10 de novembro de 2012

Ciclistas


Este graffiti denuncia a omnipresença do carro. A prioridade absoluta que o automóvel recebe nas diretrizes do planejamento urbano.
Cidades feitas para carros, não são cidade planejadas para pedestres e ciclistas.
Fazemos opções e pagamos o preço das escolhas que fazemos.

No caso da mobilidade urbana em Joinville é bom lembrar que antes que melhore um pouco deverá piorar muito.

6 comentários:

  1. Não gosto dos pseudo "puritanos" que andam nos seus carros e ainda por cima tem o costume de glorificar o transporte Coletivo e a Bike !!!
    Sim eu adoraria andar de metrô nova-iorquino , de ônibus londrino , lindos assim como um monorail da Disney !!!! Só que até chegarmos a isso vai demorar bem mais do que a melhora de nossa mobilidade !!!! Até porque a tarifa tem que ser baixa , e com a qualidade que desejamos não será !!!!

    Então porque não focarmos o planejamento no que é prioridade , a demanda é pelo transporte individual e pronto !!! Infelizmente não é pelo coletivo , chame trabalhadores é perguntem quem quer continuar no ônibus ??? vai ter uma meia dúzia que vai levantar a mão (depois disso chamem os psicólogo para sabermos o porque destes !! rsrrs)

    Precisamos em Joinville de um anel viário , com poucos semáforos , onde possamos nos deslocar pela city com rapidez ! porque no centro da cidade cada quadra tem que ter um bendito semáforo !!!

    tirem um pouco deles , façam passarelas , temos que ter vias + rápidas...

    e já que ninguém defende mais continua comprando e sonhando com um , eu digo, VIVA O CARRO !!!!


    du grego

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  2. Caro Grego,

    A discussão do modelo de mobilidade urbana é complexo e envolve muitas variáveis, desde a mudança ou o escalonamento dos horários do comercio e de entrada e saída das escolas, até o preço e a função do taxi como parte do transporte público.
    Qualquer investimento na forma de anel ou chame como quiser permitira prolongar um pouco mais a agonia e como escrevi no post, permitirá que piore muito mais antes que comece a ser possível pensar numa melhora.
    O próprio modelo que a LOT propõe terá um forte impacto na forma como nos moveremos ou não no futuro.

    Até agora temos evitado o debate de uma forma seria e abrangente e continuaremos pagando o preço da nossa omissão e de acreditar em abordagens simplistas.

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  3. Continuar investindo apenas na mobilidade dos automóveis está bem longe de resolver os problemas, o povo vai continuar comprando carro e vai continuar entupindo as ruas, mesmo largas ou o que seja.
    Em países ditos desenvolvidos, a população deixa cada vez mais os carros para utilizar outros meios de transporte.
    Em subdesenvolvidos como o Brasil, acontece o contrário. Realmente, deve piorar muito até pensarem em começar a melhorar...

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  4. É engraçado como as pessoas se acostumaram a opinar sobre a "mobilidade dos automóveis", esquecendo-se de que atrás de cada volante existe uma pessoa, um cidadão, um morador da cidade.
    Se fizermos uma pesquisa sobre o meio preferido de transporte dos cidadãos, penso que o automóvel ganha disparado. E porque isso? Simples. Desde Juscelino Kubitscheck elegeu-se o automóvel como sonho de consumo e ao mesmo tempo suporte industrial e econômico de parcela considerável da nossa economia.
    A decisão tomada nos anos cinquenta nos afeta até hoje. Até porque nada foi feito para alterar o andar da carruagem.
    Acrescente-se à essa história o fato recente do governo lula/dilma incentivarem à exaustão a compra e utilização do carrinho da familia, como símbolo do sucesso das políticas do governo às classes menos favorecidas. Orgulhosamente, propala-se com um sorriso mal disfarçado nos lábios: agora carro não é só pra classe A e B.
    Pois bem, se levarmos em conta que os poderes executivos criaram apenas poucos centímetros de estradas e vias de locomoção nos ultimos dez anos, resulta óbviamente o congestionamento que se vê por aí diariamente. E como diz Jordi, vai piorar. Claro que vai.
    Mas vamos e venhamos, querer fazer todo mundo andar de bicicleta, como sonham nossos valorosos pensadores utopistas, num sistema que nos obriga a cumprir horarios e prazos cada vez mais impossiveis, é de uma pobreza intelectual atroz. Desde a invenção da roda, já passamos por vários meios de transporte. E a bicicleta já teve o seu lugar sim, até uns quarenta anos atrás, quando era possivel seu uso e aceitáveis suas mazelas (sim, lembro muito bem quando tinha que ir à escola de bicicleta, por dez quilometros, muitas vezes sob chuva ou geada). E, claro, eu ainda não tinha passado dos sessenta...
    A corrente de pensamento que "endeusa" o biciclo já é tão poderosa hoje, que está próxima a se tornar dogma. E dogma chiita. Porque a simples menção contrária a seu uso, ou favoravel ao uso do automóvel, já transforma o autor em herege. Tanto que poucos tem a coragem de se manifestar contráriamente ao grupo dominante.
    Assim, nossos Ipujes vão pontilhando riscos e mais riscos no chão, à guisa de "ciclofaixas" (eu chamo de ciclofarsas), espaço este sonegado das pistas de rolamento já escassas em sua largura, dificultando cada vez mais a fluencia do transito, para o uso de meia duzia (sim, meia duzia) de ciclistas, que por se sentirem inseguros nos limites daqueles dois risquinhos, acabam transitando no outro lado da rua, no meio dos carros. Já cansei de testemunhar isso na ciclofarsa da rua Dona Francisca, no Saguaçu, onde moro. E vou dizer mais: a maior parte dos ciclistas que usam essas pseudo ciclovias o fazem nos fins de semana, por recreação.

