Quanto mais leio este paragrafo mais acho que Roberto Burle Marx em 1976 anteviu o futuro de Joinville en mãos de "progressistas de araque" e "gestores de opera bufa".
6 de maio de 2019
Meio Ambiente e destruição da Natureza
Quanto mais leio este paragrafo mais acho que Roberto Burle Marx em 1976 anteviu o futuro de Joinville en mãos de "progressistas de araque" e "gestores de opera bufa".
3 de maio de 2019
Sobre a importancia de preservar o verde
"Destrói-se em função de um rendimento material ínfimo, uma paisagem de valor cênico incalculável ou uma formação florística de beleza invulgar. [...] É quase inevitável se chegar à conclusão que nosso relacionamento com a natureza se caracteriza basicamente pela violência e o desrespeito"
Roberto Burle Marx
Conviver com a Natureza - USP 1976
2 de agosto de 2016
Preservação
21 de setembro de 2012
2 de junho de 2012
Caderno de viagem
Banco Aliado - Cidade do Panama |
O novo ícone da cidade |
Cidade do Panamá a nova Miami |
O céu é o limite |
No outro lado da baia o casco antigo esta preservado e em pleno processo de reconstrução mantendo os padrões originais de construção, recuperando velhas técnicas construtivas e preservando a historia.
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Casco Antigo - Cidade do Panamá |
4 de julho de 2010
Preservação e Conhecimento
Preservação e Conhecimento
O Caderno Idéias do A Noticia, publica matéria interessantíssima sobre a preservação do nosso patrimônio histórico e cultural. A publicação em Joinville do Roteiro Turístico – Arquitetônico e Cultural, de autoria da arquiteta Rosana Barreto Martins representa uma importante contribuição ao conhecimento e preservação do nosso ameaçado patrimônio.
O texto e principalmente o mapa, que localiza cada um dos pontos que deve ser primeiro conhecido e posteriormente preservado, são material de leitura obrigatória para os joinvilenses, principalmente os que detem cargos públicos e tem sob sua responsabilidade a preservação de um patrimônio que se esvai, sob seu olhar complacente. É verdade que a torpeza com que os temas referentes ao patrimônio tem sido tratados pelas administrações publicas e a lerdeza com que as poucas ações efetivas tem acontecido, tem servido para estimular que a maior parte do patrimônio de Joinville tenha se perdido irremediavelmente.
A atitude da maioria das nossas preclaras lideranças empresariais e administrativas, que vêm na preservação um engessamento, ao desenvolvimento marcial que se empenham em implantar em Joinville. O modelo de cidade proposto é construído a partir das diretrizes destas hordas de talibans do concreto, emulam as tribos bárbaras, que na sua ignorância, destruíam tudo o que não alcançavam a compreender. Fazendo da terra arrasada o seu referencial e o alicerce para construir uma nova sociedade, que desconsidera os referenciais históricos e culturais de outrora.
Joinville se encontra hoje, nesta encruzilhada, sem conseguir elaborar e apresentar a sociedade, uma proposta coerente que entenda que “preservar não é tombar, nem renovar é por tudo abaixo”. Impor uma preservação pelo tombamento, sem reconhecer a necessidade de oferecer alternativas econômicas que garantam a sustentabilidade do próprio tombamento é condenar Joinville e perder o pouco que resta em pé. Não propor alternativas ao tombamento total, só serve para criar maior apreensão numa sociedade, que tem se acostumado a esperar sempre, do poder publico, as piores alternativas possíveis. E que atuando preventivamente optando por destruir patrimônio e referenciais históricos, numa velocidade inimaginável. Preparando-se para o pior. Quando o pior é a destruição da própria historia.
Imagem da REVI - Revista Eletronica do Curso de Comunicação Social - IELUSC
Publicado no jornal A Noticia
27 de agosto de 2009
Nosso maior patrimonio
Por alguns segundos, parado no semáforo do cruzamento da Beira-rio com a Max Colin, me deparei com uma vista de dar inveja a muitas cidades do mundo! O que se vê é de uma beleza “urbana” invejável, com um maciço verde preservado da ocupação imobiliária, protegido, por enquanto, pelas leis municipais, dentre elas, a lei da cota 40.
