31 de julho de 2012

Planejou?


Não o fez bem

Duvidas dos eleitores


Até que ponto a vida privada de um político deve ser de domínio público? Os eleitores tem o direito de saber? Quem sejam os seus financiadores pode influenciar a sua atuação como político? O patrimônio declarado pelos candidatos a cargos eletivos deveria ser mais bem auditado? Você acredita nas declarações de bens ou acha que há bens não declarados, que poderiam estar em nome de terceiros?

30 de julho de 2012

Garimpo


Garimpo

Há algumas pepitas de ouro no meio de toda a lista de candidatos a vereador, acha-las no meio de tanto cascalho é um trabalho árduo e que exige persistência e paciência. Identificar quem entre mais de 300 candidatos merece o seu voto não é um trabalho fácil.

Desconfie de quem não tenha o conhecimento mínimo necessário para entender adequadamente os temas referentes à legislação, urbanismo, orçamento e economia.

Não esqueça que alguns vereadores da atual legislatura não parecem ter o domínio suficiente dos temas sobre os que têm legislado. É um bom momento para separar o joio do trigo. Dos que tenham mostrado um conhecimento adequado é bom diferenciar os que têm procurado os eleitores antes de votar temas polêmicos dos que tem votado inclusive contra os interesses da comunidade. É a hora de dar o troco utilizando a força do seu voto.

Garimpar no meio de todo este cascalho vale a pena e Joinville agradece.

29 de julho de 2012

Tunga por Elio Gaspari no Folha


TUNGA

O comissariado promete um reordenamento tributário. Poderia dar atenção a um capítulo irracional e retrógrado da barafunda de tungas que impõem aos contribuintes.

Um cidadão quer ver um filme que ainda não chegou ao Brasil e resolve importar um DVD pela Amazon. Ele custa US$ 24, mais US$ 17 pelo frete da caixinha. Em cima do total de US$ 42 a empresa cobra, adiantado, US$ 40 de impostos brasileiros. O pobre-diabo toma uma tunga equivalente ao valor da compra.

O problema é que outro cidadão pode comprar por R$ 400 um aparelho Apple TV, ou trazê-lo na mala, comprado nos Estados Unidos, por US$ 99. Com essa máquina aluga o filme no iTunes e paga US$ 5. Se quisesse comprá-lo, baixaria a peça por US$ 20, a quarta parte do que pagou a primeira vítima.

Proteger a indústria nacional de distribuição de DVDs é uma coisa. Punir os contribuintes com tamanha tributação é outra. Os impostecas nacionais ainda não descobriram o alcance democratizador do comércio eletrônico. Como diziam que os iPads não eram computadores porque não tinham teclado, são capazes de tudo.

Qual é o melhor modelo de cidade?


Enrique Peñalosa é ex-prefeito de Bogotá, é dele o projeto das ciclovias, das calçadas largas e acessíveis e da priorização do transporte coletivo, incluindo táxis como uma alternativa real de transporte publico.

28 de julho de 2012

Cuidado com os conformistas


Os conformistas


Nada a ver com o protagonista do filme de Bernardo Bertolucci e roteiro de Alberto Moravia, mas os conformistas estão hoje por todos os lados. Invadem-nos e nos envolvem com sua atitude passiva, com o seu conformismo frente a tudo. Tolamente se alegram e fazem algaravia por qualquer coisa menor, como se fosse um grande acontecimento e merecesse todo este barulho.

Os conformistas são esta gente que se satisfaz com pouco. Algumas vezes ficam contentes com nada, enchem os seus espíritos vazios de ar, de pura empulhação, que os alimenta e nutre. Acreditam em palavras vazias, imaginam que se algum político diz que vai inaugurar isto ou aquilo, em determinada data, aquilo é uma verdade absoluta. Ignorando, no seu conformismo, que nem o próprio político acredita no que afirma.
Os conformistas são como um lastro que não nos deixa avançar, nos mantém presos à nossa mediocridade provinciana e nos impedem de sonhar e de ir além. Querem nos convencer que estamos muito bem, que vivemos na melhor cidade de Santa Catarina, no melhor estado do país e no melhor país do mundo.

Que os dados do censo mostrem que as desigualdades subsistem, que as diferenças entre os mais ricos e os mais pobres aumentam, que o salário médio é baixo. Os conformistas querem que mantenhamos uma venda sobre os olhos, que não possamos enxergar como as coisas poderiam ser, e que não nos rebelemos contra a situação que aqui está.

Alguns são conformistas porque não conhecem outra realidade e acreditam piamente que vivemos no melhor dos mundos. Outros levam o seu conformismo ao extremo de imaginar que isto é o melhor a que podemos aspirar. E que, mesmo sabendo existirem alternativas melhores que a nossa, elas estão fora do nosso alcance, ou porque não as merecemos ou porque somos incapazes de atingi-las. Como na fábula de Esopo, em que uma raposa morta de fome vê uma parreira carregada de cachos de uva, intentou alcançá-la e depois de árduos intentos desistiu alegando que as uvas estavam verdes.

