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Osny Martins via twitter |
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
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Osny Martins via twitter |
“VAMO VENDO E DEPOIS VÊ COMO FAZ”
A frase do titulo acima é uma perola do planejamento moderno, proferida pelo prefeito municipal em entrevista concedida dia 10 de julho no programa do Sr. Osny Martins, quando questionado sobre os corredores de transporte coletivo implantado na rua Dr. João Colin. Portanto o titulo do livro sobre planejamento de Marcelo Riga, “Vai dar M....“, define em parte o sentimento de como penso estar sendo tratada nossa cidade. Concordo que “nada é mais difícil de realizar, ou mais incerto quanto ao seu êxito, do que iniciar uma nova ordem das coisas...”¹, mas, intervenções de qualquer âmbito devem antes ”estabelecer um processo estruturado e lógico para lidar com eventos que se caracterizem pela novidade, complexidade e dinâmica ambiental”². Entre os fatores dessa complexidade e dinâmica, “os serviços de infra-estrutura tais como transporte e comunicação, são a ligação essencial entre todos os setores da economia, incluindo o consumidor final”³, é nesse espaço urbano que as relações acontecem e geram encontros e conflitos. Portanto certas regras devem ser seguidas, no caso especifico de seguir o que diz o artigo 37, inciso V de lei Nº. 10257, onde trata do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) que deve ser executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos gerados, onde não só a iniciativa privada esta sujeita, mas qualquer empreendimento que vá afetar a sustentabilidade de parcela ou de toda cidade. Entretanto o que mais preocupa é a falta de um Plano de Mobilidade para toda região de Joinville, e sua falta promove o entendimento de intervenções pontuais e desestruturadas. Se esse plano existir, porque ele não é apresentado e discutido com toda sociedade? O planejamento urbano tem como algumas de suas diretrizes, a obrigação de tentar resolver racionalmente os problemas que afetam uma sociedade em determinado tempo e espaço , sendo exeqüível, adequado, eficaz, coerente, politicamente aceitável, sustentável, com previsão de ordenada de implantação e avaliação de alternativas. Qualquer projeto deve ter algum tipo de outra versão um plano B, neste caso ele existe? Outra face desse mundo de planejamento e projeto são os diálogos com os clientes/usuários pois são eles os principais afetados, assim sendo quando foram essas audiências com os usuários de rua Dr. João Colin? Finalizando ouso perguntar se o projeto prevê suas “ulteriores conseqüências”4?. Ulteriores significam ir além, e conseqüências significa segundo informações oficiais: “vamo vendo e depois vê como faz”.
Arno Kumlehn
Arquiteto e Urbanista
Bibliografia
1. Machiavelli, Niccolò, O Príncipe , Centauro 2001(1513)
2. Vargas, Ricardo Viana, Gerenciamento de Projetos, Brasport, 2000
3.Fitzsimmons, James A. Administração de Serviços , Bookman, 2000
4. Ferrari Celson, Curso de Planejamento Municipal Integrado, Pioneira, 1973