Fiquei imensamente orgulhoso de ser joinvilense e poder vislumbrar as belezas das nossas matas, nosso maior patrimônio, o nosso verde. Poder admirá-lo da janela do meu carro, não precisando me deslocar quilômetros, é um privilégio. Naquele momento, surgiu-me esta indagação: o povo joinvilense tem verdadeira noção do que isto representa para nossa cidade? Nunca é demais dizer que Joinville é uma cidade carente de apelos turísticos naturais. Não temos praias como Florianópolis ou o Rio de Janeiro, no entanto, temos morros ainda preservados da ocupação desordenada ou mesmo da ocupação ordenada!
Temos que capitalizar este patrimônio preservado, sem retrocedermos com o relaxamento na legislação vigente. E digo mais: temos que voltar nossa atenção não apenas aos espaços construídos. Torna-se urgente que repensemos os espaços vazios.
Se for permitido mudar o gabarito atual, que estabelece a construção de edifícios com altura máxima de quatro pavimentos na encosta do morro do Boa Vista, certamente a bela paisagem que me encantou naquela esquina será substituída por uma imensa parede de concreto, abrigando salas comerciais e outdoors ao lado de confortáveis apartamentos com suas sacadas ornadas de plantas, como se fosse uma última evocação ao verde que nos é tão caro. Uma paisagem igual às tantas cidades que conhecemos no Brasil e no exterior.
É urgente pensar em nossas matas, nos nossos morros e no nosso verde. Afinal, ainda pretendo admirar essas belezas da minha janela.
O link com o texto se encontra aqui
16 de abril de 2009
Historias do Código Ambiental

Debater temas ambientais desperta paixões e leva uns e outros a perder o seu bem mais precioso, o bom senso.
Um empresário de Joinville investiu na compra de uma linda chácara na região do Pirai, entusiasmado com o bucolismo do local, construiu no local uma casa de final de semana. Homem responsável e comprometido com o meio ambiente, buscou madeira de demolição para a obra, percorreu depósitos de material de construção e conseguiu também tijolos antigos, destas casas que agora todos estão demolindo em Joinville, para evitar que sejam tombadas. Achou inclusive uma olaria que faz ainda telha plana, para conseguir um melhor resultado. Depois de um bom dinheiro e muito esforço a casa ficou pronta.
Satisfeito com o resultado e escutando os palpites dos amigos imaginou, que nada melhor que construir um deck em volta da casa e ainda acrescentar uma lagoa. O resultado final com a pequena lagoa em volta, superou em muito a proposta original, o custo extrapolou, mas a beleza compensou todo o esforço.
Apreciador das coisas bem feitas, pediu vistoria da obra para poder averbar a construção no registro de imóveis e quando o fiscal chegou, com um sorriso amarelo propôs:
- Vamos fazer de conta que eu não estive aqui. Porque como tem uma lagoa o senhor tem que deixar
Em atenção e respeito as crianças que possam vir a ler este texto, vamos poupar os comentários que o bom homem proferiu.
Para se adequar a lei, a lagoa foi aterrada. A obra vistoriada, a lei cumprida.
Pouco tempo depois a fada da terraplenagem visitou o local e consternada com a tristeza do bom homem, construiu, numa unica noite, com a ajuda dos gnomos da floresta e outros seres mitológicos como os ecologistas com bom senso, uma nova lagoa, maior, mais profunda e cheia de peixes, para que o bom homem pudesse pescar desde a varanda da sua casa. E todos viveram felizes para sempre.
Publicado no Jornal A Noticia
16 de março de 2009
OH TEMPUS, OH MORES! - Ó TEMPOS, Ó COSTUMES!

OH TEMPUS, OH MORES!
Ó TEMPOS, Ó COSTUMES!
