TUNGA
O comissariado promete um reordenamento tributário. Poderia dar atenção a um capítulo irracional e retrógrado da barafunda de tungas que impõem aos contribuintes.
Um cidadão quer ver um filme que ainda não chegou ao Brasil e resolve importar um DVD pela Amazon. Ele custa US$ 24, mais US$ 17 pelo frete da caixinha. Em cima do total de US$ 42 a empresa cobra, adiantado, US$ 40 de impostos brasileiros. O pobre-diabo toma uma tunga equivalente ao valor da compra.
O problema é que outro cidadão pode comprar por R$ 400 um aparelho Apple TV, ou trazê-lo na mala, comprado nos Estados Unidos, por US$ 99. Com essa máquina aluga o filme no iTunes e paga US$ 5. Se quisesse comprá-lo, baixaria a peça por US$ 20, a quarta parte do que pagou a primeira vítima.
Proteger a indústria nacional de distribuição de DVDs é uma coisa. Punir os contribuintes com tamanha tributação é outra. Os impostecas nacionais ainda não descobriram o alcance democratizador do comércio eletrônico. Como diziam que os iPads não eram computadores porque não tinham teclado, são capazes de tudo.
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