precisou de mais de 2 anos e varias audiências publicas Surpreende que a Comissão de Urbanismo esteja propondo três audiências em dias seguidos já na primeira semana de dezembro.

Ou a pressão para aprovar a LOT (Lei de Ordenamento Territorial) ficou insustentável e os vereadores se mostrarão excepcionalmente expeditivos ou todos os entraves já foram removidos e os interesses em jogo estão convenientemente atendidos.

O que fica evidente é que se para uma simples mudança de zoneamento como na Estrada do Oeste ou na Rua Aquidaban são precisas mais de duas audiências publicas, será uma surpresa que todo o debate com a sociedade possa se reduzir a três audiências publicas.    

Outorga onerosa deverá ser refeita


Outorga onerosa

O jornalista Jefferson Saavedra informa na sua coluna Portal do jornal A Noticia que a outorga onerosa do direito de construir aprovada pela Câmara de Vereadores em 2010, depois de longa analise no Conselho da Cidade, ainda não foi regulamentada, em outras palavras não saiu do papel.  Tempo e esforço desperdiçado.

Este blog já tinha alertado para os erros contidos no projeto aprovado e que acompanha o blog e as crônicas publicadas as segundas feiras no jornal A Noticia já estava bem informado.


O tema mereceu e continua merecendo a nossa atenção e posicionamento

25 de novembro de 2011

Os conformistas (*)


Os conformistas

Nada a ver com o protagonista do filme de Bernardo Bertolucci e roteiro de Alberto Moravia, os conformistas estão hoje por todos os lados. Invadem-nos e nos envolvem com sua atitude passiva, com o seu conformismo frente a todo. Tolamente se alegram e fazem algaravia por qualquer coisa menor, como se fosse um grande acontecimento e merecesse todo este barulho.

Os conformistas são esta gente que se satisfaz com pouco, algumas vezes ficam contentes com nada, enchem os seus espíritos vazios de ar, de pura empulhação, que os alimenta e nutre. Acreditam em palavras vazias, imaginam que porque algum político diz que vai inaugurar isto ou aquilo, em determinada data, aquilo é uma verdade absoluta. Ignorando, no seu conformismo, que nem o próprio político acredita no que afirma. Os conformistas são como um lastro que não nos deixa avançar, nos mantém presos a nossa mediocridade provinciana e nos impede de sonhar e de ir alem. Querem nos convencer que estamos muito bem, que vivemos na melhor cidade de Santa Catarina, no melhor estado do país e no melhor país do mundo. Que os dados do censo mostrem que as desigualdades subsistem, que as diferenças entre os mais ricos e os mais pobres aumentam, que o salário médio é baixo. Os conformistas querem que mantenhamos uma venda sobre os olhos, que não possamos enxergar como as coisas poderiam ser, e que não nos rebelemos contra a situação que aqui esta.

Alguns são conformistas, porque não conhecem outra realidade e acreditam piamente que vivemos no melhor dos mundos, outros levam o seu conformismo ao extremo de imaginar que isto é o melhor a que podemos aspirar e que mesmo sabendo que existem alternativas melhores que a nossa, elas estão fora do nosso alcance, ou porque não as merecemos ou porque somos incapazes de atingi-la. E acabam ficando fora do nosso alcance. Como na fabula de Esopo em que uma raposa morta de fome vê uma parreira carregada de cachos de uva, intento alcançá-la e depois de árduos intentos desistiu alegando que as uvas estavam verdes.

Fazer do conformismo uma corrente que nos prende a mediocridade é condenar-nos a permanecer servis, a não avançar, a não sonhar, a aceitar como boas soluções medianas, remendos de solução, é um castigo injusto e desproporcional para uma cidade que merece mais e aspira a um futuro melhor, que já foi altiva, orgulhosa e exemplo, e que hoje insiste em conformar-se com pouco ou com muito pouco. A única solução é enfrentar este conformismo capacho, mantendo-nos firmes e indômitos.  

24 de novembro de 2011

La Noria ficou sem anunciantes


La Noria ficou sem anunciantes

“La Noria” é um destes programas de televisão que cresce mostrando e explorando a miséria alheia, nunca tem faltado nem quem queira mostrá-la, nem muito menos quem queira bisbilhotar a vida alheia. Barraqueiros e barraqueiras de um lado e fofoqueiros e fofoqueiras do outro tem tudo para criar um caldo de cultivo em que prospere a baixaria.

Este tipo de programas não são uma exclusividade espanhola, pais em que se transmite o programa em questão, até que por aqui também temos este tipo de programação de baixo nível e que a pesar de estar dirigido inicialmente ao publico de menor formação é surpreendente e até assustador o numero de pessoas de nível intelectual, supostamente maior que não perdem uma edição destes programas sanguinolentos e escatológicos.