A nossa ACIJ, publica nesta segunda feira um texto intrigante em que, sinal dos tempos, discorre em verso e prosa sobre a importância do lazer e da cultura. Sobre a necessidade de dispor de locais adequados para o solaz da classe operaria e dos demais joinvilenses e sobre a importância de preservar e valorizar a cultura e a historia local.
Claro que o texto é irretocável e poderá até ser aplaudido
O histórico recente da entidade empresarial. Pode levar a uns e outros a tecer duvidas sobre a sinceridade do manifesto. Se tomarmos em conta as ações que a ACIJ tem desenvolvido recentemente. Fica a impressão, provavelmente errada, que a entidade tem se centrado mais em retirar ou impedir o andamento de todo e quaisquer projeto que tivesse como objetivo ou a preservação histórica ou do verde e que com certeza não apoiou a criação dos parques e áreas de lazer que agora defende com tanta veemência.
Nada do que este escrito nele poderia ser questionado, por qualquer um que tiver dois dedos de bom senso, exceção feita da proposta de utilizar o patrimônio da cidade como um conjunto de peças que podem ser montadas e desmontadas, retiradas do seu entorno e relocadas em quaisquer outro local, sem prejuízo para a historia e a cultura.. O intrigante é que seja postado na coluna semanal que a entidade empresarial de Joinville publica no Jornal A Noticia, espaço destinado a defesa dos interesses empresariais mais altos e importantes.
Pode ser que ao igual que Saulo, que de forma milagrosa caiu do cavalo e passou a enxergar com outros olhos, também a ACIJ, tenha se dado conta que os tempos são outros e que um discurso mais voltado a promoção da qualidade de vida, do lazer e da valorização do nosso patrimônio cultural, é mais adequado, que a tradicional atitude fundamentalista e intransigente em prol do desenvolvimento a quaisquer preço. Alguns leitores podem ter dificuldade em enxergar a entidade com esta nova imagem de paladino da cultura, a preservação e o verde.
25 de agosto de 2008
17 de agosto de 2008
Patrimonio ameaçado

O Jornal A Noticia do dia 17 de Agosto, traz uma matéria muito interessante sobre a perda de memoria e dos referenciais históricos que representa a destruição do património histórico e cultural de Joinville, este blog se posicionou sobre o tema no texto O Antigo e o Velho que foi publicado pelo Jornal A Noticia, leia o texto de Rosana Barreto Martins e veja algumas imagens do que já foi destruído e perdido para sempre.
A cidade, de uma forma sistemática, tem terraplanado o seu passado, a omissão do poder publico, com a preservação, não pode porem ser responsabilizado pela péssima qualidade e pela inexistência de algum tipo de valor cultural ou arquitetonico das novas construções que tem pipocado no lugar que antes era ocupado por pedaços da nossa historia. Este mérito é tudo nosso.
Morte silenciosa
O patrimônio cultural de Joinville pede socorro: é preciso protegê-lo
Tem-se assistido o tombar do patrimônio arquitetônico de Joinville. As edificações existem para deixar as marcas de uma história, porém, a "história" não está cuidando da preservação. Como ficará esse legado? Em dezembro de 2004, foi demolido o casarão Timm, situado na rua 9 de Março, esquina com rua Henrique Meyer. E em data próxima, o Hotel do Imigrante, na rua 15 de Novembro, 967, quase em frente ao Cemitério do Imigrante, sofreu avarias na parte posterior, bem como internamente. Este antigo hotel está hoje ruindo, com a parte central do telhado destruída, aguardando uma tempestade, vento forte ou "ajuda" para cair, aos olhos de quem por lá passar. O que está sendo feito para que esta edificação seja preservada a tempo de não tombar? Na residência na rua Max Colin, esquina com a Blumenau, que já teve um belo gazebo, a cerca de proteção está caindo, as aberturas e o telhado posterior estão sofrendo ataques de uma demolição calada. Segundo reportagem de "A Notícia" de 14/5/2000, "80 imóveis de Joinville estão em processo de tombamento pela Fundação Catarinense de Cultura; tombados (estação ferroviária, Clube Harmonia-Lyra, casarão Krüger); reconhecidos como patrimônio histórico nacional (Cemitério do Imigrante e Museu Nacional da Imigração e Colonização)". De acordo com reportagem de "A Notícia" de 4/8/2005, "a Fundação Cultural de Joinville, a Comissão de Patrimônio e a Prefeitura estão envolvidos na revisão da lei municipal em vigor desde o ano de 1980 e que