Cidades do porte de
Joinville devem ao abordar o problema do transito incluir todos os elementos
que contribuem e avaliar o impacto positivo ou negativo que cada um deles tem,
qual é sua contribuição ao todo e como o poder público pode estimular ou
desestimular o uso de um ou de outro. Pensar o transporte coletivo para além do
ônibus, do pneu e do diesel é um primeiro passo. Priorizar a mobilidade de
pedestres e ciclistas e outro. Desestimular o uso do carro para determinados
trajetos e horários e outro que já é pratica comum em muitas cidades. No nosso
caso um dos elementos que tem reiteradamente ficado de fora deste debate é o táxi.
O taxi tem um papel
importante a jogar como parte da mobilidade urbana. Em Joinville o debate tem
ficado circunscrito ao aumento ou não do numero de placas e indiretamente a
manutenção ou não do privilegio que detém os taxistas nesta cidade. Cobrando
preço de limusine para um serviço de terceira. O poder público tem evitado
enfrentar o debate, eu até diria que tem fugido claramente dele. A força do
coletivo não é desprezível e um poder público fraco dificilmente poderá
resolver o problema.
Algum leitor utiliza
normalmente táxi como uma alternativa de transporte? Em Joinville táxi é um
artigo de luxo. Chegamos ao absurdo que é muito mais caro a carreira da rodoviária
a qualquer um dos bairros do centro que a viagem de ônibus desde a maioria das
cidades de Santa Catarina para Joinville. Esquece, convenientemente, o poder
público que a compra de táxis é subsidiada com a redução de impostos,
justamente por que se trata de um serviço público, porem este subsidio que
deveria beneficiar o usuário, acaba no bolso do proprietário da placa ou da
licencia. O táxi em Joinville deixou de ser um serviço público para se
converter numa capitania hereditária, em que o proprietário dificilmente
trabalha como taxista e tem vários “pilotos” para os que de uma ou outra forma
aluga o direito.
A função do táxi como
serviço público é o de oferecer uma alternativa de transporte público de
qualidade, a preço adequado para quem precisa outro modal diferente do ônibus,
seja por conforto, por horário, por trajeto ou por necessidade. O município deve
liderar este debate e passar a defender os direitos dos usuários em lugar de só
se preocupar com os dos taxistas. Nenhuma ação foi feita para que o serviço
seja mais econômico, esteja mais perto do cliente e sirva como alternativa real
a deixar o carro em casa.
Um bom inicio de
conversa seria comparar tarifas de táxi de outras cidades brasileiras para
percorridos semelhantes. Da mesma forma que se fazem comparações com as tarifas
de ônibus. Comparar com a maioria de cidades e capitais da América Latina seria
uma covardia, Como lá o táxi é um serviço público a comparação seria uma comparação
entre coisas diferentes.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville, Santa Catarina
Publicado no jornal A Noticia de Joinville, Santa Catarina
Muito bem lembrado Jordi.
ResponderExcluirEu mesmo já utilizei esse meio de transporte por ser mais prático em determinadas situações.
Considerando o enorme preconceito que está sendo criado contra os carros, e principalmente o fato de que as nossas autoridades não detém inteligencia suficiente para proporcionar soluções eficientes (ou não querem), o táxi passa a ser, as vezes, a única solução.
Por exemplo, tente alguém chegar a algum consultório daquele predio de clínicas em frente ao Dona Helena, de carro. Impossivel, pois o estacionamento livre mais proximo certamente fica a umas dez quadras dali. Melhor vir a pé. Mas se tiver alguma dificuldade de locomoção, aí só de taxi mesmo. E esta é só uma pequena amostra entre centenas. Bolsões de estacionamento? Pra que, se é mais facil negociar uma mudança na lei de uso e ocupação do solo em troca de algum capilé...
E temos que levar em conta as características proprias da cidade de Joinville, plana e muito espraiada. Ou seja, as distancias bairro-centro e bairro-bairro, as vezes são contadas em varios quilometros, inviabilizando até o uso da bicicleta, mesmo que houvessem ciclovias decentes. Se o maior esforço da prefeitura é no sentido de inviabilizar o tráfego de automóveis que infelizmente precisam estacionar no seu destino, então nao tem jeito. Vamos todos de taxi. A Angélica do Huck era adolescente e já falava isso...rss
E já que o negócio é acabar de vez com essa "praga" que é o automóvel, melhor pedir ao governo federal parar de facilitar a sua compra, e procurar outra coisa para cobrar os impostos que sustentam a máquina administrativa e a corrupção dos seus órgãos.
Mas isso tudo é assunto pra muito debate. O importante foi lembrar da alternativa do taxi, que é sim, bastante viavel.