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3 de fevereiro de 2015

Será que finalmente alguma coisa vai mudar neste Brasil?

Até que enfim parece que vai acontecer "ALGO"
JORGE SERRÃO 

O santo nome de Luiz Inácio Lula da Silva só não figurou entre os cotados a prisão no desdobramento da Operação Lava Jato (citado por dois delegados federais de peso) para não desmoralizar, completamente, a figura institucional da Presidência da República.

Brevemente, os escândalos vão atingi-lo diretamente. Provas documentais vindas da Suíça e da Holanda, com aval do Departamento de Justiça dos EUA (que investiga a Petrobrás) serão letais para os corruptos. As manifestações deste 15 de novembro, pró-impeachment, vão ganhar impulso.
Tal avaliação foi feita por um grupo de magistrados que acompanha, em Berlim, na Alemanha, os desdobramentos imediatos do cumprimento, desde ontem, dos 85 mandados judiciais de prisão ou coerção temporária e mais 123 ordens de busca e apreensão de documentos em grandes empreiteiras  suspeitas de superfaturar margens de lucro em obras e serviços com o governo, principalmente nos contratos com a Petrobrás, para distribuir corrupção a políticos, lavando bilhões de dólares no Brasil e no exterior.
Foi mais uma ordem judicial  do juiz Sérgio Fernando Moro, o "Homem de Gelo", da 13ª Vara Federal em Curitiba.

Um integrante do governo - que só pode ser esquizofrênico - teve a coragem de comentar por escrito, em documento reservado, que "Dilma está blindada". O mesmo interlocutor alega que Dilma não será  prejudicada pelos problemas na Petrobrás na gestão do antecessor Luiz Inácio da Silva. Apesar da "blindagem de Dilma", o assessor próximo reconhece que a gestão da estatal durante o período Lula "já está atingida".*

*A recomendação interna é que Dilma faça um discurso preventivo, elogiando as ações da Polícia Federal  e mostrando que ela, na luta contra corrupção, iniciou mudanças na empresa, demitindo diretores.

Outro conselho tático complicadíssimo é que Dilma estabeleça, urgentemente, uma separação entre as administrações na Petrobras no "período Lula" e no "período Dilma". Tal missão é impossível na prática. No governo Lula, quando os problemas ocorreram, Dilma ocupava nada menos que o cargo de "Presidente do Conselho de Administração da Petrobrás".*

*O primeiro governo Dilma acaba mal, sem ter começado direito. O segundo mandato dela já tem riscos concretos de nem acontecer. Nem um malabarismo jurídico no Supremo Tribunal Federal  conseguirá evitar, em breve, a desproclamação da República Sindicalista do Brasil. Por ironia,  a salvação nacional é costurada a partir da Alemanha, país que nos impôs a vexaminosa goleada de '7 x 1' na Copa do Mundo de 2014 ... Um magistrado da força-tarefa "germânica" adverte seus pares : "A nova etapa da Lava Jato não produzirá somente efeitos bombásticos.
Arrastará a republica petista ao maior descrédito e fará com que Dilma fique mais isolada.
Estamos no término de um dos mais venais e sacanas governos da república das bananas".*

*Os futuros acordos de leniência, firmados pelo judiciário com empreiteiras que participaram do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, tendem a ser fatais para dezenas de importantes figurões políticos beneficiados. A Lava Jato no Petrolão cumpre o papel saneador que ficou incompleto no Mensalão. Na Ação Penal 470 quem se ferrou concretamente foi o rigoroso Joaquim Barbosa - forçado a aposentar a toga por pressões muito além da coluna cervical. O resultado prático do Mensalão é sinônimo de impunidade, tendo apenas Marcos Valério como grande bode expiatório que continuará por bom tempo na cadeia, em troca de um silêncio que pode ser quebrado a qualquer momento.*

*Na Lava Jato a coisa fica mais preta e suja que Petrolão na cueca de petralha sofrendo de "desenteria". Foi preso ninguém menos que o homem de confiança do reeducando José Dirceu na Petrobrás,  Renato Duque, o  "Diretor de Serviços" de 2003 a 2012 - só sendo demitido no mesmo ano do "Diretor  de Abastecimento" Paulo Roberto Costa, convertido em "colaborador premiado" do Judiciário e do MPF.

