Esta fabula, que não é de Esopo, descreve bem o Brasil atual.
Esta é a fábula da galinha, que convida seus vizinhos para plantar trigo. E afirma aos outros animais: “Se plantarmos trigo, teremos pão para comer. Alguém quer me ajudar?”
- Eu não, disse a vaca. - Nem eu, emendou o pato. - Eu também não, falou o porco. - Eu muito menos eu, disse o ganso. Faço parte de outro sindicato.
- Então eu mesma planto, falou a galinha. E plantou. O trigo cresceu e amadureceu em grãos dourados.
- Quem vai me ajudar a colher o trigo? Perguntou a galinha.
- Eu não, disse o pato.
- Não faz parte de minhas funções, disse o porco.
- Não, exclamou a vaca. É trabalho análogo a escravo.
- E o ganso? Não ajudo porque perderei o seguro desemprego.
- Então, falou a galinha, eu mesma colho. E colheu. E, com isso, chegou a hora de preparar o pão.
- Quem vai me ajudar a assar o pão? Indagou a galinha.
- Só se me pagarem hora extra. Falou a vaca.
- O pato disse não poder ajudar por que tinha auxílio-doença.
- O ganso disse: se só eu ajudar, será discriminação.
- O porco disse enrraivecido. Ô galinha! Pare com essa insistencia! Isso é assédio moral.
- Então eu mesma asso, disse a galinha. E assou cinco pães.
De repente, todo mundo queria pão. E a galinha disse:
- Não, agora eu vou comer os cinco pães sozinha.
- Lucros excessivos! Gritou a vaca.
- Sanguessuga capitalista! Exclamou o pato.
- Eu exijo direitos iguais! Bradou o ganso.
- E o porco partiu logo para a organização de um movimento com milhares de cartazes com dizeres: "Injustiça", "discriminação", "assédio". Para a galinha, os mais ofensivos impropérios.
Instalada a confusão, chegou um agente do governo. Dele, a galinha ouviu o seguinte:
- Você não pode ser assim egoísta.
- Mas eu ganhei esse pão com meu próprio suor, defendeu-se a galinha.
- Exatamente, disse o funcionário. Essa é a beleza da livre empresa. Qualquer um neste país pode ganhar o quanto quiser, mas os mais produtivos têm que dividir o produto de seu trabalho com os que não fazem nada. Essa é a base dos nossos direitos humanos. País rico é país sem pobreza!
A galinha engoliu seco e calou. Calou de uma vez. E os vizinhos perguntam até hoje por que, desde então, ela nunca mais fez absolutamente nada... Não é para menos. Destruiram-se a iniciativa, a criatividade e os empregos.
Assim chegamos ao final do ano de 2018 Precisamos reanimar a galinha. --
Prof. José Pastore.
A raposa não forma
parte da fauna autóctone do Brasil, corresponde a outros carnívoros cumprir o
seu papel no ecossistema. Mas a sua referencia é constante e se associa aqui
como na sua região de origem com á astucia.
Na literatura ocidental
são comuns desde Esopo, passando por La Fontaine as fabulas que utilizando como
protagonistas animais que incorporam os vícios e virtudes a eles incorporados, por
exemplo, a força do leão, o trabalho da formiga, a preguiça da cigarra ou a
astucia da raposa e permitem contar historias e delas obter exemplos de moral.
Aqui a referencia mais
comum é a que assemelha alguns políticos matreiros as raposas, é comum nestes
casos usar a denominação “raposa política” ou simplesmente raposa para
referir-se ao político citado.
Entre as fabulas mais
conhecidas estão a da raposa e das uvas, a da raposa e o corvo ou a da raposa e
a cegonha, mas a mais curiosa das historias envolvendo raposas é a que faz referencia
a raposa e o galo. Conta historia que uma raposa escavou um túnel para entrar
no galinheiro e a cada noite comia uma galinha, o dono do galinheiro comprou um
galo e a raposa usou das suas artimanhas para tentar comer o galo que era maior
e mais apetitoso que as galinhas. A raposa quis convencer o galo que todos os
animais deviam ser amigos e que ele devia descer da arvore em que dormia, pois
nada deveria temer da raposa. O galo sentindo a cilada, respondeu que ficava
muito contente com que, a partir daquele dia, todos os animais fossem amigos e
vivessem em paz e harmonia, porque uma feroz matilha de cachorros de caça se
aproximava e a raposa não precisaria temer nada. A raposa fugiu e ao fazê-lo
descobriu-se o seu ardil. O galo salvou assim o galinheiro e suas galinhas.
