
Dois temas chamam a
atenção sobre este obra, a primeira que o governo de estado ainda tenha
credibilidade ao ponto de reunir mais de duas dúzias de políticos em volta de
um ato que já não deveria iludir ninguém. Foguetório, discursos inflamados e salamaleques
não deveriam nem ser noticiados. A menos que o fossem na seção de humor dos
jornais. Por que o ato estava mais perto da pantomima que de um ato público. A
historia recente, já deveria ter mostrado aos joinvilenses que o que começa
mal, dificilmente termina bem. E sem os projetos executivos completos, sem as
licenças necessárias e sem as desapropriações é um atentado ao bom senso que se
faça um ato envolvendo governador, secretários de estado, prefeito e secretários
do município entre outras autoridades.
O segundo tema é o das
desapropriações. A cantilena que a prefeitura não tem recursos para fazê-las e que conta com a boa vontade dos proprietários para
que doem as áreas afetadas pela duplicação. A simples ideia que alguém acredite
sinceramente que as pessoas doarão me faz lembrar de aquela historia da antiga
União Soviética em que um comunista de carteirinha foi visitado por um comissário
para testar a sua fidelidade ao partido.
Comissário: - Se você
tivesse duas casas, você doaria uma para o partido?
- Claro, para que
preciso duas casas, se com uma tenho suficiente para mim e minha família.
- Ótimo, camarada, não
esperava menos de você. E se tivesse dois carros?
- Pois ficaria só com
um. Não preciso de dois.
- É isso mesmo
camarada, não esperava menos de você. Respondeu animado o comissário. – E se
tivesse duas vacas?
- Para que precisaria
duas vacas? Com uma teria o leite, queijo e de vez em quando os bezerros,
poderia perfeitamente dar uma para o partido.
- E isso mesmo. O
partido precisa de companheiros como você. E me diga, se tivesse duas galinhas,
daria uma para o partido?
- Não, de nenhuma maneira.
- Mas como? Você daria
uma casa, um carro, uma vaca e não daria uma galinha? Como pode ser?
- Pois é comissário,
EU TENHO duas galinhas.
Do mesmo modo, parece-me
que a maioria dos que defendem e acham natural que alguém doe áreas na Avda. Santos
Dumont são os que não têm nenhuma área lá.
Precisa duplicar?
Duplique-se e pague-se o valor justo pela área. Nada mais justo.