A polêmica que tem se desatado na cidade por conta da proposta de corte e retirada das figueiras da Beira-rio tem servido para que a sociedade se manifeste de uma forma clara sobre a arborização urbana, sobre as praças e parques que a cidade não tem e deveria ter e sobre o estado geral das nossas áreas verdes.
Dados divulgados pela Fundema indicam que Joinville tem 80 mil arvores em ruas e praças públicas. Mas me permito duvidar desta informação. Só é preciso percorrer algumas ruas centrais, como a Max Colin, para ver que aproximadamente a metade das árvores que um dia foram plantadas não existem mais. Morreram, foram arrancadas ou simplesmente sumiram, sem que tivessem sido repostas. No caso da rua 15 de Novembro, a calçada na frente da Conurb não pode ser considerada um modelo de cuidado e beleza.
Na rua Blumenau, ainda permanecem aproximadamente 60% das árvores, porém na rua João Colin praticamente nenhuma árvore sobreviveu aos anos de descaso e abandono, e os pedestres são obrigados a caminhar no sol, sem poder contar com a sombra protetora, que todos elogiam nas figueiras da Beira-rio. O curioso é que tanto a rua Blumenau quanto a João Colin, são duas ruas com a mesma largura, com sentido único, com estacionamento e com transito de ônibus. Uma manteve boa parte das arvores, a outra não.
Exemplo semelhante ocorre na rua Ottokar Doerffel, que já perdeu mais de 50% da arborização feita no final da década de 1980. Sem falar da avenida Marquês de Olinda, que ainda não recebeu nenhuma árvore em todo o trecho novo.
Isso só citando alguns eixos importantes e conhecidos. Se fôssemos percorrer os bairros, mesmo nas suas ruas principais e nos seus eixos, a arborização urbana, praticamente inexiste, está deteriorada e não tem nenhuma manutenção regular.
O que evidencia o descaso com que este tema tem sido abordado pela administração municipal e a importância que tem a movimentação da sociedade, que se manifesta a favor do verde e de uma cidade melhor.
Publicado no Jornal A Noticia
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