27 de janeiro de 2011

Rêmoras e Tubarões


Rêmoras e Tubarões



Quando ouço os discursos inflamados de figuras proeminentes da nossa prefeitura, que sem nunca ter disputado eleição nem para sindico de prédio, se consideram os grandes responsáveis desta gestão, os vencedores das eleições e principalmente os artífices do desenvolvimento de Joinville, não posso deixar de associar estes fanfarrões com rêmoras.


As rêmoras são um grupo interessante de peixes, normalmente se encontram fixadas em outros peixes de maior tamanho, como tubarões, tartarugas ou arraias gigantes. Tem desenvolvido uma enorme capacidade de adaptação, fixados por uma ventosa ao corpo dos peixes maiores, viajam grandes distancias de carona, sem fazer esforço e ainda se alimentam dos nacos de comida que escapam em cada mordida. Não chegam a ser considerados parasitos, são saprófitos, o seu nome já diz tudo, vivem pendurados aproveitando se do peixe maior.




Esta capacidade de adaptação encontra paralelo também na nossa sociedade. “Os rêmoras” são aqueles que constroem o seu projeto de vida aproveitando os nacos que escapam das mordidas dos peixes maiores, incapazes de ter luz própria, se encostam em algum peixe maior, grudam a sua ventosa nele e vivem as suas custas. A relação de comensalismo que se estabelece entre os tubarões e as rêmoras, não é uma relação em que os dois ganham. “Os rêmoras” ao igual que os seus congêneres do reino animal, não oferecem nenhum beneficio para aqueles que os carregam, nenhuma retribuição. Ao contrario, reduzem a sua velocidade, aumentam o seu peso e os deixam menos ágeis, na realidade se convertem num peso morto, num lastro.




As semelhanças entre uns e outros são surpreendentes. É fácil ver em volta dos nossos lideres, especialmente políticos, dezenas de rêmoras que crescem a sua sombra, que agindo como caroneiros sociais, só conseguem prosperar e aparecer a partir das sobras dos peixes maiores, aproveitam o prestigio deles para se promover. Fique atento aprenda a identificar esta nova espécie de peixe que com tanta facilidade tem se adaptado as águas poluídas do Rio Cachoeira, como especialmente as suas margens.

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

Um comentário:

  1. O texto de Jordi Castan foi muito oportuno, sábio e com a sutileza de uma ironia inteligente sua comparação com as rêmoras e os puxa sacos de plantão. Tenho certeza que muitos acompanham seus comentários coerentes.

    Jordi com certeza tem muitas idéias para nossa Joinville. Seus comentários prudentes e conhecedor poderiam ajudar os pensadores da nossa administração publica sobre o descaso das “Figueiras” que margeiam o leito do nosso Rio Cachoeira. A cada hora que passo ali me da uma tristeza imensa da falta de um projeto viável para preservar aquela avenida arborizada.

    Jordi, grato por amares e defenderes a sustentabilidade de ações para nossa Joinville.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...