O que tem de interessante o exemplo do “La Noria”? O exemplo que os anunciantes deram ao entender que o programa tinha avançado o sinal é motivado por uma campanha nas redes sociais um após o outro retiraram sua publicidade do programa, que nestes dias perdeu o seu ultimo anunciante. Em menos de duas semanas os anunciantes rescindiram seus contratos. Que grandes marcas como Nestle, Wilkinson, Vodafone, L’Oreal, Bayer, Lactalis, Panrico Donuts, Campofrío e Banc Sabadell entre outras decidiram deixar de anunciar no programa, para não ver sua imagem vinculada a este tipo de baixaria.

O exemplo poderia ser transladado a outras latitudes e servir de referencia. Anunciante que vincula sua imagem e a do seus produtos a determinados programas seja de radio ou de televisão esta fazendo uma opção. A impressão que começa a ficar é que a sociedade esta cada vez mais amadurecida e sabe valorizar as atitudes de empresas que tem um maior compromisso com a sociedade em que estão inseridas. Fazer da mídia um espaço melhor depende também de cada um de nós.  As redes sociais conferem ao cidadão uma força e uma capacidade de organização, inimagináveis poucos anos atrás e a maioria das empresas descobriram que esta força pode ser devastadora para aqueles que não sejam capazes de entender o sentimento do cidadão.

Ao veicular publicidade em determinados médios ou deixar de fazê-lo em outros, os anunciantes estão apoiando ou não, uma forma de tratar o publico e a informação, ajudando a construir uma sociedade melhor e mais independente e posicionando também os seus produtos e serviços num mercado mais competitivo e exigente em que eles próprios competem.


Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

22 de novembro de 2011

O VLT e o trem bala (*)


VLT e Trem Bala

Uma declaração de Udo Dohler serviu para colocar em pauta o tema do VLT ou metro de superfície, gente que entende do riscado, acha que é viável e que esta na hora de começar a pensar nisto, sob risco que nunca seja possível. Gente que esta no governo municipal e que da noite para o dia virou especialista no tema, a defendendo o modelo movido a pneu e diesel, mais barulhento, poluidor e de tecnologia ultrapassada. Acrescentam ainda a informação saída quem sabe de onde que este modal de transporte só é adequado para cidades com mais de 1.000.000 de habitantes, seria conveniente avisar as prefeituras de Delft, na Holanda, ou de Grenoble ou Dijon na França por citar só algumas cidades de pequeno ou médio porte que tem menos de 500.000 habitantes que o VLT não é adequado.

Empresários do setor do transporte coletivo consideram que um VLT ligando nada a coisa nenhuma e sem integração não é rentável, e não estão isentos de razão. O governo da presidente Dilma, coincidentemente do mesmo partido que a equipe que governa Joinville, tem desenvolvido um modelo de investimento em transporte publico, para o Trem Bala, que caso saia do papel, algum dia ligará Campinas – São Paulo e o Rio de Janeiro. O modelo da engenharia financeira, utiliza o velho e bom BNDES, e permite que os empresários participem do investimento com 30% do valor e banco publico aporte os outros 70 %. Um modelo capaz de convencer o inversor mais temeroso. Ainda para ajudar a viabilizar o negocio esta prevista uma garantia da demanda de passageiros por meio de subsídios ou de mágicas financeiras.

O trem bala tem que balizar preços com a ponte aérea, que é a seu principal concorrente. O transporte coletivo de Joinville, concorre com carro usado, motos, com prestações do tamanho do custo de passagem de ônibus.


Estimular ou não o uso do transporte coletivo é uma decisão que precisa ser tomada, o que até agora não tem acontecido, ao contrario ao longo do tempo, temos contribuído a criar e consolidar a situação atual, o aumento do perímetro urbano, a incorporação de gratuidades e subsídios sociais, lançados integralmente sobre a tarifa, tem feito que o modelo atual seja caro e concorra em desvantagem com outros modelos de transporte, mais rápidos e mais econômicos.

Colocar Joinville as portas do futuro, ou continuar apostando em modelos ultrapassados é uma decisão de governo, a diferença de decisões de cidade e de governo e sutil, as primeiras são de longo prazo e são estratégicas, as segundas tem um horizonte de no máximo quatro anos e uma abordagem mais paroquial.

Livros nos fazem mais livres


Biblioteca publica de Kansas City. Livros nos fazem mais livres.

