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29 de janeiro de 2016

Elefantes

Parque Nacional Akagera - Ruanda



Os elefantes passaram por aqui 



Elefantes se escondem facilmente entre as arvores




Você não me vê



7 de novembro de 2015

Caderno de Viagem

Lago Kivu - Ruanda - Republica Democrática do Congo




O lago Kivu divide ou une dependendo do ponto de vista as fronteiras de Ruanda e a Republica Democrática do Congo.
Nas suas águas com alto conteúdo de metano não há peixes de porte, só se desenvolve um pequeno peixe que é a base da sustentação dos pescadores do lago.
Com um engenhoso sistema de redes e luzes os pescadores desenvolveram uma tecnica perfeita para poder pescar os pequenos peixes. Depois são colocados a secar e comercializados na região.


30 de junho de 2014

Bugios e gorilas

Os dois grupos de bugios que, ainda hoje, sobrevivem de forma precária, isolados nos remanescentes da mata nativa que quedam na região da Estrada da Ilha devem em breve ficar reduzidos a poucos indivíduos, condenados a endogamia e extinção. Seu habitat devera quedar restrito a área verde de algum dos futuros condomínios de alto padrão, que devem ser implantados na região, caso prosperem as ideias de crescimento a qualquer custo e acreditemos no discurso vazio e inconsistente, que afirma que Joinville, a pesar de autorizar a construção de mais de 1 milhão de m2 ao ano, esteja parada.

Dia 1 de julho Ruanda celebrou seu décimo Kwita Izina a festa em que são batizados os gorilas nascidos ao longo do ano. Em 2013 receberam nome 9 novos gorilas, neste ano foram 22,. Um sucesso de preservação da biodiversidade que gerou,no ultimo ano, US $ 300 milhões de receita ao país africano e é um êxito econômico, fazendo do santuário dos gorilas no Parque Nacional Virunga a principal atração turística de Ruanda aonde cada turista paga em media US $1.000, só para ver de perto os gorilas no seu habitat, durante pouco mais de uma hora,  fora as despesas com transporte, hotel e outros. Na década de 70 existiam na Espanha menos de 200 exemplares de uma das maiores aves do mundo, o abutre preto, parecia condenada a extinção, hoje há mais de 2.000 exemplares e a sua população continua crescendo. Também os rebanhos de bisontes voltaram as planícies dos Estados Unidos é hoje graças a ambiciosos programas de preservação e desenvolvimento sustentável há mais de 400.000 bisontes pastando, crescendo e procriando, depois de ter sido praticamente extintos pela caça indiscriminada e a cobiça.

Aqui as nossas autoridades insistem no discurso do crescimento e projetam uma Joinville se espalhando por áreas ambientalmente frágeis e vulneráveis, acreditam e defendem uma cidade em que cada habitante terá seu próprio carro, em que pedestres deixarão o seu espaço para os cidadãos motorizados. Crescer por crescer é a lógica das células cancerígenas, em quanto o mundo desenvolvido já percebeu que crescimento não pode estar dissociado de desenvolvimento, sustentabilidade e qualidade de vida, aqui em Joinville ainda ha quem viva no século XIX e acredite que é possível crescer impunemente.


Mas a quem interessam os bugios? Perder biodiversidade não parece importante para quem ainda acredita num mundo de recursos infinitos.

Publicado no jornal A Notícia de Joinville SC

7 de julho de 2013

Umuganda


Presidente Paul Kagame participando do umuganda
Em Ruanda o trabalho comunitário é obrigatório para toda a população. No ultimo sábado de cada mês, das 8:00 as 11:00, o país para literalmente para que todos possam se dedicar ao trabalho comunitário. O ultimo umuganda foi no passado dia 29 de Junho.

Para ajudar a construir o país, estimular os princípios da solidariedade e fortalecer o espírito comunitário se estabeleceu o umunsi w’umuganda que em kyniarwanda o idioma do país, significa “contribuição feita pela comunidade”, que é a forma de designar o dia em que os cidadãos dedicam-se eles mesmos a construir seu país. Pela lei é obrigatória a participação de todo cidadão com idade compreendida entre os 16 e os 65 anos, em trabalho voluntario na sua comunidade. O inicio desta tradição iniciou na época colonial e permanece até hoje.

A participação no umuganda é supervisionada por um líder comunitário, que define os objetivos e os meios para cumprir o trabalho a ser realizado naquele dia. A sua responsabilidade é verificar a efetividade e a eficiência do trabalho realizado pela comunidade e ainda tem a responsabilidade de avaliar com cada grupo o resultado alcançado pelo trabalho realizado. No dia de umuganda o comercio fecha e o transporte público funciona com menor frequência, porque cada cidadão se dedica a realizar o trabalho comunitário na sua rua ou no seu bairro. Em todas as ruas e bairros se vem grupos de 10 a 20 pessoas trabalhando em mutirão. Os trabalhos vão desde cortar a grama, plantar flores, limpar a rua a abrir valas, limpar bocas de lobo ou construir casas para gente humilde. É a comunidade quem define o que será feito e como será feito. Como cada um participa de acordo com a sua capacidade e meios é comum ver médicos e outros profissionais oferecendo também seus serviços de forma gratuita neste dia.

