23 de julho de 2008

Qualidade sob fogo


A qualidade de vida de uma cidade não se constroi de hoje para amanha, por isto a sua destruição não poderia ser alcançada com uma única ação isolada. A perda da qualidade de vida das pessoas é lenta, gradual e irreversível.
Em Joinville, estamos degradando os nossos valores. Quase nada resta daquela cidade que foi tão elogiada pelo presidente Afonso Pena, quando chamou Joinville de Jardim do Brasil, as residências dos joinvilenses estavam adornadas com lindos canteiros floridos, gramados manicurados e nos quintais pomares de frutas variadas que adoçavam o gosto e o espírito. Nada sobrevive da Joinville que não precisava fechar as portas, e delimitava os espaços com cercas de madeira, que não impediam que os vizinhos se conhecessem e se cumprimentassem. Quase nada queda nem daquela Joinville, nem muito menos daquelas gentes que nela moravam, dos seus valores e das suas costumes.
O crescimento desordenado, a perda dos valores e a falta de princípios éticos e morais, permeia hoje a nossa cidade e a nossa vida.
O bairro América representa hoje um dos melhores exemplos, de como o trabalho orquestrado e levado a cabo, com precisão de magarefe, com a tosca rusticidade daquele que não conhecendo o belo, não valoriza o resultado do trabalho e da ordem, que avesso a probidade, se sente mais a vontade no lodo e na caótica desordem, em que seus referenciais prosperam e crescem.
As constantes ameaças e as agressões que o bairro sofre, com maior impetu nos últimos anos, tem como objetivo acabar com o modelo que as suas ruas arborizadas representam, com o espaço que os seus jardins oferecem para o lazer e solaz de toda uma comunidade que tem sido tão duramente privada deles. Irrita o Bairro America, irritam as suas ruas largas, as suas calçadas, as suas casas e as suas gentes. Irritam porque são uma lembrança evidente e constante, que o destino desta cidade poderia ter sido outro.
As constantes alterações da lei, a soturnidade e o silencio dos agressores, evidencia as suas intenções e deve servir de alerta a sociedade.

Um comentário:

  1. Tenho lido teus comentários sobre diversos temas, com arvores, inaugações de ordem de serviços, desfigurações da cidade e outros.



    No tocante a inaugurações de ordem de sderviçõs até a conclusão da obra, normalmente mal feita, meu pai já dizia no "milênio passado": "Patrão a obra tá pronta! Posso começar o conserto?" Que saudade (e não faz tanto tempo) do "Pensando Joinville".

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