Em Joinville as coisas mais simples podem se complicar, em outros lugares as coisas mais complicadas podem ser simples. A colocação da paver por uma maquina na Holanda, mostra como seria possível simplificar e melhorar a eficiência do que fazemos.
É importante acreditar que as coisas podem ser melhores, que Joinville merece achar um caminho mais plácido para chegar ao futuro. Quem acompanha as obras da calçamento nas ruas XV ou no 62 BI pode agora sonhar com outras alternativas.
Já imaginou ir dormir sem calçamento na sua rua e amanhecer com a rua calçada e pintada? No pais da Alicia é real, aqui ainda é um sonho. Falta planejamento, organização e vontade.
Começa a ficar preocupante a fixação que os técnicos do prefeitura municipal de Joinville tem com as arvores, parece que não podem nenhuma arvore um pouco mais frondosa que já vai dando neles uma alergia e precisam a traves de um projeto de requalificação sair cortando. O motivo alegado é os estragos que as raízes provocam nas calçadas. Na verdade se a própria prefeitura informa que em mais de 12 anos nenhuma manutenção foi feita, nem nas arvores, nem nas calçadas. Parece que não são as arvores que devem ser cortadas e sim algumas cabeças pensantes. Que não o são tanto.
Roberto Burle Marx que neste ano faria 100 anos, nos deixou grandes projetos de paisagismo, sorte dele que não precisou lidar com a sabedoria de alguns dos técnicos e planejadores da nossa cidade. Nos projetos de Burle Marx uma constante sempre foi o espaço publico, a priorização do pedestre, largas calçadas multicoloridas são a sua marca registrada tanto em Copacabana, como no projeto do Byscaine Boulevard em Miami, na praça do Povo de Berlim, ou nos jardins das Torres Petronas em Malaysia. As calçadas dos projetos a pesar de ter já mais de 40 anos, em alguns casos, mostram um estado invejável, as cores dos pisos se mantem vivas e originais, o estado das calçadas seguro e as arvores mantidas e podadas.
Aqui temos optado ao longo do tempo por diversas soluções, primeiro um petit pavê, mal colocado, que parece se diluir com o passar dos anos, feito com desenhos infantiloides representando bicicletas, casinhas de enxaimel e flores estilizadas. Agora a opção imposta, são os pavers de concreto, que os técnicos propõem que sejam utilizados num desenho simplista que imita durante breves meses um jogo impossível de amarelinha, em cores que só são visíveis na tela do computador ou nas imagens fantasiosas que a prefeitura divulga, para iludir a uns e convencer a outros. Cores irreais que desbotam e perdem a intensidade com tanta velocidade que as praças que a prefeitura pavimentou no final do ano, já perderam a cor e o cinza passa a ser a cor dominante das nossas calçadas e das cabeças dos nossos planejadores de plantão.
Por citar um exemplo, na rua Rolf Colin, um empreendimento comercial que prima pela qualidade dos seus espaços e acabamentos, embarcou nesta idéia de utilizar a calçada ideal, titulo que pomposamente recebe a proposta de “pavementar” toda a cidade. O aspecto que em pouco tempo a calçada oferece é triste, as cores sumiram e o cinza tomou conta, do mesmo modo que a mediocridade invadiu as nossas ruas.