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29 de janeiro de 2016
27 de janeiro de 2016
26 de janeiro de 2016
25 de janeiro de 2016
7 de novembro de 2015
Caderno de Viagem
Lago Kivu - Ruanda - Republica Democrática do Congo
O lago Kivu divide ou une dependendo do ponto de vista as fronteiras de Ruanda e a Republica Democrática do Congo.
Nas suas águas com alto conteúdo de metano não há peixes de porte, só se desenvolve um pequeno peixe que é a base da sustentação dos pescadores do lago.
Com um engenhoso sistema de redes e luzes os pescadores desenvolveram uma tecnica perfeita para poder pescar os pequenos peixes. Depois são colocados a secar e comercializados na região.
O lago Kivu divide ou une dependendo do ponto de vista as fronteiras de Ruanda e a Republica Democrática do Congo.
Nas suas águas com alto conteúdo de metano não há peixes de porte, só se desenvolve um pequeno peixe que é a base da sustentação dos pescadores do lago.
Com um engenhoso sistema de redes e luzes os pescadores desenvolveram uma tecnica perfeita para poder pescar os pequenos peixes. Depois são colocados a secar e comercializados na região.
16 de julho de 2015
30 de junho de 2014
Bugios e gorilas
Os dois grupos de bugios que, ainda hoje, sobrevivem de forma precária,
isolados nos remanescentes da mata nativa que quedam na região da Estrada da
Ilha devem em breve ficar reduzidos a poucos indivíduos, condenados a endogamia
e extinção. Seu habitat devera quedar restrito a área verde de algum dos
futuros condomínios de alto padrão, que devem ser implantados na região, caso
prosperem as ideias de crescimento a qualquer custo e acreditemos no discurso
vazio e inconsistente, que afirma que Joinville, a pesar de autorizar a
construção de mais de 1 milhão de m2 ao ano, esteja parada.
Dia 1 de julho Ruanda celebrou seu décimo Kwita Izina a festa em
que são batizados os gorilas nascidos ao longo do ano. Em 2013 receberam nome 9
novos gorilas, neste ano foram 22,. Um sucesso de preservação da biodiversidade
que gerou,no ultimo ano, US $ 300 milhões de receita ao país africano e é um
êxito econômico, fazendo do santuário dos gorilas no Parque Nacional Virunga a principal
atração turística de Ruanda aonde cada turista paga em media US $1.000, só para
ver de perto os gorilas no seu habitat, durante pouco mais de uma hora, fora as despesas com transporte, hotel e
outros. Na década de 70 existiam na Espanha menos de 200 exemplares de uma das
maiores aves do mundo, o abutre preto, parecia condenada a extinção, hoje há
mais de 2.000 exemplares e a sua população continua crescendo. Também os
rebanhos de bisontes voltaram as planícies dos Estados Unidos é hoje graças a
ambiciosos programas de preservação e desenvolvimento sustentável há mais de
400.000 bisontes pastando, crescendo e procriando, depois de ter sido
praticamente extintos pela caça indiscriminada e a cobiça.
Aqui as nossas autoridades insistem no discurso do crescimento e
projetam uma Joinville se espalhando por áreas ambientalmente frágeis e vulneráveis,
acreditam e defendem uma cidade em que cada habitante terá seu próprio carro,
em que pedestres deixarão o seu espaço para os cidadãos motorizados. Crescer
por crescer é a lógica das células cancerígenas, em quanto o mundo desenvolvido
já percebeu que crescimento não pode estar dissociado de desenvolvimento,
sustentabilidade e qualidade de vida, aqui em Joinville ainda ha quem viva no
século XIX e acredite que é possível crescer impunemente.
Mas a quem interessam os bugios? Perder biodiversidade não parece
importante para quem ainda acredita num mundo de recursos infinitos.
Publicado no jornal A Notícia de Joinville SC
7 de julho de 2013
Umuganda
Presidente Paul Kagame participando do umuganda |
Para ajudar a
construir o país, estimular os princípios da solidariedade e fortalecer o espírito
comunitário se estabeleceu o umunsi w’umuganda que em kyniarwanda o idioma do
país, significa “contribuição feita pela comunidade”, que é a forma de designar
o dia em que os cidadãos dedicam-se eles mesmos a construir seu país. Pela lei
é obrigatória a participação de todo cidadão com idade compreendida entre os 16
e os 65 anos, em trabalho voluntario na sua comunidade. O inicio desta tradição
iniciou na época colonial e permanece até hoje.
A participação no
umuganda é supervisionada por um líder comunitário, que define os objetivos e
os meios para cumprir o trabalho a ser realizado naquele dia. A sua
responsabilidade é verificar a efetividade e a eficiência do trabalho realizado
pela comunidade e ainda tem a responsabilidade de avaliar com cada grupo o
resultado alcançado pelo trabalho realizado. No dia de umuganda o comercio
fecha e o transporte público funciona com menor frequência, porque cada cidadão
se dedica a realizar o trabalho comunitário na sua rua ou no seu bairro. Em
todas as ruas e bairros se vem grupos de 10 a 20 pessoas trabalhando em
mutirão. Os trabalhos vão desde cortar a grama, plantar flores, limpar a rua a
abrir valas, limpar bocas de lobo ou construir casas para gente humilde. É a
comunidade quem define o que será feito e como será feito. Como cada um
participa de acordo com a sua capacidade e meios é comum ver médicos e outros
profissionais oferecendo também seus serviços de forma gratuita neste dia.
