21 de janeiro de 2011

Enchentes - Causa e Efeito


A Coluna Livre Mercado do jornalista Claudio Loetz publica duas notas que reproduzimos em azul

  • CHUVAS DENUNCIAM MODELO DE CRESCIMENTO

As chuvas na noite de quarta-feira e de ontem causaram estragos pessoais e econômicos raramente antes percebidos em Joinville. Em novembro de 2008, demorou quatro dias para ocorrer enchente de gigantescas proporções. Desta vez, foram suficientes só quatro horas para a água atingir espaços que nunca tinham sido atingidos.

Há duas constatações: na região central e em outras áreas, trocou-se o verde de jardins e quintais por cimento e construções. Impermeabilizou-se o solo para se ganhar dinheiro. Uma cidade é um ente vivo, dinâmico, que reage ao que dela querem fazer.

Há algo errado. Joinville mudou de patamar sob aspecto geológico nos últimos cinco anos. É preciso repensar o modelo de desenvolvimento desejado para a Joinville de nossa e de futuras gerações. Cuidar de garantir qualidade de vida para todos implica viabilizar a expansão econômica subordinada a projetos de efetiva sustentabilidade ambiental. Se isto não for feito de forma consciente e rapidamente, o custo econômico de morar e investir em Joinville tornará o município não mais tão atrativo, como ainda é. A hora é de agir pensando no bem-estar coletivo. E não nas vantagens imediatas. Parece retórico, mas colhemos o que semeamos. Então, que sejamos prudentes e sensatos.

Hoje, Joinville é cidade receptiva a migrantes. E está mudando: está em transformação urbanística rápida a exigir criatividade, inteligência, ausência de preconceitos e rigor técnico-científico das autoridades e agentes econômicos.

Em São Paulo, 51% dos moradores sairiam da capital paulista para viver em outra cidade se pudessem. É o que mostra a segunda edição dos Indicadores de Referência de Bem-estar no Município (Irbem), divulgada pela Rede Nossa São Paulo. Claro que este é o caso extremo. Guardadas as devidas proporções, é este caminho que queremos para Joinville daqui a dez, 15 anos?


  • Controle do uso do solo

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) de Joinville, Luiz Carlos Presente, entende que “a elevada taxa de ocupação de uma cidade, em determinados locais, influencia, sim, como um dos fatores importantes para provocar áreas de inundações”. Argumenta que a verticalização é positiva, porque “teremos menos área de terrenos e coberturas da edificação por m² de ocupação”.

Diz que o Sinduscon tem orientado a incorporar nos projetos “a maior quantidade possível de áreas permeáveis”. E reforça: “Políticas públicas, com planejamento, construções de novas obras, manutenções do sistema e, principalmente, o controle do uso e ocupação do solo são fatores determinantes para evitar acontecimentos desagradáveis e manter o bem-estar da comunidade”.

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