21 de novembro de 2011

Para pensar acordado


A regra de ouro da conduta humana é a tolerância mutua, porque não pensaremos todos da mesma forma nunca, só enxergaremos uma parte da verdade e mesmo assim desde ângulos diferentes
Gandhi

20 de novembro de 2011

A sociedade dos mutirões

O meu post no Chuva Ácida desta semana estava dedicado a Sociedade dos mutirões. Um dia e sim e parece que outro também algum telhado cai, algum prédio publico é interditado ou oferece risco serio para a população. A mais recente inclusão nesta lista que insiste em só aumentar é o Centreventos.





A falta de manutenção e a ausência de fiscalização levam a esta situação de risco que tem tudo para ficar pior.


A sociedade dos mutirões


Vivemos de mutirão em mutirão, o mutirão das cirurgias represadas, o da limpeza das praias, o da limpeza do Rio Cachoeira, o “Tapaburacos”, o mutirão disto ou daquilo. A pintura apressada dos meio fios e a roçada do mato nos canteiros da Beira Rio antes do desfile do 7 de setembro, são exemplos do nosso cotidiano. O mutirão é o reconhecimento da improvisação. É a celebração da falta de planejamento.


Um dia sim e outro também ignoramos a importância e a necessidade do planejar, do fazer as coisas de forma organizada e de algo tão básico como o manutenção preventiva. A falta de manutenção, e dos mínimos indicadores de eficiência e controle, nos faz passar pela vergonha de ver prédios públicos, sejam eles escritórios, escolas, bibliotecas, hospitais, consultórios, museus ou a própria Casa da Cultura interditados pela vigilância sanitária ou por oferecer risco aos cidadãos.


O mutirão não é uma exclusividade do poder publico, quem não deixou para estudar na ultima hora? Quem não se lembrou do carro só depois que nos deixou na mão? Esta falta de previsão forma parte da nossa cultura. Deixamos cair aos pedaços para depois apresentar projetos de revitalização que custam dezenas de vezes mais que o que deixamos de gastar com a manutenção que não fizemos. Quem mora em condomínio sabe que muitos proprietários não querem gastar na manutenção do prédio que aos poucos se deprecia e exigirá recursos muito maiores para a sua recuperação.


O exemplo da Biblioteca Rolf Colin, que permanece fechada a espera do projeto de uma nova biblioteca, que pode tardar lustros em se concretizar, ou a Casa da Cultura que sem recursos para sua manutenção mais elementar agora sonha com um projeto de revitalização que custará milhões. O resumo é que não temos dinheiro para manter, mas nos lançamos a buscar recursos para construir obras que não poderemos manter. Não seria mais lógico manter melhor o que já temos? Estamos nos convertendo nos proprietários de um patrimônio público ruinoso e decadente. Como aristocratas arruinados que não podem manter o patrimônio que herdaram.


Não prever orçamento para a manutenção adequada do patrimônio público e não atender adequadamente as demandas por atendimento medico e limpeza de rios e córregos poderia ser considerada uma irresponsabilidade dos administradores. Mas os principais responsáveis são os que acreditam que mutirão é a forma correta de administrar uma cidade.


Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

19 de novembro de 2011

Drogas? Não obrigado


DROGAS NEM PENSAR


O relatório, divulgado ontem pelo Fórum de Combate às Drogas, da Assembléia Legislativa, tem uma conclusão cruel sobre a realidade da epidemia das drogas no Estado: há uma ausência quase total de políticas públicas para atendimento dos dependentes. Em sete audiências, apurou-se que há hoje em SC cerca de 700 mil usuários e dependentes de álcool; 125 mil de substâncias entorpecentes ilícitas e 180 mil estudantes do ensino fundamental e médio que fazem uso esporádico de drogas ilícitas.
E dizer que tem pai que permite - e por vezes até participa - de "esquenta" com seus filhos. E os mais retardados, apóiam a liberação da maconha
Paulo Curvello

Pista de skate

A pista de skate do Parque da Cidade é considerada pelos especialistas a primeira pista de skate de uso multiplo do estado. O projeto permite que ao mesmo tempo seja utilizada também como piscina em dias chuvosos, o que convenhamos será bem útil no verão caloroso.


Para pensar acordado

· Democracia neste país é relativa, mas corrupção é absoluta.


 Paulo Brossard

17 de novembro de 2011

Parque da Paz - Almada - Portugal




Parque da Paz em Almada - Portugal, um projeto de longo prazo que tem se convertido no pulmão da cidade e num espaço de lazer para toda a região.

Para pensar acordado


Não da para entender

A imprensa difunde a informação que parte das “sobras” do orçamento da Câmara de Vereadores de Joinville, a nossa sambaquiana casa de leis, seriam distribuídas de forma dirigida a entidades de assistência social, proposta louvável, o que não parece tão louvável é que algumas das entidades não tenham a documentação em ordem, o que as inabilitaria para receber os recursos e que se proponha uma operação de triangulação que envolve outras entidades.

