9 de maio de 2011

Parque do Boa Vista (*)

Parque do Boa Vista


Como vizinho do Morro do Boa Vista e joinvilense, tudo o que tem a ver com o morro merece minha atenção. Acho que a única alternativa para o morro e para a cidade é preservar o morro e permitir que partes dele sejam convertidas em áreas de lazer, partes sejam preservadas quase que integralmente e que numa atitude corajosa, se detenha de vez a pressão imobiliária sobre o morro.


A idéia de fazer um parque no Morro é uma idéia a ser elogiada, desde faz muitos anos o espaço tem sido uma das poucas áreas de lazer do joinvilense. Os mais velhos ainda devem lembrar o camping que passou de receber pessoas a receber macacos e outros bichos. O mirante e o seu acesso eram uma das visitas obrigatórias quando recebíamos turistas, fossem do interior de Santa Catarina, brasileiros ou do exterior. A visão deslumbrante da baía da Babitonga, da lagoa de Saguassu e o verde luxuriante do mato em redor, eram sempre um elogio garantido. Não tinha quem não ficasse emocionado.


O acesso foi fechado, o zoobotanico e as áreas em volta deixaram de ser atrativas e começaram a ser abandonadas, por conta das obras do parque e ninguém pareceu se importar muito. As obras do Parque começaram. Foram feitas algumas audiências publicas para apresentar o projeto do parque, lembro de ter participado de duas, uma delas na Ajorpeme. Desenhos coloridos, bonitos, sem detalhes e sem propostas concretas, idéias soltas, que sem ser debatidas, foram aceitas, mais pela vontade de ter um parque, que por achar que a proposta era boa. As obras se alastram durante anos, a culpada é a meteorologia, na verdade o problema é outro, que acabou vazando. Finalmente a Prefeitura cancelou o contrato com a empreiteira.


Alguns dizem que devemos elogiar a ação corajosa do IPPUJ de cancelar o contrato, porque mostra determinação. Fico com a impressão que esta coragem tardia, esta mais para bravata. Que se a decisão tivesse sido tomada antes da situação ficar insustentável, deveria elogiar o zelo com os recursos públicos. Depois que todos os prazos informados pelo prefeito foram descumpridos, não restava outra saída que cancelar o contrato ou continuar passando vexame. Coragem é tomar as decisões na hora certa, ser abalroado pelas decisões não tomadas, não deveria merecer elogio.

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