Joinville é uma cidade curiosa. O governo se preocupa com as figueiras da direita. Insiste em querer corta-las a qualquer custo. Mas não se preocupa com as arvores da esquerda que faz mais de 30 anos que estão la, raquíticas, desnutridas, deformadas e descuidadas.
Imaginar que o governo que não cuida das arvores da margem esquerda vai substituir as figueiras por algo melhor é como acreditar no Saçi Perere, em fadas e duendes ou em políticos honestos. É mais fácil ver unicórnios galopando livres pelas margens do Cachoeira que ver o governo cuidando da arborização urbana de Joinville.
Ou será que o problema esta no vigor e no verde intenso das figueiras que contrasta e destoa do padrão do resto das arvores da cidade? Porque já se sabe que esse pessoal tem alergia a verde. Não podem ver uma arvore frondosa que logo saem derrubando.
Há algo de errado quando deixamos de nos incomodar com o que esta errado e até o cultuamos. Até quando o padrão de Joinville serão as arvores da margem esquerda?
A figueira da Nereu Ramos, por Giane Maria de
Souza*
Nos últimos tempos, aconteceram inúmeros
protestos pelo Brasil, principalmente nas redes sociais, por causa da derrubada
criminosa de árvores da Usina do Gasômetro no Centro de Porto Alegre. O
prefeito de lá, o senhor José Fortunati, do PDT, no dia 6 de fevereiro, emitiu
uma justificativa vexaminosa para o corte das árvores: “As pessoas não utilizam
estas árvores no Gasômetro”. Óbvio, na visão despreparada de um político que
não entende de urbanismo, tampouco de planejamento paisagístico urbano, uma
árvore é simplesmente uma árvore, atrapalhando a expansão econômica e comercial
da cidade. Nesse caso específico, o corte justifica-se, já que é para a
duplicação de uma avenida de Porto Alegre, que integra o pacote das chamadas
obras da Copa, segundo informações da Prefeitura da capital gaúcha. Os jornais
registraram jovens subindo nas árvores para evitar a derrubada delas, fizeram
vigílias, protestaram. Lembrei da figueira de Joinville.
Na história ambiental da nossa cidade, algumas árvores entraram para a lista
municipal de salvo-conduto. Conforme o decreto nº 9755 de 13 de setembro de
2000, pelo qual reza o art. 1º, ficam imunes de corte: “Uma árvore adulta da
espécie botânica Ficus benjamina L, pertencente à família Moraceae, vulgarmente
conhecida por figueira ou figueira-benjamim. Originária da Ásia tropical e
Malásia, foi introduzida no Brasil há mais de dois séculos com fins
ornamentais. (...) O exemplar está com aproximadamente 15 metros de altura,
copa bem desenvolvida com cerca de 12 metros de diâmetro, oferecendo, por
conseguinte, ótimo sombreamento no local. (...) Seu estado fitossanitário é
bastante satisfatório, não apresentando nenhum sintoma de pragas ou moléstias.
Com o avanço da idade, passa a emitir raízes adventícias, o que lhe empresta um
belo efeito estético. Está situada na praça Nereu Ramos, ao lado do prédio do
Ipreville”. E cita o art. 2º do mesmo decreto que a árvore deverá ser protegida
em uma área de pelo menos 200 m² do seu entorno.
Árvores estão imunes de corte? Quem precisa da figueira? As pessoas ao
caminharem pelo Centro de Joinville percebem a grandiosidade desta árvore? Se a
figueira da praça Nereu Ramos está imune ao corte pela Fundação do Meio
Ambiente desde 2000, longos anos passaram e a população ainda está
impossibilitada de admirá-la e usufruir de sua generosa sombra e ostentação
arbórea, quesito de suma importância para seu tombamento, conforme o próprio
decreto a descreve. O tombamento de algumas espécies arbóreas raras, antigas e
de interesse histórico, científico e paisagístico é previsto pela legislação
ambiental. Porém, de nada adianta uma árvore ser imune ao corte e ser tombada
se não conseguimos usufruir de sua imagem na paisagem cotidiana da cidade em
que vivemos.
Fiquei embasbacado com a mais recente intervenção desta administração, sendo feita na beira rio. Não vi ainda as manifestações dos ecologistas de plantão, os defensores do rio, da biodiversidade, da flora e a fauna, Que imagino que devem acontecer na volta das ferias, quando o estrago já tenha sido concluído.