É isso mesmo? O legislativo e o executivo mancomunados para descumprir a lei?

Estado de São Paulo


           ROUBALHEIRA RECORDE

                 O Estado de S. Paulo - 16/10/2011 / Editorial


                 Os deputados estaduais do Amapá estão recebendo uma verba indenizatória, paga além do salário, de R$ 100 mil por mês. Mas quem se impressiona com mais esse absurdo? Para qualquer lado que se olhe neste país, em qualquer direção que se procure, lá se encontram marginais travestidos de homens públicos que não hesitam em meter a mão no dinheiro que é de todos, locupletando-se à custa dos brasileiros que, vergados sob o peso de uma das mais onerosas cargas tributárias do mundo, assistem impotentes ao espetáculo da corrupção e da ineficiência no trato da coisa pública. Não há faxina que possa dar conta deles. As evidências que diariamente vêm à tona demonstram que em todos os níveis, em todos os poderes, em todos os partidos, em todos os Estados e municípios, a corrupção se alastra. Basta procurar, que se encontra.

                 O escândalo da vez vem do Estado amazônico que José Sarney escolheu para representar no Senado. Lá, a Polícia Federal levou a cabo a Operação Mãos Limpas, cujo relatório final o Estado divulgou no domingo passado. O inquérito foi feito com a colaboração de técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU) e revela o envolvimento de membros dos Três Poderes estaduais, do Tribunal de Contas e da prefeitura da capital, Macapá, em desvios de recursos públicos que somaram, ao longo de dez anos, cerca de R$ 1 bilhão.

                 Mesmo diante dessa enormidade a trampolinagem praticada pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa amapaense pode ser considerada de primeira grandeza. Em junho, na maior moita, a verba indenizatória dos 24 deputados estaduais foi elevada para inacreditáveis R$ 100 mil por mês. Essa verba indenizatória é quase três vezes maior do que a paga pela Assembleia de Alagoas - de R$ 39 mil -, considerada recordista em generosidades no trato de seus deputados, até que se conheceram os hábitos amapaenses. E corresponde a sete vezes o que os deputados federais recebem para cobrir as mesmas despesas gerais de aluguel, transporte e consultoria. Os responsáveis pela decisão são o presidente da Assembleia, Moisés Souza (PSC), e o primeiro-secretário da Mesa, Edinho Duarte (PP). Ambos integram com destaque a lista dos indiciados pela Operação Mãos Limpas, acusados de participar de um esquema de emissão de notas frias destinadas a mascarar o desvio de verbas públicas.

                 Mas o que dá a exata medida da podridão que infesta a vida pública do Estado é a história de um personagem que, se fosse de ficção, seria simplesmente inacreditável. Mas é de carne e osso. José Julio de Miranda Coelho comandou a Polícia Militar, presidiu a Assembleia Legislativa por dois mandatos consecutivos e era presidente do Tribunal de Contas quando foi preso no ano passado pela Operação Mãos Limpas, sob a acusação de desvios num montante de R$ 190 milhões, e solto em março último. É suspeito do assassínio de um policial federal, cuja arma foi encontrada na sua casa, além de responder à acusação de pedofilia. Possui cerca de 100 imóveis, alguns deles em São Paulo , tudo em nome de laranjas. Pois é esse o homem que manda no dia a dia da política amapaense. Lá, tudo é feito à sua imagem e semelhança.

                 A Assembleia Legislativa, que ele presidiu por duas vezes, por exemplo, está caindo aos pedaços. A verba que sobra para a farra dos deputados falta para manter o prédio em condições minimamente dignas. A Casa tem 3.121 funcionários, apenas 134 efetivos. Os demais são nomeados pelos deputados. Mas não são encontrados no prédio, até porque a maior parte é constituída de fantasmas. Entre os quase 3 mil comissionados, outra revelação inacreditável: 626 ocupam o cargo de agentes parlamentares da presidência; 272 atuam como agentes especiais da presidência e 89 são assessores especiais da presidência. Ao todo, 987 para servir ao chefe do Legislativo.

                 E este, o deputado Moisés Souza, tem para o fato uma explicação absolutamente cínica: "Seria uma hipocrisia se tivéssemos tantos funcionários que não pudessem percorrer o Estado e manter contato com nossas bases eleitorais. São esses gastos (a verba de R$ 100 mil) que aumentam a qualidade dos trabalhos dos deputados do Amapá". Haja desfaçatez! 

16 de novembro de 2011

Pontos de ônibus em Bogota




Os técnicos da prefeitura tem feito de Bogotá uma das cidades de referencia em transporte coletivo e viajam la para buscar inspiração, uma ideia seria "importar" o modelo dos pontos de ônibus bogotanos, que são melhores que os nossos. Isso quando tem ponto de ônibus.