Paira no ar a sensação
que há uma boa quantidade de raposas interessadas em cuidar e proteger os
diversos galinheiros que formam a administração municipal, para alguns mais
astutos, cada secretaria, cada fundação, cada gerencia é visto como um
galinheiro e o interesse que as raposas possam ter por cuidar deles deve
merecer atenção e preocupação.
É fácil identificar
uma relação direta entre o numero e a voracidade das raposas e a riqueza do
botim esperado. Particularmente acho prudente prestar muita atenção quando o
numero de raposas seja maior que a quantidade de galinhas ou quando haja um
interesse desproporcional em galinhas magras e desnutridas. Esopo diria “Aí tem”.
O velho caipira, com cara de amigo, que encontrei num Banco, estava
esperando para ser atendido. Ele ia abrir uma conta. Começo de um novo
ano... Novas perspectivas...E como não podia deixar de ser, também
começou ali um daqueles papos de fila de banco. Contas, décimo terceiro
que desapareceu, problemas do Brasil, tsunami...Será que vai chover?
Mas em determinado momento a conversa tomou um rumo:
"- Qual é então o maior problema do Brasil para ser resolvido?
"E aí o representante rural, nosso querido "Mazaropi da modernidade"
falou com um tom sério demais para aquele dia:
" - O Maior Problema do Brasil é que sobra muita manga!"
Tentei entender a teoria...Fez-se um silêncio e ele continuou:
" - O senhor já viu como sobra manga hoje debaixo das árvores? Já
percebeu como se desperdiça manga?
" - Sim... Creio que todos já percebemos isto... Onde tem pé de manga,
tem sobrado manga...
E aí ele continuou:
" - Num país onde mendigo passa fome ao lado de um pé de manga...
Isso é um absurdo! Num país que sobra manga tem pouca criança. Se tiver pouca criança as casas são vazias...
Ou as crianças que tem já foram educadas para acreditar que só "ice cream" e jujuba são sobremesas gostosas.
Boa é criança que come manga e deixa escorrer o caldo na roupa...
É sinal que a mãe vai lavar, vai dar bronca, vai se preocupar com o filho. Se for filho tem pai...
Se tiver pai e manga de sobremesa é por que a família é pobre...
Se for pobre, o pai tem que ser trabalhador...
Se for trabalhador tem que ser honesto...
Se for honesto, sabe conversar...
Se souber conversar, os filhos vão compreender que refeição feliz tem manga que é comida de criança pobre e que brinca e sobe em árvore...
Se subir em árvore, é por que tem passarinho que canta e espaço para a árvore crescer e para fazer sombra...
Se tiver sombra tem um banco de madeira para o pai chegar do trabalho e descansar...
Quem descansa no banco,depois do trabalho, embaixo da árvore, na sombra, comendo manga é por que toca viola...
E com certeza tá com o pé na grama...
Quem pisa no chão e toca música tem casa feliz...
Quem é feliz e canta com ovioleiro, sabe orar...
Quem sabe orar sabe amar...
Quem ama, sededica...
Quem se dedica, ama, ora, canta e come manga, tem coração simples...
Quem tem coração assim, louva a Deus. Quem louva a Deus, não tem medo...
Nada faltará porque tem fé...
Se tiver fé em Deus, vê na manga a providência divina...
Come a manga, faz doce, faz suco e não deixa a manga sobrar...
Se não sobra manga, tá todo mundo ocupado, de barriga cheia e feliz. Quem tá feliz....
não reclama da vida em fila do banco... " Daí fez-se um silêncio...
Um dia, estava o Escorpião à beira de um riacho,calado e acabrunhado. O Elefante se aproximou, e solidário perguntou: "O que tens, Escorpião, com essa carinha tão cabisbaixa?" "Queria atravessar esse riacho... Mas não sei nadar..." O Elefante, em gigante generosidade disse: "Não seja por isso, suba às minhas costas, que eu te levo até lá. Mas prometa-me, que não vai me ferroar?" "Prometo, claro que sim". Respondeu um escorpião feliz, subindo nas costas do Elefante. Em quatro passadas já estavam do outro lado. O Elefante, baixou a tromba até o chão, para o Escorpião descer. Ao descer, já na altura do meio dos olhos do Elefante, ele desceu a sua calda elegantemente, introduzindo seu ferrão venenoso na carne dura do Elefante, e disse: "Desculpe-me Elefante, eu não queria te ferir, mas é da minha natureza... Entende?" E o Elefante, em olhar triste, não teve tempo de responder.