Na audiência publica que a Fundema promoveu na Câmara de Vereadores para debater o futuro das figueiras, teve gente que com um discurso inflamado defendeu os passarinhos, contou quantos ninhos tinham sido identificados numa única arvore, relataram a dieta variada e rica que a mata ciliar proporciona para a alimentação da fauna que insiste em habitar as margens do Rio Cachoeira. Nenhum daqueles oradores ainda se manifestou contra o corte raso da mata ciliar que iniciou a recuperação sob a sombra proporcionada pelas perigosas figueiras. As primeiras manifestações são as do Eng. Agr. Gert Fischer que protocolou inclusive um BO, denunciando o crime ecológico que esta sendo praticado a vista de todos e com a complacência das autoridades responsáveis pelo meio ambiente.
Estranha agora o silencio dos que propunham na época o corte das figueiras em nome da defesa da flora nativa que agora é destruída impunemente. Quaisquer cidadão que fizesse o que o poder publico esta fazendo com a vegetação nativa que vicejava as margens do Rio Cachoeira seria preso e multado imediatamente. Aqui é o poder publico que parece se situar acima da lei e promove o corte raso da mata ciliar em nome de uma dita " limpeza".
A impressão uma vez mais é que não existe coordenação entre os diversos órgãos responsáveis todos pelas mesmas coisas. Será que a Seinfra esqueceu de lembrar que precisa de autorização para a supressão de mata ciliar? E quem teria coragem para autorizar o corte?
A imagem enviada por Juliano Carvalho Bueno, mostra as mesmas figueiras da rua Hermann August Lepper, numa calçada em Buenos Aires.
Pela imagem é possível ver o efeito destruidor das arvores, como as raízes destroem a calçada e a floreira. Ou será que a calçada esta intacta? Se as arvores são as mesmas e o meio fio e a calçada não forma estragados pelas raízes, não será que o problema não são as arvores?
Então o que você acha o problema são as arvores ou a falta de manutenção? Será que o meio fio da beira rio esta bem feito? ou fico solto e não tem a qualidade que deveria ter? E as bocas de lobo da beira rio, aonde foram parar? Porque cairam dentro do rio Cachoeira? o que as Figueiras tem a ver com isto? E porque não arrumaram ainda a rua? A prefeitura esta esperando o que? que caia um carro no rio?
Se os técnicos da prefeitura descobrem estas árvores frondosas da rua Vinte e Cinco de Julho, entre as ruas João Colin e Orestes Guimarães, não devem demorar em achar algum bom motivo para mandar cortar.
Figueiras na Rua Vinte e Cinco de Julho - Bairro América - Joinville SC
O curioso é que alem de não mostrar nenhuma rachadura no asfalto, as árvores se encontram sadias e com uma sombra fresca, que faz que seja perceptível uma sensível diferença de temperatura entre os dois lados da rua, aquele que tem árvores e aquele que não tem.
É importante registrar e localizar estes exemplares, que caso sejam identificados pelos zelosos técnicos da Fundema, correm risco de extinção em Joinville.
O jornal A noticia publico a carta de um leitor que reproduzimos (em azul ) e comentamos (em vermelho)
As figueiras de Joinville
Acompanho a polêmica sobre as figueiras da Beira-rio, muitos a favor de sua manutenção, poucos contra. Destes, a maioria políticos. Sempre me espantou a falta de visão destes últimos, normalmente sempre preocupados apenas em angariar votos para as próximas eleições.
Enquanto nos países desenvolvidos procura-se preservar a natureza, pela beleza e pela qualidade de vida, aqui os administradores da cidade pensam no mais fácil, no que dá menos trabalho e manutenção. E dá-lhe cortar as árvores. No caso das figueiras, existem duas alternativas: ou o prefeito fica conhecido por gerações como o prefeito que cortou as figueiras da Hermann Lepper ou pode transformá-las num dos mais belos pontos turísticos de Joinville. Basta boa vontade, porque ideias é que não faltariam.
Por que não convocar os arquitetos e paisagistas para desenvolverem ideias e projetos? Tenho certeza de que sairiam soluções maravilhosas, que transformariam esse espaço em algo fantástico. E no Centro! Não posso aceitar esse papo de que as árvores estão prejudicando o asfalto etc. Nada do que foi apresentado como prova para que devam ser cortadas convenceu. Um pouco de visão e sensibilidade iria bem. E todos agradeceriam.