Alias o modelo bogotano não queda devendo nada aos modelos que o prefeito e séquito devem ter encontrado na sua recente viagem a Europa.

A crise


A crise

Na Europa não se fala de outra coisa, a crise esta em todas as conversas, as pessoas sentem que o seu dia a dia mudou e que as mudanças, para pior, devem ser mais duradouras que uma gripe ou um resfriado. O estado de bem estar social em que Europa tem se convertido e que da inveja a uns e serve de modelo a outros, só se sustenta com dinheiro, alias, com muito dinheiro. Quando o dinheiro começa a minguar é difícil manter o modelo.


A Europa já tem experiência em crises, em padecê-las e em superá-las, no período posterior a segunda guerra mundial, trabalhar mais horas para recuperar a economia do país foi algo comum.  A riqueza e a igualdade social que Europa ostenta ainda hoje é o resultado de esforço, trabalho e da construção de uma sociedade mais justa construída pelas gerações anteriores.

Na maioria dos países serão os numerosos empregados no serviço publico quem mais deve sentir o impacto, chegam a mais de 20% da população economicamente ativa. Só na Grécia se estima que mais de 150.000 empregados públicos perca o seu emprego. Em Portugal das 14 salários que os empregados públicos recebem, um será extinta e o segundo, que corresponde ao nosso décimo terceiro salário, será reduzida a metade. Como se isto fosse pouco, esta prevista uma redução de todos os salários em 10%, incluindo desde o do presidente ao da faxineira, ou faxineiro, para não ferir a susceptibilidade dos defensores da igualdade de gênero. Não é só no serviço publico em que será preciso fazer sacrifícios, também na iniciativa privada, a previsão é que todos os empregados passem a trabalhar meia hora mais por dia, sem receber, para ajudar a superar a crise.

A saída da crise atual, na opinião do professor Kuing Yamang, será mais difícil porque: “Existem funcionários demais, um emprego em cada cinco. Estes funcionários são sedentos de dinheiro público, são de uma grande ineficácia, querem trabalhar o menos possível e apesar das inúmeras vantagens e direitos sociais, estão muitas vezes em greve. Mas os governantes acham que vale mais um funcionário ineficaz do que um desempregado.

Superar a crise atual exigirá de toda a sociedade sacrifícios enormes. Os governantes que não tomarem as medidas necessárias em tempo, por considerá-las impopulares ou duras demais, perderão o poder. Já aconteceu na Grécia e  na Itália e a Espanha não será uma exceção. Os próprios presidentes de França ou da Alemanha devem pagar também um elevado custo político, que poderá lhes custar o governo nas próximas eleições. A historia nos da a oportunidade de aprender. fazê-lo ou não depende de cada um. 


Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

Mobilidade urbana


San Francisco (USA) Uma rua "viva" e bem movimentada em 1906

15 de novembro de 2011

18 Projeto (fazendo) Arte na Calçada




A obra que hoje apresentamos é um trabalho elaborado pelos artesões da Conurb, o resultado delicado mostra a integração que é possível alcançar entre a natureza que teima em prosperar no árido ambiente urbano e a técnica dos produtos industrializados.


A luta permanente entre natural e artificial, entre o bem e o mal estão representadas nesta brilhante criação que aproveitando uma arvore existente na Avda. JK, a rodeia e oprime com a fria agressividade do arame, e a sufoca até produzir a sua morte. O triunfo de um é a morte do outra, a resistência de um é a vitoria da esperança.


Imagens cedidas por leitor atento deste blog

14 de novembro de 2011

13 de novembro de 2011

Será que Europa é a melhor referencia?



A fascinação que o chamado velho mundo exerce sobre quem não o conhece profundamente é surpreendente. Imaginar que podemos, em uma semana, decifrar a complexidade de uma sociedade plural e heterogênea parece uma ousadia. Facilmente  ficamos deslumbrados pelo funcionamento de uma sociedade que tem conseguido, ao longo do tempo, distribuir melhor a riqueza, manter e aumentar a qualidade de vida dos seus cidadãos e que se impõe metas de sustentabilidade e de justiça social impensáveis por estas terras.

O viajante apressado, no seu desejo de querer conhecer tudo ao mesmo tempo, imagina que seja possível visitar cinco países numa semana, alguns mais ousados, voltam proferindo aulas magistrais sobre o que viram, muitas vezes sem ter nem descido do ônibus descoberto, que por uns poucos euros mostra a imagem idealizada dos principais pontos turísticos. Até nem duvido que daqui a pouco alguém proponha implantar um destes serviços de ônibus turístico em Joinville.