até a primeira semana de outubro de 2005, novo documento deverá ser encaminhado à Câmara de Vereadores. A nova proposta reavalia os critérios segundo o Iphan", citação esta na época da demolição do casarão Timm. Em 2007, um documento do Patrimônio Cultural consta: três bens tombados pelo Iphan, quarenta e dois tombados pelo Estado e outros pelo município. A Declaração do México da Conferência Mundial sobre as Políticas Culturais do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos de 1982) estabelece: "O patrimônio cultural compreende obras de seus artistas, arquitetos, músicos, escritores e sábios, assim como as criações anônimas surgidas da alma popular e o conjunto de valores que dão sentido à vida. Ou seja, as obras materiais e não-materiais que expressam a criatividade desse povo: a língua, os ritos, as crenças, os lugares e os monumentos históricos, a cultura, as obras de arte e os arquivos e as bibliotecas. Qualquer povo tem o direito e o dever de defender e preservar o patrimônio cultural, já que as sociedades se reconhecem a si mesmas por meio dos valores em que encontram fontes de inspiração criadora" (grifo da autora do texto), concepção que, segundo a FCJ, vai de encontro ao que esta declaração estabelece. Segundo a Constituição (art. 3, IX), compete aos Estados da Federação legislar supletivamente, respeitando as normas de caráter da União, e aos municípios promover a proteção do patrimônio histórico cultural local. O bem tombado segundo a Constituição deixou de ser um bem de interesse público, passando a bem de uso comum do povo (bem difuso). Assim, o poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação de outras formas de acautelamento e preservação (art. 216 § 1 da CF). Desta maneira, faz-se necessário o levantamento do inventário de valor cultural do município para agir com rapidez na preservação, para que as edificações não fiquem à revelia de decisões tardias. As políticas e ações para a preservação do patrimônio arquitetônico deverão estar ancoradas em fatores relevantes, para dar continuidade à existência das mesmas. E a sociedade precisa ter consciência deste patrimônio para que a sustentabilidade ocorra. O arquiteto José Teixeira Coelho Neto diz: se a cultura não faz parte da política cultural, como fazer com que a população reivindique? Coelho Neto define política pública de cultura o conjunto de intervenções realizadas pelo Estado ou em parceria com instituições civis, entidades privadas ou grupos comunitários, com o objetivo de satisfazer as necessidades culturais da população e promover o desenvolvimento de suas representações ("Dicionário Crítico de Política Cultural"). Cidadãos, planejadores, administradores e governantes têm o compromisso com o futuro do patrimônio e dos meios para garanti-lo. Uma consciência coletiva deve ser criada a fim de preservá-lo, impedindo que exemplares ainda existentes sejam destruídos, evitando perdas irreparáveis ao patrimônio local. Por meio do pré-projeto apresentado ao curso de mestrado em patrimônio cultural e sociedade da Univille, intitulado "A História se Faz de História - Patrimônio Versus Tombamento" (maio/2008), propõe-se, com a definição dos eixos de ocupação espacial que fizeram a história econômica, política e social, delimitar a área de preservação (sítio), e, mediante a implantação de ação temática, fixar placa às edificações a serem e as já tombadas (com fotografia, data e breve histórico, além de mapa situando as demais edificações). A idéia é garantir maior entendimento e visualização do bem patrimonial, tornando público e visível os imóveis inventariados, a inventariar e a preservar, inseridos nas rotas de turismo, agregando conhecimento, sensibilização, consciência e valorização à cultura da preservação e da sustentabilidade. E agora? Quem viu, quem vê? O que fazer?* Rosana Barreto Martins é arquiteta e urbanista, especialista em desenvolvimento regional e urbano
1 de agosto de 2008
Preservação e desenvolvimento

Recentemente, o jornal "A Notícia", divulgou ampla reportagem com o título sugestivo de uma "relíquia verde" no Centro. A reportagem evidencia a situação absurda a que chegamos: uma área com mais de 3.500 metros quadrados se encontra situada num ponto estratégico da cidade e poderia ser convertida numa importante área verde. Na situação atual, o espaço não serve a ninguém e ainda contribui para a degradação de uma área nobre.
