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12 de maio de 2013

O Iprefeito


Em tempo de Iphone, Ipad, Itunes, Ipod, Iwatch e tudo o que esta por vir neste turbilhão tecnológico que é capaz de deixar obsoleto em questão de meses ou semanas qualquer produto inovador, surgiu um novo produto o Iprefeito. O produto é o primeiro de uma serie que deve ser complementado com o Ivereador, o Ideputado ou Isenador.

O modelo de prefeito tradicional a que estamos acostumados será substituído por um novo modelo, mais moderno, com maiores prestações e principalmente com soluções prontas para todos os problemas havidos e por haver. O Iprefeito pela sua extraordinária eficiência, onisciência e capacidade de trabalho nao precisará vir acompanhado de periféricos externos como secretários, assessores e chefes de gabinete. Poderá prescindir de presidentes de fundações, autarquias e institutos. Terá na ponta da língua ou dos dedos dependendo de qual for o caso, as propostas e projetos ideais para cada problema. Acabar-se-á a custosa estrutura dos Institutos de Planejamento, o Iprefeito saberá instantaneamente qual é a melhor alternativa para a mobilidade urbana, aonde deverá ser construída uma nova ponte, qual a melhor solução estrutural ou de engenharia. Qual o seu custo e quem a empresa melhor qualificada para vencer a licitação. Poderá inclusive em instantes compor o hino da Companhia Municipal de Água e esgoto ou escrever uma ode ao desenvolvimento da maior cidade do estado utilizando indistintamente sonetos heptassílabos ou haikais.

Caso o Iprefeito venha a ser o modelo utilizado, nao haverá em Joinville espaço para quem não tenha a competência para acompanhar o ritmo de trabalho do Iprefeito. O novo modelo, lançado inicialmente na sua versão beta, já tem mostrado as suas vantagens sobre os modelos precedentes. Como nao precisa receber salário é mais econômico que as versões anteriores. Não precisa de tempo para analisar as diversas soluções e alternativas já que vem programado com as melhores respostas, é verdade que alguns representantes dos setores mais críticos, consideram que as respostas sao sempre as mesmas e não dependem dos problemas apresentados e mais parecem soluções pré-gravadas no programa original, restos de uma versão "demo" utilizada durante a campanha eleitoral e que ainda nao foram atualizadas e contrastadas com a realidade. Tampouco precisa despender muito tempo escutando a assessores e especialistas, que em poucos meses ficarão obsoletos. A melhor definição do novo protótipo é que o Iprefeito ouve a todos, mas não escuta a ninguém.


Publicado no jornal A Notícia de Joinville SC

25 de outubro de 2012

Que há de novo?


Mergulhei recentemente num projeto novo. O novo é sempre desafiador. Por conta desta iniciativa estou tomando tempo para visitar alguns amigos, identificar quem serão os parceiros ideais e dedicando um tempo a conversar com os potenciais clientes. Uma boa oportunidade para avaliar como estão as coisas.

A empreitada é interessante e tem a ver com o mundo digital.
Não me considero um experto no tema a pesar de estar envolvido em vários blogs e colaborar regularmente como editor de sites internacionais, mas neste campo sou um eterno aprendiz. A partir das entrevistas feitas confirmei que em geral usamos pouco e mal a internet, ainda que lhe dedicamos cada dia mais horas e que somos dependentes dela para quase tudo. Há um mundo de seres analógicos que tem dificuldade em abrir os arquivos que acompanham um e-mail. Há os que ligam para conformar se recebemos ou não o e-mail que enviaram. Outros demoram mais de uma semana a responder um e-mail porque não tem o habito de abrir sua caixa postal com freqüência.

Excluindo uma minoria que usa e domina a rede com solvência e que conseguem desde pedir uma pizza e programar as ferias de toda a família ou comprar geladeiras, livros ou dvds. A maioria dos que formariam o grupo dos conectados, se limitam apenas a baixar musica e filmes, reenviam correntes e apresentações com mensagens de autoajuda ou no máximo verificam o saldo bancário e realizam pequenas operações. E esta é uma situação curiosa porque estamos em pleno processo de mudança de uma sociedade de analfabetos funcionais analógicos, este grupo de mais de 70% de brasileiros que não conseguem escrever ou ler e compreender um texto simples de vinte ou trinta linhas, mas que vive conectada e interconectada, que escreve mensagens a uma velocidade capaz de deixar a qualquer um vesgo e que usam uma linguagem propria formada por monossílabos, onomatopéias e pontos suspensivos.

Me pergunto o que tanto há por dizer? Sobre o que podem versar estes diálogos intermináveis e aonde vai nos levar tudo isso?. Entretanto continuo visitando os amigos e clientes e chegando a conclusão que estamos deixando de ser  uma sociedade de analfabetos funcionais analógicos, para converter-nos a passos rápidos numa sociedade de analfabetos digitais.
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