Jornal de Domingo
Domingo sempre é um dia especial. Com um pouco mais de tempo para fazer as coisas mais simples, podemos dedicar uma mirada adicional a temas que às vezes ficam esquecidos na correria cotidiana. Ler o jornal com mais calma, por exemplo.
Como não tenho intenção de mudar da minha rua e, menos ainda, do meu bairro, o caderno de imóveis não tem suscitado a minha atenção. Mas este domingo foi diferente: na capa o anúncio de um novo empreendimento imobiliário com o nome Chardonnay prendeu minha atenção.
O nome de um vinho servindo de marca a um novo prédio de 10 andares, sem nenhuma indicação do bairro que receberá este investimento. Comecei a imaginar os nomes que os empreendimentos imobiliários recebem. Imagino que os próximos possam ser Chablis, Sirah, Bourgogne e todos os outros tipos de uvas que servem para produzir os melhores vinhos do mundo. Depois podemos continuar com os queijos. Quem sabe que outras ideias poderemos desenvolver?
Na minha ignorância, sou dos que acreditam que Rua Lages 1530 ou Rua Orestes Guimarães 779, são formas mais simples de se referir a um endereço. Mas tenho que me desculpar, eu sou rude.
Avanço nas páginas do caderno de imóveis. Descubro ainda outros empreendimentos com sugestivos nomes de: Splendore, Boreal, Princetown, Manhatan, Le Corbusier, Áquila, Parque Guell, Spazio Vivace, Mar do Norte e Ilha de San Barth.
Decidi parar por aqui. Já consigo ter uma visão mais clara do futuro que temos pela frente: Rodeados que estaremos de empreendimentos de tanto renome e importância.
É lógico que Joinville está construindo um futuro pletórico de desejo e luxo. Além de uma cidade mais cosmopolita e poliglota.
Ainda antes de fechar o caderno sou surpreendido com o lançamento do Royale Brasil, um edifício com 4 andares e 4 apartamentos por andar (cada um com uma área total de
Jordi,
ResponderExcluirMuito bom o post! Que curioso! Sabes que lendo o jornal de domingo também chamou-me a atenção o caderno de imóveis pela quantidade de novos empreendimentos (a maioria com inauguração para 2009). Diverti-me muito lendo os nomes em casa. O que é aquilo? Chega a ser ridículo...imagino os responsáveis sentados numa mesa de bar pensando nos temas (cidades, vinhos, queijos...como disseste), sem nenhum estudo mais aprofundado de branding, sem nenhuma coerência e relação entre o conceito do empreendimento, sua arquitetura e identidade. Na minha opinião essa atitude só desvaloriza o negócio, pois fica escancarado que tudo não passa de uma estratégia -errada- de marketing barato.
Perfeito.
ResponderExcluirVou me juntar ao grupo que dá risadas no domingo do contexto "nome x empreendimento". Concordo com vocês dois. O Miguel deve saber meu conceito sobre essas coisas. Mas infelizmente, acredito que a gente seja uma minoria que acha isso engraçado e deprimente. Pois os lançamentos estão todos aí, vendendo como água e com nomes pomposos e metragens pífias.
Estamos reféns do mercado e do FGTS, que financia essas aberrações!
Realmente sou obrigado a concordar com os comentários do Mateussz. Metragens pífias, preços absurdos e preços inflexíveis fazem de Joinville uma das cidades mais caras em metro quadrado do estado (Se não a mais) Há 3 meses buscando apartamentos para comprar fica difícil escolher o menos pior. E ainda não sei ao certo qual deste nomes pomoposos sera o apartamento que habitarei.
ResponderExcluirRealmente, Jordi... tão mais facil e elegante nomear um edificio por sua rua e numero...
ResponderExcluirInfelizmente as incorporadoras não tem essa visão e preferem utilizar de nomes cada vez mais "criativos" para chamar a atenção do comprador, visto que nesses casos o produto vendido é o mesmo. Ou seja, a "uva" chardonnay é igual à "sirah", necessitando de um nome para parecer mais "nobre" perante o mercado.