21 de julho de 2008

O debate

Os leitores deste blog, foram informados, da ausência do editor, o que não impede que graças a tecnologia que a internet nos proporciona, seja possível acompanhar, mesmo de longe os acontecimentos de Joinville.

Para estimular o debate e a troca de opiniões um comentário sobre o debate, que não pude acompanhar.


PRIMEIRAS IMPRESSÕES

O debate ocorrido na TVBV com os candidatos para prefeito de Joinville, embora um tanto estéril de idéias e proposições, permitiu-me colher algumas impressões iniciais. Mauro Mariani mostrou que está tentando se “enturmar” na cidade, pois é o pára-quedista da hora. Tem um bom discurso e pouco citou seu padrinho e cabo eleitoral Luiz Henrique. Apresentou boas propostas como o parque do batalhão e a ampliação do PSF. Exagerou em propor um túnel ligando o centro ao Boa Vista, pois o custo desta obra a torna dispensável e supérflua diante de tantas outras prioridades. Rodrigo fez a pose do bom moço e um tanto ambíguo quando se declara independente, pois não perdeu oportunidades para citar sua participação no atual governo, seja como prefeito interino ou como presidente da Fundação Cultural. Pareceu-me certa incoerência. Acertou nas propostas de inclusão social para o combate às origens da insegurança pública, assim como acertou na implantação do corredor de transporte na Beira Rio ou ainda no resgate dos trilhos para o trem de passageiros. A proposta da mega-secretaria soou um tanto eleitoreira. Carlito não parecia veterano em campanhas para prefeito. Pareceu nervoso no início do debate e melhorou no final. Citou muitas conquistas mas passou do limite na apropriação de todas as boas ações para os problemas da cidade. Seria mais honesto se não desmerecesse outros atores. Destaque para propostas de inclusão social, o orçamento participativo e seu grande trunfo que é ter o Governo Lula como aliado. Darci de Matos foi o candidato de Shangrilá, ignorando os problemas que a cidade deseja resolver. Sisudo, deu a impressão que algo o incomodava. Carrega o fardo de ser o candidato do continuísmo. Afirmar que irá manter os mais de 500 cargos de nomeação política existentes na Prefeitura passou a ser uma temeridade. Sem propostas objetivas protegeu-se utilizando superlativos à cidade como se tudo estivesse resolvido. Faltou-lhe personalidade. Rogério Novaes foi a grande surpresa pela postura tranqüila e com boa capacidade de articulação nas respostas. Foi o mais claro e objetivo na apresentação de propostas. Destacaram-se a ampliação de leitos hospitalares públicos e o anel viário que se faz necessário e é factível. Se tivesse a idéia do custo de manutenção de um hospital talvez não fizesse a promessa de construir dois. Não perdeu a oportunidade para apresentar-se como um candidato técnico e sem vínculos. Kennedy, dentre os atuais favoritos, foi o mais tranqüilo e razoável. Ainda tem ar de apresentador na postura, mas isto lhe rende a facilidade de articulação verbal frente às câmeras. Mais realista, demonstrou ter uma boa noção dos problemas da cidade. Fez críticas certeiras ao atual governo, diferentemente da apatia dos demais. Dentre as propostas, a que mais chamou atenção foi o compromisso em dialogar com a sociedade nos grandes projetos. A implantação de policlínicas, projetos voltados à inclusão social, qualificação profissional e redução da máquina pública também foram destaques. Poderia ter evitado a história do viciado em crack.

Enfim, ainda falta muito conteúdo para uma avaliação mais profunda. Por isto mesmo prefiro os debates ao vivo que são oportunidades ímpares para que o eleitor compreenda as proposta dos candidatos, seu caráter, sua capacidade de lidar com questionamentos diretos e as adversidades do improviso. Bons debates são mais importantes do que a enlatada propaganda eleitoral obrigatória ou ainda os comícios chatos regados à musica sertaneja.


Sérgio Gollnick
Arquiteto e urbanista

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