14 de junho de 2010

Multas e mais multas

Multas e mais multas


É triste ver um senhor de certa idade, escondido atrás de um poste, com uma caneta e um bloquinho na mão, preocupado em caçar motoristas desavisados, que possam ou não ter descumprido algum artigo do Código Brasileiro de Transito. Mais triste ainda é ver como nenhum dos agentes de transito estão presentes nem nos horários de pico, nem nos cruzamentos e pontos em que tradicionalmente o transito flui com menor velocidade ou chega a parar completamente. Nada de ver alguém preocupado em por ordem, em agir pro ativamente, disciplinando e fazendo fluir o transito com maior velocidade.


A criação da Guarda Municipal, não previu e continua sem prever recursos para a sua manutenção e custeio, considerando que todos os recursos seriam, como de fato são originários da receita auferida pelas notificações e pelas multas, desta forma multar tem se convertido numa necessidade vital, para a existência da nossa guarda. Quantos mais agentes sejam contratados, maior será o numero de multas, não tanto porque todos dirijam mal e cometam infrações constantemente, porem porque o salário dos próprios agentes depende da arrecadação das multas. Dizer que a arrecadação aumenta porque todos os motoristas falam ao celular ou andam sem cinto se segurança é uma infelicidade. Pior ainda é que não é possível ver nenhuma ação nem da Conurb nem da Guarda Municipal, no sentido de educar, para melhorar a forma de dirigir, tanto dos motoristas, como dos ciclistas ou dos próprios pedestres, que por vezes tampouco respeitam as leis do transito.


A relação umbilical que tem se construído entre o dinheiro arrecadado com as multas e os custos crescentes da guarda municipal, gera uma pressão perversa, que obriga a multar, sob pena de não ter como pagar a folha salarial. Este modelo que obriga a multar é comum no Brasil, em muitos outros órgãos e instituições e acaba fazendo que seja mais importante punir que educar. Ao fazer da multa a única fonte de recursos, criasse um modelo arrecadador e burro, que não educa e que só tem interesse em aperfeiçoar a industria da multa.


Se iniciássemos um movimento com o objetivo de ter um dia sem multas, se todos os motoristas cumprissem a risca o código e não fossem multados. Nem poderíamos ficar orgulhosos, porque estaríamos tirando o leite das crianças dos nossos guardas de transito, que ficariam sem salários.


Publicado no jornal A Noticia

7 comentários:

  1. Jordi, parabéns pelo comentário sobre multas e a falta de foco da "Guarda" Municipal que, infelizmente, já nasceu desvirtuada do mesmo modo que outros projetos que acabam impactando sobre o contribuinte (vice estacionamento rotativo).

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  2. É muito triste mas é a realidade, tanto a Conurb quanto a Guarda Municipal nasceram para fazer multas, para aumentar a arrecadação do município, pode anotar ai, não vai parar por ai, cada vez mais aparecerão novos órgãos para tirar mais dinheiro dos trabalhadores desatentos ou desinformados para alimentar a máquina pública, eu ainda voto pela consciencialização mas os nossos governantes só querem saber do dinheiro.

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  3. É triste ver essa situação. Nem sou contra multar as pessoas que REALMENTE desobedecem a Lei e não querem fazer o certo ou mesmo nem se preocupam em fazer. Como comentei com o Rodrigo Bornholdt, o problema é a má fé de muitos guardas que acabam indo as ruas com uma intenção totalmente desvirtuada. Não querem ensinar o cidadão motorista, ou advertir. Eles querem mesmo é multar e já vão com este pensamento as ruas. Deste modo, todos pagam o salário destes senhores da multa.

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  4. Seria Interesante tb, todos respeitarem as Leis, agentes e motoristas.

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  5. Grande Jordi,
    Gostei do artigo. Pena que não surtirá efeito. Estamos fora da realidade deles. Não há civilidade, profissionalismo, caráter, interesse público em que nossa cidade prospere.
    Lamentável, mas real.
    Ando meio descontrente com essas coisas...vejo que não há mais remédio.
    Parabéns pelo artigo. Acredito que podemos conversar e talvez, buscar uma estratégia de juntar alguns "pensadores" desta cidade e "atacar" esses desarranjos que acontecem.
    Abraço.
    Henrique

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  6. Por que vc nao vai um dia visitar o setor dos agentes na conurb como eh na verdade o nosso trabalho em vez de ficar dando opiniao sem conhecimento de causa. Fica um convite, acompanhe, va ate a central. Garanto que ira mudar de opiniao, vcs nao tem nocao de quao necessaria eh a funcao dos agentes para a cidade. Quanto a educacao para o transito, vc vai ver que existem trabalhos diarios nessa area tambem, um setor so para isso. Fica a ideia.
    Agente de transito

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  7. Prezado Agente de Transito.

    Agradeço o convite. Em nenhuma parte do texto se questiona a importância e a necessidade dos agentes de transito.

    Os erros desde a sua criação, fazem que a guarda "precise" multar para pagar a folha, é neste ponto que se origina a distorção do modelo atual.

    Em tempo, quando tiver tempo recomendo que averigue quem foi a primeira autoridade de transito do município de Joinville, e depois reveja a sua opinião sobre "conhecimento de causa".

    Cordialmente

    Jordi

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