Por alguns segundos, parado no semáforo do cruzamento da Beira-rio com a Max Colin, me deparei com uma vista de dar inveja a muitas cidades do mundo! O que se vê é de uma beleza “urbana” invejável, com um maciço verde preservado da ocupação imobiliária, protegido, por enquanto, pelas leis municipais, dentre elas, a lei da cota 40.
Fiquei imensamente orgulhoso de ser joinvilense e poder vislumbrar as belezas das nossas matas, nosso maior patrimônio, o nosso verde. Poder admirá-lo da janela do meu carro, não precisando me deslocar quilômetros, é um privilégio. Naquele momento, surgiu-me esta indagação: o povo joinvilense tem verdadeira noção do que isto representa para nossa cidade? Nunca é demais dizer que Joinville é uma cidade carente de apelos turísticos naturais. Não temos praias como Florianópolis ou o Rio de Janeiro, no entanto, temos morros ainda preservados da ocupação desordenada ou mesmo da ocupação ordenada!
Temos que capitalizar este patrimônio preservado, sem retrocedermos com o relaxamento na legislação vigente. E digo mais: temos que voltar nossa atenção não apenas aos espaços construídos. Torna-se urgente que repensemos os espaços vazios.
Se for permitido mudar o gabarito atual, que estabelece a construção de edifícios com altura máxima de quatro pavimentos na encosta do morro do Boa Vista, certamente a bela paisagem que me encantou naquela esquina será substituída por uma imensa parede de concreto, abrigando salas comerciais e outdoors ao lado de confortáveis apartamentos com suas sacadas ornadas de plantas, como se fosse uma última evocação ao verde que nos é tão caro. Uma paisagem igual às tantas cidades que conhecemos no Brasil e no exterior.
É urgente pensar em nossas matas, nos nossos morros e no nosso verde. Afinal, ainda pretendo admirar essas belezas da minha janela.
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