20 de agosto de 2009

Dialogar


Dialogar

Quem acompanha um pouco mais de perto o governo municipal, deve estar atônito com os primeiros compassos. Não adianta discordar, o PT é hoje governo em Joinville, porque a maioria da população votou no seu candidato. Claro que uma parte do eleitorado não votou a favor do PT votou contra o modelo anterior, o importante é que o resultado e o modelo são estes que estão aqui.

O PT ao chegar ao executivo, acrescentou ao vocabulário joinvilense duas expressões interessantes, “Dialogo” e “Participação Popular”. É evidente que houve quem acreditou que depois de anos dos solilóquios do prefeito anterior e de tomar conhecimento dos projetos e propostas do governo municipal pelo barulho das moto serras, a população se encantou com um candidato que oferecia uma forma diferente de governar. O resultado foi o das urnas.

Esta administração parece ter desenvolvido uma técnica inovadora, que converte um monólogo frente ao espelho, num dialogo. Lamentavelmente a população não consegue ainda assimilar esta moderna forma de dialogo de um só. E insiste em utilizar o modelo tradicional, que implica em falar alternadamente e em manter um entendimento em busca da solução de problemas comuns. Sendo que no modelo tradicional já esquecido, as duas partes, governo e sociedade falam e se escutam alternadamente.

A Participação Popular é uma festa, um espetáculo, tudo é motivo para uma assembléia, um comitê, um conselho, elegemos delegados para tudo. Não tem nada, tão pouco importante que no justifique a formação de um grupo ou a convocação de uma audiência publica. Os joinvilenses participam mais de assembléias e comitês que nas reuniões de condomínio do seu próprio prédio.

Definitivamente encontramos a forma de resolver os problemas da cidade. Que não sabemos que flor plantar na praça, amor perfeito ou begônia? Criamos um comitê, fazemos varias reuniões e escolhemos os delegados, para que decidam.
De que cor pintar a escola? Outro comitê, outra assembléia e decidido.
Tem que colocar ou não lixeiras na rua? Os conselheiros que se manifestem.
Colocar um sinaleiro na rua X, para que consultar os técnicos? Isto é uma missão especial para decidir em assembléia. É de Margaret Thatcher a frase: O consenso é a negação da liderança.

Publicado no Jornal A Noticia

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