16 de novembro de 2011

A crise


A crise

Na Europa não se fala de outra coisa, a crise esta em todas as conversas, as pessoas sentem que o seu dia a dia mudou e que as mudanças, para pior, devem ser mais duradouras que uma gripe ou um resfriado. O estado de bem estar social em que Europa tem se convertido e que da inveja a uns e serve de modelo a outros, só se sustenta com dinheiro, alias, com muito dinheiro. Quando o dinheiro começa a minguar é difícil manter o modelo.


A Europa já tem experiência em crises, em padecê-las e em superá-las, no período posterior a segunda guerra mundial, trabalhar mais horas para recuperar a economia do país foi algo comum.  A riqueza e a igualdade social que Europa ostenta ainda hoje é o resultado de esforço, trabalho e da construção de uma sociedade mais justa construída pelas gerações anteriores.

Na maioria dos países serão os numerosos empregados no serviço publico quem mais deve sentir o impacto, chegam a mais de 20% da população economicamente ativa. Só na Grécia se estima que mais de 150.000 empregados públicos perca o seu emprego. Em Portugal das 14 salários que os empregados públicos recebem, um será extinta e o segundo, que corresponde ao nosso décimo terceiro salário, será reduzida a metade. Como se isto fosse pouco, esta prevista uma redução de todos os salários em 10%, incluindo desde o do presidente ao da faxineira, ou faxineiro, para não ferir a susceptibilidade dos defensores da igualdade de gênero. Não é só no serviço publico em que será preciso fazer sacrifícios, também na iniciativa privada, a previsão é que todos os empregados passem a trabalhar meia hora mais por dia, sem receber, para ajudar a superar a crise.

A saída da crise atual, na opinião do professor Kuing Yamang, será mais difícil porque: “Existem funcionários demais, um emprego em cada cinco. Estes funcionários são sedentos de dinheiro público, são de uma grande ineficácia, querem trabalhar o menos possível e apesar das inúmeras vantagens e direitos sociais, estão muitas vezes em greve. Mas os governantes acham que vale mais um funcionário ineficaz do que um desempregado.

Superar a crise atual exigirá de toda a sociedade sacrifícios enormes. Os governantes que não tomarem as medidas necessárias em tempo, por considerá-las impopulares ou duras demais, perderão o poder. Já aconteceu na Grécia e  na Itália e a Espanha não será uma exceção. Os próprios presidentes de França ou da Alemanha devem pagar também um elevado custo político, que poderá lhes custar o governo nas próximas eleições. A historia nos da a oportunidade de aprender. fazê-lo ou não depende de cada um. 


Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

Um comentário:

  1. discutir os efeitos da crise não adianta mais, é preciso discutir o modelo.

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