Aposta-se que Duque acabará forçado a aderir à "delação premiada". Acordo parecido (denomiado  de leniência,quando se refere a pessoas jurídicas) deve valer para diretores de grandes empreiteiras envolvidas nas falcatruas bilionárias. Em "prisão domiciliar", Dirceu deve estar PT da vida e preocupadíssimo com o que vem por aí ... Imagina o amigo Lula, o chefão de todos ...*

*O cataclismo político é inevitável. Se Lula for afetado, Dilma fica frágil para cair por tabela. O mercado brasileiro fica desmoralizado perante o resto do mundo, com as maiores empresas(representativas do PIB) tendo seus dirigentes presos por corrupção, mesmo que temporariamente. Vem aí um inédito e gigantesco acordo de leniência (nunca antes visto na história do Brasil)entre o MPF, Judiciário e empreiteiras. A moeda de troca das delações dos nomes de político será uma espécie de perdão aos dirigentes das empresas que acabarão condenadas a pagar multas milionárias, que, somadas, podem chegar a bilhões de reais(ou dólares). Isto só nos processos brasileiros. Sem falar nos que já correm (civis e criminais) nos Estados Unidos.*

*O juiz Sérgio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, tem um papel chave no "saneamento" da Lava Jato. Ele e outros membros do judiciário, do Ministério Público, da Polícia e da Receita Federal, que não aceitam mais o degradante grau da corrupção sistêmica no Brasil, merecem todo apoio individual  e popular. Lugar de ladrão é na cadeia! Lugar de político corrupto é no parlatório da Penitenciária. De preferência, pagando pena e pagando multas, com o patrimônio pessoal ou familiar, pelo que roubou do poder público. Qualquer coisa diferente disto é barbárie e impunidade.
Os brasileiros não aguentam mais tanta sacanagem! Chega de Pizza!*

*A República precisa ser reproclamada com urgência urgentíssima, baseada em princípios verdadeiramente federativos, com democracia, gestão pública de qualidade e transparência absoluta sobre investimentos  e despesas com o dinheiro público.*

27 de junho de 2013

Leitura sugerida

Recebi e repasso :

Didático texto do Anatoli sobre a  aplicação em nosso país da tática de COMUNIZAÇÃO recomendada pelo Gramsci um pensador italiano que divergia das teses truculentas de tomada do poder preconizadas pelo Lenin e Stalin.

Recomendada​ a leitura até o final para que tenham uma ideia, lamentavelmente do que está se passando em nosso país. 

O povo infelizmente não tem consciência do que seja um estado comunista e suas repercussões em sua liberdade. Ainda é tempo para mudarmos esta escalada cínica ao comunismo que estamos vivendo.



A TOMADA DO PODER

GRAMSCI E A COMUNIZAÇÃO DO BRASIL

Por Anatoli Oliynik

Em lugar algum no mundo o pensamento de Gramsci foi tão disciplinadamente aplicado como está sendo no Brasil, agora pelo PT, cuja nomenklatura governamental segue com rigor as orientações emanadas dos intelectualóides uspianos que dirigem o Foro de São Paulo e que têm como cartilha os Cadernos do Cárcere, de Gramsci.

Quem não está familiarizado com as ideologias políticas, por certo estará perguntando: Quem foi Gramsci e qual sua relação com o comunismo brasileiro?

Antonio Gramsci (1891-1937), pensador e político foi um dos fundadores do Partido Comunista Italiano em 1921, e o primeiro teórico marxista a defender que a revolução na Europa Ocidental teria que se desviar muito do rumo seguido pelos bolcheviques russos, capitaneados por Vladimir Illitch Ulianov Lênin (1870-1924) e seguido por Iossif Vissirianovitch Djugatchvili Stalin (1879-1953).

Durante sua prisão na Itália em 1926, que se prolongou até 1935, escreveu inúmeros textos sobre o comunismo os quais começaram a ser publicados por partes na década de 30, e integralmente em 1975, sob o título Cadernos do Cárcere. Esta publicação, difundida em vários continentes, passou a ser o catecismo das esquerdas, que viram nela uma forma muito mais potente de realizar o velho sonho de implantar o totalitarismo, sem que fosse necessário o derramamento de sangue, como ocorreu na Rússia, na China, em Cuba, no Leste Europeu, na Coréia do Norte, no Camboja e no Vietnã do Norte, países que se tornaram vítimas da loucura coletiva detonada por ideólogos mentecaptos.

Gramsci professava que a implantação do comunismo não deve se dar pela força, como aconteceu na Rússia, mas de forma pacífica e sorrateira, infiltrando, lenta e gradualmente, a ideia revolucionária.

A estratégia é utilizar-se de diplomas legais e de ações políticas que sejam docilmente aceitas pelo povo, entorpecendo consciências e massificando a sociedade com uma propaganda subliminar, imperceptível aos mais incautos que, a priori, representam a grande maioria da população, de modo que, entorpecidos pelo melífluo discurso gramsciano, as consciências já não possam mais perceber o engodo em que estão sendo envolvidas.

A originalidade da tese de Gramsci reside na substituição da noção de “ditadura do proletariado” por “hegemonia do proletariado” e “ocupação de espaços”, cuja classe, por sua vez, deveria ser, ao mesmo tempo, dirigente e dominante. Defendia que toda tomada de poder só pode ser feita com alianças e que o trabalho da classe revolucionária deve ser primeiramente, político e intelectual.