A falta de uma legislação adequada que isente de IPTU os imóveis tombados seria uma solução importante. Também contribuiria para uma política verde da nossa Prefeitura, que em vez de construir mais calçadões secos com paver, como os que estão sendo implantandos na área central, permitisse soluções permeáveis arborizadas e principalmente voltadas a atender aos cidadãos. Pior ainda quando depois de um ano, um projeto encaminhado pelo Executivo que poderia regulamentar este tipo de situações é retirado, sem ter sido nem analisado, nem discutido.
O bosque Schmalz, deve ser visto como um monumento à insensatez, como o reconhecimento de a que ponto pode nos conduzir a repetida falta de bom senso. Nas atuais condições, o bosque rodeado por um muro não serve como espaço verde, nem atende a sua função social como espaços públicos. Os atuais proprietários devem IPTU, ficando na condição devedores e com risco de ter que responder a processos. Enquanto isso, a Prefeitura está alheia a isso, sem tomar nenhuma medida para resolver o caso. Insiste em cobrar um IPTU absurdo para uma área tombada, que o bom senso deveria considerar indevido e injusto.
A população continua carente de uma área verde importante na região central. O bosque Schmalz poderia ser acrescida do imóvel confrontante, com fachada para a rua Lages, que no passado pertenceu a dona Hilda Krisch e criar um parque com mais de 6.000 metros quadrados, no coração de Joinville. Numa região ameaçada pela especulação imobiliária e que atenderia a boa parte da população da região central.
A pouca de vontade para resolver, a facilidade para criar empecilhos e principalmente a falta de uma política de desenvolvimento urbano que priorize o aumento de áreas verdes publicas bem localizadas e com forte vocação para o lazer do joinvilense.
A Prefeitura deveria destinar menos recursos a calçar praças e mais a aumentar o verde, e o bosque Schmalz é um bom exemplo que as soluções estão muito mais perto do que imaginamos. É só querer para fazer deste limão uma limonada e poder criar uma nova área verde, numa cidade que carece de espaços de lazer de qualidade.
Publicado no jornal A Noticia
13 de julho de 2008
48 horas
48 horas, foi o tempo necessário para desmontar telha por telha e tijolo por tijolo, uma residência construída na década de 20, do século passado, quase 90 anos de historia, que de forma meticulosa foram desmontados e desapareceram para sempre.
Imagino que a ausência do prefeito municipal, na hora de entregar o alvará de demolição, deveu se principalmente a outros compromissos mais importantes, agendados com anterioridade.
De todos modos o fato que a demolição se realizasse a menos de
O fato que a prefeitura só trabalhe pela manha e que os serviços de fiscalização permaneçam desmobilizados nos finais de semana e nos numerosos feriados, que o nosso calendário local nos brinda, faz que Joinville tenha optado por crescer mais nos finais de semana e as tardes.
Este crescimento tem duas vertentes, o das construções ilegais, que depois precisarão de lei especifica para regularizar o irregularizavel, como tem evidenciado as três edições da lei Cardozinho, que tomou o nome do vereador que a propôs. A outra vertente mais perversa, é a que terraplena a nossa historia e os nossos referenciais nos finais de semana, como já aconteceu na residência que ocupava a esquina das ruas 9 de Março e Henrique Meyer. Nenhuma sentença judicial a poderá trazer de volta.
Não tem a menor importância neste texto se a casa em questão localizada na Rua Marechal Deodoro tinha ou não valor histórico, se estava ou não tombada ou em processo de tombamento. Nada disto servira para trazer de volta o que ela representa, as historias que abrigou e a parte de cada um de nós que se perdeu junto com ela.