Fazer do conformismo uma corrente que nos prende à mediocridade é condenar-nos a permanecer servis, a não avançar, a não sonhar, a aceitar soluções medianas como sendo boas, remendos de solução. É um castigo injusto e desproporcional para uma cidade que merece mais e aspira a um futuro melhor. Uma cidade que já foi altiva, orgulhosa e exemplo, e que hoje insiste em conformar-se com pouco ou com muito pouco. A única solução é enfrentar este conformismo capacho, mantendo-nos firmes e indômitos.



Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

26 de julho de 2012

Eleição chapa branca


Eleição Chapa branca

O inicio da campanha eleitoral da partida a uma corrida em que centenas de candidatos disputam poucas vagas, no caso da eleição para prefeito, são cinco os candidatos a ocupar uma única vaga. Para o legislativo mais de 300 nomes disputam 19 cadeiras.

A disputa eleitoral tem as suas regras definidas pela legislação eleitoral e é o seu cumprimento é acompanhado de perto pelo Ministério Público Eleitoral, pelos Juízes eleitorais, pelos próprios partidos políticos e por todos os cidadãos, que tem ao mesmo tempo o direito e a obrigação de fazer que a lei seja cumprida por todos. O objetivo principal é que haja entre os candidatos a maior isonomia e igualdade. Se por uma parte a atual legislação concede vantagens significativas aos atuais vereadores, e aos candidatos a prefeito, que buscam a reeleição, que podem usar livremente carros, telefones, material de expediente e até assessores pagos com recursos públicos para que atuem como cabos eleitorais. Pela outra também procura que as condições de desigualdade sejam minimizadas.

Num exemplo curioso de como alguns candidatos buscam conseguir vantagens sobre outros candidatos, no Estado de Alagoas, o Ministério Público impugnou candidaturas de postulantes a vereador, no dizente a utilização de nomes ou expressões que associam candidatos a órgãos ou serviços públicos. Neste caso o Ministério Público Eleitoral fez o pedido para que seja excluído do registro eleitoral o nome do órgão, sob pena de indeferimento dos registros.

Dentre as impugnações realizadas em Alagoas, oito dizem respeito ao uso de nomes ou expressões que associam as candidaturas a órgãos ou serviços públicos, tais como “da Educação”, “do Conselho”, “do Bolsa Família” ou “do Esporte”.

Para o promotor alogoana, a prática dos candidatos viola os dispositivos do art. 40 da Lei nº 9.504/97 que regulamenta as eleições, mesmo que os gestores já tenham se afastado de seus cargos ou funções. Ao vincular a candidatura ao serviço público, o candidato tenta levar vantagem da condição de servidor na propaganda eleitoral.

 “O eleitor deve estar livre para avaliar seus candidatos, sem a influência ou vinculação com os nomes desses órgãos, serviços ou programas públicos, como se somente tais candidatos pudessem disponibilizá-los. Tal comportamento quebra a isonomia e igualdade de condições entre os concorrentes”, afirma o promotor.

Seria uma situação tão esdrúxula como se um candidato se apresentasse aqui em Joinville como sendo “O Zé da Prefeitura”


Ano 2012 - Ano eleitoral


24 de julho de 2012

Auto-enganação?


Auto-enganação?

O jornalista Jefferson Saavedra publicou na sua coluna Portal do jornal A Noticia de Joinville as seguintes notas:

A rejeição
Para o comando de campanha de Carlito Merss, o índice de rejeição é referente mais ao governo do que propriamente ao candidato. A imagem de Carlito seria positiva e, no horário eleitoral, em campanha “olho a olho”, haveria possibilidade de informar melhor o que foi feito.

Na televisão
Também há convencimento de que a rejeição ao governo Carlito, além de estar em patamar mais baixo -– conforme pesquisas internas –, não seria um sentimento consolidado: o horário eleitoral em rádio e TV, a grande aposta, seria o trampolim para reverter o quadro.

Como a coluna “Portal” não pode ser considerada um espaço humorístico, deve se desprender que as notas e principalmente quem passou a informação para o jornalista não estavam a ironizar e o tema do elevado índice de rejeição do governo municipal e a nota baixa desta administração merece conversas constantes no comitê de campanha e no grupo mais próximo ao prefeito Carlito.

Não deixa de ser curioso que o comando de campanha consiga a proeza de desvincular a figura do candidato Carlito da do o prefeito Carlito Merss. A impressão que fica é que a campanha eleitoral que esta se disputando é para sindico de algum condomínio, ou para a escolha da Rainha da Bateria de uma escola de samba, ou quem sabe para a do melhor aluno de alguma escola pública ou para o campeão do soletrando.

 Nestes casos a péssima avaliação que a sociedade faz da gestão municipal e o elevado índice de rejeição que é aceito e reconhecido pelo candidato e pelo seu comitê de campanha, não deveria influenciar na escolha do campeão de redação, ou da olimpíada de matemáticas, ou do melhor trabalho da feira de ciências. Como não é o caso e a eleição é para o mesmo cargo em que a nota dada não chega ao aprovado. É provável que nem com todos os minutos de campanha eleitoral gratuita e com todas as obras iniciadas as pressas nos últimos meses o quadro chegue a ser revertido.

A resposta o tempo dirá. A verdade é que o tempo esta cada vez mais escasso e as pesquisas até agora não mostram sinais de melhora nos índices do candidato. Toca agora esperar as pesquisas feitas a partir do inicio da campanha e o peso que o apoio do ex-presidente Lula possa vir a ter.  