A doutora Marli Nogueira, juíza do trabalho em Brasília, e estudiosa do assunto, nos dá a seguinte explicação sobre a “hegemonia”:

“A hegemonia consiste na criação de uma mentalidade uniforme em torno de determinadas questões, fazendo com que a população acredite ser correta esta ou aquela medida, este ou aquele critério, esta ou aquela ´análise da situação´, de modo que quando o comunismo tiver tomado o poder, já não haja qualquer resistência.Isto deve ser feito, segundo ensina Gramsci, a partir de diretrizes indicadas pelo ´intelectual coletivo´ (o partido), que as dissemina pelos ´intelectuais orgânicos´ (ou formadores de opinião), sendo estes constituídos de intelectualóides de toda sorte, como professores – principalmente universitários (porque o jovem é um caldo de cultura excelente para isso), a mídia (jornalistas também intelectualóides) e o mercado editorial (autores de igual espécie), os quais, então, se encarregam de distribuí-las pela população”.

Quanto à “ocupação de espaços”, pode ser claramente vislumbrada pela nomeação de mais de 20 mil cargos de confiança pelo PT em todo o território brasileiro, cujos detentores desses cargos, militantes congênitos, têm a missão de fazer a acontecer a “hegemonia”.

Retornando a Gramsci e segundo ele, os principais objetivos de luta pela mudança são conquistar, um após outro, todos os instrumentos de difusão ideológica (escolas, universidades, editoras, meios de comunicação social, artistas, sindicatos etc.), uma vez que, os principais confrontos ocorrem na esfera cultural e não nas fábricas, nas ruas ou nos quartéis. O proletariado precisa transformar-se em força cultural e política, dirigente dentro de um sistema de alianças, antes de atrever-se a atacar o poder do Estado-burguês. E o partido deve adaptar sua tática a esses preceitos, sem receio de parecer que não é revolucionário.Isso o povo brasileiro não está percebendo, pois suas mentes já foram entorpecidas pelo governo revolucionário que está no poder.

Desta forma, Gramsci abandonou a generalizada tese marxista de uma crise catastrófica que permitiria, como um relâmpago, uma bem sucedida intervenção de uma vanguarda revolucionária organizada. Ou seja, uma intervenção do Partido. Para ele, nem a mais severa recessão do capitalismo levaria à revolução, como não a induziria nenhuma crise econômica, a menos que, antes, tenha havido uma preparação ideológica. É exatamente isto que está acontecendo no presente momento aqui no Brasil: A preparação ideológica. E está em fase muito adiantada, diga-se de passagem.

Segundo a doutora Marli Nogueira:

“Uma vez superada a opinião que essa mesma sociedade tinha a respeito de várias questões, atinge-se o que Gramsci denominava ´superação do senso-comum´, que outra coisa não é senão a hegemonia de pensamento. Cada um de nós passa, assim, a ser um ventríloquo a repetir, impensadamente, as opiniões que já vêm prontas do forno ideológico comunista. E quando chegar a hora de dizer ´agora estamos prontos para ter realmente uma ´democracia´ (que, na verdade, nada mais é do que a ditadura do partido), aceitaremos também qualquer medida que nos leve a esse rumo, seja ela a demolição de instituições, seja ela a abolição da propriedade privada, seja ela o fim mesmo da democracia como sempre a entendemos até então, acreditando que será muito normal que essa ´volta à democracia´ se faça por decretos, leis ou reformas constitucionais”.
Lênin sustentava que a revolução deveria começar pela tomada do Estado para, a partir daí, transformar a sociedade. Gramsci inverteu esses termos: a revolução deveria começar pela transformação da sociedade, privando a classe dominante da direção da “sociedade civil” e, só então, atacar o poder do Estado. Sem essa prévia “revolução do espírito”, toda e qualquer vitória comunista seria efêmera.

Para tanto, Gramsci definiu a sociedade como “um complexo sistema de relações ideais e culturais” onde a batalha deveria ser travada no plano das idéias religiosas, filosóficas, científicas, artísticas etc. Por essa razão, a caminhada ao socialismo proposta por Gramsci não passava pelos proletariados de Marx e Lênin e nem pelos camponeses de Mão Tse Tung, e sim pelos intelectuais, pela classe média, pelos estudantes, pela cultura, pela educação e pelo efeito multiplicador dos meios de comunicação social, buscando, por meio de métodos persuasivos, sugestivos ou compulsivos, mudar a mentalidade, desvinculando-a do sistema de valores tradicionais, para implantar os valores da ideologia comunista.