Vilson Noernberg Joinville
Na verdade o leitor tocou com a sua correspondencia um ponto interessante. Os únicos projetos e alternativas possíveis são os que se originam no IPPUJ, o que sem duvida limita muito a possibilidade de que surjam propostas inteligentes, criativas e alternativas.
O IPPUJ tem estado tão atarefado organizando as conferencias da Cidade, acompanhando os projetos de lei que a Câmara de vereadores apresenta com regularidade quase semanal e destinado tanto tempo e esforço a erradicar os pedestres das ruas, que dificilmente teria tempo para apresentar alternativas para a Beira rio que contemplem a preservação das figueiras. A proposta de passar a moto serra é mais simples, exige um menor esforço mental e parece mais adequada para o nível dos projetos apresentados pelo instituto.
As calçadas só estouram quando são de ma qualidade, ou não é feita a manutençào necessaria. Mesmo com uma calçada de petit paveé em volta, as raizes ficam limitadas ao formato do canteiro, contidas pelo meio fio de concreto. A pessima qualidade das nossas calçadas e a falta de meio fio, podem ser os motivos pelos quais aqui se consolidou a afirmação que os ficus estouram calçadas. A fotografia é do Rio de Janeiro, aonde ficus e outras arvores de porte, são utilizadas na arborizaçào urbana.
Aos que dizem que não enxergam nenhuma utilidade nas arvores da beira rio, que podem ser cortadas e replantadas outras no seu lugar. Nada melhor que uma imagem, de uma bela arvore, não servindo para nada.
Em “As Caçadas de Pedrinho”, Monteiro Lobato cria um cenário em que a burocracia do governo vem ao Sítio do Picapau Amarelo capturar um rinoceronte – o Quindim – que apareceu por lá. É uma sátira de como o “burocratoparasitismo” age. Para capturar um rinoceronte, que nem precisa ser capturado, a burocracia constrói uma babel.
Em Joinville, que não tem rinoceronte – mas tem burocracia pública –, há uma linha de figueiras na margem do rio Cachoeira. As raízes causaram um buraco no asfalto da avenida ao lado. A Prefeitura, ao invés de consertar o asfalto, quis cortar todas as árvores.
Apareceu também um tubo de gás da SC Gas que, segundo alguns, pode explodir se for rompido pelas raízes das figueiras.
Diga-se: as figueiras já estavam lá quando colocaram a tubulação e o buraco causado no asfalto pelas raízes é o único que mereceu sinalização entre os milhares de buracos que há nas ruas da cidade.
A solução seria simples. Se uma árvore traz perigo à tubulação de gás, o responsável pela tubulação só precisaria pedir autorização para cortá-la.
A lei prevê, a Fundema atende, é caso corriqueiro. E a Prefeitura, se tivesse mesmo interesse em manter a rua em boas condições, já teria consertado o asfalto – enquanto não corta a árvore responsável pelo dano.
Mas a burocracia precisa ocupar o tempo e assim a novela vai em frente. Vamos ver onde a garça vai pousar. Tudo leva a crer na existência de um plano de revitalização do trecho de rio, aqueles projetos que custam consultorias, muito cimento, assessorias e tudo mais que caracteriza a obra pública no Brasil.
Milton Wendel Joinville
O texto de autoria de Milton Wendel, mostra claramente a situação que vive a cidade, em quanto o poder publico se empenha em querer cortar 40 figueiras na Rua Hermann August Lepper e dedica toda a sua "capacidade e competência" para conseguir-lo. Pelo outro não consegue cortar as árvores que ameaçam de fato e que tem o corte autorizado na pista do aeroporto de Joinville, o que alem de representar um perigo real e imediato, serve para atestar a complexidade da burocracia tupiniquim.
A polêmica que tem se desatado na cidade por conta da proposta de corte e retirada das figueiras da Beira-rio tem servido para que a sociedade se manifeste de uma forma clara sobre a arborização urbana, sobre as praças e parques que a cidade não tem e deveria ter e sobre o estado geral das nossas áreas verdes.
Dados divulgados pela Fundema indicam que Joinville tem 80 mil arvores em ruas e praças públicas. Mas me permito duvidar desta informação. Só é preciso percorrer algumas ruas centrais, como a Max Colin, para ver que aproximadamente a metade das árvores que um dia foram plantadas não existem mais. Morreram, foram arrancadas ou simplesmente sumiram, sem que tivessem sido repostas. No caso da rua 15 de Novembro, a calçada na frente da Conurb não pode ser considerada um modelo de cuidado e beleza.
