No jornal A Noticia de hoje dia 21 de Agosto, o texto de Douglas Neander Sambati consegue com clareza e concisão chamar atenção sobre o processo modernoso que Joinville atravessa, excelente a comparação tanto com o Brasil imperial, como com a atitude bestializada dos cidadãos, eu prefiro termos menos fortes, como omissa, alienada ou negligente. O importante é destacar que esta atitude da população permite e ainda estimula que Joinville, como cidade e os joinvilenses como comunidade, estejam atravessando uma fase de falsa modernidade, mas voltada a criar uma cidade cenográfica, que uma cidade real, em que as pessoas sejam o foco e o objetivo principal das ações de governo.
Modernização joinvilense.
Por motivos acadêmicos, acabei conhecendo a obra de José Murilo de Carvalho "Os Bestializados". No primeiro capítulo, o autor destaca como a recém-instalada república brasileira resolveu modernizar a cidade do Rio de Janeiro para mostrá-la ao mundo capitalista que se afirmava, inserindo o Brasil nesse mundo comercial e trazendo vantagens, é claro, para uma pequena elite economicamente mais forte daquela cidade.
É dentro desse contexto, de uma república criada não para trazer a população ao governo, mas para tirar o poder do monarca e colocar nas mãos dos mais ricos, que José Murilo afirma que os brasileiros assistiram ao processo "bestializados". Enfim, há coisas neste mundo que permanecem ao longo da história.
As atitudes dos governantes no Rio foram autoritárias, excluindo o que era "feio" do centro urbano e deixando de lado a população mais pobre, que acabou por se refugiar nos morros. O objetivo? Transformar a cidade em um cartão postal! Não havia uma preocupação social efetiva. E podemos ver esse processo na cidade de Joinville facilmente hoje!
A elite econômica e governamental joinvilense quer inserir a cidade no contexto moderno nacional, abrindo suas portas ao turismo de negócios a todo custo, usando métodos que cem anos atrás contribuíram para que a antiga capital nacional fosse o que é hoje.
De uma maneira autoritária, cria corredores de ônibus, sem nenhuma preocupação social constrói Centreventos, bulevares e vias gastronômicas, enquanto reclama de falta de verbas para a saúde pública e a educação. Há aproximadamente dois anos a Prefeitura não repassa as verbas de bolsas para a Univille: oportunizar estudo para a população carente não rende festas de inauguração.
Acontece que novamente acabamos bestializados, somos deixados de lado em favor do interesse econômico de uma pequena camada da população. Em nome de um pequeno grupo de empresários, gastam-se milhões que poderiam estar criando condições melhores de vida a uma grande parcela de joinvilenses. Qual a prioridade: a bela cidade de cartão-postal ou a cidade mais justa para seus moradores?
( dnsambati@gmail.com )
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ResponderExcluirabraços!