25 de maio de 2011

O falso dualismo


O falso dualismo


O Plano Diretor de uma forma geral e a Lei de Ordenamento Territorial de forma especifica tem se convertido num enfrentamento entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, entre os sábios e os ignorantes, entre a posição oficial e oficialista de um lado e a idéia que outra Joinville é possível.


Esta abordagem simplista faz que a qualidade do debate tenha decaído muito, e que os técnicos que representam o poder público, na falta de argumentos e dados precisos optem pelo deboche, a ironia e a desqualificação de todos aqueles que não concordem com as suas propostas. Em ultima instancia se arvoram de defensores de um direito superior, equiparável ao direito divino, para estar sempre certos, mesmo quando na maioria dos casos estejam errados.


Converter qualquer um que tenha uma visão diferente da oficial, num inimigo pessoal e num alvo a bater, não ajuda a construir uma Joinville melhor. Por outro lado este tipo de atitude faz que as boas propostas que surgem nas Câmaras Técnicas do Conselho da Cidade não sejam consideradas, ainda são vistas com desprezo por ser originarias de gente sem profundos conhecimentos técnicos e sem mestrados ou doutorados em urbanismo ou em administração publica. Esquecem os técnicos oniscientes que os representantes da sociedade são mestres em Joinville, porque aqui moram, trabalham e prosperam e doutorados em bom senso, bem escasso e irregularmente distribuído entre a nossa sociedade, ao que parece inclusive em extinção no poder publico.


Seria melhor para Joinville, fazer do Conselho da Cidade um espaço para o dialogo, para desde o contraditório, construir o conhecimento, que faz anos não é mais exclusividade de uma minoria. Hoje a cidade possui no seu todo visões e idéias mais ricas e plurais que as que repousam nas gavetas do nosso Instituto de Planejamento. Desmerecer a riqueza das idéias e contribuições que surgem do debate em cada uma das câmaras técnicas mostra a dificuldade do poder publico para entender e escutar a sociedade, a que deveria servir.


No “Desafios para as cidades do século 21” foi possível escutar claramente de palestrantes avalizados pelo próprio IPPUJ, que é a sociedade quem deve decidir o modelo de cidade e que não devem ser os técnicos os que imponham um modelo diferente do desejado pelos cidadãos.

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

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