9 de novembro de 2012

Raposas e galinhas



A raposa não forma parte da fauna autóctone do Brasil, corresponde a outros carnívoros cumprir o seu papel no ecossistema. Mas a sua referencia é constante e se associa aqui como na sua região de origem com á astucia.

Na literatura ocidental são comuns desde Esopo, passando por La Fontaine as fabulas que utilizando como protagonistas animais que incorporam os vícios e virtudes a eles incorporados, por exemplo, a força do leão, o trabalho da formiga, a preguiça da cigarra ou a astucia da raposa e permitem contar historias e delas obter exemplos de moral.

Aqui a referencia mais comum é a que assemelha alguns políticos matreiros as raposas, é comum nestes casos usar a denominação “raposa política” ou simplesmente raposa para referir-se ao político citado.
Entre as fabulas mais conhecidas estão a da raposa e das uvas, a da raposa e o corvo ou a da raposa e a cegonha, mas a mais curiosa das historias envolvendo raposas é a que faz referencia a raposa e o galo. Conta historia que uma raposa escavou um túnel para entrar no galinheiro e a cada noite comia uma galinha, o dono do galinheiro comprou um galo e a raposa usou das suas artimanhas para tentar comer o galo que era maior e mais apetitoso que as galinhas. A raposa quis convencer o galo que todos os animais deviam ser amigos e que ele devia descer da arvore em que dormia, pois nada deveria temer da raposa. O galo sentindo a cilada, respondeu que ficava muito contente com que, a partir daquele dia, todos os animais fossem amigos e vivessem em paz e harmonia, porque uma feroz matilha de cachorros de caça se aproximava e a raposa não precisaria temer nada. A raposa fugiu e ao fazê-lo descobriu-se o seu ardil. O galo salvou assim o galinheiro e suas galinhas.

Paira no ar a sensação que há uma boa quantidade de raposas interessadas em cuidar e proteger os diversos galinheiros que formam a administração municipal, para alguns mais astutos, cada secretaria, cada fundação, cada gerencia é visto como um galinheiro e o interesse que as raposas possam ter por cuidar deles deve merecer atenção e preocupação.

É fácil identificar uma relação direta entre o numero e a voracidade das raposas e a riqueza do botim esperado. Particularmente acho prudente prestar muita atenção quando o numero de raposas seja maior que a quantidade de galinhas ou quando haja um interesse desproporcional em galinhas magras e desnutridas. Esopo diria “Aí tem”.

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

Um comentário:

  1. Muito boa a fabula da raposa no galinheiro, mas ão esqueça daquele tambem famosa e não menos atual....lobo na pele de Cordeiro, nem precisaria ir muito distante para encontrar verdadeiras matilhas, parabens pela lembrança dessa fabula em um momento tão importante para Joinville.

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