Na rua Blumenau, ainda permanecem aproximadamente 60% das árvores, porém na rua João Colin praticamente nenhuma árvore sobreviveu aos anos de descaso e abandono, e os pedestres são obrigados a caminhar no sol, sem poder contar com a sombra protetora, que todos elogiam nas figueiras da Beira-rio. O curioso é que tanto a rua Blumenau quanto a João Colin, são duas ruas com a mesma largura, com sentido único, com estacionamento e com transito de ônibus. Uma manteve boa parte das arvores, a outra não.
Exemplo semelhante ocorre na rua Ottokar Doerffel, que já perdeu mais de 50% da arborização feita no final da década de 1980. Sem falar da avenida Marquês de Olinda, que ainda não recebeu nenhuma árvore em todo o trecho novo.
Isso só citando alguns eixos importantes e conhecidos. Se fôssemos percorrer os bairros, mesmo nas suas ruas principais e nos seus eixos, a arborização urbana, praticamente inexiste, está deteriorada e não tem nenhuma manutenção regular.
O que evidencia o descaso com que este tema tem sido abordado pela administração municipal e a importância que tem a movimentação da sociedade, que se manifesta a favor do verde e de uma cidade melhor.
Só poucas linhas para destacar a enorme diferença que existe entre o discurso e a realidade no poder publico.
As figueiras deveriam ser cortadas porque ameaçavam a tubulação de gás e existia risco de explosão, a SC Gás provou que não era verdade.
As figueiras deveriam ser cortadas porque são as responsáveis pela instabilidade do talude, o laudo da Geoforma provou que o talude é instável, com ou sem as figueiras.
As figueiras deveriam ser cortadas porque são exóticas, mais de 80 % das arvores e plantas plantadas nas ruas e logradouros públicos também.
As figueiras deveriam ser cortadas porque não servem da alimento é abrigo para a avifauna, neste ponto os técnicos estão certos, todas as aves do rio Cachoeira tem se transferido para o Boulevard Cachoeira e la feito os seus ninhais e seu ponto de alimentação.
Impressionou o baixo nível técnico dos pareceres apresentados pelos representantes do poder publico. Não só não foram técnicos, tampouco foram imparciais. Os pareceres foram tendenciosos e com o unico objetivo de justificar o corte das figueiras. Um dos representantes da Fundema, quando questionado, insistiu em afirmar que as Figueiras não representam nada de bom.
Para ajudar a lembrar, todas as arvores, inclusive as figueiras:
1.- Fixam CO2. 2.- Produzem sombra. 3.- Amenizam o excesso de calor no verão. 4.- Reduzem o barulho da cidade. 5.- Melhoram o micro clima das cidades e dos espaços urbanos. 6.- Embelezam os espaços públicos. 7.- Proporcionam privacidade ao criar barreiras visuais para esconder elementos pouco atrativos das cidades, o que alias aqui em Joinville não tem faltado. 8.- Produzem O2 e melhoram a qualidade do ar. 9.- Criam um micro clima melhor nas areas arborizadas. 10.- Protegem do sol escaldante. 11.- E finalmente e não menos importante servem para mobilizar os joinvilenses.
Que é mais do que muitos dos técnicos do serviço publico produzem.
Parabens ao publico presente que não se deixou enganar pelas apresentações pirotécnicas.
Documento entregue e lido no plenário da audiência publica em nome do Sindicato Rural de Joinville.
a seguir a versão na integra.
Audiência Publica dia 31 de Agosto 19:00 - local Camara de Vereadores
Inicialmente destacar que esta audiência publica não foi convocada por uma iniciativa de nenhum dos representantes do poder publico aqui presentes, que só esta acontecendo por uma exigência do poder judiciário. Sem a sua intervenção as figueiras já teriam sido cortadas faz tempo e este debate não teria lugar.
Destacar que a audiência publica, como tantas outras realizadas nesta casa, não é democrática, não permite um debate amplo e igualitário. A forma como foi organizada privilegia os representantes do poder publico em detrimento da sociedade organizada. Parece lógico que assim seja, porque o que estamos debatendo hoje aqui é resultado de uma sucessão de erros e de incompetências todos eles iniciados e desenvolvidos pelo próprio poder publico e que devera concluir, de acordo com o roteiro previsto, com o corte das figueiras.