23 de julho de 2012

Vou ter que votar no Tebaldi?


Deste jeito vou ter que votar no Tebaldi

Quem me conhece um pouco pode achar estranha uma afirmação como esta, mas depois de analisar detalhadamente as declarações patrimoniais dos cinco candidatos a prefeito de Joinville fiquei convencido que não há melhor candidato para Joinville.

Leonel Camassão é um candidato novo, ainda puro. Pela sua declaração de bens nem conta em banco tem. Não duvido que seja bem intencionado, mas alguém com um patrimônio de R$ 5.000 dificilmente terá a experiência necessária para administrar um orçamento de quase dois bilhões de Reais.

O candidato Udo Dohler é apresentado como um gestor, alguém com experiência e conhecimento de gestão privada, o seu patrimônio é o maior dos cinco candidatos e não poderia ser diferente, empresário bem sucedido a sua declaração de bens informa de um patrimônio de R$ 5,9 milhões entre os que cita títulos da Sociedade Ginástica de Joinville, da Sociedade Palmeiras e da Armonia (sic) Lyra que todos juntos não somam R$ 500. Uma prova do nível de detalhe e precisão que pauta a sua vida. Por outro lado não aparecem no seu patrimônio declarado nem veículos, nem apartamentos, nem sequer o imóvel de moradia. Numa sociedade patrimonialista como a joinvilense estranha que o candidato não tenha nem a residência, nem um carro aparece no seu nome.

Clarikennedy Nunes mostra uma evolução patrimonial interessante, os dados apresentados a justiça eleitoral sinalizam que nos últimos dois anos passou a administrar melhor o seu patrimônio e o incrementou sensivelmente, ainda que tenha esquecido de declarar as aplicações em bancos, como fez nos anos anteriores. Em 2006 o seu patrimônio declarado era de R$ 198 mil, em 2008 aumentou para R$ 221 mil e em 2010 aumentou um pouco mais somando R$ 224 mil, foi nos últimos dois anos que o valor cresceu até os atuais R$ 459 mil. Um aumento significativo em pouco tempo.

O prefeito Carlito Merss conseguiu aumentar o seu patrimônio de R$ 378 mil em 2008 para R$ 620 mil em 2012 o que prova que tem conseguido arrumar a casa, fazendo nestes últimos quatro anos um bom pé de meia. A justificativa para este aumento de patrimônio pode estar mais na venda do sempiterno apartamento do Guanabara que aparecia na declaração de bens de 2008 e que agora em 2012 sumiu.

Mas nenhum dos candidatos mostra um crescimento patrimonial tão expressivo como o do ex-prefeito e ex-secretário de Educação Marco Tebaldi. Para alguém que nunca ocultou que chegou a Joinville com pouco mais que a roupa do corpo na década de 80 e que desenvolveu todo a sua vida profissional no serviço publico, um patrimônio de R$ 2,45 milhões é um logro significativo. Entre os bens declarados além da sua residência na Rua Lages e um apartamento em Itapema, também aparece agora um prédio comercial na Rua Laura Andrade 73. Se o caixa da prefeitura municipal for administrado como tem cuidado do seu patrimônio declarado não vai faltar dinheiro para obras. Para ter uma ideia o seu patrimônio representa mais de 13 anos recebendo o salário de prefeito de Joinville e sem ter gastado nem um único centavo. Um mérito que não esta facilmente ao alcance do qualquer um.

Para quem tiver interesse em se aprofundar no tema do patrimônio dos candidatos, uma sugestão é visitar o site do TSE. Mas não esperem uma informação muito precisa, os candidatos informam de forma imprecisa, não identificam os imóveis, esquecem de informar os números de conta corrente e os valores. Os valores de um ano para outro, para o mesmo bem, podem mudar e se na declaração de bens esta é a pratica imagine a credibilidade que podem ter os planos de governo apresentados por estes candidatos.

22 de julho de 2012

A escolha de Sófia


A escolha de Sófia

Enquanto há os que acham que Joinville nunca esteve melhor, há um outro grupo, que de acordo com as pesquisas mais recentes parece ser majoritário, que acha que a cidade não esta bem e que já esteve melhor. Por que será que a cidade parece regredir em lugar de avançar, como todos gostaríamos? Alain de Botton, o conhecido filosofo suíço, que esteve no Brasil há poucos meses, responde com a simplicidade e a profundidade que lhe é característica: “A desordem, o caos e mais fácil, a ordem, a organização dão mais trabalho.” Simples assim. As leis do mínimo esforço e a da gravidade parecem irrevogáveis.

Uma vez a desordem se instala numa sociedade, e a nossa não esta imune a ela, é difícil de voltar a um modelo ordenado. Organizar, planejar, prever, fazer, resolver exigem mais esforço e capacidade que procrastinar, esquecer, deixar de fazer ou em outras palavras olhar para o outro lado. A facilidade com que nos deixamos levar pela senda do menor esforço é evidente. Nem precisamos enumerar os prédios públicos que estão interditados ou em estado precário. As obras inconclusas, interrompidas ou deterioradas prematuramente: todos conhecem mais de media dúzia. A situação é tão comum que a imprensa quase nem noticia mais.

