1 de agosto de 2008

Preservação e desenvolvimento


Recentemente, o jornal "A Notícia", divulgou ampla reportagem com o título sugestivo de uma "relíquia verde" no Centro. A reportagem evidencia a situação absurda a que chegamos: uma área com mais de 3.500 metros quadrados se encontra situada num ponto estratégico da cidade e poderia ser convertida numa importante área verde. Na situação atual, o espaço não serve a ninguém e ainda contribui para a degradação de uma área nobre.

A falta de uma legislação adequada que isente de IPTU os imóveis tombados seria uma solução importante. Também contribuiria para uma política verde da nossa Prefeitura, que em vez de construir mais calçadões secos com paver, como os que estão sendo implantandos na área central, permitisse soluções permeáveis arborizadas e principalmente voltadas a atender aos cidadãos. Pior ainda quando depois de um ano, um projeto encaminhado pelo Executivo que poderia regulamentar este tipo de situações é retirado, sem ter sido nem analisado, nem discutido.

O bosque Schmalz, deve ser visto como um monumento à insensatez, como o reconhecimento de a que ponto pode nos conduzir a repetida falta de bom senso. Nas atuais condições, o bosque rodeado por um muro não serve como espaço verde, nem atende a sua função social como espaços públicos. Os atuais proprietários devem IPTU, ficando na condição devedores e com risco de ter que responder a processos. Enquanto isso, a Prefeitura está alheia a isso, sem tomar nenhuma medida para resolver o caso. Insiste em cobrar um IPTU absurdo para uma área tombada, que o bom senso deveria considerar indevido e injusto.

A população continua carente de uma área verde importante na região central. O bosque Schmalz poderia ser acrescida do imóvel confrontante, com fachada para a rua Lages, que no passado pertenceu a dona Hilda Krisch e criar um parque com mais de 6.000 metros quadrados, no coração de Joinville. Numa região ameaçada pela especulação imobiliária e que atenderia a boa parte da população da região central.

A pouca de vontade para resolver, a facilidade para criar empecilhos e principalmente a falta de uma política de desenvolvimento urbano que priorize o aumento de áreas verdes publicas bem localizadas e com forte vocação para o lazer do joinvilense.

A Prefeitura deveria destinar menos recursos a calçar praças e mais a aumentar o verde, e o bosque Schmalz é um bom exemplo que as soluções estão muito mais perto do que imaginamos. É só querer para fazer deste limão uma limonada e poder criar uma nova área verde, numa cidade que carece de espaços de lazer de qualidade.

Publicado no jornal A Noticia

2 comentários:

  1. BOSQUE DO SCHMALZ

    Gert Roland Fischer – Eng. Agr. e auditor ambiental

    Como solucionar o impasse ?

    Possibilidade A - No próximo embate eleitoral para o governo de SC, os herdeiros do memorável orquidófilo Schmalz poderão fazer doação de dinheiro como “ajuda de Campanha” para um dos futuros candidatos. Se ele for eleito, haverá possibilidade de permuta do imóvel com um outro que valha pelo menos oito vezes mais. Os deputados deste governador eleito, serão convocados por ele, para aprovar lei especifica garantindo juridicamente a permuta. Feita a permuta o Estado assume todos os ônus atuais imputados aos herdeiros. Com a venda da área permutada, sobrarão milhões - um farto dinheiro que veio dos contribuintes indiretamente para ser distribuído entre todos os herdeiros.

    Possibilidade B – Há outra pratica “legalizada” para acabar com o imbróglio armado pelo conselho de tombamento de Joinville, bem como da advocacia do executivo municipal que não envia para a CVJ proposta de lei do Executivo para zerar o vergonhoso e imoral tributo debitado sobre a área tombada:
    1. Contratem os herdeiros, um “engenheiros” desses que declaram a situação ambiental do terreno, quando “informa” que o imóvel está coberto com capim gordura ou outra gramínea. Com tal declaração, o analista do processo autorizará o corte das árvores, conhecida como AUC = autorização de Corte.
    2. Com a AUC nas mãos, os herdeiros contratam uma empresa amiga do “imperador” para que comece a operar com as Motoserras elétricas ( que não fazem qualquer ruído) , para que a operação seja rápida e fulminante começando do centro para a periferia. Os trabalhos devem começar às 14 horas da 6ª. feira e terminar até as 9 horas da segunda, quando todos os troncos, tocos, toras, madeira, folhas, raízes já foram retirados do imóvel por carregadeiras e caminhões basculantes. No período recomendado, nenhuma “ambiental oficial” estará fiscalizando.
    3. Como a operação foi “legal”, caso alguém denuncie o “corte do capim gordura identificado pelo engenheiro” poderá aparecer a “ambiental”. Ao chegar com a nova Yelux, se defrontará com a AUC nas mãos dos herdeiros e “oficialmente” saberá que tudo esta “correto” e irão embora. Por outro lado se a população organizada como ONG de proteção aos bosques nativos se manifestar, será tarde demais pois juntar cidadãos para se incomodar é muito difícil. Caso aconteça, o que é muito difícil, também não terá mais nada para provar. Se algum “promotor” se atravessar, certamente será transferido para o Oeste do Estado.
    4. E não se falará mais no assunto.
    Caso o imóvel seja um morro, poderá ser utilizado o mais novo “engodo” para a supressão de vegetação: Enfiar o DNPM pelo meio e conseguir uma Autorização de lavra a céu aberto. Fica tudo totalmente blindado.

    Para que os cidadãos possam conferir a “eficiência dessa “engenharia de supressão de vegetação”, observem por toda a Joinville, gigantescas áreas desmatadas, terraplanadas com o aterramento de rios, córregos, fontes e animais silvestres desalojados. Essas áreas de preservação permanente foram e são brutalmente destruídas através de inéditas táticas de guerrilha organizada contra a Natureza, e pior do que isso, serão protegida por setores que jamais poderiam permiti-lo. Mas é essa a Lei imposta pelo Império.

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  2. Pelo leque de opções apresentada pelo "engenheiro" temos o quão "fertil" é a sua atuação, tão distante da nossa que é dentro da Lei.

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