Enxergar só a superficialidade das coisas, sem o necessário aprofundamento e conhecimento, é um risco para o administrador publico que querendo conhecer outra referencia de cidade e outros modelos de desenvolvimento, se deixa impressionar pelas aparências. É preciso ir alem da superficialidade, saber enxergar não só o aparente, mas também o oculto do aparente. Os melhores conseguem visualizar o aparente do oculto e só uma minoria, consegue ir além da superfície, e descobrir o oculto do oculto.

Conhecer só algumas partes de um todo, sem entender a complementação entre elas, a sinergia que é preciso gerar e o conjunto de leis que protegem o cidadão dos abusos da força econômica, a defesa do comercio de rua para que o zoneamento seja mantido para preservar os seus negócios em nome do desenvolvimento social e do emprego. As mesmas leis que impedem o crescimento desordenado das cidades, para além do bom senso, e colocam limitações a verticalização na maioria das cidades européias. São as mesmas leis que inclusive protegem o patrimônio histórico e cultural que hoje tem se convertido na sua principal fonte de recursos e de desenvolvimento turístico.

Europa pode servir como um bom modelo, de desenvolvimento urbano equilibrado e sustentável, para muitas cidades jovens, que ainda tem como Joinville, muitos erros para cometer e que estão se esforçando em cometer a maior parte deles no menor tempo possível. Mas o maior erro será acreditar que de uma alegre viagem de turismo poderá resultar alguma mudança, por mínima que seja, no modelo de desenvolvimento e de cidade que estamos seguindo, falta humildade para aceitar o nível e a profundidade do nosso desconhecimento. Será aconselhável que novas viagens sejam previstas também a outros destinos que estejam mais próximos da nossa realidade, tanto física como culturalmente.

O herói do milhão.




Que um policial militar do Rio de Janeiro tenha recusado aceitar um suborno de R$ 1.000.000 tem sido uma das noticias mais comentadas nestes dias. Numa sociedade em que é comum que com uma contribuição a Nossa Senhora do Cafezinho seja possível não ser multado e sair sem pontos na carteira, é evidente que recusar um suborno como este merece destaque. A duvida é se o destaque é por recusar ou pelo valor oferecido. Os especialistas informam que os valores praticados pelo mercado são em geral muito menores.

Sem ir muito longe, aqui em Santa Catarina, não é mais novidade que policiais e outros funcionários públicos que deveriam estar comprometidos com a segurança dos cidadãos estejam mais próximos dos marginais, de quem deveriam nos proteger. Ver, ouvir e ler noticias que envolvem diretamente estes agentes públicos, pelo recebimento de propinas e subornos tem se convertido em algo tão corriqueiro, que já ficamos insensíveis. O caso do policial do Rio ganhou notoriedade pela recusa. Tem até gente maldosa que acha que o valor foi tão alto que ele próprio não acreditou que fosse verdade. O importante é que não aceitou e o marginal foi preso.

A banalização da corrupção se da pela quantidade de corruptos e pelo baixo valor envolvido nas transações. Um troco para um cafezinho mostra melhor que nada o nível a que temos chegado. Casos de R$ 20 ou pouco mais, são a melhor prova de que a corrupção é sistêmica, que tanto corruptores como corruptos tem desenvolvido um mercado, em que regras e valores são conhecidos e praticados pelas partes, na maior tranqüilidade.

A informação do próprio Nem, que a metade do seu movimento econômico era destinada a pagar policiais corruptos, casos de policiais escoltando marginais não são raros e mais que envergonhar as corporações, semeam a desconfiança e a insegurança numa sociedade que não consegue mais diferenciar marginais comuns, dos marginais fardados. O resumo é que 90% dos policiais envergonham os 10% restantes.  

11 de novembro de 2011

A gaiola dos macacos (*)




Henry Mencken, jornalista americano definiu de forma precisa a Democracia, como sendo a arte de gerir o circo desde a gaiola dos macacos.

É conhecida a experiência desenvolvida a partir de um estudo cientifico sobre o comportamento de um grupo de macacos colocados numa gaiola. No centro da gaiola e a certa altura se colocou um cacho de banana. E se disponibilizaram algumas caixas, que se empilhadas permitiriam a um macaco ou a um grupo deles alcançar as bananas.

Um dos macacos tomou a iniciativa de empilhando as caixas alcançar o cacho. Quando conseguiu, um potente jato de água foi lançado sobre todo o grupo.
E sucessivamente foi repetida experiência, até que os próprios macacos desestimulavam, inclusive com violência, os que insistiam em tentar alcançar o cacho.