Estes são os pontos em que as pessoas se fixam para chegar à conclusão de que as coisas não estão bem. A percepção, por outro lado, tem um peso importantíssimo. O que passa a ser verdade é aquilo que as pessoas percebem com verdadeiro. De nada adianta gastar pequenas fortunas para repetir que três praças são um parque, ou que nunca se fizeram tantas obras, ou que a qualidade das obras públicas é muito melhor que no passado, ou que a casa agora esta arrumada. O que realmente conta é a percepção que temos das coisas.

À medida que o tempo passa, e queda menos areia na parte de cima do relógio, é mais difícil acreditar que o que não foi feito antes será feito agora. Porque quem escolheu seguir o caminho mais fácil dificilmente vai mudar a sua forma de agir. Mudar a forma de agir toma tempo, exige esforço, são necessárias mudanças comportamentais. E nem sempre há sucesso. Quando se trata de uma pessoa já é difícil, quando se fala de mudar a cultura organizacional de uma organização pode ser uma missão quase impossível. Se além de todas estas dificuldades, ainda há resistências internas e se a organização em questão muda de direcionamento a cada quatro anos, pode ser uma realidade inatingível.


Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

19 de julho de 2012

Eleições 2012


É nesta época que aparecem os lobos com pele de carneiro, é bom ficar de olhos bem abertos e não se deixar embaucar.

18 de julho de 2012

Caderno de viagem

Torre del Reloj - Cartagena - Colômbia 

Centro de Convenciones - Turbay Ayala - Cartagena - Colômbia 

Muralha - Cartagena - Colômbia 

16 de julho de 2012

Maioria não quer mais vereadores


Com 83,8 % dos votos, a opção contrária ao aumento do numero de vereadores em Joinville prevaleceu na enquete promovida pelo blog. 16,2% se manifestaram a favor de um maior número de vereadores.

Em total 568 votantes participaram da enquete.

15 de julho de 2012

Pegando eleitores a laço




Antes do inicio da campanha eleitoral a guerra por alianças espúrias em troca de poucos minutos de programa gratuito já mostraram que a campanha tem peculiaridades que merecem uma analise mais detalhada. Aqui os candidatos se lançam a busca dos votos, mais que a sua busca, se lançam a caça do eleitor. No Brasil, ao contrario que na maioria de democracias, o voto é obrigatório. Nem os partidos, nem os candidatos precisam se esforçar em convencer o eleitor a votar. A estratégia de campanha tem como foco exclusivo direcionar os votos para o numero do candidato sem que haja um verdadeiro debate, com conteúdo e propostas coerentes e estruturadas.

O Brasil tem ainda outras peculariedades que fazem da caça ao voto um esporte único, a primeira é o elevado nível de analfabetismo funcional, a segunda a geleia ideológica em que os partidos tem se convertido e que faz que em nome da governabilidade se juntem em coligações os inimigos de ontem para derrotar os amigos de anteontem. Numa situação que para qualquer eleitor medianamente informado é difícil de compreender é seguir.  

É mais fácil para um político em campanha se concentrar na caça dos votos dos menos esclarecidos. Além de ser mais influenciados por discursos inflamados e grandiloqüentes representam hoje no Brasil a maior parcela do eleitorado. No país o analfabetismo funcional atinge cerca de 68% da população. Se somados a esses 68% de analfabetos funcionais os 7% da população que é totalmente analfabeta, resulta que 75% da população não possui o domínio pleno da leitura, da escrita e das operações matemáticas, ou seja, apenas 1 de cada 4 brasileiros (25% da população) são plenamente alfabetizadas. O candidato não precisa se expor em debates frente a platéias melhor informadas, mas esclarecidas e em geral mais criticas. Pode se concentrar em pescar nos cardumes em que os votos são mais fáceis de convencer.

Os partidos políticos, por outra parte, tampouco contribuem muito para que o eleitor possa escolher melhor. Em geral só o confundem ainda mais. Ao compartir o mesmo palanque com os mesmos que ontem ou anteontem eram seus inimigos mortais, ao aparecer lado a lado em santinhos e outdors o eleitor vai construindo a imagem que são todos iguais, que são todos, farinha do mesmo saco, e que por tanto é a mesma coisa votar em um ou em outro. Sem outra proposta ideológica que chegar ao poder e conseguir empregar o maior numero de companheiros e apaniguados, os partidos hoje atuam mais como agencias de emprego que como verdadeiros foros de debate político e o resultado é este que aqui esta.

O mais provável é que ao conhecer o resultado das próximas eleições, a máxima de Ulysses Guimarães que dizia “Pior que este congresso só o próximo” será verdadeira uma vez mais. 


Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

PIB, pibinho e outros indicadores economicos


14 de julho de 2012

O Patrimônio dos candidatos

O patrimônio declarado ao TSE pelos candidatos tanto a prefeito como a vereador vale uma boa olhada.

O jornal A Noticia divulgou as declarações dos cinco candidatos a prefeito. No site do TSE 
estão disponíveis também as declarações anteriores dos políticos que disputaram eleições em 2006 - 2008 - 2010 e são candidatos em 2012.

Clique na imagem para ampliar

As declarações tem imprecisões que aumentam quando comparadas com outras declarações do mesmo candidato em eleições anteriores. O resultado é que, como quase sempre quando se trata da transparência das informações para o cidadão, a falta de informações faz que se possam levantar duvidas sobre aumentos de patrimônio muito acima do razoável em poucos anos e ainda mais duvidas sobre se os bens declarados ao TSE de fato representam a totalidade do patrimônio de cada candidato.