Fidel Castro, com certeza, foi o último dinossauro a adotar os métodos de Lênin. Poder-se-á dizer que Fidel é o último dos moicanos às avessas considerando que seus discípulos Lula, Morales, Kirchner, Vasquez e Zapatero, estão aplicando, com sucesso, as teses do Caderno do Cárcere, de Antônio Gramsci. Chávez, o troglodita venezuelano, optou pelo poder força bruta e fraudes eleitorais. No Brasil, por via das dúvidas, mantêm-se ativo e de prontidão o MST e a Via Campesina, como salvaguarda, caso tenham que optar pela revolução cruenta que é a estratégia leninista.

Todos os valores que a civilização ocidental construiu ao longo de milênios vêm sendo sistematicamente derrubados, sob o olhar complacente de todos os brasileiros, os quais, por uma inocência pueril, seja pelo resultado de uma proposital fraqueza do ensino, seja por uma ignorância dos reais intentos das esquerdas, nem mesmo se dão conta de que é a sobrevivência da própria sociedade que está sendo destruída.

Perdidos esses valores, não sobra sequer espaço para a indignação que, em outros tempos, brotaria instantaneamente do simples fato de se tomar conhecimento dos últimos acontecimentos envolvendo escancaradas corrupções em todos os níveis do Estado.

O entorpecimento da razão humana, com o conseqüente distanciamento entre governantes e governados, já atingiu um ponto tal que, se não impossibilitou, pelo menos tornou extremamente difícil qualquer tipo de reação por parte do povo.

Estando os órgãos responsáveis pela sua defesa – imprensa, associações civis, empresariado, clero, entre outros – totalmente dominados pelo sistema de governo gramsciano que há anos comanda o País, o resultado não poderia ser outro: a absoluta indefensabilidade do povo brasileiro. A este, alternativa não resta senão a de assistir, inerme e inerte, aos abusos e desmandos daqueles que, por dever de ofício, deveriam protegê-lo em todos os sentidos.

A verdade é que os velhos métodos para implantação do socialismo-comunismo foram definitivamente sepultados. Um novo paradigma está sendo adotado, cuja força avassaladora está sendo menosprezada, e o que é pior, nem percebido pelo povo brasileiro.

O Brasil está sendo transformado, pelas esquerdas, num laboratório político do pensamento de Gramsci sob a batuta de Lula, o aluno aplicado, e a tutela do Foro de São Paulo.


3 de março de 2013

Abraham Lula da Silva




Nosso Guia vive numa história própria. Já disse que Napoleão foi à China e que Oswaldo Cruz descobriu a vacina da febre amarela. Comparando-se a Abraham Lincoln, informou que "estou lendo" a edição brasileira do livro de Doris Kearns Goodwin e "fico impressionado como a imprensa batia no Lincoln em 1860, igualzinho batia em mim".

Onde ele leu isso, não se sabe. Em 1860 Lincoln era um azarão na disputa pela indicação do Partido Republicano e foi beneficiado pela atividade de dois jornalistas/empresários metidos em política. (Depois ambos brigaram com ele porque não queriam o fim da escravidão, mas essa é outra história.) Nessa fase, Lincoln foi poupado, e no livro que Lula disse estar lendo há duas referências da imprensa a Lincoln, ambas elogiosas. Ele acompanhou o resultado da convenção na Redação de um jornal.

Durante a campanha e a Guerra Civil o pau comeu, e os jornais do Sul, bem como os Democratas do Norte, chamavam-no de semianalfabeto, "terrorista inculto", mas esse era o jogo jogado. A imprensa republicana exaltava sua origem humilde, sua simplicidade e a abstinência de fumo e álcool (páginas 75 e 76).

Numa coisa Nosso Guia está inteiramente certo: aliados e adversários subestimaram aquele advogado desengonçado que gostava de contar histórias.

Elio Gaspari - Folha de São Paulo

12 de dezembro de 2012

Rosegate

Lula saiu de cena oportunamente e deve estar sofrendo de grave crise de afonia. O que nos poupa, mesmo que temporariamente da sua verborragia costumeira.

Na sua volta da sua longa viagem internacional encontrará a sua espera o mesmo escândalo de que quis se afastar, não deverá encontrar um "Porto Seguro"

A tática que deverá empregar para sair indemne uma vez mais é a que mostramos no gráfico a seguir:



Este gráfico esta disponível na internet.

1 de novembro de 2012

15 de outubro de 2012

São Jorge do bordel


Direto ao Ponto por Augusto Nunes



Em agosto de 2005, publiquei no Jornal do Brasil, com o título “São Jorge de Bordel”, o seguinte artigo:

Antes da revolução dos costumes desencadeada nos anos 60, era bem menos divertida a vida de adolescente em cidade pequena. As moças se casavam virgens, motel só aparecia em filme americano, drive-in era coisa da capital. A esfregação nunca ia muito longe. E também os jovens nada saberiam de sexo se não houvesse uma zona em qualquer município com mais de 10 mil habitantes.

