25 de novembro de 2012

Taxi e Transporte público



Cidades do porte de Joinville devem ao abordar o problema do transito incluir todos os elementos que contribuem e avaliar o impacto positivo ou negativo que cada um deles tem, qual é sua contribuição ao todo e como o poder público pode estimular ou desestimular o uso de um ou de outro. Pensar o transporte coletivo para além do ônibus, do pneu e do diesel é um primeiro passo. Priorizar a mobilidade de pedestres e ciclistas e outro. Desestimular o uso do carro para determinados trajetos e horários e outro que já é pratica comum em muitas cidades. No nosso caso um dos elementos que tem reiteradamente ficado de fora deste debate é o táxi.

O taxi tem um papel importante a jogar como parte da mobilidade urbana. Em Joinville o debate tem ficado circunscrito ao aumento ou não do numero de placas e indiretamente a manutenção ou não do privilegio que detém os taxistas nesta cidade. Cobrando preço de limusine para um serviço de terceira. O poder público tem evitado enfrentar o debate, eu até diria que tem fugido claramente dele. A força do coletivo não é desprezível e um poder público fraco dificilmente poderá resolver o problema.

Algum leitor utiliza normalmente táxi como uma alternativa de transporte? Em Joinville táxi é um artigo de luxo. Chegamos ao absurdo que é muito mais caro a carreira da rodoviária a qualquer um dos bairros do centro que a viagem de ônibus desde a maioria das cidades de Santa Catarina para Joinville. Esquece, convenientemente, o poder público que a compra de táxis é subsidiada com a redução de impostos, justamente por que se trata de um serviço público, porem este subsidio que deveria beneficiar o usuário, acaba no bolso do proprietário da placa ou da licencia. O táxi em Joinville deixou de ser um serviço público para se converter numa capitania hereditária, em que o proprietário dificilmente trabalha como taxista e tem vários “pilotos” para os que de uma ou outra forma aluga o direito.

A função do táxi como serviço público é o de oferecer uma alternativa de transporte público de qualidade, a preço adequado para quem precisa outro modal diferente do ônibus, seja por conforto, por horário, por trajeto ou por necessidade. O município deve liderar este debate e passar a defender os direitos dos usuários em lugar de só se preocupar com os dos taxistas. Nenhuma ação foi feita para que o serviço seja mais econômico, esteja mais perto do cliente e sirva como alternativa real a deixar o carro em casa.

Um bom inicio de conversa seria comparar tarifas de táxi de outras cidades brasileiras para percorridos semelhantes. Da mesma forma que se fazem comparações com as tarifas de ônibus. Comparar com a maioria de cidades e capitais da América Latina seria uma covardia, Como lá o táxi é um serviço público a comparação seria uma comparação entre coisas diferentes. 

Publicado no jornal A Noticia de Joinville, Santa Catarina

Um comentário:

  1. Muito bem lembrado Jordi.
    Eu mesmo já utilizei esse meio de transporte por ser mais prático em determinadas situações.
    Considerando o enorme preconceito que está sendo criado contra os carros, e principalmente o fato de que as nossas autoridades não detém inteligencia suficiente para proporcionar soluções eficientes (ou não querem), o táxi passa a ser, as vezes, a única solução.
    Por exemplo, tente alguém chegar a algum consultório daquele predio de clínicas em frente ao Dona Helena, de carro. Impossivel, pois o estacionamento livre mais proximo certamente fica a umas dez quadras dali. Melhor vir a pé. Mas se tiver alguma dificuldade de locomoção, aí só de taxi mesmo. E esta é só uma pequena amostra entre centenas. Bolsões de estacionamento? Pra que, se é mais facil negociar uma mudança na lei de uso e ocupação do solo em troca de algum capilé...
    E temos que levar em conta as características proprias da cidade de Joinville, plana e muito espraiada. Ou seja, as distancias bairro-centro e bairro-bairro, as vezes são contadas em varios quilometros, inviabilizando até o uso da bicicleta, mesmo que houvessem ciclovias decentes. Se o maior esforço da prefeitura é no sentido de inviabilizar o tráfego de automóveis que infelizmente precisam estacionar no seu destino, então nao tem jeito. Vamos todos de taxi. A Angélica do Huck era adolescente e já falava isso...rss

    E já que o negócio é acabar de vez com essa "praga" que é o automóvel, melhor pedir ao governo federal parar de facilitar a sua compra, e procurar outra coisa para cobrar os impostos que sustentam a máquina administrativa e a corrupção dos seus órgãos.

    Mas isso tudo é assunto pra muito debate. O importante foi lembrar da alternativa do taxi, que é sim, bastante viavel.

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