13 de julho de 2012

Mas afinal, o que é inteligência?


A Inteligência, segundo Isaac Asimov

Mas afinal, o que é inteligência? 

Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos. A média era 100.

Ninguém na base tinha visto uma nota dessas, e durante duas horas eu fui o assunto principal.
(Não significou nada: no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP – 'Kitchen Police')

Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso.

Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha?

Por exemplo: eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele.
Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos.

No fim, ele sempre consertava meu carro.

Então imagine se esses testes de inteligência fossem preparados pelo meu mecânico. Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico. Em qualquer desses testes eu comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estúpido.

Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me daria muito mal.

A minha inteligência, portanto, não é algo absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo.

Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez.
Ele adorava contar piadas.
Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capô do meu carro e me perguntou:
“Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o senhor acha que ele fez?”

Eu levantei minha mão e “cortei o ar” com dois dedos, como uma tesoura.
“Mas você é muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir!”
Enquanto meu mecânico gargalhava, ele ainda falou:
“Tô fazendo essa pegadinha com todos os clientes hoje.”
“E muitos caíram?” perguntei esperançoso.
“Alguns. Mas com você eu tinha certeza absoluta que ia funcionar”.
“Ah é? Por quê?”
“Porque você tem muito estudo, doutor, sabia que não seria muito esperto...”
E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo!

(tradução livre do original “What is inteligence, anyway?”)

12 de julho de 2012

Internet é cultura



Resumão dos melhores livros! imperdível.

Para pessoas muito ocupadas sem tempo para leitura

O poder de síntese!







William Shakespeare
Romeu e Julieta
Dois adolescentes doidinhos se apaixonam,
mas as famílias proíbem o namoro, as duas
turmas saem na porrada, uma briga fodida,
muita gente se machuca. Então, um padre filho
da puta tem uma idéia idiota e os dois morrem
depois de beber veneno, pensando que era
sonífero.
Fim.
********

Gustave Flaubert:
Madame Bovary.
778 páginas.
Uma dona de casa mete o chifre no marido e transa com o padeiro,o leiteiro, o carteiro, o homem do boteco,o dono da mercearia e um vizinho cheio da grana.Depois entra em depressão, envenena-se e morre.
Fim.
******
Leon Tolstoi
Guerra e Paz.
Paris, Ed.Chartreuse. 1200 páginas
Um rapaz não quer ir à guerra por estar
apaixonado e por isso Napoleão invade
Moscou. A mocinha casa-se com outro.
Fim.
********

Marcel Proust:
À La recherche du temps perdu.
(Em Busca do Tempo Perdido)
Paris, Gallimard. 1922. 1600 páginas
.
Um rapaz asmático sofre de insônia porque a
mãe não lhe dá um beijinho de boa-noite.
No dia seguinte (pág. 486 vol. I), come um bolo e
escreve um livro. Nessa noite (pág.1344, vol.VI)
tem um ataque de asma porque a namorada (ou
namorado?) se recusa a dar-lhe uns beijinhos.
Tudo termina num baile (vol. VII) onde estão
todos muito velhinhos - e pronto.
Fim.
********
Luís de Camões:
Os Lusíadas.
Editora Lusitânia
Um poeta com insônia decide encher o saco do
rei e contar-lhe uma história de marinheiros que,
depois de alguns problemas (logo resolvidos por
uma deusa super gente fina), ganham a maior
boa vida numa ilha cheia de mulheres gostosas.
Fim.
*********
William Shakespeare
Hamlet
Essa é foda.
Um príncipe com insônia passeia pelas muralhas
do castelo, quando o fantasma do pai lhe diz que
foi morto pelo tio que dorme com a mãe, cujo
homem de confiança é o pai da namorada, que,
entretanto, se suicida ao saber que o príncipe
matou o seu pai para se vingar do tio que tinha
matado o pai do seu namorado e dormia com a
mãe. O príncipe mata o tio que dorme com a
mãe, depois de falar com uma caveira e morre
assassinado pelo irmão da namorada, a mesma
que era doida e que tinha se suicidado.
Fim.
********
Sófocles:
Édipo-Rei
Maluco tira uma onda, não ouve o que um
ceguinho lhe diz e acaba matando o pai,
comendo a mãe e furando os olhos.
Por conta disso, séculos depois, surge a
psicanálise que, enquanto mostra que você vai
pelo mesmo caminho, lhe arranca os olhos de
cara em cada consulta. Parada muito doida.
Fim

William Shakespeare
Othelo
Um rei otário, tremendo zé-roela, tem um amigo
muito filho da puta que só pensa em fazê-lo de
bobo. O malandro, não ganha um cargo no
governo e resolve se vingar do rei, convencendo
o de que a rainha está dando pra outro. O zé
mané acredita e mata a rainha. Depois descobre
que não era corno, mas apenas muito burro por
Ter acreditado no traíra. Prende o cara e fica
chorando sozinho.
Fim.

Pronto!
Você economizou a leitura de pelo menos 7.000 páginas e R$ 1.500,00 em livros, e agora pode comprar tranqüilo a sua coleção de Caras!

