48 horas, foi o tempo necessário para desmontar telha por telha e tijolo por tijolo, uma residência construída na década de 20, do século passado, quase 90 anos de historia, que de forma meticulosa foram desmontados e desapareceram para sempre.
Imagino que a ausência do prefeito municipal, na hora de entregar o alvará de demolição, deveu se principalmente a outros compromissos mais importantes, agendados com anterioridade.
De todos modos o fato que a demolição se realizasse a menos de
O fato que a prefeitura só trabalhe pela manha e que os serviços de fiscalização permaneçam desmobilizados nos finais de semana e nos numerosos feriados, que o nosso calendário local nos brinda, faz que Joinville tenha optado por crescer mais nos finais de semana e as tardes.
Este crescimento tem duas vertentes, o das construções ilegais, que depois precisarão de lei especifica para regularizar o irregularizavel, como tem evidenciado as três edições da lei Cardozinho, que tomou o nome do vereador que a propôs. A outra vertente mais perversa, é a que terraplena a nossa historia e os nossos referenciais nos finais de semana, como já aconteceu na residência que ocupava a esquina das ruas 9 de Março e Henrique Meyer. Nenhuma sentença judicial a poderá trazer de volta.
Não tem a menor importância neste texto se a casa em questão localizada na Rua Marechal Deodoro tinha ou não valor histórico, se estava ou não tombada ou em processo de tombamento. Nada disto servira para trazer de volta o que ela representa, as historias que abrigou e a parte de cada um de nós que se perdeu junto com ela.
Na medida em que não seja importante a preservação dos referenciais históricos desta cidade, e que em nome do desenvolvimento possamos destruir todos e cada um dos elementos que formaram a identidade de Joinville e dos que nela moram, veremos ser arrasado o nosso passado.
Nós seremos o resultado das escolhas que fazemos hoje.
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