A rua Hermann August Lepper foi projetada e executada pela prefeitura municipal de Joinville, pelos seus engenheiros e com os seus equipamentos, os problemas que o talude apresenta, são o resultado de uma obra mal executada e incompleta, sem canaletas difusoras, sem meio fios adequados e sem a estabilização necessária.
As figueiras foram plantadas numa rua publica pela própria prefeitura municipal, a distancia de plantio, as técnicas seguidas e a escolha das plantas foi por tanto da sua única e exclusiva responsabilidade. Posteriormente a SC gás instalou um gasoduto na rua, sabendo da situação do talude e da existência das figueiras, e o fez com a certeza que não representavam nenhum risco para a tubulação de gás. Como de fato acreditamos que não representam. Caso representassem estaríamos frente a um caso gravíssimo de irresponsabilidade.
Com relação as Figueiras objeto desta audiência, dois pontos chamam a atenção, não estão em discussão todas as figueiras benjamina da cidade, nem as do mercado municipal, nem as que se encontram na frente do Fórum ou da Câmara de Vereadores, tampouco as plantadas no Sesi, ou no Big, ou na praça Nereu Ramos, ou em tantas outras ruas e praças. Então devemos deduzir que todas as coisas terríveis que foram aqui citadas sobre estas plantas, se referem exclusivamente as 40, que estão plantadas na rua Hermann August Lepper. Como se trata de plantas do mesmo gênero que as demais citadas, devo entender que o problema não são as figueiras e sim o local. A menos que estejamos neste momento iniciando uma cruzada contra tudo o que não seja nativo.
As afirmações que o plantio de Fícus esta proibido em muitos paises, não é verdadeiro, porem si é verdadeiro que o plantio de Aroeiras, goiabeiras e muitas outras plantas nativas brasileiras esta proibido em vários paises. Não porque sejam nativas são adequadas, do mesmo modo que não porque sejam exóticas devem ser proscritas.
Neste caso voltamos ao inicio do debate. É o talude, a falta de manutenção, o descaso e o abandono contumaz o que tem nos trazido até este ponto. Temos em Joinville capacidade técnica suficiente para salvar as figueiras, o que falta é a vontade de faze-lo.
Se a metade do esforço dedicado a justificar o seu corte tivesse sido empregado para apresentar alternativas para a sua preservação o espírito desta audiência seria outro.
Não estaríamos divididos entre os que são a favor e os que são contrários e sim estaríamos empenhados em buscar juntos a melhor solução.
O poder publico perdeu uma vez mais uma oportunidade de escutar a sociedade e utilizar a sua capacidade e recursos para preservar. Não existe duvida, nem entre os mais acérrimos defensores do corte radical, que outras alternativas, que contemplam a manutenção das figueiras são possíveis. Porem toda a sua capacidade esta direcionada a justificar o corte.
Defendo a manutenção de todas e cada uma das arvores de Joinville e que o município se empenhe num projeto de arborização urbana serio, técnico e adequado. Que seja feita a manutenção da arborização urbana de forma responsável e sistemática.
"Mediante a questão polêmica sobre a manutenção das figueiras na Avenida Hermann Lepper, a SCGÁS reafirma à população de Joinville que, mantidas as condições atuais, a tubulação de gás natural está segura.
A tubulação não está sofrendo interferências das árvores, pois não há enraizamento das mesmas sobre a rede de gás. As figueiras já sofreram deslocamento e não afetaram a tubulação. Da mesma forma, a tubulação não está produzindo efeitos no asfalto do local.
A SCGÁS informa ainda que todas as suas obras são licenciadas junto à Prefeitura. Este licenciamento exige a aprovação de um projeto executivo, passando por criteriosa análise dos órgãos responsáveis, vinculados à Prefeitura.
Quando consultada sobre o assunto pela Defesa Civil, a SCGÁS fez visitas técnicas ao local e informou que a rede está segura, não sendo afetada pelas figueiras.
A SCGÁS coloca-se à inteira disposição para demais esclarecimentos sobre o assunto."
Conheça um pouco mais das Figueiras da Beira Rio, do que se diz e do que não se diz. Em quanto alguns querem demoniza-las mostrando as como plantas invasoras e incontroláveis, é importante divulgar que as plantas do género Ficus também são nativas do Brasil e que se cuidadas adequadamente podem ser plantadas em ruas, praças e espaços públicos.