11 de julho de 2012

Ano 2012 - Ano eleitoral


Percepção



A forma como percebemos as mesmas coisas depende de dezenas de elementos. No trabalho que já me levou a quatro continentes e mais de 20 países, um dos elementos que se repete em cada país e em cada grupo de trabalho e o que desenvolve a percepção. Cada participante recebe o mesmo texto, pouco mais de quatro ou cinco frases, que são lidas em voz alta, de forma pausada e sobre os que todos os participantes devem responder a uma serie de 10 questões. As opções são certo, falso e não sei. Um exercício simples. Tão simples que nas mais de cinquenta vezes em que o realizei, com perto de mil participantes, nunca, nenhuma única vez houve a unanimidade em nenhuma das respostas. O resultado permite que os participantes sejam confrontados com forma como percebemos as mesmas coisas.

Agora imagine você um texto como este com mais de dois mil e quatrocentos toques e dezenas de frases. É evidente que a percepção que cada um terá do texto será diferente e na maioria das vezes até antagônica. O que somos a formação que temos, ou que não temos. As nossas experiências anteriores, o emprego que temos o cargo que ocupamos. Até o que temos ou deixamos de ter, inclusive o que gostaríamos de ter e não temos. Tudo absolutamente tudo influencia de forma marcante e definitiva a nossa percepção das coisas.

Aqui no blog, cada texto incorpora além da bagagem pessoal, a percepção dos fatos e situações que relata. A esta visão particular há que acrescentar a percepção que cada um dos leitores faz do texto. Já recebi criticas e elogios intensos pelo mesmo texto. Os bons textos despertam, ao mesmo tempo, tanto opiniões a favor, como opiniões contrárias. Numa situação que se repete cada vez com maior frequência e que depende exclusivamente da percepção de cada um.

No período eleitoral e especialmente com o inicio oficial da campanha é importante que agucemos os nossos níveis de percepção, que tenhamos a capacidade de perceber além do visível, enxergar o visível e o invisível de cada mensagem. O que esta em jogo, e hoje mais que nunca, não é tanto como são as coisas realmente e sim como são percebidas pelo eleitor. E neste campo há especialistas em vender gato por lebre, há profissionais que brincam e distorcem a percepção das coisas. Dizendo-nos o que queremos ouvir, nos mostrando uma realidade fantástica que gostaríamos de ver. Olho vivo, porque entramos num período em que luzes e sombras serão usadas para criar imagens distintas das reais, imagens nas que passaremos a acreditar e que podem mudar radicalmente depois que a festa acabe e as luzes se acendam.

9 de julho de 2012

Aqui a frase encaixa como uma luva


O PAC é exemplo disso: para o grande público (o eleitor), o governo está "acelerando" o crescimento do país, mas, na realidade, dos R$ 80 bilhões aprovados no Orçamento deste ano, só gastou até agora menos de ¼ dele. Sabem por quê?

Porque lhe falta competência técnica para realizar os projetos. E, se lhe falta, é porque o preenchimento dos cargos executivos não é determinado por critério técnico, mas político. Não por acaso, o governo espantosamente admite que cada ministério pertence a determinado partido, que o usa politicamente.

Ferreira Gullar – Folha de São Paulo 8 Julho 2012

8 de julho de 2012

Eleições anuais


Eleições anuais


Nada parece fazer tanto bem a uma cidade, a um estado ou a um país como se aproximar do período eleitoral. Aqui lamentavelmente as eleições acontecem a cada quatro anos e é por isso que só vemos obras publicas em lapsos quadrienais. O que convenhamos é uma pena. Não há munícipe que não goste de ver a sua cidade prosperar, crescer, se desenvolver. Mas os nossos políticos como sabem que o eleitor tem memória de cará e que esquece rápido de tudo, só se dedicam a fazer e inaugurar obras nos meses imediatamente anteriores ao período eleitoral.

Esta pratica tem vantagens para os políticos, principalmente os que tentam se reeleger, a primeira é que as obras recém-feitas não apresentam ainda sinais de decadência precoce, comuns nas obras publicas. Os telhados ainda não desabam e não aparecem os pontos de ferrugem nas estruturas metálicas, por citar alguns exemplos. A segunda é que se cria no eleitor a ilusão que a gestão atual, seja ela qual for,  tem trabalhado muito pela cidade. Há ainda os que acreditam que possa existir uma correlação entre as obras publicas eleitoreiras e o posterior financiamento de campanha, mas todos sabem que a rígida legislação eleitoral brasileira não só inibe este tipo de pratica, como a pune severamente, desestimulando-a completamente.

Alguns políticos para dar a impressão que fazem muito mais do que na realidade fazem tem desenvolvido a técnica de revitalizar, requalificar ou reformar prédios, ruas e praças que com um pouco de trabalho e um muito de orçamento em poucos dias se convertem em novos ícones urbanos. Assim pipocam a Nova Rua disso, a Nova Praça daquilo e não são poucos os estultos que caem no velho truque do lavou, pintou esta novo. Alguns destes espaços recebem uma reforma a cada quatro anos em geral sempre no segundo semestre do quarto ano.