Na medida em que não seja importante a preservação dos referenciais históricos desta cidade, e que em nome do desenvolvimento possamos destruir todos e cada um dos elementos que formaram a identidade de Joinville e dos que nela moram, veremos ser arrasado o nosso passado.
Nós seremos o resultado das escolhas que fazemos hoje.
12 de junho de 2008
O Antigo e o Velho

O Antigo e o Velho
Numa cidade com pouco mais de 150 anos, como Joinville, a história mais antiga está presente demais. É fácil em esforço de memória ou perguntando aos mais velhos recuperar os nomes e as anedotas de cada uma das poucas gerações que formam a nossa história.
É neste contexto em que se situa o debate entre o que é velho e o que antigo, ou, em outras palavras, o que tem valor e deve ser preservado e o que pode ser destruído em nome do progresso. Não é uma escolha fácil numa sociedade como a nossa, que está destruindo a passos agigantados a sua memória, porque tudo parece velho, sem que nada ganhe a categoria de antigo.
Em culturas e sociedades com uma história mais longa e rica que a nossa, a diferença entre o velho e o antigo, muitas vezes é de mais de dez séculos. Fica fácil, portanto, estabelecer uma linha clara e bem compreendida, mesmo pelos menos esclarecidos.
Joinville está terraplanando a sua memória e está perdendo os referenciais que um dia podem servir para contar a história do que foi esta cidade. Há dificuldade para reconhecer entre a velharia e o que representa parte da nossa identidade e da nossa herança. Faz que em nome do progresso estejamos soterrando partes do passado, que seriam alicerces do futuro.
Poucos dos casarões que conferiam a Joinville um ar senhorial e aristocrático, construídos ao longo da rua Procópio Gomes, permanecem em pé e dos que permanecem, a maioria está em péssimo estado de conservação e de uso.
Quase nenhum dos jardins que tanto impressionaram ao presidente Affonso Pena na década de 30, quando visitou Joinville e a chamou "Cidade Jardim do Brasil" mantem o seu encanto e a sua cor. Quase nada queda da rica vida cultural de outrora, da qualidade dos nossos artesãos e da riqueza cultural, que fizeram desta uma cidade grande.
Vivemos uma invasão de trogloditas culturais, que em nome do desenvolvimento, não estão deixando pedra sobre pedra, da sua passagem fica só um rastro de destruição e ignorância, que nos transporta as épocas mais escuras da história. Joinville não merece que estes aiatolás do concreto, estes fundamentalistas ignaros que destroem tudo ao seu passo, tenham feito desta terra o seu alvo.
A cidade em nome do progresso tem dado passo a uma nova fisionomia, que parece renegar do seu passado e da sua origem. Uma Joinville que parece condenada a ficar velha, sem ter tido a oportunidade de um dia alcançar a elegância clássica, que está reservada só aquelas cidades que foram capazes de tomar as decisões certas para equilibrar preservação e desenvolvimento. Preservando o velho, para que um dia possa chegar a ser antigo.
Publicado no Jornal A Noticia
7 de maio de 2008
Uma cidade fora de lugar

Na realidade quando a legislação, vai na contra mão da historia, Joinville nasceu e cresceu a margem dos seus rios, vivemos uma realidade, em que uma cidade pode vir a ter que parar para atender uma legislação federal, que trata como iguais aos diferentes. O tamanho e as características de um pais como o Brasil, sem um modelo federal adequado e justo, produzem este tipo de absurdos legais.
Cada estado brasileiro reúne características únicas, caso se apliquem os mesmo critérios a Santa Catarina e ao Tocantins, mais da metade das áreas do estado ficarão indisponíveis e serão consideradas de preservação permanente. Joinville e outras cidades catarinenses serão penalizadas e condenadas ao atraso.
Aonde fica o bom senso? Vamos desmatar tudo ou vamos preservar tudo? Aonde esta o ponto de equilíbrio entre sustentabilidade e desenvolvimento.