Genocídio foi incorporado ao vocabulário mundial
na metade do século XX, a raiz dos julgamentos de Nuremberg, quando foram
julgados os crimes cometidos pelos nazistas. Sua origem esta em duas palavras
gregas “Gene”, por raça ou tribo e “Cidio”, por crime ou assassinato, Genocídio
é o assassinato de todo um povo.
Em viagem a Ruanda, pais encravado na África
equatorial, com uma população de pouco mais de 11 milhões de habitantes e uma
densidade de mais de 450 habitantes por km2, é obrigatório visitar o Memorial
Kigali, para tentar entender que foi e como se preparou o genocídio que em 100
dias assassino brutalmente mais de 1,4 milhão de integrantes da minoria Tutsi,
violou mais de 500 mil mulheres, muitas delas contaminadas por AIDS de forma
intencional, num pais em que a AIDS representa uma condena a morte certa pela
falta de acesso aos medicamentos de ultima geração.
A brutalidade, a aleivosia e a premeditação
com que o genocídio foi preparado e executado impressionam e deixam sem
palavras. Não como não se sentir emocionalmente abalado ao sair de novo à luz
depois de percorrer todas as salas do memorial. A exposição permite que
conheçamos com detalhe o que aconteceu a partir de abril de 1994. O Assassinato
simultâneo dos presidentes de Ruanda e Burundi criou o vazio de poder que permitiu
que em poucas horas se desencadeasse a perseguição e assassinato sistemático de
todos os Tutsis.
Bloqueios nas ruas e estradas, listas
cuidadosamente elaboradas e perseguição em todos os recantos do pais, foram
parte do plano traçado pelos lideres Hutus que dominavam 100% do exercito e que
criaram e equiparam as milícias Interahamwe. A emissora de Radio das Mil
Colinas se dedicou durante anos a promover o racismo, a perseguição e o ódio contra
os Tutsis e emitia as consignas que desencadearam o ataque.
Frente a inoperância das forças da ONU, os
famosos capacetes azuis, que receberam ordens de não se envolver no conflito
interno do país e que se dedicaram a proteger os interesses ocidentais em lugar
de evitar a massacre. Os Tutsis buscaram refugio nas igrejas e isso acabou
facilitando o trabalho dos seus assassinos que em alguns casos demoliram as
igrejas com eles dentro, em outros casos as incendiaram depois de trancar as
suas portas ou simplesmente as dinamitaram.
Ruanda tenta entender porque aconteceu e busca
evitar que uma loucura como esta volte a se repetir. O Memorial Kigali é um
elemento deste processo de reconstrução de um pais em que assassinos e
sobreviventes compartilham as mesmas ruas e continuam sendo vizinhos, como
foram no passado recente. O que
leva a assassinar com crueldade vizinhos com quem havia uma amizade e um convívio de décadas continua sendo um mistério.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
Temo que as cotas racias, feriado da consciência negra, etc... , num dado momento, possam ser tomadas, como crime. Então é o início de novos conflitos entre raças, que podem gerar novos genocídios.
ResponderExcluirO líderes negros que criaram esses privilégios (parece que o cantor Gilberto Gil fez parte), nos colocaram num caminho obscuro. Demos a mão, e ingratos, tomaram o braço inteiro.
Temo q a miséria e sobrevivencia, leve a atitudes como a que se lê no seu texto, onde apoiar o poder te faça um traidor da amizade e lealdade, tudo em nome da sobrevivencia num caos onde o poder se concentra na mão de uma menoria sem escrúpulos e acaba que as pessoas precisam sobreviver e para isso é preciso esquecer o seu vizinho, amigo ou até mesmo parente, salvar a familia ou a sua vida te leva a atrocidades, claro q direcionado por um poder ilusório.
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