Mas o caso mais flagrante desta técnica dissimuladora é a de inaugurar ou celebrar o lançamento da licitação, da pedra fundamental, da abertura das propostas ou da assinatura do contrato. Tanta inauguração confunde o eleitor que acaba acreditando que o foguetório, a charanga e os discursos trazem algo de concreto, quando até agora só tem servido para produzir vento, ocupar espaço na mídia e criar a falsa impressão que esta gestão, qualquer que seja ela, é a que mais tem feito pelo desenvolvimento desta cidade e dos seus habitantes. Por isso desde este espaço proponho que os governantes precisem se submeter com menor frequência a avaliação do eleitorado, que as eleições passem a ser semestrais ou no pior dos casos anuais, desta forma as nossas cidades viverão sempre nesta constante efervescência que agora experimentamos e trocaram este desenvolvimento espasmódico por uma prosperidade e um desenvolvimento contínuos.

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

Livro é cultura e humor


Lançado o RESUMO do primeiro volume do livro:

Como entender as mulheres. 

Muito bom. Sintético e prático, uma oportunidade a preço promocional para quem quer iniciar no misterioso e praticamente desconhecido mundo feminino

Como entender as mulheres

7 de julho de 2012

Política, uma arte milenar!


Política, uma arte milenar!

É tempo de simpatia, de cumprimentos, de participações em eventos e gestos nobres, tempo de promessas, tempo de guerra de poder.
Sim, estamos falando de Campanhas Políticas.
Onde os expectadores dessa disputa, são pessoas que apenas querem seus direitos, algo simples, mas que está longe de agradar a todos.

Às vezes, quase sempre, nos condenamos por aquele voto dado lá no início, da grande “burrada” que fizemos. Afinal foram tantas promessas não é mesmo?
Mas muitas delas, não saíram do papel, dos folders, da propaganda na TV e dos discursos.
É incrível o “talento” se é que podemos chamar assim, de nossos candidatos, em nos convencer de que dessa vez será diferente.

Sabe aquela velha história de que Religião e Política não se discutem?
Pois é, acho que os tempos mudaram.
O povo está mudando, e se une para conspirar contra candidatos, que estes não violem mais seus sonhos.

Mas, será que conseguiremos suportar mais um período eleitoral, maldades camufladas, sim porque para vencer, não existe preço, ela está acima de qualquer virtude.
Será que desta vez será realmente diferente, e não vamos nos arrepender, do poder em que temos de votar em alguém para melhorar nossa região, e cumprir com suas tarefas.
É frustrante, conviver com esse medo, de mais uma vez colocar alguém a frente de nossos ideais, e esse alguém não ter capacidade nenhuma para cumprir com o que prometeu.

Hoje, quando caminho pela cidade, e me deparo com o trânsito, ruas, saneamento, lazer, vejo que os erros são muito maiores que os acertos, e aí que percebemos o valor que temos nas mãos.
O de votar com consciência.

Que nesta próxima eleição um Político decente, assuma o que posso chamar de “Reinado”.
Sim porque são muito bem pagos para isto.
Que fique aqui registrada a agonia de seu povo por uma vida melhor, só precisamos de alguém honesto e trabalhador nessa cadeira.

Será que é pedir muito? 

Gislaine C.S.Rothebarth
Analista Administrativo/Financeiro

6 de julho de 2012

Desafios de todos lados


Desafios por todos lados

O desafio lançado pelo prefeito Carlito Merss neste espaço foi respondido pelo candidato Udo Dohler, que considera que no quesito, ginástica laboral é invencível. 

Os candidatos Kennedy Nunes e Marco Tebaldi tem sido vistos frequentando academias e acompanhados por “Personal Trainers” para poder fazer um bom papel nos novos desafios. O candidato Leonel Camasão continua mantendo uma distancia prudencial deste tipo de disputas.

5 de julho de 2012

Carlito lança o seu primeiro desafio


O Prefeito Carlito Merss lança o seu primeiro desafio aos demais candidatos. Será que Udo Dohler vai aceitar? Kennedy Nunes já começou a treinar e Marco Tebaldi foi campeão da modalidade na sua Erechim natal. Só Leonel Camasão considera que este tipo de desafios não formam parte de uma campanha a prefeito de Joinville

4 de julho de 2012

Prêmio imerecido



O leitor Carlos Augusto Machado publicou nesta quarta feira esta carta na seção correspondente do jornal A Noticia:

Jordi Castan merece um prêmio pelo artigo desta segunda-feira (“Os dois infernos”, Você Leitor). Sempre atacando a administração pública, conseguiu agora ofender todos os servidores públicos. Uma opinião de alguém que já teve cargo comissionado e que nos enche de pessimismo todas as segundas-feiras.

Ao mesmo tempo em que agradeço a leitura, devo lembrar que o texto em nenhum momento se refere a TODOS os servidores públicos, só aqueles incompetentes. Que os há, não há nenhuma duvida, caso contrario as coisas públicas estariam melhor, as obras seriam executadas no prazo, dentro do custo e com qualidade igual ou equivalente as obras e serviços contratados e entregues pela iniciativa privada.

Com relação a minha passagem pelo serviço público em cargo comissionado, como corretamente fez questão de frisar, é justamente esta experiência a que me permite opinar com maior conhecimento de causa, tendo estado em ambos os lados do “balcão”.

Ainda o que ele entende como sendo pessimismo, há outros que o consideram realismo puro e simples. Alguns enxergam o copo como estando meio cheio, outros o enxergam como meio vazio e alguns simplesmente bebem o seu conteúdo sem se preocupar muito com quão cheio ou vazio esteja o copo.


