Finalmente um texto inteligente, depois de muito tempo, tem alguém ligado ao poder publico que se propõe, e consegue escrever um texto coerente. Borges de Garuva escritor, diretor de teatro e funcionário da Fundação Cultural de Joinville, escreveu o texto "Anarcodeselegância" publicado no jornal A Noticia.
O texto bem escrito, como não poderia deixar de ser, coloca o dedo na ferida, ao mostrar como a sociedade perde a paciência, esgota os estoques de tolerância e cada vez com maior freqüência expressa de forma deselegante o seus sentimentos.
A falta de educação, urbanidade e elegância que imperam na oclocracia, acaba contaminando a toda a sociedade e aos poucos primeiro e com maior rapidez depois, os níveis de amabilidade baixam rapidamente. É difícil manter a cortesia ou a elegância frente a mitômanos compulsivos. Como esperar amabilidade se os espaços de debate e de participação cidadã são usados com mofa e desvirtuados pelos representantes do próprio poder publico? Como pedir tolerância quando nem o atendimento para reclamar funciona minimamente?
Por um lado a miríade de assessores de comunicação e os fartos recursos para divulgação e publicidade que o poder público controla e manipula, faz que nunca faltem acólitos, ao mesmo tempo que garantem as onipresentes vozes de elogio. Tampouco os médios de comunicação, jornalistas, escritores e radialistas de plantão têm deixado de responder com fidelidade canina a regularidade e a generosidade das verbas. Pelo outro, hoje já não é mais possível controlar completamente os médios de comunicação como se fazia no passado. Por isto surpreende tanto a preocupação com meia dúzia de vozes discordantes. O temor esta, não tanto na falta de elegância das formas e sim, no eco do conteúdo.
Se o conteúdo não tivesse eco, não seria preciso tanto esforço em desacreditar ou atacar os que ousam discordar. A famosa frase: "Quando os cães latem a caravana passa" parece que não se aplica. A caravana esta empacada, já faz dois anos e o numero de cães e o eco dos latidos aumenta na exata proporção em que não consegue decolar esta administração que gerou tantas esperanças frustradas.
A frustração e a desilusão da sociedade se evidenciam tanto na rispidez do trato, como na forma cada vez menos elegante com que se responde a grosseria, soberba e rudeza dos que ocupando cargos públicos deveriam ser exemplos de educação, humildade e cortesia.
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