Ninguém chamava pelo nome completo ─ zona do meretrício ─aquele punhado de casas com uma luz vermelha na varanda, plantadas no difuso território onde a cidade já acabou sem que o campo tenha começado. O mobiliário se limitava à mesa com cinco ou seis cadeiras, um sofá, três ou quatro poltronas e uma vitrola antiga. Às vezes, nem isso. O que não podia faltar eram a cama de casal em cada quarto e o quadro de São Jorge na parede da sala.

Bonito, aquilo. Os trajes de guerreiro, o corcel colérico, a lança em riste, o dragão subjugado, as imagens beligerantes contrastavam esplendidamente com a expressão beatífica. Todo santo de retrato é sereno, mas nenhum se mete com monstros que soltam fogo pelas ventas. Só um São Jorge de bordel poderia arrostar tamanho perigo com aquela placidez que sublinhava o espetáculo da coragem.

Concentrado no duelo tremendo, o exterminador de dragões não prestava a menor atenção no que acontecia fora do retrato. Na sala, prostitutas e clientes negociavam o acerto que os levaria a algum dos quartos escurecidos pela meia-luz que eternizava o crepúsculo. Deles não paravam de chegar sons muito suspeitos, mas o santo guerreiro nada ouvia. Estava na parede para proteger a zona do meretrício, não para vigiá-la. Quem luta com dragões não perde tempo com batalhas de alcova.

São Jorge de bordel era chamado naquele tempo todo homem que mantinha a cara de paisagem enquanto desfilavam a um palmo do nariz iniqüidades, bandalheiras e delinqüências. O filho abandonara os estudos, a filha se apaixonara pelo cafajeste do bairro, a mulher vivia arrastando vizinhos para o quarto do casal, o sobrinho furtava as economias da avó — e a tudo seguia indiferente o chefe de família. Como um São Jorge de bordel.

Como um São Jorge de bordel sempre agiu Luiz Inácio Lula da Silva. O advogado Roberto Teixeira nunca lhe cobrou aluguel pela casa onde Lula viveu durante oito anos. O inquilino fez de conta que nem notou. Em 2002, sobrou o dinheiro que faltara às campanhas anteriores. Lula não fez perguntas sobre o milagre. Tampouco quis saber quem financiara a milionária festa da vitória na Avenida Paulista.

Instalado no gabinete presidencial, não enxergou as agudas mudanças na paisagem. Bons parceiros como Djalma Bom estacavam na secretária do ajudante de ordens. Entravam sem bater na sala presidencial aliados como Pedro Correia ou Valdemar Costa Neto. Fundadores do PT eram expulsos do partido. Roberto Jefferson ganhava cheques em branco.

Sílvio Pereira e Delúbio Soares se tornaram clientes assíduos da casa, ganharam salas para negociar com a freguesia, assimilaram hábitos de novo-rico. Lula não ouviu o ronco do Land Rover de Silvinho nem a barulheira dos jatinhos de Delúbio. Não percebeu que sindicalistas promovidos a diretores de banco agora usavam gravata borboleta.

Despertado pelo ruído provocado por Waldomiro Diniz, voltou a dormir depois das explicações sussurradas por José Dirceu. Lula não ouviu o governador de Goiás, Marconi Perillo, assombrado com a desenvoltura dos trambiqueiros aliados que tentavam comprar mais deputados. Não quis ouvir a mesma denúncia repetida por Roberto Jefferson.
Não enxergou a expansão do pântano. Não viu as marcas de lama nos tapetes do Planalto.

Num prostíbulo de antigamente, a figura protetora desceria da parede para botar ordem na casa. No Brasil submerso na crise, o presidente só quebra o silêncio de São Jorge de bordel para berrar improvisos insensatos. Em seguida, volta ao retrato.

Que outros santos nos socorram.

Volto para concluir o resumo da ópera. Passados sete anos, o São Jorge de São Bernardo segue fingindo que de nada soube, nada viu e nada ouviu. A fila dos mensaleiros condenados aumenta. Marcos Valério começou a abrir a medonha caixa preta. Pela primeira vez, uma alta patente da quadrilha confirmou que falta alguém no banco dos réus do Supremo. Nem assim o chefe da seita se anima a falar em mensalão. Acha que vai ficar pendurado na parede até o fim dos tempos.

Não percebeu que a farra na zona foi longe demais. Nem desconfia que a casa pode cair a qualquer momento.



(extraído do Blog de Augusto Nunes)

29 de setembro de 2012

Adeus, Lula


 Transcrevo o esplêndido artigo de MARCO ANTONIO VILLA publicado no Globo na terça-feira.

