5 de julho de 2008

Bolsa Familia



A Bolsa Família

Num jantar recente, tive a oportunidade de compartilhar mesa e conversa, com uma jovem auditora da CGU (Controladoria Geral da União), ela contava do seu trabalho, com quatro outras mulheres, tem se especializado em auditar a utilização dos recursos da Bolsa Família em Santa Catarina, Aqui no Sul Maravilha.

Alguns pontos, gostaria de destacar da sua conversa, o primeiro é que tanto ela, como suas companheiras utilizam normalmente de um colete a prova de balas, porque as ameaças são graves e frequentes. Ainda precisam contar com a proteção da Policia Federal.

O segundo ponto é um caso de uma jovem, que com 21 anos e 6 filhos, tem feito do bolsa família, complementado, com o Vale gás e o vale compras, a sua fonte de renda, o fato de que o valor agora tenha aumentado de R$ 30 para R$ 45 para cada filho, deve estimular ainda mais este modelo, que na opinião da auditora, especialista no assunto é corrente e virou pratica, nas comunidades do interior catarinense.

Para concluir, num município em que a própria filha do prefeito, estando empregada na prefeitura, recebia também a Bolsa Família, e a primeira dama administra a merenda das escolas municipais, a auditoria encontrou no freezer, em lugar de carne e feijão, carcaças de frango e pescoços de galinha. A auditora convidou a primeira dama e as autoridades do município, tanto do executivo, como do legislativo, a compartilhar a refeição com as crianças. Não é preciso imaginar o constrangimento geral. A comida que é enviada pelo governo, abastece a despensa de professores, autoridades e lideranças municipais, em quanto as crianças recebem ossos e carcaças.

O que surpreende e que estivesse se referindo a Santa Catarina, não fez menção a nenhum bolsão miserável do longínquo nordeste, citou claramente o nosso estado, que também é o dela, e mostrou no olhar a sua frustração e descrédito.

Assusta pensar que a corrupção esteja de tal forma internalizada na nossa sociedade, que este tipo de situações que deveriam estar banidas da nossa comunidade, façam parte do nosso quotidiano, ela em nenhum momento se referiu a casos isolados, foi enfática ao dizer que esta situação é a regra e não a exceção.

Triste do pais, que perde o seu referencial do que é certo e do que esta errado, triste da sociedade, que abandona as suas crianças ou que faz delas uma fonte de renda com chancela oficial.

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