O cidadão defende-se de um sistema de saúde ruim pagando, se puder, um plano de saúde privado, senão corre sério o risco de morrer na fila;
O cidadão defende-se de um ensino de segundo grau ruim indo desqualificadamente para o mercado de trabalho ou então pagando uma pequena fortuna por uma escola particular;
O cidadão defende-se de um sistema de segurança pública ruim se enquartelando em sua casa, comprando pitbull, contratando segurança privada ou eletrificando seu muro;
O cidadão defende-se da falta de áreas públicas de lazer comprando TV de plasma 42";
O cidadão defende-se da falta de condições de acesso a rica história, arquitetura e ao comércio variado das áreas centrais confinando-se nos shopping centers.
O cidadão defende-se de um sistema de transporte público ruim indo para a van, depois comprando uma moto e finalmente um carro. E isto nos leva aos insensatos congestionamentos;
É um pequeno resumo do viver nas cidades sem qualidade de vida.
Com isto, cada vez mais estamos nos segregando, nos tornamos menos sociáveis e, ao final das contas, menos cidadãos.
Será que isto não pode ser modificado?
Sérgio Gollnick
arquiteto e urbanista
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