A presença constante no noticiário de Luís Inácio Lula da Silva impõe a discussão sobre o papel que deveriam desempenhar os ex-presidentes. A democracia brasileira é muito jovem. Ainda não sabemos o que fazer institucionalmente com um ex-presidente. Dos quatros que estão vivos, somente um não tem participação política mais ativa. O ideal seria que após o mandato cada um fosse cuidar do seu legado. Também poderia fazer parte do Conselho da República, que foi criado pela Constituição de 1988, mas que foi abandonado pelos governos ─ e, por estranho que pareça, sem que ninguém reclamasse.

Exercer tão alto cargo é o ápice da carreira de qualquer brasileiro. Continuar na arena política diminui a sua importância histórica ─ mesmo sabendo que alguns têm estatura bem diminuta, como José Ribamar da Costa, vulgo José Sarney, ou Fernando Collor. No caso de Lula, o que chama a atenção é que ele não deseja simplesmente estar participando da política, o que já seria ruim. Não. Ele quer ser o dirigente máximo, uma espécie de guia genial dos povos do século XXI. É um misto de Moisés e Stalin, sem que tenhamos nenhum Mar Vermelho para atravessar e muito menos vivamos sob um regime totalitário.

As reuniões nestes quase dois anos com a presidente Dilma Rousseff são, no mínimo, constrangedoras. Lula fez questão de publicizar ao máximo todos os encontros. É um claro sinal de interferência. E Dilma? Aceita passivamente o jugo do seu criador. Os últimos acontecimentos envolvendo as eleições municipais e o julgamento do mensalão reforçam a tese de que o PT criou a presidência dupla: um, fica no Palácio do Planalto para despachar o expediente e cuidar da máquina administrativa, funções que Dilma já desempenhava quando era responsável pela Casa Civil; outro, permanece em São Bernardo do Campo, onde passa os dias dedicado ao que gosta, às articulações políticas, e agindo como se ainda estivesse no pleno gozo do cargo de presidente da República.

Lula ainda não percebeu que a presença constante no cotidiano político está, rapidamente, desgastando o seu capital político. Até seus aliados já estão cansados. Deve ser duro ter de achar graça das mesmas metáforas, das piadas chulas, dos exemplos grotescos, da fala desconexa. A cada dia o seu auditório é menor. Os comícios de São Paulo, Salvador, São Bernardo e Santo André, somados, não reuniram mais que 6 mil pessoas. Foram demonstrações inequívocas de que ele não mais arrebata multidões. E, em especial, o comício de Salvador é bem ilustrativo. Foram arrebanhadas ─ como gado ─ algumas centenas de espectadores para demonstrar apoio. Ninguém estava interessado em ouvi-lo. A indiferença era evidente. Os “militantes” estavam com fome, queriam comer o lanche que ganharam e receber os 25 reais de remuneração para assistir o ato ─ uma espécie de bolsa-comício, mais uma criação do PT. Foi patético.

O ex-presidente deveria parar de usar a coação para impor a sua vontade. É feio. Não faça isso. Veja que não pegou bem coagir: 1. Cinco partidos para assinar uma nota defendendo-o das acusações de Marcos Valério; 2. A presidente para que fizesse uma nota oficial somente para defendê-lo de um simples artigo de jornal; 3. Ministros do STF antes do início do julgamento do mensalão. Só porque os nomeou? O senhor não sabe que quem os nomeou não foi o senhor, mas o presidente da República? O senhor já leu a Constituição?

O ex-presidente não quer admitir que seu tempo já passou. Não reconhece que, como tudo na vida, o encanto acabou. O cansaço é geral. O que ele fala, não mais se realiza. Perdeu os poderes que acreditava serem mágicos e não produto de uma sociedade despolitizada, invertebrada e de um fugaz crescimento econômico. Claro que, para uma pessoa como Lula, com um ego inflado durante décadas por pretensos intelectuais, que o transformaram no primeiro em tudo (primeiro autêntico líder operário, líder do primeiro partido de trabalhadores etc, etc), não deve ser nada fácil cair na real. Mas, como diria um velho locutor esportivo, “não adianta chorar”. Agora suas palavras são recebidas com desdém e um sorriso irônico.

Lula foi, recentemente, chamado de deus pela então senadora Marta Suplicy. Nem na ditadura do Estado Novo alguém teve a ousadia de dizer que Getúlio Vargas era um deus. É desta forma que agem os aduladores do ex-presidente. E ele deve adorar, não? Reforça o desprezo que sempre nutriu pela política. Pois, se é deus, para que fazer política? Neste caso, com o perdão da ousadia, se ele é deus não poderia saber das frequentes reuniões, no quarto andar do Palácio do Planalto, entre José Dirceu e Marcos Valério?

