16 de dezembro de 2008
Dragagens e enchentes
Para realizar os serviços de dragagem e obter o licenciamento de obras e/ou serviços é preciso:
1-Estudo de viabilidade técnica e econômica dos serviços e/ou obras de dragagem para desassoreamento dos rios e canais que dranam as bacias hidrográficas do município.
2-realizar batimetria no trecho a ser dragado.
3-projeto geométrico básico de engenharia com a locação das seções transversais existentes e as projetadas.
4-projeto executivo de engenharia para dragagem.
5-cálculo dos volumes a serem dragados.
6-definir onde serão os bota-foras para destinação do material a ser removido. Tal bota-fora não poderá causar impactos ao solo, recursos hídricos, etc, etc, etc..........
7-modelagem hidrodinâmica de toda a bacia hidrográfica do rio Cubatão do Norte (o rio do Braço é um afluente do rio Cubatão do Norte) e da bacia hidrográfica do rio Piraí, já que o rio Águas Vermelhas é um afluente do rio Piraí.
8-o licenciamento ambiental das obras e/ou serviços de engenharia de intervenção deverá ser feito para as 2 bacias hidrográficas.
9-a medição dos volumes dragados não poderá ser feita por hora trabalhada, e sim por volume de material dragado excluindo o volume de água.
10-elaboração e apresentação do EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental-Relatório de Impacto Ambiental) de dragagem.
11-Monitoramento das vazões dos 2 rios.
12-análise dos impactos ambientais à montante e à jusante dos pontos de intervenção.
13-outros estudos deverão ser realizados, conforme preconiza legislação ambiental federal.
14-o licenciamento deverá ser feito no IBAMA.
15-para execução dos serviços de desassoreamento deverá a empreitera ter no local da obra o acompanhamento direto de uma equipe de topografia para os levantamentos e serviços de batimetria.
16-a dragagem deve ser periódica, então precisa de um plano para definir os períodos de dragagem, locais de intervenção e de onde virão os recursos financeiros para tais ações.
POR ÚLTIMO: a dragagem não vai contribuir em nada para o controle de cheias, pois ambos os rios localizam-se em planícies, locais cuja topografia é muito plana, o que dificulta o desenvolvimento do curso dos rios, motivo de formação dos meandros e do represamento das águas.
O que não pode é as pessoas ocuparem as planícies de inundação de várzea dos rios, estimuladas pelo valor econômico da terra. Primeiro precisa resolver um problema surgido na Idade Média, "a propriedade da terra" sob o olhar do capitalismo.
Wivian Nereida Silveira
Engª. Civil
Itajaí-SC
25 de novembro de 2007
Cachoeira Vivo !

Confesso que durante muito tempo, estive enganado, defendi que o rio Cachoeira deveria ser um rio limpo, sem esgoto, sem poluição, sem sujeira.
Nunca aprovei, esta engenhoca maluca do Flotflux, e difícil imaginar, que esta proposta possa ser a solução ideal. Como tampouco posso imaginar que a construção de um muro de concreto que encaixote o rio seja o melhor para a preservação da vida, no Cachoeira.
Recentemente, numa conversa, com uns amigos, tomei conhecimento que o Cachoeira é um rio que esta recuperando a vida, alem dos dois conhecidos jacarés, o Fritz e o Jaca, tem multidão de tartarugas, de preás, de garças, até um que outro socó, as vezes, inclusive, um colhereiro tem feito a sua aparição, para se alimentar da fauna que fervilha nas suas águas.
Altamir Andrade tem dedicado horas do seu tempo a fotografar, filmar e registrar toda a força desta vida e esta empenhado, numa cruzada quase messiânica, a nos mostrar a força do rio vivo.
Na hora, entendi que o nosso desafio é defender, um Cachoeira vivo, cheio de vida, com as margens verdes, sem estes muros cinzentos que estão construindo na frente do nosso paço municipal.
Também conheço bem, a cruzada, que para preservar e recuperar o Rio Morro Alto, a Associação de Moradores do Bairro América, tem travado, envolvendo empresários e vizinhos, defensores, de soluções viáveis, possíveis, adequadas a nossa realidade e aos nossos orçamentos. Soluções simples que funcionam e que são possíveis pela sua própria simplicidade.
Das viagens e das experiências acumuladas ou adquiridas pelos moradores, tem surgido exemplos de cidades tão distantes como Georgetown, nos Estados Unidos, ou Zurich, Baden – Baden ou Estrasburgo, a capital administrativa da Europa unificada, que esta cortada por córregos e canais límpidos e transparentes, exemplos para todos nós, que podem ser aplicados, em Joinville, inclusive em parceria com empresas locais.
As propostas, da Prefeitura Municipal, devem considerar, não só um rio limpo, devem a partir da agora, prever um rio vivo, parece hoje mais adequado pensar em um rio, que na medida em, que deixou de receber esgoto domestico, e faz tempo que não recebe mais poluentes industriais, começa a se recuperar e a ganhar vida de novo.
Devemos defender, não só um rio limpo, vamos defender um Cachoeira vivo, porque da sua própria vida depende, cada dia mais, a nossa.
Publicado no AN Cidade