30 de junho de 2010

Lixo


Lixo




Normalmente tratar do lixo acaba sendo um tema sujo e todos os que de uma o outra forma ficam perto dele acabam com parte do cheiro impregnado na roupa. A sensação de náusea é forte e comum a tudo o que tem a ver com este tema, motivo a mais para que reconheçamos a labor dos garis e dos demais profissionais que cuidam do nosso lixo e de fazer desta uma cidade mais limpa.


O bom senso recomenda que aprendamos a produzir menos lixo, que possamos reciclar mais, que o nosso aterro sanitário continue recebendo o nosso lixo por décadas e que o tema seja tratado com a transparência que é necessária para tudo que tem a ver com o uso dos recursos públicos.


O modelo praticado em Joinville e na maioria das cidades brasileiras é um modelo pouco inteligente, porque não estimula a redução da geração de lixo, cobra aos contribuintes pela prestação de um serviço de recolhida de lixo, tenha ou não produzido lixo. O fato gerador do serviço é numero de vezes que o lixo é recolhido na frente da nossa residência ou empresa. O sistema cobra o mesmo valor de um casal sem filhos, que de uma família com 6 membros. Quando a lógica que deveria prevalecer é que quem mais lixo produza deveria pagar um valor maior.


As sociedades mais desenvolvidas estabeleceram sistemas de cobrança mais justos, que envolvem dois princípios básicos o primeiro o de cobrar pelo lixo gerado, de forma que quem mais lixo gere pague valores mais altos. O que inibe a geração de maiores volumes de lixo. O segundo tem como objetivo reduzir o custo para a sociedade, ao reduzir o numero de coletas e o volume recolhido. No modelo atual praticado aqui os indicadores são numero de quilômetros percorridos e toneladas de lixo recolhido. Sem estimular a redução nem da distancia percorrida, nem o volume de lixo recolhido.


Uma proposta para uma cidade sustentável, deveria estar alicerçada em priorizar a redução de custos e a melhoria da eficiência, buscando aumentar o volume de lixo reciclado, reduzir o total produzido e principalmente incluindo um modelo de cobrança justo. O desafio não deve ser recolher mais lixo e sim produzir menos. Caso contrario, continuaremos estimulando um modelo de cidade mais suja, custosa e ineficiente, sem um sistema de cobrança justo.


Publicado no jornal A Noticia


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