Mas, falando sério, o tempo urge, ex-presidente. Note: “ex-presidente”. Dê um tempo. Volte para São Bernardo e cumpra o que tinha prometido fazer e não fez. Lembra? O senhor disse que não via a hora de voltar para casa, descansar e organizar no domingo um churrasco reunindo os amigos. Faça isso. Deixe de se meter em questões que não são afeitas a um ex-presidente. Dê um bom exemplo. Pense em cuidar do seu legado, que, infelizmente para o senhor, deverá ficar maculado para sempre pelo mensalão. E lá, do alto do seu apartamento de cobertura, na Avenida Prestes Maia, poderá observar a sede do Sindicato dos Metalúrgicos, onde sua história teve início. E, se o senhor me permitir um conselho, comece a fazer um balanço sincero da sua vida política. Esqueça os bajuladores. Coloque de lado a empáfia, a soberba. Pense em um encontro com a verdade. Fará bem ao senhor e ao Brasil.

15 de setembro de 2012

Nina e Carminha em Brasília



Por Nelson Motta

Se o mensalão não tivesse existido, ou se não fosse descoberto, ou se Roberto Jefferson não o denunciasse, muito provavelmente não seria Dilma, mas Zé Dirceu o ocupante do Palácio da Alvorada, de onde certamente nunca mais sairia.

Roberto Jefferson tem todos os motivos para exigir seu crédito e nossa eterna gratidão por seu feito heroico: "Eu salvei o Brasil do Zé Dirceu."

Em 2005, Dirceu dominava o governo e o PT, tinha Lula na mão, era o candidato natural à sua sucessão. E passaria como um trator sobre quem ousasse se opor à sua missão histórica. Sua companheira de armas Dilma Rousseff poderia ser, no máximo, sua Chefe da Casa Civil, ou presidente da Petrobras.
Com uma campanha milionária comandada por João Santana, bancada por montanhas de recursos não contabilizados arrecadados pelo nosso Delúbio, e Lula com 85% de popularidade animando os palanques, massacraria Serra no primeiro turno e subiria a rampa do Planalto nos braços do povo, com o grito de guerra ecoando na Esplanada: "Dirceu guerreiro/ do povo brasileiro." Ufa!

A Jefferson também devemos a criação do termo "mensalão". Ele sabia que os pagamentos não eram mensais, mas a periodicidade era irrelevante. O importante era o dinheirão. Foi o seu instinto marqueteiro que o levou a cunhar o histórico apelido que popularizou a Ação Penal 470 e gerou a aviltante condição de "mensaleiro", que perseguirá para sempre até os eventuais absolvidos. O que poderia expressar melhor a ideia de uma conspiração para controlar o Estado com uma base parlamentar comprada com dinheiro público e sujo? Nem Nizan Guanaes, Duda Mendonça e Washington Olivetto juntos criariam uma marca mais forte e eficiente. Mas antes de qualquer motivação política, a explosão do maior escândalo do Brasil moderno é fruto de um confronto pessoal, movido pelos instintos mais primitivos, entre Jefferson e Dirceu.

Como Nina e Carminha da política, é a história de uma vingança suicida, uma metáfora da luta do mal contra o mal, num cho que de titãs em que se confundem o épico e o patético, o trágico e o cômico, a coragem e a vilania. Feitos um para o outro.

O "chefe" sempre foi José Dirceu. Combativo, inteligente, universitário - não sei se completou o curso - fala vários idiomas, treinado em Cuba e na Antiga União Soviética, entre outras coisas. E com uma fé cega em implantar a Ditadura do Proletariado a "La Cuba".

Para isso usou e abusou de várias pessoas e, a mais importante - pelos resultados alcançados - era Lula. Ignorante, iletrado, desonesto, sem ideais, mas um grande manipulador de pessoas, era o joguete ideal para o inspirado José Dirceu.

Lula não tinha caráter nem ética, e até contava, entre risos, que sua família só comia carne quando seu irmão "roubava" mortadela no mercado onde trabalhava. Ou seja, o padrão ético era frágil . E ele, o Dirceu, fizera tudo direitinho, estava na hora de colher os frutos e implantar seu sonho no país. Aí surgiu Roberto Jefferson... e deu no que deu.


A análise de Nelson Motta está perfeita.

28 de agosto de 2012

Nada como um dia após o outro




•Entrevista de LULA ao repórter esportivo MILTON NEVES, em 1993, por ocasião do impeachment do então Presidente Fernando Collor de Mello.

Milton Neves pergunta:

• Com você aqui na ...
• O meu negócio é Futebol, o seu negócio é política, é a primeira vez que eu falo com você lado a lado.
Mas me diga uma coisa, uma curiosidade que eu tenho: Lula, Luis Inácio Lula da Silva, você tem pena de Fernando Afonso Collor de Mello?