Quando finalmente não houve novas iniciativas, um dos macacos da gaiola foi substituído por um novo macaco, que sem conhecer a experiência, tomou a iniciativa de tentar alcançar o cacho, sendo desestimulado a fazê-lo pelos demais macacos. A experiência foi repetida até que todos os macacos que compunham o grupo inicial foram substituídos por um novo grupo de macacos que nunca tinha vivido a experiência de receber o jato de água. Porem que de modo condicionado e estimulados pelos outros, desistiram de tentar alcançar o apetitoso cacho de bananas maduras.

Temos aqui na nossa paróquia, as nossas próprias gaiolas de macacos, em muitos casos a troca, total ou parcial, dos macacos se realiza de quatro em quatro anos, em outras com menor freqüência. Também aqui são os macacos mais experientes os que assumem o papel de instruir os novos sagüis, que entram na gaiola, sobre o que pode e o que não pode, sobre o que deve e o que não deve ser feito. O curioso é que a cada nova troca, os sagüis recém chegados superam rapidamente a técnica, criatividade e habilidades dos macacos mais experientes. As macaquices dos novos sagüis superam em muito o imaginado pelos antigos lideres do bando que cedem o seu espaço a novas hordas de sagüis ensandecidos, ávidos por cachos de banana e por fazer macaquices inimagináveis pouco tempo atrás.

Finalmente ficou pronto



Não vou a entrar no debate sobre si é um parque ou são três praças e uma rotatória, hoje isto não tem a menor importância. O importante é que finalmente Joinville tem uma área de lazer digna deste nome. Mais importante ainda é que os joinvilenses se apropriem do espaço e o façam seu, porque o único objetivo importante é o de dotar a Joinville com mais áreas verdes e com espaços de lazer que atendam este anseio da população.  Ninguém esta mais interessado neste espaço que os usuários que podem a partir de agora usufruir e desfrutar.

Ficou pronto depois de mais tempo que o desejado. Bom que o tempo ajudou e que a inauguração foi bem prestigiada, agora chegou a hora de olhar para frente, esta etapa já esta superada. A primeira preocupação deve ser a manutenção do espaço, desde os aspectos mais prosaicos como prever o corte da grama, a programar a reposição de luminárias e manutenção dos bancos e playgrounds. A segunda é fazer deste um espaço seguro, muitos dos críticos dos parques alegam que estes espaços são refúgio de marginais e não oferecem segurança,  temos de fato dezenas de exemplos de espaços públicos que não são seguros depois que o sol se põe. O sucesso da calçada do 62 BI tem mais a ver com a segurança que oferece, que com a sua comodidade ou beleza.

Seria bom deixar de fora do Parque da Cidade a política, aquela com minúscula. Propor a troca do nome de Parque da Cidade, que é um nome que tem sido amplamente aceito pela população, para colocar o nome de um político que nada tem feito, nem pelo parque, nem por Joinville, é inadequado e inoportuno. A excessiva generosidade com que se colocam nomes de personagens mais ou menos ilustres, acaba desmerecendo a própria homenagem. colocamos nomes em pinguela, para beco, para viaduto e não tenho certeza que não tenhamos colocado o nome de algum ilustre desconhecido em um dos novos sinaleiros.  

Seria oportuno lembrar o enorme esforço que tem representado para todos os envolvidos a construção desta obra, esforço a todas luzes desproporcional ao seu tamanho, complexidade e recursos envolvidos. A percepção maior e que não tem a magnificência que se lhe esta conferindo, o próprio debate sobre se é ou não um parque, já mostra que a obra ganhou relevância, mais pela ausência de outras obras, que pela sua importância e significado. O orçamento total da obra foi de pouco mais R$ 4.000.000,  a contrapartida do município foi de cerca de R$ 360.000. Pouco, muito pouco para uma cidade do porte de Joinville.


Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

10 de novembro de 2011

Natureza em estado puro


Durma com um barulho destes



“Estaremos ainda corrigindo a forma clientelista e oportunista que o ordenador de despesa da Câmara pode vir a fazer na discussão sobre as sobras da Câmara. Utilizando esses recursos como mecanismo de compra de votos, repassando recursos para entidades filantrópicas, ou para obras de seu interesse, contrariando os princípios da República.”



Adivinhe quem pode ter escrito uma frase como esta? Ganhou quem disse a bancada do PT na Câmara de Vereadores de Joinville. Agora durma com um barulho destes.

9 de novembro de 2011

Quanto custa o mau planejamento? (*)



Dia destes li que planejamento era um processo de longo prazo, que não há que esperar resultados em curto prazo. Foi só ler isto e lembrar a implantação do binário do Guanabara. Acredito que não deve ter faltado planejamento, tem mais de 100 técnicos dedicados a ele na nossa prefeitura. Pois é que as coisas não funcionaram como estavam previstas. As faixas que já tinham sido pintadas agora terão que ser repintadas de forma descontinua, vai tocar pagar duas vezes. Os tempos dos sinaleiros precisam ser reprogramados, será que não foi previsto? Custa acreditar.