    (continua...)

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  5. Portanto, vamos falar sério. O automóvel, da forma como concebido nos dias atuais é problema? Sim, concordo que seja. É poluidor e ocupa espaço consideravel. Mas é a ele que nossa população está sendo empurrada pela política governamental e pelo sistema capitalista vigente e aprovado a cada nova eleição. Sim meus amigos, a grande maioria dos candidatos eleitos nas eleições pertence ao enorme grupo que prega a manutenção do status quo.
    Voltar à bicicleta pode ser uma solução? Pode, claro. Pessoalmente, não pretendo voltar à ela. Já a usei muito e pra mim, é coisa do passado. Mas se for do interêsse da maioria o seu uso, tudo bem. Mas não nesse sistema que está aí. O buraco é muuuuuito mais embaixo minha gente. A primeira coisa que tem que acabar é a nossa já conhecida e famigerada "Sociedade de Consumo". Alguém está disposto a abrir mão? As corporações multinacionais vão se render? Vão parar de criar necessidades para inutilidades? Deixaremos de ser uma sociedade egocêntrica e egoísta? Deixaremos de ser comandados pela mídia? Só vejo um jeito pra isso. Começar do zero. E isso vai doer um bocado! Alguém está disposto??

    Pois bem, enquanto isso não acontece, voltemos à nossa discussão de mobilidade. Estamos discutindo isso faz anos. E dessa discussão, pelo menos em Joinville, as poucas conclusões que temos visto são quase todas no sentido da "demonização" do automóvel e de soluções urbanas como os "famigerados" elevados. E nada de concreto se faz.

    Caramba, não sei onde foram buscar a idéia de que um elevado não resolve nada e é dinheiro publico jogado fora. Já ouvi gente aqui neste espaço, ou no chuva ácida, alegar que elevados só serviriam de teto para pedintes e "sem terras". Putaqueospariu!!
    E o que dizer da organização do trânsito em nossa cidade? Céus, o pessoal do agora denominado ITRAN nunca ouviu falar em semáforos inteligentes? O conceito de "onda verde" (nada a ver com plantação de arvores) já existe ha mais de quinze anos, menos aqui.

    Centrais de Controle de transito, monitorando os pontos de congestionamento em tempo real? Ah! isso é dinheiro jogado fora.
    E o que dizer de outro grande tabu, que é o estacionamento? Esse mesmo Itran só sabe eliminar os poucos que ainda restam. Criar bolsões nas áreas centrais ou de maior movimento, nem pensar. Pelo menos uns 20 por cento dos automoveis circulando pelo centro, estão ali a procura de uma vaga, contribuindo com o congestionamento.
    E pra não esquecer, alguém já mencionou a largura das vagas nas vias onde elas ainda existem? Pois é, na sua quase totalidade, são mais estreitas que qualquer automóvel. Foram desenhadas para fiats 147 ou fusquinhas. Estão fora da realidade. E recentemente, começaram a demarcar a nova Max Colin. Quequeéisso? Já viram a largura das faixas? Para veículos um pouco maiores, tipo uma Hilux, mal cabem entre os dois riscos. E a faixa da esquerda então, é calamidade pura. Fizeram ali faixa de rodagem, mas esqueceram de tirar os bueiros...Descontada a largura da ciclofarsa, dividiram o que restou por tres, e o resultado foram faixas de rodagem sem a menor condição de segurança. E assim querem melhorar a fluidez???
    Sem querer defender este ou aquele candidato recente, tivemos um em Joinville que "heréticamente" propôs a construção de vários elevados, eliminando enormes pontos de congestionamento. Propôs também uma Central Inteligente de Controle, tecnologia já usada em muitas cidades do país e do mundo.
    Bem, foi fragorosamente derrotado por ser no mínimo sonhador, ou no outro extremo, farsante.

    Então tá. Vamos continuar batendo palmas para os riscos no chão (que ninguem usa), vamos criar binários e mais binários (que maravilha), e botar os guardinhas azuis do Itran nas esquinas pra levantar um troco pra festinha do natal que se aproxima. (só pra sacanear, alguém já viu um guardinha do Itran orientando tráfego?)
    E acabei de lembrar: Ô pessoal do Itran!! já existe semáforo a LED de alta intensidade, viu? Voce enxerga de longe e dura muito

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  6. Nelson,

    Obrigado por uns comentários tão ricos e extensos. Você consegue abordar praticamente toda a problemática da mobilidade urbana e responder adequadamente exigiria da minha parte um esforço maior que o que você dedicou a este espaço.

    não se trataria aqui de rebater ponto por ponto, até porque compartilho a maioria dos pontos abordados. Acho que o leitor deste blog merece ler os seus comentários e os postarei como post nesta mesma semana.

    Novamente obrigado

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