Resposta de LULA:

• Tenho, eu... não é que eu tenho pena, como ser humano, eu acho que uma pessoa que teve a oportunidade que aquele cidadão teve de fazer alguma coisa de bem para o Brasil, um homem que tinha respaldo da grande maioria do povo brasileiro, ou seja, e...

E continua...

• E ... e... e ao invés de construir um governo, construiu uma quadrilha como ele construiu, me
dá pena porque deve haver qualquer sintoma de debilidade no funcionamento do cérebro do
Collor.

E continua...

• ... Efetivamente eu fico com pena porque eu acho que o povo brasileiro esperava que essa pessoa pudesse pelo menos conduzir o país, se não a uma solução definitiva, pelo menos a indícios de soluções para os graves problemas que nós vivemos.

Escute bem:

• Lamentavelmente, a ganância, a vontade de roubar, a vontade de praticar corrupção fez com
que o Collor jogasse o sonho de milhões e milhões de brasileiros por terra.

E conclui:

• Mas de qualquer forma, eu acho que foi uma grande lição que o povo brasileiro aprendeu e eu espero que o povo brasileiro em outras eleições escolha pessoas que pelo menos eles conheçam o passado político.

Qualquer semelhança com o passado seria mera coincidência

21 de junho de 2012

Amizade que vem de longe







Maluf e Lula já trocaram muitas farpas, incluindo acusações e ofensas, não só em anos eleitorais como também em momentos históricos da política (como nas Diretas Já) e nas polêmicas registradas em seus pleitos. 

Confira algumas declarações acintosas: 
- "Se o civil tiver que ser o Paulo Maluf, eu prefiro que seja um general". 
Luís Inácio Lula da Silva, durante a eleição presidencial de 1984. 
- "O problema do Brasil não está no deputado Paulo Maluf, mas sim nos milhares de 'malufs'". 
Luís Inácio Lula da Silva, em 1986 
- "Faz 15 anos que Lula não está no torno, que não conta como vive, quem paga seu salário". 
Paulo Maluf, quando era prefeito de São Paulo, em 1993. 
- "Quem votar em Lula vai cometer suicídio administrativo". 
Paulo Maluf, quando era candidato a presidente em 1993. 
- "A impressão que se tem é que Cristo criou a terra, e Maluf fez São Paulo". 
Luiz Inácio Lula da Silva, em 1996, sobre as propagandas das obras feitas pelo Maluf em SP. 
- "O símbolo da pouca-vergonha nacional está dizendo que quer ser presidente da República. Daremos a nossa própria vida para impedir que Paulo Maluf seja presidente". 
Luis Inácio Lula da Silva ( presidente do PT ), no Comício das Diretas Já, na Praça da Sé, em 1984. 
- "Perto do Lula e do Fernando Henrique Cardoso, eu me considero comunista". 
Paulo Maluf, em crítica ao governo federal, em 2007.
 
- "Declaração infeliz do presidente. Ele não está a par do problema, e se ele quiser realmente começar a prender os culpados comece por Brasília. Tenho certeza de que o número de presos dá a volta no quarteirão, e a maioria é do partido dele, do PT". 
Paulo Maluf (ex-prefeito), em 2005, sobre as declarações de Lula a respeito de sua prisão. 
- "Se o Maluf é pescador, ele sabe que pegar lambarizinho é muito mais fácil que pegar peixe graúdo". 
Luiz Inácio Lula da Silva, Lula, em 2003, ao falar sobre o combate ao crime organizado em São Paulo.

3 de novembro de 2011

Oportunista




Se houvesse um premio para oportunistas, ninguém ganhava dele. Dizer que gostaria de ficar doente para poder ser atendido no UPA em Pernambuco foi infeliz, demagógico e populista.

Claro que os defensores do populismo selvagem, alegarão que neste momento dificil que o ex-presidente vive é inoportuno trazer este tema a publico.

Com a colaboração de @fakecarlito

17 de setembro de 2011

O que eu sei de Lula


Não deixe de ver o vídeo que é sensacional.

Jornalista tarimbado, José Nêumanne Pinto lança hoje, no RJ, e no próximo dia 23, em SP, o livro "O Que Sei de Lula". Em entrevista exclusiva concedida aos colunistas José Marcio Mendonça e Francisco Petros, o autor fala da vida do (ex ?) presidente, apresentando picantes fatos que pouca gente tem conhecimento.

31 de janeiro de 2011

A Rainha Dilma

Texto de Reinaldo Azevedo sobre a corte de Brasília e o papel da Rainha Dilma em contraposição a verborréia, ubiquidade e incontinência do apedeuta.

Leitura recomendada só para iniciados
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