Ironia



Parabenizar ao governo municipal porque finalmente acabou o vergonhoso turno intermediário. Quando o dito turno não deveria ter existido nunca é representou por décadas o descaso com que tem sido tratada a educação na nossa sociedade. Parabenizar por fazer o que é uma obrigação é o cúmulo da ironia.

Para pensar acordado


3 de julho de 2012

60 Medidas para a modernização da gestão pública


Não é segredo para os seguidores deste espaço que o blog não compactua com mitômanos e políticos que reiteradamente falam uma coisa e fazem outra. Neste quesito a administração municipal de Joinville, ganha 10 de cada 9 prêmios em disputa.

Quando com charanga e foguetório o governo municipal elaborou um conjunto de 60 medidas para melhorar a eficiência e reduzir custos. Este blog já se posicionou pela duvida que as medidas se levassem adiante, tivessem êxito e fossem aplicadas. Algumas não foram aprovadas pela Camara de Vereadores, como a relativa a redução das secretarias regionais. Mas mesmo as que dependem exclusivamente do próprio poder municipal tampouco são levadas adiante ou cumpridas. Quer uma mostra?

Vai no documento publicado no dia 28 de abril de 2011 é busque entre as 60 medidas, para inglês ver, ou para espanhol ver, aquela que tem o numero 31.

31. Implantação do programa "led" de substituição da iluminação pública e redução programada no consumo de energia elétrica; Objetivo: meta de redução de 10% do consumo

Você viu que a tal medida seja aplicada? Com certeza que não. A iluminação publica de Joinville tem sido trocada por lâmpadas de maior consumo, nenhuma das novas luminárias é equipada com LEDs, ao contrario utilizam lampadas de vapor metálico, que são menos eficientes que as atuais, com o correspondente aumento da conta de energia pública. A conclusão é que se mentem para eles mesmos, não merecem nenhuma credibilidade para o eleitor.

1 de julho de 2012

Os dois infernos


Os dois infernos

A ideia que empresas e instituições públicas possam ser eficientes se me faz cada dia mais difícil de aceitar. A mistura de politicagem, legislação e incompetência formam um tripé formidável. Seria preciso uma tribo completa de heróis ou semideuses para se enfrentar e vencer a força inesgotável da burocracia.

Tampouco a maquina publica esta orientada e comprometida com a melhoria da eficiência, a redução de custos e o aumento da produtividade. As estruturas públicas se convertem num fim nelas mesmas. Preocupadas quase que exclusivamente em garantir a sua perenização e em criar a maior rede de proteção social e laboral que o dinheiro público possa pagar, até a exaustão das arcas publicas e a inviabilidade do modelo. O mesmo se repete de norte a sul do globo, de Europa e África do Sul, da Ásia a América meridional.

Se bem é verdade que não é uma exclusividade nacional, estamos desenvolvendo as técnicas mais avançadas neste campo, as nossas Câmaras de Vereadores, as nossas prefeituras e até o nosso judiciário criam a cada dia novas benesses, vantagens e sinecuras que só servem para empregar ou atender mais apaniguados e drenar a velocidade e com intensidade cada vez maior os recursos públicos.

A fabula que melhor mostra esta realidade é a dos dois infernos. Neste historia dois amigos falecem repentinamente com pouca diferença de tempo e ao chegar à porta do céu, são informados que o seu lugar é o inferno. Ao chegar lá, Lúcifer os estava esperando ansiosamente e lhes propõe a opção de escolher entre os vários tipos e opções que o inferno oferece, desde o inferno alemão, ao japonês, passando pelo brasileiro. Depois de explicar detalhadamente que o velho sistema de fogo e calor tinha sido substituído por um modelo mais sustentável e de menor consumo energético, que consiste em que cada hospede recebe religiosamente um balde de esterco fresco na cabeça duas vezes por dia, uma pela manha e a outra pela tarde. Os dois amigos preferem em função das suas origens étnicas escolher infernos diferentes, o de olhos azuis escolheu o inferno alemão, o outro preferiu o inferno brasileiro.


Passados alguns anos e para promover o intercambio de tecnologias e de conhecimentos entre os diversos modelos de infernos e poder avaliar o seu efeito sócio educativo se organizou um congresso reunindo todos os infernos. Os dois amigos se reencontram na fila para fazer as suas inscrições para o congresso e enquanto o que tinha escolhido o inferno alemão emitia um fedor e apresentava um estado geral lamentável, aquele que escolheu o inferno brasileiro estava alinhadíssimo com o seu terno de linho cru e estava pulcramente vestido e perfumado. O primeiro protesto com veemência frente a evidente discriminação e escutou do amigo que de fato os dois infernos seguem o mesmo ritual, dois baldes de esterco fresco por hospede e dia. Só que no seu caso, mesmo depois de tantos anos, ainda não tinha recebido o primeiro. Porque o dia que tinha balde, não tinha esterco, quando tinha esterco e balde, faltava o responsável pelo trabalho e esta situação se prolongava por anos a fio.

E fácil pressupor que a fabula pode ser adaptada a maioria de serviços públicos e retrata bem a situação de boa parte das repartições publicas.

Publicado no jornal A Noticia de Joinville  

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