Os benefícios do umuganda não são só econômicos, serve para construir cidadania e fortalecer a coesão social entre pessoas de diferentes origens, níveis sociais e formação acadêmica. Como as autoridades participam também do trabalho na sua condição de cidadãos é um bom momento para que as pessoas possam se aproximar e apresentar pedidos e reivindicações para resolver problemas que afetam a cada comunidade. É comum ver o presidente Paul Kagame armado com uma colher de pedreiro levantar um muro e encontrar ministros roçando a grama e podando os arbustos de algum parque ou praça de Kigali. Neste ultimo sábado de junho o embaixador da China em Ruanda uniu-se a um grupo de moradores de Rusiga, um bairro de Kigali para junto com alguns senadores dar a sua contribuição.


Embaixador chines participando do umuganda em Rusiga, Kigali


Mais que a economia que o umuganda representa para Ruanda o maior beneficio é a geração de capital social que faz deste um dos países que serve hoje de modelo aos seus vizinhos e ao mesmo tempo em que ajuda a superar os traumas do genocídio constrói uma sociedade mais justa e igualitária.


Não sei se o modelo do umuganda serviria para Joinville, mas que seria bom ver alguns dos nossos proeminentes próceres de enxada na mão, isso posso garantir que seria.


12 de dezembro de 2012

Artesanato



As formas e figuras geométricas são uma característica do artesanato Imigonogo. Os desenhos originalmente feitos pelas mulheres serviam de decoração para suas casas, o material original era o esterco seco de gado e só se utilizavam corantes naturais. Agora é possível achar tabuletas de madeira policromada que reproduzem os motivos tradicionais e utilizam as cores branco e preto, como dominantes e a cor terracota.

Novos artistas utilizando a mesma tecnica incluem trabalhos com outras cores e tons.

9 de dezembro de 2012

Genocídio



Genocídio foi incorporado ao vocabulário mundial na metade do século XX, a raiz dos julgamentos de Nuremberg, quando foram julgados os crimes cometidos pelos nazistas. Sua origem esta em duas palavras gregas “Gene”, por raça ou tribo e “Cidio”, por crime ou assassinato, Genocídio é o assassinato de todo um povo.

Em viagem a Ruanda, pais encravado na África equatorial, com uma população de pouco mais de 11 milhões de habitantes e uma densidade de mais de 450 habitantes por km2, é obrigatório visitar o Memorial Kigali, para tentar entender que foi e como se preparou o genocídio que em 100 dias assassino brutalmente mais de 1,4 milhão de integrantes da minoria Tutsi, violou mais de 500 mil mulheres, muitas delas contaminadas por AIDS de forma intencional, num pais em que a AIDS representa uma condena a morte certa pela falta de acesso aos medicamentos de ultima geração.

A brutalidade, a aleivosia e a premeditação com que o genocídio foi preparado e executado impressionam e deixam sem palavras. Não como não se sentir emocionalmente abalado ao sair de novo à luz depois de percorrer todas as salas do memorial. A exposição permite que conheçamos com detalhe o que aconteceu a partir de abril de 1994. O Assassinato simultâneo dos presidentes de Ruanda e Burundi criou o vazio de poder que permitiu que em poucas horas se desencadeasse a perseguição e assassinato sistemático de todos os Tutsis.

Bloqueios nas ruas e estradas, listas cuidadosamente elaboradas e perseguição em todos os recantos do pais, foram parte do plano traçado pelos lideres Hutus que dominavam 100% do exercito e que criaram e equiparam as milícias Interahamwe. A emissora de Radio das Mil Colinas se dedicou durante anos a promover o racismo, a perseguição e o ódio contra os Tutsis e emitia as consignas que desencadearam o ataque.

Frente a inoperância das forças da ONU, os famosos capacetes azuis, que receberam ordens de não se envolver no conflito interno do país e que se dedicaram a proteger os interesses ocidentais em lugar de evitar a massacre. Os Tutsis buscaram refugio nas igrejas e isso acabou facilitando o trabalho dos seus assassinos que em alguns casos demoliram as igrejas com eles dentro, em outros casos as incendiaram depois de trancar as suas portas ou simplesmente as dinamitaram.

Ruanda tenta entender porque aconteceu e busca evitar que uma loucura como esta volte a se repetir. O Memorial Kigali é um elemento deste processo de reconstrução de um pais em que assassinos e sobreviventes compartilham as mesmas ruas e continuam sendo vizinhos, como foram no passado recente. O que leva a assassinar com crueldade vizinhos com quem havia uma amizade e um convívio de décadas continua sendo um mistério.

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

8 de dezembro de 2012

Memorial Kigali


O Kigali Memorial Centre em Gizeni é uma visita obrigada para quem querer conhecer a historia recente de Ruanda


Numa das salas as imagens de mais de 6.000 ruandeses brutalmente assassinados durante os pouco mais de 100 dias do genocídio. As fotografias permitem que os cadáveres dos mais de 1,4 milhões de ruandeses que foram massacrados durante o genocídio tenham um rosto.



A unica das seis fossas comuns que permite que seja observado o seu interior, diariamente recebe flores em homenagen aos mais de 250.000 mortos enterrados só no Memorial. 



A simplicidade das fossas comuns contrasta com a brutalidade do crime que aconteceu no pais



Diariamente as fossas comuns recebem homenagens anonimas


Ruanda tenta reconstruir o pais, a partir da preservação da sua historia. No Memorial há também referencias a outros genocídios como o dos Herero pela Alemanha na Namíbia, o  dos mais de 2 milhões de Armênios assassinados ou deixados morrer de fome e frio pelos Turcos, o perpetrado pelo Khmer vermelho em Cambodja, o dos Nazis contra os judeus e os sofridos recentemente pela minoria muçulmana na antiga Iugoslávia.

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