É fácil acreditar que
como o mundo é redondo nos somos o centro dele. Achamos que tudo gravita em
redor de nos. O ser humano esta cada vez mais deixando de ser humano. Às vezes
nos sentimos tentados a pensar que tendo sido feitos a imagem e semelhança de
Deus estamos mais próximos de semideuses que dos homens. Há quem acredite que
somos mesmo superiores, chegamos a acreditar que somos melhores que as outras
raças com as que compartilhamos este planeta. É justamente esta ausência total
de humildade a que nos perde e nos faz esquecer que somos simplesmente seres
humanos.
Quanto mais conheçamos
e convivamos com outros seres humanos, maior será a probabilidade que
descubramos o quanto há de igual entre cada um de nos e o pouco que há que nos
diferencie. Se fizermos um pequeno esforço nos daremos conta que não só não
somos superiores a ninguém, pode até ser que sejamos inferiores a muitos
outros.
A pesar da mensagem
natalina, ser uma mensagem de amor e paz. Obviamos o quanto há de humildade
numa família que não tendo onde ficar acabaram passando a noite num estábulo e
uma criança nasceu numa manjedoura, tendo por companhia um boi e um asno. Se
esta reflexão não for suficiente, seria bom lembrar que a maioria dos mais de sete
bilhões de habitantes deste planeta, não celebram o dia 25 de dezembro. Para
Budistas, muçulmanos, judeus, hindus e a maioria das religiões animistas, o dia
de Natal é um dia como qualquer outro.
Natal deve ser um
tempo para reflexão sobre a vida, sobre a tolerância, sobre o amor, sobre a família.
Um tempo que tem se convertido numa data comercial, em que há neve nos trópicos,
renas puxando trenós impossíveis e velhinhos acima do peso descendo de helicóptero
em centros comerciais ou em campos de futebol. O consumismo e o materialismo
nos afastam da origem e da mensagem de fé e amanha será outro dia. Quando ter
for mais importante que ser a mensagem é que estamos a cada dia mais longe do espírito
natalino. O dia 26 de dezembro tem se convertido no dia de trocar os presentes
recebidos pelos que teríamos gostado de receber. As festas natalinas são o tempo
de cometer excessos gastronômicos e etílicos permitidos. Em definitiva Natal
parece ter se convertido mais num tempo em que nos dedicamos a afastarmos mais
do que deveria ser a sua origem e objetivo em lugar de nos dedicar a aproximarmos
dele e recuperar os valores e princípios que de verdade são importantes.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
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