Os benefícios do
umuganda não são só econômicos, serve para construir cidadania
e fortalecer a coesão social entre pessoas de diferentes origens, níveis sociais
e formação acadêmica. Como as autoridades participam também do trabalho na sua
condição de cidadãos é um bom momento para que as pessoas possam se aproximar e
apresentar pedidos e reivindicações para resolver problemas que afetam a cada
comunidade. É comum ver o presidente Paul Kagame armado com uma colher de
pedreiro levantar um muro e encontrar ministros roçando a grama e podando os
arbustos de algum parque ou praça de Kigali. Neste ultimo sábado de junho o
embaixador da China em Ruanda uniu-se a um grupo de moradores de Rusiga, um
bairro de Kigali para junto com alguns senadores dar a sua contribuição.
Embaixador chines participando do umuganda em Rusiga, Kigali |
Mais que a economia
que o umuganda representa para Ruanda o maior beneficio é a geração de capital
social que faz deste um dos países que serve hoje de modelo aos seus vizinhos e
ao mesmo tempo em que ajuda a superar os traumas do genocídio constrói uma
sociedade mais justa e igualitária.
Não sei se o modelo do
umuganda serviria para Joinville, mas que seria bom ver alguns dos nossos
proeminentes próceres de enxada na mão, isso posso garantir que seria.
12 de dezembro de 2012
Artesanato
As formas e figuras geométricas são uma característica do artesanato Imigonogo. Os desenhos originalmente feitos pelas mulheres serviam de decoração para suas casas, o material original era o esterco seco de gado e só se utilizavam corantes naturais. Agora é possível achar tabuletas de madeira policromada que reproduzem os motivos tradicionais e utilizam as cores branco e preto, como dominantes e a cor terracota.
Novos artistas utilizando a mesma tecnica incluem trabalhos com outras cores e tons.
9 de dezembro de 2012
Genocídio
Genocídio foi incorporado ao vocabulário mundial
na metade do século XX, a raiz dos julgamentos de Nuremberg, quando foram
julgados os crimes cometidos pelos nazistas. Sua origem esta em duas palavras
gregas “Gene”, por raça ou tribo e “Cidio”, por crime ou assassinato, Genocídio
é o assassinato de todo um povo.
Em viagem a Ruanda, pais encravado na África
equatorial, com uma população de pouco mais de 11 milhões de habitantes e uma
densidade de mais de 450 habitantes por km2, é obrigatório visitar o Memorial
Kigali, para tentar entender que foi e como se preparou o genocídio que em 100
dias assassino brutalmente mais de 1,4 milhão de integrantes da minoria Tutsi,
violou mais de 500 mil mulheres, muitas delas contaminadas por AIDS de forma
intencional, num pais em que a AIDS representa uma condena a morte certa pela
falta de acesso aos medicamentos de ultima geração.
A brutalidade, a aleivosia e a premeditação
com que o genocídio foi preparado e executado impressionam e deixam sem
palavras. Não como não se sentir emocionalmente abalado ao sair de novo à luz
depois de percorrer todas as salas do memorial. A exposição permite que
conheçamos com detalhe o que aconteceu a partir de abril de 1994. O Assassinato
simultâneo dos presidentes de Ruanda e Burundi criou o vazio de poder que permitiu
que em poucas horas se desencadeasse a perseguição e assassinato sistemático de
todos os Tutsis.
Bloqueios nas ruas e estradas, listas
cuidadosamente elaboradas e perseguição em todos os recantos do pais, foram
parte do plano traçado pelos lideres Hutus que dominavam 100% do exercito e que
criaram e equiparam as milícias Interahamwe. A emissora de Radio das Mil
Colinas se dedicou durante anos a promover o racismo, a perseguição e o ódio contra
os Tutsis e emitia as consignas que desencadearam o ataque.
Frente a inoperância das forças da ONU, os
famosos capacetes azuis, que receberam ordens de não se envolver no conflito
interno do país e que se dedicaram a proteger os interesses ocidentais em lugar
de evitar a massacre. Os Tutsis buscaram refugio nas igrejas e isso acabou
facilitando o trabalho dos seus assassinos que em alguns casos demoliram as
igrejas com eles dentro, em outros casos as incendiaram depois de trancar as
suas portas ou simplesmente as dinamitaram.
Ruanda tenta entender porque aconteceu e busca
evitar que uma loucura como esta volte a se repetir. O Memorial Kigali é um
elemento deste processo de reconstrução de um pais em que assassinos e
sobreviventes compartilham as mesmas ruas e continuam sendo vizinhos, como
foram no passado recente. O que
leva a assassinar com crueldade vizinhos com quem havia uma amizade e um convívio de décadas continua sendo um mistério.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
8 de dezembro de 2012
Memorial Kigali
O Kigali Memorial Centre em Gizeni é uma visita obrigada para quem querer conhecer a historia recente de Ruanda
Numa das salas as imagens de mais de 6.000 ruandeses brutalmente assassinados durante os pouco mais de 100 dias do genocídio. As fotografias permitem que os cadáveres dos mais de 1,4 milhões de ruandeses que foram massacrados durante o genocídio tenham um rosto.
A unica das seis fossas comuns que permite que seja observado o seu interior, diariamente recebe flores em homenagen aos mais de 250.000 mortos enterrados só no Memorial.
A simplicidade das fossas comuns contrasta com a brutalidade do crime que aconteceu no pais
Diariamente as fossas comuns recebem homenagens anonimas
Ruanda tenta reconstruir o pais, a partir da preservação da sua historia. No Memorial há também referencias a outros genocídios como o dos Herero pela Alemanha na Namíbia, o dos mais de 2 milhões de Armênios assassinados ou deixados morrer de fome e frio pelos Turcos, o perpetrado pelo Khmer vermelho em Cambodja, o dos Nazis contra os judeus e os sofridos recentemente pela minoria muçulmana na antiga Iugoslávia.
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