2 de dezembro de 2012

Simplicidade capciosa


 Se em nome do desenvolvimento e do progresso, se apresenta para a sociedade o modelo de planejamento urbano e não se inclui também o impacto que cada uma das propostas terá sobre o tecido urbano, seja no transito ou na instalação de atividades industriais junto a áreas residenciais, ou a redução da permeabilidade e do verde urbano, por citar só alguns dos pontos convenientemente esquecidos, a sociedade receberá uma proposta superficial e simplista.  Há uma tendência em querer simplificar coisas complexas, com a alegação que assim ficará mais fácil a sua compreensão e se simplificarão muito os tramites burocráticos e a concessão de licenças, por isso os técnicos municipais defendem a atual proposta da LOT saída dos seus gabinetes e com traços de ter sido aprimorada em outros.

Há uma simplicidade capciosa, tanto no discurso, como principalmente na proposta, parte da simplicidade se origina na estultice dos seus mentores, ainda que é evidente em alguns casos a completa incapacidade da atual estrutura para lidar com abordagens mais complexas de planejamento. Os projetos de rotatórias, binários e de ciclo faixas parecem ter levado a capacidade da equipe além do seu limite.

Planejamento urbano exige muito mais que distribuir índices, eixos viários e coeficientes de forma alegre e multicolorida sobre a planta da cidade.
Para alguns leigos a imagem resultante parece mais uma colcha de retalhos resultado da habilidade de uma artesã criativa, que uma proposta concreta para a Joinville das próximas décadas.

O verde tem sido a cor escolhida para dar uma impressão menos agressiva na planta divulgada pelo IPPUJ, Se a cor escolhida tivesse sido o cinza concreto, teríamos uma imagem muito mais mais próxima da Joinville real. A planta em questão permite visualizar de forma simples o que deveria ser o resultado de aprofundado estudo, que deveria considerar toda a complexidade do planejamento urbano de uma cidade que hoje já tem mais de 500.000 habitantes e anos de ma gestão ou simplifica artificialmente algo que realmente deveria ser complexo? Fico com a segunda opção.


Quanto mais gente passa a tomar conhecimento do que implicaria a aprovação da LOT na sua versão original, é maior numero de vozes se somam aos questionamentos feitos. Fica também mais evidente que não estamos frente a um modelo de desenvolvimento urbano e sim uma proposta muito concreta de ocupação urbana norteada pela ganância e a cobiça de uma minoria.

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

3 comentários:

  1. E o que mais me decepciona, mas não me surpreende, é que esse assunto, já deixado de lado pelos próprios "autores interessados" esteja sendo ressuscitado pelo prefeito eleito, numa clara demonstração de que os interêsses corporativistas empresariais terão caminho livre daqui pra frente.
    Como se já não bastasse sua subserviência ao seu amo e mestre LHS...

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  2. Nelson Jvlle.

    Eu não me decepciono, acompanho faz muito tempo o prefeito eleito é sei do seu interesse escancarado em aprovar a LOT, eu diria contra todo e contra todos. Acho só que ele esta mostrando que a pesar da idade não alcançou ainda a maturidade e serenidade que são necessárias para exercer o cargo. Saber separar os seus interesses pessoais e os dos seus amigos próximos dos interesses de Joinville é ainda uma matéria pendente para o prefeito eleito.
    Caso ele não aprenda rápido poderá a pesar da confortável maioria enfrentar problemas em outros foros.

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    1. Pois meu caro Jordi, não saber separar os interêsses pessoais e os dos amigos próximos dos interêsses de Joinville já é motivo suficiente para decepção.
      Mas, como já disse em outro comentário, sempre considerei o Sr. Udo como, senão a melhor, a opção necessária para Joinville na atual situação.
      Torço sinceramente, assim como voce, que aprenda rápido.

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