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11 de fevereiro de 2009

Onibus e Picanha (3)


Ponto e Contraponto.

O leitor Alexandre Santos, enviou o seguinte comentário, que passarei a comentar, em azul o comentário do leitor, em vermelho os meus contrapontos. Antes porem algumas considerações, este é um espaço aberto, plural e democrático, comentários como os do Alexandre, equilibrados, ponderados, mesmo que em alguns pontos divergentes da nossa linha editorial, são importantes e contribuem muito a enriquecer o debate. Obrigado

Quer dizer que se você mora no Centro,

Não quero dizer, digo sim, que se você faz percorridos curtos, seja do Quiriri a Pirabeiraba, ou do Boehmerwaldt ao Terminal Sul, você é penalizado e o preço que paga é muito alto, para uma viagem tão curta.
Nem estou me referindo a quem mora ou não no centro, quem vem para o centro e precisa fazer mais de uma diligencia é penalizado. Quaisquer viagem curta, seja dentro do mesmo bairro tem um preço elevado, para subsidiar as viagens mais longas. Uns pagam mais para que outros paguem menos e não tem nada a ver com a renda de cada um, ou com o lugar aonde cada um mora.


usufrui de melhor qualidade de vida, tem maior renda per capita e melhor infraestrutura em termos de equipamentos públicos,

Me desculpe, esta afirmação alem de maniqueísta é falsa, faz muito tempo que o Centro, não é garantia nem de melhor qualidade de vida, nem maior renda. Na realidade o Centro vem sofrendo um processo irreversível de esvaziamento e cada vez menos gente mora no centro, que por falta de uma politica publica adequada de planejamento urbano e de desenvolvimento, tem perdido qualidade de vida e renda. As pessoas tem fugido do Centro, para ir para os bairros, Iririu, Boa vista, Vilanova, Bom retiro, Anita Garibaldi, América e Atiradores, são exemplos de bairros que hoje oferecem melhor qualidade de vida e renda.

deve pagar menos pelo uso do transporte coletivo que as pessoas que moram a quilômetros do centro?

Como já expliquei, a discussão não pode ser colocada numa visão Bairro - Centro, menos ainda uns contra os outros, a discussão deve ser vista desde o ponto de vista do valor da passagem, a distancia percorrida e a demanda, caso contrario em nome de uma parcela da população que mora em áreas mais afastadas e alguns em áreas muito mais afastadas, vamos onerar o custo de toda a população. Recomendo ler os comentários do post Ónibus e Picanha (2), que contem outros exemplos de como seria possivél de visualizar, a partir do exemplo de outras cidades.

Só a tsunami de fuscas, brasílias, variants, chevettes, entre outros que varrerá o Centro da Cidade, se andar de carro valer mais que andar de ônibus.

Esta é outra abordagem distinta, você esta certo, se justifica usar um veiculo particular, seja ele o modelo que seja, porque é mais económico que utilizar o transporte coletivo, este é um outro ponto, que nada tem a ver com a passagem única, tem a ver porem com o elevado preço da passagem. É uma prova clara que existe um forte desequilíbrio entre preço e valor. Este é alias um ponto em que concordamos. Existe uma relação direta entre o aumento de veículos rodando na cidade, com a falência do modelo de transporte coletivo e de planejamento urbano.

Me desculpe, mas discordo de sua opinião. Acredito que promove grande justiça social o preço único de passagem.

Não precisa se desculpar, a unicidade de pensamento que é burra, que a passagem única promove justiça social é uma grande falácia, que todos fomos levados a acreditar, agora os números mostram o erro, se o valor é alto demais e as pessoas fogem do transporte coletivo, não existe nenhuma justiça social, neste sentido o acesso ao credito para adquirir motos e carros é mais includente desde o ponto de vista social, pense nisto.

É moderno, pois promove equidade (quem ganha mais e mora no centro, paga mais, e quem é pobre e mora longe, paga menos)

Comentei que esta afirmação sua alem de perigosa é falsa, porque não existe em Joinville esta relação tão direta entre centro e riqueza e bairro e pobreza, a implantação de condomínios de alto padrão em Pirabeiraba por exemplo, mostra que a sua equação contem erros.

e estimula o uso do transporte coletivo.

O preço caro desestimula, mais ainda quando a maior parte da população de Joinville que esta empregada, não paga o transporte coletivo, que paga é o empregador, por isto a equação fica ainda mais distorcida, o modelo de cidade é que deve ser discutido, para reduzir os deslocamentos desnecessários, podendo viver no bairro, estimulando os deslocamentos a pé o u de bicicleta, se existissem ciclovias dignas deste nome.

Querer regular o uso do solo pelo transporte coletivo é de uma crueldade sem tamanho. Acredito que vale mais centrar a energia no desafio de fazer cumprir a lei: Plano Diretor, Lei de uso e Ocupação do Solo, entre outros.

Agora sou eu quem peço desculpas, se pelo texto transmiti esta ideia, nada mais distante do meu pensamento, não é o transporte coletivo que deve cumprir o papel de regular o uso do solo, é exactamente o contrario, o planejamento urbano que deve sinalizar para aonde e quanto devemos crescer, o que é cruel é estimular e autorizar loteamentos em áreas periféricas e depois exigir a implantação de novas linhas de ónibus em ruas e estradas sem calçamento, para que depois todos, tanto você, como eu, tenhamos que pagar mais caro, para compensar o ganho de loteadores inescrupulosos e administradores gananciosos. Isto que é cruel e perverso com a cidade, porque a condena a um modelo caro e ineficiente.

Espero ter ajudado no debate, ao fazer um contraponto.


Eu que agradeço a oportunidade de me permitir esclarecer melhor os pontos que possam não ter ficado claros, num texto tão breve como Ónibus e Picanha, são os seus comentários e os dos demais leitores que enriquecem o debate.
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