Na Rua Visconde de Taunay os blocos de concreto colocados para proteger a ciclo faixa da calçada do batalhão insistem em não querer ficar lá e quem tinha a responsabilidade de repor-los desistiu de vez, hoje não sobrou nenhum. A duvida é se não eram precisos e foram colocados a toa, pouco provável, porque os técnicos afirmaram que os blocos aumentariam a segurança dos ciclistas, ou são necessários e agora o risco de atropelamento aumentou pela sua ausência. O fato é que se gastou dinheiro publico para construir uma ciclo faixa que hoje é insegura.

O novo projeto de paisagismo da Avenida JK, entre outras intervenções contemplou a instalação de uma cerca metálica, o projeto deve ter considerado que lá existem palmeiras imperiais de grande porte, porque são facilmente visíveis a olho nu. As palmeiras por conta do seu desenvolvimento deixam cair periodicamente as suas folhas, coisa de uma 5 a 7 por ano. O impacto das folhas sobre a frágil cerquinha parece não ter sido planejada e o resultado em poucos dias já esta a vista. Será preciso reparar constantemente a cerca ou inclusive trocá-la em alguns pontos. Na mesma obra, as novas palmeiras que substituíram as três que ao longo do tempo tinham se perdido por acidentes automobilísticos não resistiram aos primeiros 60 dias e precisam ser substituídas, perder 3 de 3 é uma media alta, foi falta de planejamento?

As mudanças no transito em volta dos acessos do Parque da Cidade, incluem a pintura de sinalização horizontal, a Rua Aubé é um caso curioso, as duas pistas de rolamento para veículos têm larguras diferentes, o que sobra num lado, falta no outro. No lado bairro - centro é praticamente impossível que um ônibus ou um veiculo de maior porte não avance sobre a ciclo faixa, colocando em risco os ciclistas, que por lá se atrevam a circular. Faltou planejamento para prever que num dos lados estava prevista uma ciclo faixa.

Definitivamente o planejamento é um processo de longo prazo, mas os seus erros aparecem no curto e sabe quem paga por fazer, desfazer e refazer de novo? 

50 % já esta ótimo



50 % já esta ótimo

Acabamos nos acostumando a tudo. A nossa capacidade de adaptação parece infinita, agora  por exemplo os vereadores do PT tiveram a boa idéia de propor a redução, do repasse para a Câmara de Vereadores, dos atuais 4,5 % para 3,5%. O que representa 1% a mais de recursos do orçamento municipal para investir nas obras que Joinville tanto precisa. Ao leitor desavisado pode parecer pouco, mas estamos falando de coisa de mais de 10 milhões de Reais. Daria para fazer dois Parques da Cidade e ainda sobravam algumas praças.  Acho a iniciativa muito boa, deve ser apoiada por todos. A rigor a proposta encaminhada pelo PT poderia ser mais ousada e propor uma redução de 2%. Ainda assim continuaria sobrando dinheiro para o nosso legislativo.

A pena é que os vereadores incluíram na proposta a do aumento do numero de vereadores para 25. É difícil acertar todas e uma media de acerto de 50% esta muito boa, para quem como os joinvilenses estão acostumados a que o PT tenha medias bem mais baixas de acerto. A estratégia de adoçar o remédio amargo com uma bala não é nenhuma novidade.

Devemos nos empenhar em que seja aprovada a redução do repasse para 3,5% ou menos ainda e nos acostumar com o fato que não podemos esperar muito mais que 50% de acerto deste grupo.

8 de novembro de 2011

Crise


Me engana que eu gosto


O jornalista Jefferson Saavedra na sua coluna Portal do A Noticia informa que esta em andamento uma nova movimentação para tentar aprovar o aumento do numero de vereadores. A estratégia é reduzir o percentual que a Câmara de Vereadores recebe do orçamento do município, tentando mostrar que o orçamento da Câmara será menor e que o aumento para 25 vereadores não representará custo adicionais.

Cortes
A proposta da bancada do PT será ainda mais agressiva: em vez de propor que a Câmara de Joinville receba 4% da receita da Prefeitura, os petistas vão sugerir 3,5%. Hoje é 4,5%. É mais do que suficiente, sempre tem sobras. Dá para sobreviver com 3,5% mesmo com mais vereadores porque a receita da Prefeitura cresce acima da inflação – o avanço é de mais de 15% neste ano: os repasses sempre crescem acima das despesas.

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